domingo, 13 de abril de 2025

Destaque 2025

 


“TODOS PODEM FAZER UM POUCO ATRAVÉS DO AMOR E DA BOA VONTADE”


Para mim, era tudo igual. Só uma mudança de calendário. Não havia motivo para festejar, comemorar o quê?
Eu tinha uma família querida que estava festejando, tudo iluminado, muita festa e dança, uma ceia cheirosa e muitos fogos de artifício que aguardavam a contagem regressiva. Meus familiares sempre gostaram de comemorar o Ano Novo, tinham muitas expectativas de que seria um ano muito melhor cheio de possibilidades, trabalhos melhores, saúde, paz e amor.
Eu estava cansada de tudo aquilo, do agito, das festas. Minha vida não tinha nada de ruim, pelo contrário, eu tinha minha carreira, por sinal bem-sucedida, tinha alguns amigos leais, tinha minhas posses e, ainda assim, sentia um vazio que acabava comigo.
Nada fazia sorrir verdadeiramente. Nada contagiava e mexia com as fibras mais íntimas. Eu estava vivendo por viver. Sem saber até quando ia aquele marasmo, desejei sumir dali. Sumir daquele local onde todos estavam tão esperançosos e felizes.
Foi um daqueles momentos onde a alegria alheia te dá raiva. Eu não tinha aquilo dentro de mim. Vasculhei nas lembranças um momento onde a vida foi melhor para os meus sentimentos, mas eu não encontrei. Podia ser depressão, mas de uma vida inteira?
Parecia que eu estava inserida num lugar que não me pertencia com pessoas que eram completamente diferentes de mim, da minha necessidade de viver, então, cansada daquelas convenções, eu sai sem ser notada.
Caminhei pelas ruas buscando alguma coisa que me preenchesse. Eu andei à toa e vi quando um grupo de pessoas estavam entregando refeições para moradores de rua. Eu observei à distância e me senti comovida. Foi a primeira vez que me senti tocada por alguma coisa. Eu me aproximei deles e perguntei se podia ajudar, uma moça me olhou curiosa, mas informou que toda ajuda era bem-vinda.
Foi aí que comecei a me sentir útil. Eu senti motivação, impulsionamento como se aquilo fizesse todo sentido. Depois disso, conversei com aquele grupo de pessoas do bem e perguntei quem eles eram e me disseram: servos de Cristo.
Eu quis ser serva também e me tornei. Eu ingressei naquele centro espírita e dediquei grande parte da minha vida a assistência dos irmãos necessitados. Eu nunca me senti tão feliz e com tanta confiança.
Hoje sei que foi a inércia que fez de mim uma pessoa entristecida. Minha felicidade estava ligada a oportunidade de fazer algo de útil por nossos irmãos.
Eu sentia, no fundo do meu ser que estava deixando minha vida passar de forma inerte, egoísta, individualista e eu sentia que não podia ser só isso. Através do Evangelho, através da caridade, eu consegui encontrar o motivo de viver. Eu encontrei alegria para os meus dias quando me senti útil numa sociedade onde são tantos carentes.
Existe muito a ser feito, em todos os lugares que você observar, vai perceber o quanto tem gente que precisa de ajuda. Todos podem fazer um pouco através do amor e da boa vontade. Quando você produz, sente milagres na alma. É só assim que nos sentimos mais perto de Deus, não existe outra maneira.
Desejo que no Ano Novo, você descubra uma maneira de se tornar útil e sinta a fantástica modificação no íntimo do ser.
VERÔNICA
12/01/2025
CARTAS DE JANEIRO
WWW. ERASMOGURGEL.COM .BR
PSICOGRAFADO POR PAULA ALVES

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