“O ATO DO PERDÃO É
ENOBRECEDOR, SUBLIME, DIVINO”
Eu só pensava nele. Havia anos que não nos víamos. Eu achei que pudesse suportar aquele distanciamento, mas após cinco anos, aquilo me corroía.
Eu me lembrei de cada frase, de cada palavra
como um insulto que cortava como punhal. Creio que meu orgulho, ferido demais,
denunciava a ingratidão que meu irmão teve para comigo, mesmo depois, de eu ter
feito tanto por ele.
Porém, eu o amava. Amava como a um filho. Ele
era o filho mais novo de sete irmãos, enquanto eu fui o primogênito. Cuidei
daquele garoto como se fosse meu e tive o maior apreço por ele.
Eu fui morar na cidade e tive o maior prazer de
recebê-lo em minha casa para proporcionar os estudos, ele seria o doutor que eu
não fui.
Mas, o danado passou dos limites quando olhou com segundas intenções para minha filha. Eu não podia permitir uma união daquelas:.“Incesto!” — eu disse.
Mas, o que eu podia fazer para controlar o amor que eles diziam sentir? Briguei e ofendi, ouvi coisas que me feriram demais. Rompemos e proibi minha filha de vê-lo, mas eles se viram as escondidas durante todos aqueles anos.
O fato é que ele me feriu porque não agiu da maneira como eu queria. Ele me ofendeu e eu não podia permitir. Aquilo tudo precisava de perdão! Eu precisava me libertar daquela sensação de sufoco que existia dentro do meu peito. Não podia passar nem mais um dia com aquele sentimento.
Jesus falava da necessidade de perdão e, até então, eu não tinha valorizado adequadamente todo o trabalho de orientação do Mestre naquele sentido porque eu nunca havia me ferido tanto com alguém, eu não havia me ofendido tanto.
Acho que os grandes ferimentos morais acontecem justamente com as pessoas que mais amamos. É, por isso, que o perdão é tão necessário e difícil de ser executado. Mas, eu precisava perdoar!
Pensei por muito tempo em como devia me sentir
com aquilo que achei ser afronta do meu irmão. Por que eles não podiam se
envolver? Só porque esta ideia não tinha partido de mim? Sim, porque eu sempre
fui controlador. Eu tinha que estar no controle das situações e das vidas dos
meus familiares. Que absurdo! Eu levei
anos para conseguir observar a situação deste ponto de vista. Acho que foi Deus
que me iluminou os pensamentos para concluir de forma considerável. É
necessário observar a situação sem apego, sem vitimismo. Observar considerando
que podemos estar enganados, assim, podemos notar o quanto condenamos o outro
sem estar realmente com a razão.
Quando considerei que ele tinha todo o direito
de se apaixonar por ela e eu não podia controlar a vida deles, eu me arrependi
das ofensas que proferi e também do distanciamento que criei entre nós. Eu
queria minha família unida e feliz.
O mais importante é a paz! Ter paz no coração,
na consciência, na família, no mundo. Jesus ofertou a sua paz aos discípulos
como um prêmio de tão valorosa que é. Eu precisava fazer a paz reinar no seio
doméstico e precisava pedir perdão para o meu irmão.
Falei com minha filha porque imaginei que eles
estavam juntos e pedi que ela levasse o mano para nossa casa, ela ficou feliz,
chorou de contentamento e me abraçou. Não houve situação mais libertadora que
aquela em toda a minha existência. O ato do perdão é enobrecedor, sublime,
divino.
Bom mesmo é não ter que perdoar, mas se você
tem algo mal resolvido com alguém, só pode seguir em frente, de cabeça erguida
e com o coração aberto se estiver livre de todo mal. Perdoar é o bem mais
precioso que podemos desenvolver dentro de nós porque te faz considerar o outro
com toda a indulgência e empatia, revendo os seus conceitos e sentimentos pela
pacificação geral.
ILDEGÁRIO
25/12/22
--Paula Alves--
“NÓS NÃO PODEMOS TER EXPECTATIVAS DE QUE AS PESSOAS VÃO SOLUCIONAR OS PROBLEMAS DAS NOSSAS VIDAS”
Eu senti raiva! Quem me consolasse, provavelmente não imaginaria que este era o sentimento predominante, afinal eu parecia uma filha tão amorosa.
Mas, eu não aceitava que meu pai me deixasse sozinha. Depois de tudo o que vivemos com a minha mãe. Ela teve uma morte tão sofrida, o câncer a fez definhar e aquilo acabou conosco, mas estávamos juntos e conseguimos nos apoiar um no outro para ultrapassarmos aquele momento penoso.
Mas, com meu pai foi tudo diferente. Ele estava bem, saúde
em ordem, trabalhando e fazendo planos quando sofreu um acidente retornando do
trabalho e morreu de repente, me deixando sem saber o que fazer da vida.
