“ABRAM OS OLHOS”
Eu só pulei. Não queria pensar em nada. Não queria lembrar do dia anterior.
Todos têm motivos. Se você perguntar para qualquer pessoa, ela dirá que já pensou em acabar com tudo e fugir, mas tem que ser para um lugar onde ninguém possa te encontrar. Eu tinha motivos.
A diferença entre quem faz e quem pensa em fazer é se estes motivos vão passar para dar lugar aos objetivos reais ou motivações, mas eu não tinha perspectivas ou motivações, eu só tinha uma vida vazia que não me levaria a lugar algum.
É claro que, se eu soubesse, que somos imortais e que o pior crime que eu poderia cometer era o de tirar minha própria vida, teria pensado nisso de forma bem diferente, mas isso também foi levado em conta durante o meu resgate.
Deus é tão benevolente e condescendente com os nossos erros. Ele é mesmo maravilhoso!
Eu não sabia sorrir, acho que todas as manifestações de hostilidade que sofri durante a minha vida me fizeram odiar viver. Eu não tive amigos durante a infância e durante a adolescência a coisa ficou ainda pior.
Eu poderia culpar meus pais por terem me deixado com meus avós para curtirem a vida medíocre que tiveram. Poderia culpar minha avó por sua negligência permitindo que meu avô me molestasse durante anos. Culpar meus professores que nunca perceberam a maneira como eu me comportei tentando chamar a atenção para a vida terrível que eu tinha, mas eu não vou fazer isso. Eu não quero ser a vítima mais uma vez.
E então, eu estava na adolescência, desejando matar aquele velho que me observava com cobiça, eu odiava. Não adianta tentar esconder aqui toda minha repulsa e indignação por toda a sociedade. Eu não confiava em ninguém e não podia aceitar que minha vida seria melhor dali para frente. Quando eu o enfrentei, depois de anos de violação, ele se enfureceu e eu disse que nós dois devíamos gritar para que toda a vizinhança o reconhecesse como ele realmente era, ele começou a passar mal e morreu de infarto.
Sério? Ele morreu? Como se fosse vítima, como se fosse um bom velhinho, um herói, como se tivesse me criado e proporcionado um lar e cuidados que meus pais me negaram?
Não foi muito justo, ter que ouvir minha avó falar nele com respeito, sentindo pesar e saudades. Eu nem sabia se estava mais aliviada ou ofendida.
A verdade é que ele morreu e eu comecei a me sentir mal, pior do que antes.
Pensamentos terríveis que não podia controlar. Na escola eu sofria agressões verbalizadas de um grupo de meninas que me achavam mal arrumada e, por isso, me perseguiam. Mal sabiam elas o quanto eu estava sendo castigada por meus erros. Ninguém foge da Lei.
Hoje, eu sou agradecida porque passei por momentos ainda mais complicados quando pulei da ponte.
Eu sofri dores e ainda reencontrei meu avô com um aspecto diferente daquele que eu conhecia, eu me lembrei, eu sabia que era ele.
Eu tive confusão por um tempo, fomos arremessados ao vale e precisamos de muito tempo para entender quem éramos de fato, perseguidores muito antigos.
Eu ainda preciso perdoar, não sei como vou conseguir fazer isso, há ainda muita coisa dentro de mim precisando de concerto.
Eu consegui vir para cá por misericórdia divina. Sempre tem gente boa, em todos os lugares por piores que pareçam ser. Eles viram a nossa situação e sentiram o quanto eu estava pedindo ajuda. Daí, quando acordei estava aqui, ao meu lado tinha muita gente que eu conhecia de outros tempos, pessoas que se compadeceram de minha situação.
Hoje, me esforço para melhorar, para que minha mente possa se livrar de tantas lembranças hostis. Eu preciso me tornar uma pessoa melhor, mais receptiva. Eu preciso acreditar que existem pessoas que são sinceras e amorosas. Eu quero atrair para perto de mim estas pessoas, eu quero ser uma delas.
Fica a dica: a criança e o adolescente estão sempre envolvidos com pessoas de todos os tipos, uns bons, outros maus. Aqueles que são tutores devem ficar atentos para que possam bem encaminhar e que possam proteger, se este for o caso. Abram os olhos.
ELEONORA
28/06/20
----------------Paula Alves--------------------
“EU CRITIQUEI A DEUS TODAS AS VEZES QUE CRITIQUEI O CAMINHAR DAS CIVILIZAÇÕES”
Eu fiquei muito indignado. Tinha tanta coisa errada ao meu redor, parecia que as pessoas não percebiam o quanto a situação só nos colocava cada vez mais inferiores aos demais. O pobre cada vez mais pobre.
Eu era trabalhador, homem de família, mas a situação financeira era tão precária que, se eu não me matasse de trabalhar, faltaria comida na nossa mesa e eu não podia admitir que meus filhos passassem fome.
