“Expiação para mim, prova para eles”
Tinha tudo para ser
uma vida tranquila e feliz, não fosse o fato de não conseguir controlar meus
pensamentos.
Nasci em uma
família cheia de posses e títulos, boa posição social, todos queriam estar
próximos dos meus genitores que eram amáveis e solícitos. Porém, fui a
terceira de seus filhos, apesar dos muitos mimos, não conseguia socializar
adequadamente por causa dos meus rompantes de agressividade.
Minha mente era
muito confusa, aflita, eu pensava de forma atrapalhada, parecia que via coisas
onde elas não existiam e julgava que todos estavam contra mim como se me
perseguissem.
Muitos poderiam
supor que eu estivesse sofrendo alguma influência maligna ou mediunidade
incontrolável, mas a verdade é que a mente estava em desequilíbrio.
Meus pais
perceberam desde cedo, mas na fase da adolescência a coisa ficou insuportável.
Uma amiga da minha mãe percebeu algo desagradável e insinuou que eu devia
procurar um psiquiatra, isso bastou para que, de forma sutil, minha mãe se
afastasse dela.
O fato é que,
naquela época, psiquiatras eram evitados a todo custo porque, aparentemente,
tratavam de loucos. Meus pais jamais deixariam transparecer que a filha caçula
tinha algum problema mental. Com isso, nunca procuraram tratamento
especializado para mim e sofri muito com o passar dos anos e o agravamento da
minha doença.
Eu fiquei isolada,
cada vez mais, meus familiares faziam de tudo para me deixar longe das festas e
badalações. Todas às vezes, que recebiam pessoas em casa, tratavam de contratar
uma tutora para providenciar que eu não sairia do meu quarto e não seria vista,
nem ouvida por ninguém. Eles diziam que eu estava ausente, estudando no
exterior ou na casa de algum parente distante.
Senti falta dos
meus familiares, falta de amigos ou do contato com os compromissos juvenis como
escola e festas. Eu queria ser normal, mas a coisa estava piorando quanto mais
triste eu me sentia.
Eu me senti
solitária e infeliz, desejei que a minha vida acabasse e me senti definhar
porque não queria comer, nem me cuidar. Foi fácil para os meus pais incumbir a
cuidadora dos meus cuidados integrais e ficarem distantes de mim, um serzinho
que dava raiva. Aos poucos, tudo foi se acabando dentro de mim e o corpo foi
perdendo as forças até que desencarnei com dezenove anos.
Eu poderia ter sido
considerada uma suicida porque eu permiti que o corpo físico tivesse as forças
extintas, mas em decorrência dos problemas mentais, fui socorrida imediatamente
e permitiram minha entrada nesta colônia para receber tratamento especializado.
Levou um tempo até
que eu pudesse compreender tudo isso. Levou tempo para que eu conseguisse me
lembrar do passado, mas eu entendi. Nada é por acaso. Eu prejudiquei o
organismo mental por conta do abuso das drogas, arruinei a estrutura orgânica e
também meu perispiríto, necessitei de outra existência onde eu tinha defeitos
na mente, eu precisava de tratamento psiquiátrico, mas minha família optou por
não me fornecer o que eu necessitava por constrangimento social.
Expiação para mim,
prova para eles. Superei em partes, eles não. Aceitei tudo o que me fizeram,
cada um sabe dos seus próprios sofrimentos. Aqueles que não compreendem o que
ocorreu enquanto Espíritos encarnados, terão a chance de rever seus deslizes no
mundo espiritual, assim todos sempre se esclarecem e poderão recomeçar numa
nova encarnação.
Só sei dizer que a
possibilidade de analisar, refletir, ponderar e organizar pensamentos é bom
demais. Sou muito grata pelo tratamento que me permitiram fazer aqui. Obrigada.
Brígida
01/02/2025
***
“Todos podem se reerguer com fé e esforço contínuo”
Hoje eu sei que
estava sendo inspirado por meu amigo espiritual que não estava desejando ver
tudo se encerrar com um suicídio. Ele se esforçou e eu consegui receber as
imagens que ele me enviou.