Eu não chorei, tamanha foi minha revolta.
Revolta com ele, revolta com Deus que insistia em tirar todos de mim. O que eu
poderia fazer?
Culpei meu pai por anos, eu o ofendia inconscientemente. Como uma filha imatura não libertava meus pais para prosseguirem em outro plano. Até que eu comecei a sentir todo tipo de desconfortos, físicos e psíquicos. Ouvia vozes e uma estranha sensação de sufocamento.
A ingratidão filial é algo condenatório. Eu não tinha parado para pensar no quanto estava sendo dura com meus pais. Eu os atraia para junto de mim e fazia com que sofressem.
Foram
anos torturando meus pais desencarnados. Sem nenhum tipo de esclarecimento, eu
estava adoecendo porque não perdoei meus pais por desencarnarem.
As coisas progrediram tanto que tive um mal
súbito e fiquei acometida por febre alta que não tinha explicação médica. Acho
que fiquei alucinando, mas foi muito oportuno porque naquele transe estranho
consegui ver meus pais, pálidos, deprimidos, tristes. Eles se aproximaram e me
deixaram um pouco amedrontada, mas o pior foi a forma como tentaram me educar.
Eles diziam sem muitas delongas:
“Quem você pensa que é minha filha para nos
aprisionar desta forma?
Aqueles que amam libertam as pessoas para a
evolução e a felicidade. Cada um de nós é um ser individual e tem seu caminho
traçado para desempenhar os projetos de Deus na Terra e no céu.
Como você pode se torturar tanto porque deseja
que as pessoas sigam o que você acha adequado?
Por que você acha que a sua maneira de ver a
vida é a correta?
Vá em busca de esclarecimento, estude, trabalhe, pense em você e progrida filha porque, desta forma, nós também poderemos nos desenvolver no local apropriado para esta nova fase. Ninguém morre, mas este sentimento nocivo nos faz estacionar e sentir todas as suas emanações destrutivas. Enquanto você era pequenina e precisava de tutores, estivemos com você por graça divina, mas chegou o nosso momento de prosseguir em outro local, importante fase para que você pudesse pôr em prática tudo o que aprendeu conosco, mas você preferiu considerar como abandono, se frustrou e se magoou. Nós não podemos ter expectativas de que as pessoas vão solucionar os problemas das nossas vidas. Faça por você e nos liberte desta dor!”
Eu chorei muito e fiquei envergonhada. Para mim, não teria nada mais claro, lúcido e real. Eu tive contato com meus pais desencarnados e despertei de uma situação horrível. Depois, pedi perdão e tratei de corrigir minhas atitudes, meus sentimentos e minha vida.
Não é por maldade que muitos de nós agem desta forma. Somos egoístas e desejamos que as pessoas sejam nossa base, oportuno para nos apoiarmos, confortavelmente, mas Deus sabe o que é melhor para nós.
Ninguém renasce para ter uma vida confortável, sem esforços, sem atitude. Pelo contrário! Deus sabe o que melhor nos convém.
Eu
agradeço muito a Deus que me permitiu ser esclarecida naquela fase da minha vida
e possibilitou tanto aprendizado e uma vida frutífera dali em diante.
ESTEFÂNIA
5/12/22
--Paula Alves—
“QUEM
É QUE MORRE NA NOITE DE ANO NOVO?”
Eu cometi muitos equívocos na vida, mas
encontrei uma mulher maravilhosa que me fez enxergar o tempo que perdi com
tolices, vícios e brigas bobas que me separaram de meus familiares.
Eu disse a ela que aquele Ano Novo seria um
marco para mim. Uma data onde eu me reconciliaria com os familiares,
encontraria um trabalho melhor e me casaria com ela. Amanda estava radiante e
falou que eu era o homem da sua vida. Nós combinamos um encontro romântico e eu
tinha a certeza de que seria melhor do que antes, modificado por amor, liberto
de vícios e sentimentos de rancor desprezíveis e cruéis.
Eu parti feliz ao seu encontro. Não liguei
para ninguém porque combinamos que, após o ano novo, eu iria até a casa dos
meus pais com ela. Eu entrei no ônibus e agradeci a Deus por aquela mulher.
Mas, no caminho, eu senti um aperto no peito.
Fiquei saudoso da minha vida, de tudo o que eu estava deixando para trás. Como
se eu estivesse prestes a perder alguma coisa. Começou a chover e o ônibus
derrapou na estrada, foi tão rápido que mal consegui compreender o que se
passou. Logo, estava tudo no chão, eu senti dor, fiquei zonzo e arrependido,
mas do quê?