Quando percebi que as eleições estavam chegando e aquele bando de aves de mau agouro só querendo o voto, eu me revoltei. Chegavam a oferecer dentadura para os pobres desdentados, coisa precária mesmo. Abusando do poder para rir da desgraça alheia e o bando de pobre se curvando aos desmandos por um pedaço de carne. Eu comecei a bradar, eu não queria saber se estava ofendendo, falei de candidatura, de direito social e de liberdade de expressão, sem medo de ser preso.
Mas, meus companheiros, aqueles que viviam perto de mim, que passavam pelas mesmas dificuldades, disseram que eu os estava cansando, minha esposa disse que eu estava irritando a todos. Eu não compreendi.
Me acostumei a reclamar. Parece que consegui desenvolver um senso crítico ousado e acusador onde todos a minha volta só podiam estar errados. Aos poucos, eu não falava apenas de política, mas sobre tudo e todos. Eu me acostumei a reclamar e não percebi o quanto estive errado.
Os anos se passaram e eu perdi muitas oportunidades de me calar e ouvir aqueles que estavam dispostos a argumentar de forma consciente. Pessoas genuínas que poderiam ter me ensinado uma nova maneira de pensar, eu não deixei que falassem.
Desencarnei tão alienado, tão ofendido e escutei de você uma coisa que nunca imaginei.
EU BLASFEMEI. Eu critiquei a Deus todas as vezes que critiquei o caminhar das civilizações.
Quantas vezes eu critiquei políticos, sistemas sociais, acadêmicos, econômicos e não percebi que faz parte do progresso as dificuldades e a tolerância.
Eu nunca imaginei que Deus permite que as coisas aconteçam. Nunca imaginei que tudo está sempre certo porque é a forma que Deus usa para educar Seus filhos incautos e orgulhosos.
Quando eu compreendi isso, quando ouvi, eu me envergonhei porque percebi que eu estava sendo arrogante e presunçoso o tempo todo, durante toda a minha vida. O pior é que eu queria que as coisas mudassem, mas eu não fiz nada para contribuir com a mudança do mundo.
Muitos podem ser como eu. Reclamam, se acham vítimas, se revoltam com a situação do mundo, esbravejam porque conseguem ver as melhores estratégias para mudarem isto ou aquilo, mas realmente não fazem nada.
Esta pessoa inerte sabe que não faz nada e, neste momento, pode refletir que é tão feio criticar tudo o que está ocorrendo porque faz parte da Providência Divina nos ensinar a sermos pessoas melhores a partir das tribulações coletivas.
Se pudéssemos perceber o quanto nossos pequenos passos, nossos deveres diários podem ajudar a melhorar todo o Planeta, mas para isso, devemos ter esforço e mobilização consciente. Não colocar os compromissos nos braços alheios e sim realizarmos o que nos compete para acelerar a transformação do mundo. Eu compreendi e me sinto muito constrangido.
LAURO
28/06/20
--------------------Paula Alves--------------
“VOCÊ DEVE UTILIZAR O TEMPO DA MELHOR MANEIRA QUE PUDER E SORRIR, FAZER SORRIR, VIVER E FAZER VIVER”
Ela adoeceu e eu me frustrei porque achei que poderia salvá-la, mas não pude.
Eu achei que a vida seria longa. Acreditei que poderia deixar o beijo e o abraço para depois. Eu pensei que a conversa onde eu a agradeço por ter sido uma boa menina poderia esperar para o outro dia porque eu estava tão cansada.
Achei que o bolo de chocolate que ela me pediu pudesse ser feito no final de semana e eu pensei em brincar de boneca, mas eu queria assistir um filme e pedi para esperar.
O meu erro foi achar que ela podia me esperar sempre. Eu fui muito egoísta porque sempre me coloquei em primeiro plano e eu fui a mãe.
CADÊ A LÓGICA DA RENÚNCIA E DA ABNEGAÇÃO?
Se eu soubesse que ficaria com aquele peso, aquela culpa, eu teria me deixado em segundo plano. A sensação de angústia por perder alguém tão próximo é inexplicável.
Eu me arrependi do que não fiz, entende?
Eu me arrependi das muitas coisas que poderíamos ter feito juntas. Das danças, dos divertimentos, da contação de histórias e das tranças que eu poderia ter feito em seus cabelos. Eu podia ter sido uma ótima mãe, mas eu escolhi ser relapsa.
Eu escutei muitas amigas dizendo que eu não podia me anular porque tinha uma filha. Eu ouvi dizer que eu tinha que continuar me cuidando, não devia ser desleixada ou deixar minha vida de lado, aquilo que me dava prazer, os meus momentos de alegria, mas precisei perder minha filhinha para ter certeza de que os melhores momentos da minha vida vieram na companhia dela.
Nós somos muito ridículos porque temos coisas simples que nos alegram.