Foi como se eu
estivesse visualizando minha vida cheia de possibilidades novas se eu decidisse
me esforçar um pouco mais. Tudo dando certo, felicidade e progresso. Eu poderia
conseguir mesmo com as dívidas e a vida difícil.
Eu tinha que tentar
e deixei a arma de lado, confiante, cheio de esperança. Eu precisava tentar
mais uma vez. Depois que minha esposa me deixou e disse que eu nunca seria
nada, além de um verme, um lixo que ninguém é capaz de valorizar, tirou meu
filho de mim e partiu para o interior, declarei minha morte. Roubei a arma do
meu irmão que era policial e preparei tudo para me matar, mas tudo mudou com
aqueles pensamentos. Eu nem sei como consegui ouvir aqueles apelos, mas eu
deixei aqueles pensamentos de lado e adormeci. Sonhei com minha mãe que pedia
para eu tomar juízo e cuidar melhor da minha vida, falava que todos podem se
reerguer com fé e esforço contínuo.
Quando acordei,
estava decidido a mudar, arrumei emprego, voltei a estudar. Fui conduzindo
minha vida com muito trabalho e esforço, eu cuidei de tudo porque não podia
falhar, deu certo.
Eu visitava meu
filho, cuidava dele pagando as despesas, ela quis voltar porque percebeu minha
mudança, viu que eu estava alicerçando minha vida, estava progredindo
financeiramente, mas eu não quis. Entendi que nós não precisamos estar com
alguém para estarmos felizes e nos sentirmos realizados. Muitas vezes, as
pessoas nos colocam para baixo e nos menosprezam tanto que você acredita que
não significa nada para ninguém, que você atrapalha a vida dos outros, causa
vergonha e diante de tanta coisa ruim, se perde e pensa em morrer, mas a morte
não resolve nada, só piora todas as coisas.
Eu tive a ajuda de
um anjo que soube me aconselhar e eu recomecei. Todos podem tentar quantas
vezes quiser, se não der certo, não tem problema tentar de novo, mas não pode
desistir, nem desanimar. Não pode aceitar o fracasso porque na vida o que
importa é o progresso, é tudo o que você estiver aprendendo de bom. Eu consegui
me reerguer e fiquei muito satisfeito com a evolução que tive. Obrigada aos
Bons Espíritos.
01/02/2025
***
“Os problemas vêm para percebermos que somos capazes de ultrapassar barreiras”
Eu não podia perder
as esperanças porque tinha muita gente dependendo de mim. Mãe doente, crianças
pequenas, todos dependendo de mim até para comer. Eu tinha que pagar o aluguel,
comprar remédios e fazer tudo em casa. Sim, meu marido me abandonou porque dizia
que eu só servia para dar dor de cabeça, mãe invalida que eu trouxe para dentro
de casa e mais uma criança no bucho.
Quando você se vê
sozinha tudo parece ainda pior, eu quis chorar e me entregar ao desespero, mas
os vizinhos foram bondosos para nós, trazendo cesta básica e auxílio para
quitar o aluguel, a dona da casa deixou muitos meses sem me cobrar até a
criança nascer, mas depois disso, tratei de procurar emprego e ainda consertava
roupas em casa.
Com muito trabalho,
várias noites sem dormir, aos poucos, fui corrigindo nosso orçamento doméstico,
enquanto as crianças cresciam e minha mãe melhorava um pouco. A coitada teve
que melhorar para me ajudar um pouco.
Tudo serve para o
nosso desenvolvimento. Na família, todos se desenvolvem quando se ajudam
mutuamente. Até os pequenos aprenderam a ajudar, cada um à sua maneira.
Depois de um tempo,
minha mãe estava andando, comprei um terreno e, em pouco tempo, com a ajuda dos
meus vizinhos, eu estava na minha casa. Quando eles cresceram, a vida ficou bem
mais fácil, eu olhei para trás e percebi que os problemas vêm para percebermos
que somos capazes de ultrapassar barreiras. Na hora do desespero você acha que
não consegue, mas se tiver calma e fizer uma coisa de cada vez, você há de
conseguir.
Eu tinha um grande
incentivo, aquelas pessoas amadas precisavam que eu fizesse todo o possível
para que nada lhes faltasse. Por isso, eu me superei. Analisando a minha vida
anterior quando eu abandonei minha família, da mesma forma que meu marido fez,
entendi que todo sofrimento tem razão de ser e, por isso, ao invés de reclamar
devemos trabalhar ativamente para termos melhores condições de vida.