Levou muito
tempo para perceber o quanto as coisas estavam irremediavelmente mudadas. Fui
para junto de Amanda e encontrei todos os meus familiares. Estranhei! Alguém
estava sendo velado e ela era consolada por meus pais. Todos aflitos e
transtornados, mas eu não conseguia ver quem estava no caixão. Quando minha mãe passou por mim, tentei falar
com ela, mas não tive resposta. Eu tinha tantas saudades da mãe. Devia tê-la
procurado. Minha mãe nunca teve culpa de nada. Ela quis me ver, mas eu fui
radical e virei as costas. Ouvi quando ela
disse chorando que precisava de tempo para me entender e a Amanda disse que eu
ia procura-los, então senti uma forte dor na cabeça e meu amigo espiritual se
aproximou de mim informando tudo o que aconteceu, do acidente e do meu
desencarne naquela noite. Quem é que
morre na noite de Ano Novo?
Qualquer um pode desencarnar a qualquer instante. Esta é a questão. Só Deus sabe o dia certo para cada um. Eu achei que teria mais tempo. Adiei, protelei. Achei que podia deixar para a outra semana uma questão que estava mal resolvida há anos. Acreditava que seria do meu jeito, no meu tempo e não percebi que estava com os dias contados. Como saber?
Somos assim. Muitos de nós, acham que podem se esquivar dos verdadeiros compromissos e deveres. Pensam que podem adiar as responsabilidades e curtir o agora. Deixam para amanhã as seriedades da vida, os pedidos de perdão, achando que isso pode esperar. Como se o amanhã fosse existir sempre.
Mas,
aquele foi meu último dia de encarnado e eu não sabia. Senti dentro de mim, uma
vontade de fazer tudo diferente, isso foi bom porque foi como o meu
arrependimento, a vontade de corrigir o que estava errado foi a minha luz, a
minha possibilidade de resgate, eu já me libertei por causa disso, mas poderia
ter corrigido realmente com todos se tivesse tido atitude.
Eu me arrependo sim. Podia ter sido melhor com
todos eles e com a Amada. Eu podia ter despertado para as coisas tão valiosas
da vida mais cedo e ter tido a chance de sentir uma vida mais proveitosa e
feliz.
Nós reclamamos de barriga cheia. Por causa de
crenças ultrapassadas e vestígios de castração psíquica, entendemos que
nascemos para sofrer, mas o sofrimento somos nós mesmos que produzimos o tempo
todo. Nós ferimos as outras pessoas, produzimos o mal aos montes, destruímos o
corpo físico e negligenciamos os deveres que assumimos com Deus. Somos muito
equivocados diante do que realmente temos que fazer na Terra.
Acredito que um pensamento justo de quem somos
na vida e para todos que nos cercam poderia mudar tudo. Nos colocarmos como
criaturas de Deus que precisam avançar unidos na fraternidade poderia mudar
tudo porque neste mundo, estamos muito enganados se achamos que devemos ser
beneficiados e somos importantes. Jesus nos pediu humildade para nos colocarmos
no devido lugar, não existe quem seja o mais importante, todos somos irmãos aos
olhos de Deus e devemos nos comportar como tais.
LEOPOLDO
25/12/22
----Paula Alves--
MÉDIUM?
“SÓ FICARÁ MAL ESCLARECIDO QUEM NÃO TEM ESFORÇO OU INICIATIVA”
Foi uma vida plena! Rica de possibilidades, esclarecimentos e muito trabalho. Nunca foi fácil, mas teve tanta superação...
Eu vivi cada momento, aproveitei cada detalhe
e sei que me olharam com espanto. Eles achavam estranho! Parecia que eu sabia
que não seria tão longa e tinha que me nutrir de cada vão momento.
Foi o que fiz. Eu senti e ouvi, agi como
inspiravam. Não é muito habitual ver pessoas que agem desta forma, então, os
outros, ao redor, nem sempre compreendem. É um estilo de vida, uma forma de ser
que parece destoar do todo. Mas, era o meu jeito de ser.
Médium?
Sim, mas eu não sabia naquela época. Eu vivia
feliz, em harmonia com a natureza, com minhas meditações e ervas, sons dos
elementos naturais e necessidades orgânicas básicas sem as intervenções da
luxúria e da cobiça, neutralizando viciações físicas e morais. Me envolvendo
com os animais e plantas através de uma linguagem ancestralizada.
Eu soube que isso esteve ligado a mim, desde
outras existências. Vidas em que fui bruxa, indú, vivi em monastérios. Sempre
muito ligada a espiritualidade. Eu precisava avançar na libertação psíquica e
aproveitei este século de liberdade de pensamento e de linguagem.
É uma fase ótima para todos aqueles que
desejam se desenvolver. Fase majestosa para aperfeiçoar a linguagem mental,
telepática, para a comunicação transcendental e cósmica, para a interação com
outros planos de vida e esclarecimentos coletivos. Eu aprendi muito e não
precisei ficar preocupada com represálias ou prisões. Perfeito!