POR QUE TEMOS TANTAS AMBIÇÕES?
Olívia morreu com quatro anos. Uma pneumonia que se arrastou e até que eu pudesse perceber, já tinha tomado os dois pulmões e minha menina já não podia mais respirar quando eu finalmente procurei ajuda especializada.
Fiquei sem minha menina e com a culpa que ainda me martiriza.
Você deve fazer o máximo que puder, mesmo que sofra, mesmo que canse. Você deve utilizar o tempo da melhor maneira que puder e sorrir, fazer sorrir, viver e fazer viver.
Doe-se, envolva-se, deixe as unhas de lado, solte os seus cabelos, fique de pijama e sorria, abrace seus filhos mais uma vez, dance com eles, hoje, agora, como se este fosse o único dia que você vai ter com aquela pessoa que você ama.
O dia de nascer e morrer pertence a Deus. Cada um de nós tem este dia marcado e nós não temos como saber quando será. Pode ser hoje, amanhã ou daqui há cinquenta anos. Aproveite o seu dia e o dia de quem você ama para que quando chegar a hora você não se arrependa tanto.
LENITA
28/06/20
-----------------Paula Alves------------
“É ASSIM QUE NÓS SABEMOS QUE TEMOS QUE NOS ENVOLVER COM O BEM E COM AS BOAS AÇÕES”
Porque ela me irritava, só por isso. Eu queria ser a melhor, mas ela era tão criativa e atenciosa. Difícil não gostar dela, as pessoas elogiavam e queriam estar sempre por perto, ela era cativante. Mas, eu percebi o quanto aquela mulher estava roubando a cena e atrapalhando os meus planos, eu não queria que ela estivesse por ali, eu a queria fora da empresa porque ela estava me atrapalhando, estava em competição comigo, mas acho que nem sabia.
Então, aos poucos eu comecei a minar a confiança que as pessoas tinham nela. Eu manipulei e agi pelas costas, acreditando que ninguém podia desconfiar, mas me surpreendi.
A mulher chegou até mim e disse que sabia o que eu estava fazendo, mas ela não se incomodava, que fosse feita a vontade de Deus. Eu me mortifiquei.
Como ela poderia saber o que estava acontecendo?
Eu não me importei muito com o que ela disse e continuei com minha atitude baixo nível de sabotagem. Naquela mesma tarde, eu saí da empresa furiosa com a coragem daquela mulher de me afrontar e fiquei distraída na direção do carro.
Quando o acidente aconteceu, eu não consegui atinar da realidade dos fatos, retornei para casa, falei com meus pais, porém ninguém me respondia, não compreendia porque na empresa ninguém queria falar comigo e vi quando a mulher chorou e pediu perdão para mim.
Eu havia desencarnado e não podia imaginar que a vida continuava e eu estava perambulando sem compreensão e sem destino.
Eu vi o quanto ela se esforçava e saia de lá para o orfanato, doava e ajudava como podia. Tinha uma proposta na empresa de levar conhecimento para dentro do orfanato, projeto social que poderia ajudar muitos desvalidos. Enquanto ela trabalhava sério, eu me preocupava em atrapalhar os planos.
Fiquei tão desajustada, chorei, pedi que Deus olhasse por mim e me ajudasse a dar um rumo naquela vida que não se acabou junto com o carro.
De repente, perto de mim, a avó amada a esclarecer todos os fatos. Ela disse que “todas as vezes que pessoas nobres reencarnar, elas são assessoradas por um grupo de Espíritos que se esforçam para que os planos se concretizem, ninguém deve atrapalhar porque é trabalho do bem para um grupo de necessitados. É missão que deve triunfar em prol de muitos.
Todo aquele que se alia ao mal para prejudicar, mesmo de forma inconsciente, pode ser retirado do local num piscar de olhos. Tudo o que for dos planos de Deus vai se realizar, de uma forma ou de outra.
Deus ama todos os Seus filhos, mas é Pai sério, consciencioso. Não faz distinção e nem tem preferidos, mas deseja que todos sigam o bem e não permite quem atrapalhe aquele que está se empenhando”.
Eu me senti mal, mas sabia que ela estava trabalhando pelo bem de tantas crianças, eu só pensei em mim e na minha posição dentro da empresa, fui egoísta e orgulhosa, não tinha compreensão dos fatos porque não desejei conhecê-la e saber de suas inclinações.
É assim que nós sabemos que temos que nos envolver com o bem e com as boas ações. Eu podia ter sido útil para a coletividade. Espero que da próxima vez eu tenha melhores condições morais para me aliar a projetos nobres como aquela mulher fez e saiba que armações e manipulações estão sempre sendo visualizadas pelos seres espirituais. VALDIRENE
28/06/20
--------------------------Paula Alves------------------------------
“POR QUE É QUE UMA PESSOA DEVERIA MORRER JUNTO COM A OUTRA?”