Agradeço por tudo o
que vivi.
Lidiane
01/02/2025
***
“Tudo
tem explicação através das vidas sucessivas”
Eu estava brincando
na rua com meus amigos. Pulando corda na maior alegria quando um motorista
bêbado apareceu de repente e eu não tive reação para correr. Fui atropelado! Ouvi
gritos e a correria foi grande porque logo os vizinhos sugiram para prestar
socorro.
Achei que estivesse
apenas ferido, mas eu não estava mais no corpo, só ligado a ele. Eu tentava
falar, mas eles não conseguiram me ouvir, vi minha mãe correndo em minha
direção, desesperada, chorando e eu não gostei de causar esta aflição na minha
mãe.
Logo vi a imagem de
uma pessoa que brilhava bastante, ele me estendeu a mão e disse:
— Vamos!
Eu achei aquilo
tudo estranho, fingi que não era comigo, mas ele insistiu e sorriu. Ele nem
abria a boca para falar e eu entendia tudo o que ele pensava. Fiquei bem
confuso, mas aceitei ir com ele. Foi como um empurrão bem forte e um frio na
barriga, parecia que eu estava nas nuvens, mas foi bem rapidinho e de repente,
eu estava num hospital já vestido com uma roupinha branca.
Daí eu dormi tão
gostoso. Eu não tive dor, nem desconforto algum. Eu só tive muito sono e me
preocupei com minha mãe porque não tinha falado com ela. Ele apareceu diante de
mim no hospital e disse que minha mãe já estava sabendo de tudo, eu podia ficar
tranquilo para descansar bastante.
Eu tinha doze anos.
Fui bem tratado na colônia, aos poucos, me fortaleci. Saí do hospital,
encontrei muitos jovens, estranhei que tinha tantos jovens e só alguns mais
velhos que pareciam professores. Eu não conhecia ninguém e todos sorriam e me
cumprimentaram. Era um lugar muito bom onde não chovia, só tinha um lindo pôr
do sol.
Eu estava me
questionando muitas coisas e quando melhorei mais, meu instrutor esclareceu que
eu havia desencarnado e não era para ficar perturbado com isso porque todas as
pessoas devem passar pelo desencarne para continuarem no processo evolutivo,
afinal eu já tinha concluído meu prazo na Terra e precisava retornar, como numa
viagem que expira o tempo e tem que voltar para o local de origem. Eu fiquei
triste por minha mãe, mas ele explicou que servia de prova para ela,
inevitavelmente ela precisaria enfrentar a situação que solicitamos juntos. Eu
nem me lembrava que tínhamos pedido por isso, mas ele falou que sim. São as
próprias pessoas que pedem para passar por momentos delicados das suas vidas
para aprenderem uma série de coisas importantes para o seu desenvolvimento
integral. Também ninguém está sozinho, a partir daí, ela encontrará um novo
amor e construirá uma nova família.
Não é o fim, mas
sim o recomeço.
Pude perceber que
em outra vida, fui muito imprudente e leviano, minha mãe também. Éramos amigos
inseparáveis, jovens inconsequentes que só pensavam em depredar o patrimônio
dos pais ricos. Tínhamos muitos carros e nos divertíamos fazendo racha.
Numa noite destas
de chuva intensa em que acreditamos não ter ninguém nas ruas, aproveitamos para
testar os freios de nossos possantes, mas um morador de rua estava atravessando
arrastando a perna quando foi surpreendido por nós e morreu. Claro que não pensamos
em socorrê-lo, fugimos do lugar e nunca mais pensamos nisso, mas após meu
desencarne e reflexão sobre este absurdo, eu solicitei quitar os débitos desta
forma.
Tudo tem explicação
através das vidas sucessivas. Não pense que é uma espécie de castigo ou o
acaso, normalmente nós mesmos solicitamos para limparmos erros do passado,
ressarcindo com a Lei de Causa e Efeito.
Eu agradeço todo
amparo e elucidação que recebi.
Renato
01/02/2025




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