Os seres humanos têm vivido uma fase esplendorosa onde a tecnologia permite acessar todos os conhecimentos em fração de segundos. Só ficará mal esclarecido quem não tem esforço ou iniciativa. O que seria um absurdo! Considerado como negligência ou preguiça. Todos nós somos responsáveis pelo aprimoramento e desenvolvimento que devemos ter em cada vida. Com isso, quem esteja encarnado tem condições de evoluir em muitos aspectos do ser:
MATERIAL: proveniente da conservação do corpo físico e tratamento do corpo em relação a doenças que precisam depurar o Espírito com patologias decorrentes de séculos;
MORAL: com a necessidade de postura retificada numa sociedade que necessita de progresso, tendo como base exemplos de figuras marcantes para a sociedade, conhecimento de tudo o que contribuíram para a pacificação e unificação mundial como Jesus;
ESPIRITUAL: pela abrangência das religiões que promovem a integração do ser com a reforma intima e diversos projetos sociais que o fazem avançar pela prática da abnegação e altruísmo, além do despertamento do ser através das elucidações de milhares de Espíritos que se manifestam nos muitos pontos da Terra de forma ostensiva ou pela inspiração.
Tudo é oportuno nesta fase. Ninguém poderá alegar desconhecimento ou ignorância. Mas, deverão pôr em prática com dever e responsabilidade as habilidades e aptidões que foram desenvolvidos durante as muitas existências. Eu tive uma vida plena! E você, poderá dizer o mesmo? LÍDIA 25/12/22
--Paula Alves--
Nós temos intuição. No fundo, todo mundo sabe
o que é certo e errado, mas costuma escolher o que mais lhe dá prazer. Fala:
“Vou viver o hoje e amanhã, eu decido o que será”.
Mas, isso é um tremendo equívoco!
Eu podia ter ido à casa dos meus pais, sei que
eles me receberiam com muita afetuosidade, mas não quis encontrar meus irmãos.
Até parece que este era o real motivo... Nós
sempre justificamos de uma forma vitimada a escolha que fazemos em vida. No
fundo, eu estava entre amigos, curtindo uma festa cheia de bebidas e
sensualidade.
Nunca fui religioso e brincava com a mãe
dizendo que ela era uma beata. Detestava ouvir falar de Jesus ou Deus, como se
eu dependesse disso para ter felicidade. Eu não queria me curvar.
Minha mãe me repreendia, falava que eu não
teria salvação se não me entregasse para Jesus de coração aberto, eu ria,
debochava da mãe.
Ficava enfurecido porque é uma época em que as
pessoas se abraçam e confraternizam, são insistentes diante dos
relacionamentos, a socialização é muito importante. Mas, eu achava aquilo tudo
hipocrisia. Por que, só nesta época?
Olhava o mundo ao meu redor com pessoas
tentando puxar o meu tapete, muita competitividade, disputa de todos os lados e
meus colegas de trabalho nunca estavam preocupados se os funcionários eram pais
de família ou tinham um pai doente dentro de casa: “Que sejam mandados embora,
se é para eu ter uma promoçãozinha...”
Eu nunca gostei de falsidade, por isso, nunca
quis participar das festas de Natal.
Mas, usei a data para me embriagar, festejar,
paquerar, sem ao menos, saber o motivo da comemoração.
Eu fui o mais falso de todos porque aquele que
deseja o bem, tem que fazer o bem. Aquele que deseja a honestidade, tem que ser
honesto. Aquele que deseja ver a caridade, tem que realizá-la.
Eu criticava todo mundo, dizendo que as
pessoas poderiam fazer o bem durante o ano, mas deixavam para ser boas no
Natal. E eu? Só criticava e nunca fazia o bem, nem mesmo, para mim. Me privava
da convivência com meus familiares e nunca me interessei pelas orientações de
mamãe.
Acho que se eu tivesse me entregado para as
comemorações em família tudo teria sido diferente porque na casa dos meus pais
eles sabiam o motivo da comemoração: honrar o Mestre Jesus.
Eu desencarnei pouco tempo depois daquele
Natal. Um acidente rápido que me deixou em frangalhos e me fez refletir sobre
todas as preciosas oportunidades que tive de estar com pessoas que me amavam de
verdade.
Eu sinto muita falta do Natal em família, de
quando eu era criança e era enganado por meus pais, acreditando que o Papai
Noel viria até nós. Eu me iludia e ficava esperançoso. Eu amava o Natal, mas
com os motivos materiais, errado, porém aquilo tudo me aproximava dos entes
queridos e eu sinto muitas saudades.
Depois que a gente cresce e faz escolhas,
passa a desejar coisas que são efêmeras, ilusórias, muito pior do que esperar
pelo Papai Noel, eu não tinha fé em ninguém e me afastei deles.