Eu sabia de tudo porque conseguia ver os pensamentos dele. Logo que morri, me senti vítima da situação, como se ele tivesse tirado minha vida de mim. Eu perdi tudo. Perdi todas as minhas oportunidades por conta daquela doença e percebi o quanto ele desejava estar entre nós.
Eu via a forma como ele olhava para minha esposa, mas ela estava tão fragilizada sabendo do meu fim próximo, ela precisava se apoiar em alguém e não vi mal algum, mas me tornei um farrapo de homem e ele estava sempre por perto, comecei a ver maldade em tudo, mas já era tarde, ela já estava envolvida.
Como é difícil partir e deixar a família para trás. Eu me senti egoísta porque não queria que ele se aproximasse dela e dos meus filhos. Acreditei que ele poderia ajudá-los, mas eu tive ciúmes e não consegui seguir meu rumo, eu permaneci no lar, vendo tudo o que faziam e ouvindo os pensamentos dele que, aos poucos, tiveram formas horríveis.
O desgraçado não queria apenas minha família, mas também todos os nossos bens, eu me preocupei que o golpista pudesse tirar tudo o que deixei para eles. Como uma pessoa pode se aproveitar de um momento tão sofrido para se dar bem?
Existem muitas pessoas oportunistas. Pessoas que se aproveitam do sofrimento alheio para aparecer entre as demais, para se dizerem imprescindíveis, solícitas, sempre dispostas a ajudar, mas sempre têm interesses. Pessoas que exploram e tiram tudo o que necessitam para se engrandecerem.
Eu fui tão ingênuo. Até pensei que ele a amasse, se fosse assim, eu teria partido, certo de que eles ficariam bem, eu teria ido embora, mas não podia permitir.
Eu passei a segui-lo, eu queria que ele falhasse. Eu tentava invadir seus pensamentos. No início eu não sabia como proceder, mas eu entendia como deveria me comportar, ludibriá-lo, convencê-lo de que todos o apoiariam, fazer transações bancárias, sugerir bons empreendimentos, até que ele perdesse tudo o que tinha e fizesse pedidos a ela.
Falasse para ela coisas que eu sabia que ela iria desconfiar. Todo mundo pode ser o que quiser.
Eu escolhi ser bom e correto, viver minha vida seguindo o caminho reto porque fui educado assim, seguindo bons princípios, mas precisei me tornar como ele para salvar minha família. Antes do pedido de casamento minha esposa já estava convencida de que ele era um explorador, ela soube se esquivar e dar justificativas plausíveis que fizeram com que ele acreditasse que ela estava falida e não poderia se envolver com ele naquele momento porque precisava cuidar dos filhos com seriedade. Ele nem se esforçou para tê-la, saiu aliviado que não teria que suportá-la por mais tempo.
Eu não gostei de vê-la chorar. Ela gostava dele e acreditou que poderia refazer sua vida. Eu não gostei. No fundo, queria que ela pensasse, apenas em mim, em nós. Eu tinha um desejo que ela iria se guardar para mim como tantas viúvas que nunca mais encontram o amor, nem ousam procurá-lo.
Mas, eu não tinha este direito. Por que é que uma pessoa deveria morrer junto com a outra. Eu nem sei se faria o mesmo. Não posso concluir. Eu olhei para ela, grato por todos os anos que estivemos juntos, pela família que construímos e desejei sair dali. Eu ainda não sabia bem, mas deveria ter um lugar apropriado a todos que morrem. A vida não poderia ser uma eternidade sem justificativas. Deus não poderia errar assim. Eu apenas desejei e me sentei ali no sofá da sala quando vi minha mãe. Quão jubiloso foi vê-la. Poder admirar seu rosto tão rejuvenescido, tão luminoso.
Se eu tinha qualquer ideia do que era a felicidade, aquele momento transcendia minha razão. Eu só posso ser grato por tudo o que vivi. RAMIRO
21/06/20
---------------------------Paula Alves----------------------
“DEVEMOS ESTAR ABERTOS PARA O AMOR”
Eu tive ímpetos de matá-la em todas as vezes que nos encontramos e ela estava sempre disposta a me ajudar, mas me criticava na frente do meu esposo. Como era covarde fazer tudo melhor. Falar com tanta delicadeza incentivando meu esposo a comparar nossa maneira de cuidar da casa ou de preparar o jantar. Eu nunca poderia superá-la.
Minha sogra foi a melhor dona de casa que eu conheci. Mulher realmente prendada, ela sabia fazer tudo e com esmero. Todos a cobriam de elogios e, por isso, eu não poderia ser a melhor nora. Eu não sabia fazer nada direito e o fato de gostar de estudar e desejar ter uma carreira era um dos piores motivos para que meu marido arrumasse outra mulher.
Mas, chegou o dia em que anunciei a gravidez. Os olhos dela brilharam, eu não pensei que ela mudaria tanto. Ela me abraçou e dedicou um sorriso tão carinhoso que eu até me emocionei.
Eu tive uma gravidez muito difícil e não pude contar com o apoio dos familiares, minhas irmãs estavam envolvidas com suas próprias famílias e minha mãe já era falecida há muitos anos. Minha sogra nos apresentou a solução: ela se mudaria para nossa casa e cuidaria de nós. Eu fiquei insegura porque nós nunca nos demos bem. Como seria viver sob o mesmo teto?
Eu aceitei e vivi os melhores meses da minha vida. Eu abri as portas da minha casa porque precisava de cuidados, precisava de ajuda e ela me tratou como filha.
Não havia o que ela não pudesse fazer, sempre prestativa e delicada. Me ajudou a preparar o enxoval do bebê e nunca se envolveu no meu relacionamento com o filho dela, pelo contrário, eu ouvi diversas vezes quando ela me defendeu e disse que o filho deveria ser cuidadoso para não ferir meus sentimentos.
Eu me senti mal. Eu pensei mal sobre ela e a julguei errado. Estabeleci entre nós um relacionamento de discórdia que foi quebrado pelo amor que ela sentia pelo filho, além do desejo que ela tinha em ser avó. Aquela mulher me ensinou muita coisa nos meses que estivemos juntas.
Nos tornamos boas amigas, digo até, confidentes. Eu passei a desejar a companhia dela e a tratá-la com imenso carinho. Quando ela desencarnou, eu senti muito, senti mesmo solidão. Meu esposo me consolou, parecia que a mãe era minha.
Eu digo que nós devemos estar abertos para o amor. Não apenas o amor conjugal, de homem e mulher, mas o amor fraternal. O amor puro entre todas as criaturas. Nós devemos nos esforçar para fazer a paz reinar nos lares, no ambiente de trabalho, na sociedade de forma geral.
Nos esforçarmos para amar.
MARIA ANTÔNIA
21/06/20
---------------------Paula Alves----------------
“EU QUERIA SABER QUEM É O PURO, QUEM É ISENTO DE SER JULGADO SE TODOS NÓS TEMOS ERROS E DEFEITOS?”
Eu não estava preparada para passar por tanto preconceito, acho que ninguém estaria. Eu tive uma adolescência boa, fui tão bonita, tive tantos pretendentes. Mas, a doença chegou.
Não foi nada demais, vitiligo. A pele branca foi tomando proporções enormes no meu rosto, não tinha como esconder.
Quanto mais ela crescia, mais eu me desesperava e ela crescia mais. Uma mancha branca que destacava minha diferença no meio da multidão.
Era tão fácil chamar a atenção. Naquela época ninguém sabia o que era aquilo. Não sabiam se era contagioso. O medo do contágio é terrível porque as pessoas não querem encostar em você e eu não podia me defender porque também não sabia o que eu tinha.
Aos poucos, tentei cobrir o corpo e foi duro sair com roupas bem fechadas nos dias mais quentes, porém, o rosto não tinha como esconder. Eu não quis mais me socializar, eu quis me esconder por vergonha, eu não queria falar o que eu tinha, eu não queria explicar.
Difícil imaginar um mundo onde ninguém sabe quem está doente. Todos podem ser doentes e as pessoas ainda continuam com uma questão tão ridícula quanto o preconceito. Eu queria saber quem é o puro, quem é isento de ser julgado se todos nós temos erros e defeitos?
O mundo se modifica para que as pessoas reflitam sobre suas próprias atitudes porque não existe aquele que não julga.
O HOMEM CONDENA A MULHER, O BRANCO MASSACRA O NEGRO, O RICO EXPLORA O POBRE, O ADULTO MENOSPREZA A CRIANÇA, O JOVEM INSULTA O IDOSO, E ASSIM POR DIANTE.
Eu mesma, levei muito tempo para compreender por que tive que passar pela prova do vitiligo. Nem foi grave, mas mexeu com minha autoestima, com minha vaidade, meu orgulho. Muitas existências com uma bela aparência, humilhando tantos homens, me aproveitando do meu belo rosto para chamar a atenção e conseguir o que eu desejava.
Eu não sei se eu me limpei totalmente. Ainda tem gente que discorda das múltiplas existências. Muita presunção achar que vai aprender tudo e evoluir em uma única existência nesta Terra louca.
Aqui nós estamos todos no mesmo barco. Devíamos ficar tão contidos na hora de apontar alguém...
BIANCA
21/06/20
---------------------Paula Alves---------------
“QUANDO SE MUDA DE LADO, MUDA TUDO”
Aquela sensação de delírio para fazer uma crueldade já passou. Fico constrangido por pensar em quantas pessoas fiz sofrer. Como que a gente pode ver a pessoa sofrendo bem perto, pedindo ajuda e você se aproveitar disso para se beneficiar?