Acho que, após vê-los, todos juntos na noite
de Natal, enquanto eu era um Espírito cheio de arrependimentos, consegui
enxergar o que envolve o Natal. Muito mais do que a troca de presentes ou a
ceia bem preparada.
Os gestos, os olhares e a delicadeza com que
trataram todos que estavam ali. Aquilo simbolizou a verdadeira fraternidade,
era isso o que Jesus queria para nós em todos os tempos da Humanidade.
Os gestos de cordialidade, caridade e perdão
indiscriminados. Acolher, socorrer, salvar, iluminar, amparar e acalmar todos
em qualquer lugar, independente da sua posição. Eu vi a luz que surgiu no Lar
quando a matriarca orou e aquilo tocou o meu íntimo, me consagrou como Filho.
Até então, eu nunca estive receptivo porque estava muito envolvido com as
coisas do mundo, mas naquela ocasião, eu precisava dele. Eu estava desejoso do
seu contato e do seu auxílio.
Aquela luz me envolveu de uma maneira tão
esplendorosa que me senti extremamente envergonhado por todo o meu
comportamento leviano. Eu queria que desaparecessem todos os meus atos
delituosos ou mesquinhos. Eu quis me transformar e entendi porque é assim que
acontece com aqueles que o seguem.
Eu entendi minha mãe naquela noite de Natal.
Eu precisei ser um desencarnado no meu antigo lar para me curvar para Jesus
Cristo.
Graças a presença de Jesus no lar de minha
mãe, eu pude ser resgatado e estou aqui.
Se as pessoas soubessem o quanto aquela frase
é verdadeira, se entregariam a prece na noite de Natal: “Onde dois ou mais
estiverem unidos em meu nome, ali estarei presente!”
Espero que as pessoas possam desejar a
presença do Mestre durante o Natal e também durante toda a sua existência.
CARLINHOS
18/12/22
---Paula Alves—
“DEUS NÃO IRIA ME
ABSOLVER DE TANTOS CRIMES CONTRA A SUA CRIAÇÃO”
Atos delituosos envolvem muito dinheiro. Eu sabia, mas estava tão preocupado em conseguir uma casa para minha família.
Eu não tinha observado nenhum deles. Isso
sempre existiu, assim como a corrupção. Nós não temos como pôr fim na maldade
deste mundo, então, eu tinha que fechar os olhos para tudo aquilo que eu não
podia mudar, mas me lembrei da Ana.
Minha filha tinha o coração mais sensível e
bondoso que eu podia conhecer. Ela amava os animais e as florestas. Ela sempre
foi ligada a fauna e a flora, desde pequenina.
Ela dizia que todos eles sentem como nós, eu
ria. Como assim, uma planta sente?
Mas, Ana dizia que sentem muito mais do que
nós que somos endurecidos pelas necessidades e asperezas do mundo.
Eu não podia permitir que a Ana soubesse de
onde vinha aquele dinheiro que pagava nossas contas, pagava a Universidade e o
carro que ela usava.
Se minha filha soubesse que eu estava metido
com desmatamento, depois com a morte de baleias, eu estava arruinado perante
minha família.
Mas, como eu podia suportar aquela vida de
mentiras?
Minha filha adoeceu, leucemia. Ela ficou
fraquinha e definhou como se estivesse se acabando. Eu pensei que aquilo só
podia ser castigo por tudo o que fiz a mãe natureza sofrer. Eu fui conivente
com o mal e me beneficiei dele. A vida estava me cobrando do mal que fiz por
anos.
Eu sei que eles sofriam, todos os seres vivos
da floresta e do oceano. Sei que sofriam as atrocidades que o ser humano fazia
em troca de dinheiro. Eu vi, senti e chorei depois que a Ana partiu.
Eu imaginei como sentiam as criaturinhas que
perdiam seus genitores ou seus filhotes. Eu senti no fundo do peito como se
fosse injusto, como se eu não pudesse recorrer a ninguém para pedir socorro,
como eles.
Até porque Deus não iria me absolver de tantos
crimes contra a Sua criação.
Eu não aguentei conviver com tanta dor e
pensamentos de culpa, me entreguei a bebida e desencarnei. Vaguei tanto tempo
pela floresta e vi seres de todos os tipos.
No fundo, eu achava que se tratava da minha
imaginação doentia, mas pude ver a forma como cuidavam das árvores que eram
cortadas, elas sangravam e eram cuidadas por aqueles seres. Eu podia jurar que
eram como elfos ou fadas, cheios de brilho e cuidado para com a natureza.
Eu sofri tanto, mas reparei que eles se
aproximavam de mim e enviavam fluidos neutralizadores para estabilizar minha
doença mental (culpa).
Assim, pude ser resgatado.