A Justiça de Deus sempre impera. Eu nunca tive piedade daqueles súditos. Achava que tinham que me servir. Aprendi com meu pai que aprendeu com o pai dele e, assim por diante. Educação cruel que escraviza e acha tudo muito normal.
A gente achava estranho quando falavam de Lei da Abolição. Como termos que abandonar o trabalho escravo? Como termos que contratar funcionários? Absurdo! Gerava discussão e quebra de contratos. Ninguém queria afirmar que concordava com tal coisa, mas eu não queria nada disso. Estava muito acostumado com minhas regalias de branco.
As vidas são perfeitas. Quando se muda de lado, muda tudo. Tem coisas que a gente só sente na pele e eu mudei. Renasci naquela mesma senzala, na senzala que o meu neto cuidava, mas eu não era o neto dele porque era o negrinho que vivia sendo surrado.
Eu fui o negro revoltado que quer matar o patrão. A gente não via saída, a gente só tinha revolta e dor.
Eu não estou dizendo que é certo ou errado, mas é da Lei. Eu paguei cada centavo de tudo o que fiz os outros sofrerem.
Muito tempo se passou e quando renasci, já estava bem modificado, branco com outra consciência. Eu não tomava partido, ficava na minha. Eu nem mesmo queria me pronunciar. Já não tinha mais escravos, eu era pobre e tinha que trabalhar muito para ter comida no prato, aprendi bastante. Aprendi que tem injustiça de todos os lados.
Assim, foram várias vidas onde eu vi crueldades de todos os tipos e tive minhas revoltas. Hoje, eu entendo que as pessoas todas sentem quando passam por algum tipo de preconceito.
A VIRTUDE MAIS BELA É A INDULGÊNCIA PORQUE SE A GENTE PUDESSE SE VER SEMPRE NO LUGAR DO OUTRO, SEMPRE TENTARIA AJUDAR E NUNCA IRIA DESPREZAR OU FAZER ALGO PIOR.
Isso porque a dor do outro dói tanto quanto a minha dor e se eu não quero sofrer não devo provocar sofrimento em ninguém.
É tão simples fazer o bem, mas as pessoas se atropelam para ter tudo o que desejam. É um simples pensamento, uma palavra que ofende.
Falta tanta coisa para nos tornarmos um pouco mais civilizados: respeito e igualdade. Acho que se começássemos com respeito e igualdade já seria um bom começo.
ZECA
21/06/20
---------------------Paula Alves-----------------------
“NINGUÉM PODE INTERFERIR NA VIDA DOS OUTROS OU NAS ESCOLHAS ALHEIAS, NÃO É JUSTO”
Eu queria que ela desse o meu recado, só isso. Não desejei importuná-la. Eu precisava falar para minha esposa o que deveria fazer dos nossos bens. Ela nunca soube como resolver nossas questões financeiras e eu precisava auxiliá-la, ainda neste momento, depois do meu desencarne. Para que serve uma médium se não pode ser intermediária nestas horas?
Eu fiquei muito irritado porque demorou para me conscientizar de minha situação, estar em meu antigo lar, perceber que nenhum deles poderia me ouvir, mas me sentiam. Notar o quanto minha esposa sentia minha ausência e como meus filhos eram egoístas e presunçosos, querendo manipular a pobre coitada que estava sofrendo tanto por minha partida.
Aí encontro a médium e ela se recusa a transmitir minhas ideias? Isso foi um absurdo, eu me revoltei e passei a persegui-la, mas ela me enviava informações relacionadas ao desapego e a continuação da vida após a morte do corpo, a necessidade de elevação, falava que eles deviam seguir a vida sem minha influência, eu deveria deixá-los em paz, eu?
Meu senhor demorou muito tempo para que eu pudesse perceber o quanto eu estava atrapalhando minha esposa no nosso lar, ela se entregou a depressão e ao pesar, meus filhos brigavam por tudo, tudo o que construí com tanto trabalho para termos uma vida um pouco confortável, não era para brigarem.
O fato é que nós devíamos ter conversado sobre isso, uma bela conversa franca sobre a vida futura.
Nós devíamos ter estabelecido o que desejávamos que fosse feito quando fossemos enviados para o mundo espiritual. Nós nunca sabemos qual será o dia, portanto, devemos conversar sobre o assunto, nem que seja necessário deixarmos nossa vontade por escrito, para que possamos partir em paz, sem interrupções, sem pendências. O que importa o carro ou as casas que foram deixadas diante da vida espiritual que se apresentou para mim?
Eu tinha tanto a fazer, não por egoísmo, mas por uma necessidade evolutiva, eu não podia ficar ligado à matéria, mas fiquei por anos.
Hoje eu compreendo melhor todas as coisas e compreendo bem os porquês daquela médium que se recusou em informar o que, para mim, era tão importante. Ela não podia interferir. Ninguém pode interferir na vida dos outros ou nas escolhas alheias, não é justo.
Procure resolver tudo o que tiver de importante, enquanto está ligado à materialidade para que, depois da morte, você possa encontrar um futuro lisonjeiro e sereno onde aprenderá uma série de coisas oportunas ao seu aprimoramento. Não se comprometa com o que diz respeito, apenas aqueles que ainda estão encarnados.
OSVALDO
14/06/20
-------------------------Paula Alves------------------
“EU AINDA ACHO QUE AS PESSOAS FALAM SOBRE O PERDÃO, MAS NÃO SABEM PERDOAR”
Ele mentiu tanto, isso fez com que eu considerasse muitas coisas ruins para afastá-lo de nossa filha. Na época pensei como pode ser possível nos transformarmos em alguém tão má por causa de outra pessoa. A verdade é que a ocasião faz o ladrão. É fácil ser bom quando está tudo bem ou quando você tem pessoas tão nobres ao seu redor.
O fato é que meu esposo fez de mim o que quis e me tirou do meu lar, me tirou a guarda da minha filha, colocou outra mulher no meu lugar e me denegriu tanto que minha filha nunca quis saber de mim. Eu passei minha vida toda desejando mal a ele, pensando por que Deus permitiu que eu tivesse uma vida tão miserável.
Eu queria contar uma história com final feliz, mas nunca tive motivos para ser feliz ou para ver o bem nas pessoas. Ainda agora, tenho tentado me envolver com bons pensamentos, mas tem sido bem complicado.
Eu fui boa, até então, ou se achar melhor, eu posso dizer que nunca fiz mal a ninguém e tinha sonhos, tinha motivos para achar que eu seria feliz.
Existem muitas pessoas como eu que sofrem o tempo todo e são mal tratadas pela vida e pelas ocasiões, o que eu poderia pensar?
Cheguei aqui depois de uma vida tão miserável de rasos sentimentos e fui informada que sofri o que fiz os outros sofrerem. Como assim?
Eu me casei super jovem, amava aquele homem com todas as minhas forças, nunca o feri em seus sentimentos e quando perdi tudo, nem mesmo, meus familiares ficaram ao meu lado, eu fui abandonada por todos.
Eles me explicaram que eu deveria observar tudo de outro ponto de vista. Em outra existência tive a mesma família, mas eu era o esposo e abusei da minha filha, meu esposo nesta vida era minha mulher e ela jurou que nunca mais iria permitir que eu me aproximasse de nossa filha ou a ferisse novamente.
Eu compreendi o que me explicaram, mas não bastou tudo o que fiz para me modificar? Eu jurei me comprometer com eles. Eu prometi que seria uma boa mãe e esposa, mas ele me privou da tentativa, eu não pude nem mesmo me esforçar.
Eu ainda acho que as pessoas falam sobre o perdão, mas não sabem perdoar. Eles não se esquecem totalmente, no íntimo, parecem saber e atrapalham a nossa tentativa para sermos pessoas melhores. Eu não sei até que ponto isso é correto.
Eu colhi a punição para o meu erro do passado, foi pior do que a prisão, toda a solidão que vivenciei por uma vida inteira. Sei que não tenho motivos para cobrar nada de nenhum deles e me coloco a disposição dos instrutores para realizar o que for adequado para minha evolução, só não estou muito animada doutor. Acho que a vida é só isso mesmo, sofrimento atrás de sofrimento, mais nada.
GLÓRIA
14/06/20
-------------------Paula Alves----------------------
“FAÇA O SEU MELHOR HOJE SEM SE PREOCUPAR COM O QUE SERÁ DO AMANHÔ
Eu me mudei várias vezes, havia sempre uma sensação de algo ruim que estava por acontecer. Falava sempre ao meu esposo que eu me sentia mal, aguardando uma má noticia, mas passou tanto tempo e ele achou conveniente me dizer que nada aconteceria, eu era pessimista e mais nada.
A casa era muito boa e paramos de nos mudar. Nossos filhos cresceram, tudo estava bem e eu procurei um psiquiatra para ver se com medicamentos eu poderia me sentir melhor, sem aquela angústia que me perturbava tanto, mas os remédios não ajudaram.
O tempo passava rápido demais e eu estava prestes a surtar quando tive uma inclinação estranha, pedi que meu esposo viajasse com nossos filhos para a casa de uns parentes no interior, ele foi sem se impressionar com meu pedido, acho que ele estava me considerando um pouco excêntrica.
Mas, o dia finalmente chegou, a casa ruiu. A casa com tão boa fundação, ninguém soube entender o que motivou a sua destruição, mas ela simplesmente desabou no local onde eu estava dormindo e eu desencarnei naquela noite, apenas eu sofri e meus familiares ficaram desnorteados.