Com toda franqueza, se fosse possível, pediria
para retornar no corpo de algum animal para sentir na pele a crueldade
silenciosa que fazem os seres humanos. Sofrer sem poder contar com ninguém.
Mas, não posso voltar para o Reino animal,
então, eu solicitei ser veterinário e ter a missão de cuidar dos animais para
reparar tudo o que fiz sofrerem. Espero que tenha êxito.
MITCHEL
18/12/22
--Paula Alves--
“TODOS NÓS PODEMOS
DEMONSTRAR A NOSSA SATISFAÇÃO DE ALGUMA FORMA”
Eu não queria que eles tivessem ilusões. Nós
éramos pobres, era tudo tão difícil, mal sobrava para a mistura, como podia
pensar em presentes?
Natal para nós era só a reza. Não tinha nada
de roupa ou presente. Era só a reza e o agradecimento por ter uma moradia e um
prato de comida quente.
Eu não quis que eles ficassem iludidos com a
questão do Papai Noel que nunca chegaria em nossa casa.
Foi, por isso, que eu recusei a ajuda da
igreja que queria doar presentes para eles. Eu trabalhava muito e não era
pedinte. Eu não queria que associassem com uma incapacidade de conseguir
cria-los.
Eu sempre ensinei que devemos ser gratos pelo
que temos diante das nossas posses. Não olharmos as posses alheias, não invejar
ninguém e sermos gratos por nossas próprias vidas, aqui e agora.
Meus filhos mais velhos cresceram um pouco
revoltados, eles diziam que as coisas não eram para eles. Isso ou aquilo não
era pra eles. Eu me preocupei porque, a intenção, não era para acharem que eram
inferiores aos demais. Nada disso, era pra se contentarem, não ficarem
reclamando e desejando o que não nos pertencia. Não funcionou.
Já os mais novos, ficavam com os olhos
brilhando quando viam o vizinho com uma bola ou carrinho da doação da igreja e
perguntavam por que eles não podiam ganhar.
Eu fui a culpada. Achei que era bobagem
aqueles presentes de Natal. Eu pensei que não devia valorizar o presente, mas é
tudo perfeito no mês de dezembro.
Existe aquele que dá e também aquele que
precisa receber.
Existe aquele que oferta e aquele que sabe
agradecer.
Aquele que trabalha e aquele que recebe o
benefício.
Todos ganham com esta troca, todos aprendem.
Não é esmola, é fraternidade, solidariedade, fé.
É a ocasião em que muitos reparam nos demais.
Existem pessoas que trabalham o ano inteiro para que esta data mexa no coração
de alguns e sejam tocados pelo Espírito do Natal. É assim que muitos começam a
acreditar no bem e chegam até Jesus.
Eu tinha o coração endurecido e perdi muito
tempo, mas por amor aos meus filhos, eu me curvei. Aprendi que não é feio
receber a assistência, muito menos agradecer.
Ninguém tem a obrigação de ofertar tanto e com
delicadeza, mas faz uma caridade real porque já aprendeu a amar.
Este gesto salva os dois lados: assistido e assistente.
Mas, eu não sabia e achava bobagem.
Fui até a igreja e disse que tinha filhos
pequenos, no outro ano, meus filhos também ganharam presentes e eu, me esforcei
pra presentear os maiores.
Foi tudo bem simples, mas cheio de amor. Meus
filhos sentiram. Não é o que tem dentro do embrulho que conta, mas a maneira
como ele é ofertado. Tem fluido, tem sentimento que cura e desbloqueia o
amargor de qualquer um.
No Natal, devemos lembrar do nascimento do
Salvador. Singelo, mas muito amado. Reverenciado, iluminado e, sem esperar,
seus pais ganharam presentes dos Reis que ali estiveram. Todos nós podemos
demonstrar a nossa satisfação de alguma forma.
IVANI
18/12/22
--Paula
Alves--
“EU PUDE VER O QUANTO
É LINDA A MAGIA DO NATAL”
Eu estava no hospital e pensei que era
só mais um ano. Sozinho, sentindo dores e frio.
Não posso reclamar da equipe que cuidou de
mim, afinal eles tinham que trabalhar na noite de Natal e nós não tínhamos
muitos atrativos.
Eu era uma espécie de paciente em estado
vegetativo, aqueles que ficam na expiação só aguardando a morte chegar, ela
demora muito quando, apenas esperamos.
Eu não tinha como exigir que meus genitores
estivessem comigo nas comemorações de fim de ano, pelo contrário, devia
agradecer por me proporcionarem aqueles cuidados excepcionais, enquanto podiam
curtir a viagem.
O fato é que eu não me movia, não falava, mas
pensava, pensava muito, em tudo o que puder imaginar.
Eu pensava no que estavam fazendo, eu tinha
curiosidade em saber como era a comemoração deles, longe daquele cenário triste
e silencioso.
Naquela noite, eu estava me sentindo diferente.
Parecia que o hospital estava com um brilho novo e vi muitas pessoas
conversando animadamente. Eles transitavam no hospital, enquanto uma melodia
agradável podia ser ouvida por nós.
Vi umas senhoras alegres emitindo umas
energias com as mãos em direção aos médicos e enfermeiros. Achei tudo estranho
e, mais ainda, quando entraram no meu quarto.
Elas sorriam para mim. Com a energia que saiu
das mãos delas, o quarto ficou colorido e muito alegre. Elas se lembraram de
uma passagem evangélica que eu não conhecia e foi com se eu estivesse vendo um
filme durante a explanação dela. Interessantíssimo!
Então, vi quando uma presença se aproximou,
foi um clarão, eu não pude identificar. Só ouvi quando disse: “Ele já está
pronto?”
A senhora falou que sim, eu estava pronto, mas
pronto para quê?
Eu não temi porque gostei de tudo, me senti
muito a vontade e feliz. Depois de adormecer parecia que eu estava flutuando e
fiquei leve, livre.
Foi assim que desencarnei na noite de Natal.
Vendo toda a magia que envolveu o local onde muitos pacientes eram atendidos,
enquanto seus familiares confraternizavam.
Muitas pessoas executam trabalhos sérios todos
os dias e noites. Todas as pessoas que cumprem com seus deveres com boas
intenções e desejo de fazer o bem, são auxiliados pelos trabalhadores do Alto
que nunca lhes desamparam.
Eu pude ver o quanto é linda a magia do Natal.
Apenas as pessoas que se interessam exclusivamente pelos prazeres materiais não conseguem compreender o quanto é importante esta data. Importante para reflexão, amparo aos necessitados, compreensão e reverência ao Senhor Jesus. Que todos possam sentir as bençãos do Natal. JÚLIO CÉSAR 18/12/22
--Paula Alves--
“SÃO MUITOS QUE DESEJAM SE MANIFESTAR PARA OS “VIVOS” POR QUE A DÚVIDA?”
Como poderiam me reconhecer? Eu estava tão modificado... Eu padeci tantos anos naquela cama desconfortável. Sentia as chagas que pareciam corroer minha alma, mas não tinha como mencionar meus padecimentos, foi muito melhor.
Deus sabe de tudo! Tira a voz para não nos comprometermos mais com a Lei. Para quê comprometer um momento tão abençoado com queixas e reclamações, com uma visão tão limitada da matéria? Foi uma bonita morte. Tive tempo para refletir e expurgar os males que foram possíveis. As pessoas não têm consciência dos pedidos que fazem para a espiritualidade. Desejam uma morte rápida, mas não se dão conta de que elas, muitas vezes, são violentas, trágicas e traumáticas para todos.
Aquela morte lenta onde eu definhei progressivamente, permitiu que todos se despedissem de mim. Cada um teve o seu tempo, o momento para pensar no que vivemos juntos. Colocaram a cabeça em ordem e sentiram que eu, no fundo, fiz o meu melhor.
Eles me perdoaram por não fazer tudo o que almejaram de mim. Cada um de nós dá aquilo que tem. Cada um de nós, encontra-se caminhando rumo à evolução, eu também não era perfeito e não sou, como todos da Terra.
Mas, se errei, sempre foi tentando possibilitar o melhor aos meus familiares, eu desejei que fossem pessoas dignas e devotadas a Deus. Não podia permitir que se desviassem, mesmo que para isso, eu tivesse que virar as costas para eles, num apelo silencioso para que vissem que eu me revoltava com aquela postura de rebeldia.
Não é fácil ser pai de família e ser exemplo o tempo todo. Eu quis que eles me amassem e estivessem comigo, segurando minha mão, mas eles tinham suas vidas e me esqueceram.
A vida foi sendo conduzida por Deus e eu consegui compreender que precisava daquele sofrimento para me purificar. O fato é que, enquanto eles não me ouviam e viam o meu desgaste orgânico progressivo, eu - dentro daquele cárcere físico (meu próprio corpo doente) - começava a entender as intenções de Deus em minha vida e silenciava minha euforia, desenvolvia a paciência e a submissão diante dos Seus desígnios. Eu melhorei muito como ser humano.
Ouvia
minha esposa falar deles, refletia em quais situações eu poderia ter agido
diferente, enfim, no final daquela vida, eu tive uma escola na posição de
enfermo sem fala ou movimentos. Eu aprendi muito sobre mim e sobre os meus.
Aos poucos, fui me desprendendo daquele corpo sem forças, esmorecido, minha alma tinha vontade própria, queria avançar, voar e ser liberta. O desejo de fazer descobertas e continuar meu aprendizado era muito maior do que aquela doença que me prendia e aniquilava o meu ser. Até que um dia, eu me libertei completamente e vi seres iluminados que foram designados para me encaminhar nesta colônia em que me encontro.