O fato é que nós temos intuições, mas o meu grande erro foi me impressionar demais com minha sensibilidade.
Nós temos que viver, enquanto estamos envolvidos com pessoas tão importantes para nós. Eu perdi muitos momentos radiantes porque estava temerosa. Eu deixei de curtir momentos com meus familiares que nunca mais voltarão e disso eu me arrependo.
Não fique temerosa se você sente que algo pode te acontecer. A grande verdade é que realmente vai acontecer um dia, mas não necessariamente agora e você não precisa se privar de momentos interessantes por causa disso.
Acho que o mais importante de tudo é aproveitar cada instante. Eu deveria ter feito isso. Deveria ter sorrido mais, ter dançado mais, beijado meu esposo e ter agradecido por tudo o que recebi dele, por tanta paciência e consideração. Eu deixei de falar tantas coisas que eram essenciais para tantas pessoas que eu amo, nem sei se eles compreendem, se eles sabem.
Eu me arrependo, não vivi intensamente. Se preocupe com o agora, faça do momento atual o seu melhor momento e não deixe nada inacabado ou mal entendido, faça o seu melhor hoje sem se preocupar com o que será do amanhã. Deus sabe do nosso amanhã.
EU AINDA VIVO, NADA SE ACABA.
SILVIA
14/06/20
----------------------Paula Alves------------------
“NINGUÉM PODE SE DESENVOLVER FAZENDO, APENAS O QUE É MAIS CÔMODO PARA SI”
Eu não queria me magoar. Preferi viver com meus gatos. Era uma vida simples onde a casa sempre estava do jeito que eu deixei, cada coisa em seu lugar, com ordem e disciplina. Os bichanos me faziam sorrir, foram minhas companhias. Eu era tão jovem, tão independente. Tinha minha liberdade, meus passeios, a solidão não me amedrontava, eu era feliz.
Mas, o tempo passou e eu perdi o meu primeiro gato, já velho, doente, chorei tanto e pensei que o fim chega para todos. Todo mundo envelhece, pode adoecer e pode precisar de ajuda.
Eu comecei a pensar no meu futuro e em quantas pessoas afastei do meu convívio porque não tinha paciência com elas. Eu confessei para mim mesma: para mim, ninguém era bom o bastante, eu preferia ficar só.
Eu fui envelhecendo e não quis me relacionar, eu não sabia como me comportar com as outras pessoas que pareciam chatas demais. Eu era muito exigente, aí comecei a ter dores generalizadas, precisei fazer exames simples que precisavam de acompanhantes e eu não tinha quem chamar porque éramos apenas, eu e meus gatos.
O que eu poderia fazer? Como eu poderia mudar aquela situação?
Eu não fiz os exames, eu não me cuidei, eu me entreguei para a solidão e para a inércia.
Eu me arrependo de tudo isso, dos planos que ficaram de lado porque eu não tive paciência com as pessoas. Eu precisava ter me casado, mas eu não quis investir tempo e sentimentos num relacionamento. Eu precisava ter filhos, mas eu não tinha paciência com crianças.
Então, todos os planos ficaram de lado porque eu resolvi caminhar no trajeto mais fácil, mais cômodo para mim, isso é errado.
Ninguém pode se desenvolver fazendo, apenas o que é mais cômodo para si. As pessoas têm que fazer renúncias e valorizar as outras pessoas para avançar, para desenvolverem sensibilidades diferentes, para trocarem informações.
Eu perdi. Não foi apenas a oportunidade de me aprimorar tendo uma família, mas também, perdi a chance de ter um final mais digno e feliz. Não tive um amigo que me acompanhasse para os exames necessários e quando desencarnei demorou um bom tempo para notarem minha ausência nas redondezas. O cheiro fétido do corpo em decomposição levou curiosos à porta da minha casa. Eu sofri muito. Um pesar que nem posso mencionar.
Eu precisei disso para sentir a lamentação.
Hoje faço planos para um futuro melhor. Desejo nova oportunidade, refazer os planos e desta vez ter uma grande família para me desenvolver. Para isso, estou me tratando, me relacionando com as pessoas em grupos de terapia, me envolver ainda é difícil, mas eu vou conseguir.
Apesar de qualquer coisa que tenha acontecido com você, se você se decepcionou com alguém que te fez sofrer ou se fechou por ter sido iludido, ainda assim, não se tranque, não distancie as pessoas de você, não anule seu potencial de socialização.
A melhor coisa do mundo é termos com quem contar, é sentirmos satisfação de estarmos com quem nós gostamos e poder trocar experiências com as outras pessoas.
PERMITA-SE A FELICIDADE DE ESTAR COM PESSOAS QUE VOCÊ AMA.
VALQUÍRIA
14/06/20
----------------Paula Alves------------------
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