Eu tive a oportunidade de enviar uma mensagem. Coisa rara de ocorrer. São muitos que desejam se manifestar para os “vivos”, mas apesar de ter tido esta chance, estar feliz, um pouco ansioso, fiquei frustrado porque eles não me reconheceram. Depois de toda preparação para me comunicar aos familiares, eles disseram que “não era eu”. Por que a dúvida? Pensa bem: nós estamos sempre nos modificando. Se você avaliar a pessoa que era há dez anos, sabe reconhecer que aquela pessoa não existe mais, ela já se perdeu no tempo e no espaço porque você já teve muitas vivências, conhecimentos e contato com outras pessoas que te permitiram se modificar. Já se tornou outra pessoa.
Muito muda em nós: o modo de expressão, fala, trejeitos, a forma de se vestir ou de usar o cabelo. Você faz coisas que disse nunca iria fazer, se torna amigo de alguém que supostamente detestava.
Somos
compostos por fases como a lua. Há quem diga que algumas mulheres manifestam as
fases da lua todos os meses, mas isso é geral. Somos feitos de fases: infância,
juventude, maturidade, senilidade.
Tudo nos faz mudar:
hormônios, doenças, falências financeiras ou de entes queridos,
desenvolvimentos intelectuais, morais ou espirituais, tudo isso permite que nos
tornemos pessoas diferentes.
Quando você reencontra alguém que perdeu em sua trajetória, ela pode mencionar que você não parece a mesma pessoa de antes. Verdade: você está muito modificado, até a energia muda.
Acho que o mais apropriado é sentir. Vocês podem comprovar a veracidade das comunicações através da sensibilidade. Sempre vai ter algo de familiar, peculiar, singular que te traz a certeza da pessoa em questão. Não restará dúvida: “É ele!”
Mas, para com esta história de achar que a gente vai continuar do mesmo jeitinho porque não será assim. Chegando deste lado, tem gente que se transforma. Uns mudam até de sexo. Pode ter a certeza de que deste lado é muito fácil a modificação.
LUÍS
--Paula Alves--
“O
CAMINHO É ÚNICO, VOCÊ PODE SE DIRIGIR PARA ONDE QUISER, MAS TUDO TERÁ
CONSEQUÊNCIAS”
Eu me senti atraída pelas festividades. Fazia muito tempo que estava com saudades, mas sabia que não podia me distanciar da colônia, eu estava em tratamento. Inclusive, o tratamento super necessário porque eu ainda sentia vontade de fumar. Que horror!
Daí
senti uma vontade irresistível de estar no meu antigo lar. Eu queria ver como
estavam, se estavam felizes e se tinham saudades de mim também.
Tudo acontece através do pensamento, se enquanto encarnados, soubéssemos o poder que tem nossos pensamentos, estaríamos mais dispostos a controla-los, faz toda a diferença.
Eu pensei com tanta força... Quando vi, já estava lá na sala.
Minha mãe cantava toda feliz. Eu achei tudo muito estranho. A casa estava mudada, mais colorida e cheirosa. Vi umas crianças que eu nem conhecia. Umas mulheres carregando bebês.
Quem era aquela gente? Minha mãe afagava aquelas crianças e sorria encantada. Vi quando meus irmãos entraram e beijaram, cada um, sua mulher. Fui compreendendo que estavam casados e com suas famílias.
A casa ficou cheia, mas não vi meu pai, fiquei preocupada. Teve um garotinho que parecia me enxergar, ele sorria para mim, eu gostei dele, mas me senti tão infeliz por não fazer parte daquele grupo, daquela confraternização.
Eu sentei na escada e
chorei. Eu sentia muita saudade e eles já tinham se esquecido de mim. Eu soube
naquele momento o quanto somos descartáveis. Acho
que muitos de nós sentem isso. Depois da morte, muitos choram, ficam até em
depressão pela morte de um filho ou alguém que amam, mas depois de um tempo, as
pessoas, os encarnados, têm que entender que devem retomar suas vidas, param de
chorar e a vida segue, mas nem todos os desencarnados vão compreender.
É bem estranho. É como
perder tudo o que tinha, perder a família, a casa, o estudo e o emprego, perder
as oportunidades e os sonhos e eu chorei.
Eu não queria mais
continuar sem eles e, no entanto, ali ninguém mais se lembrava de mim.
Vou ser má, mas serei
sincera, naquele momento, eu preferia que estivessem tristes, mas lembrando de
mim. Porém, estavam mais bonitos, unidos, melhores do ponto de vista financeiro
e também com uma família linda. Acho que só eu perdi.
Mas, meu pai não estava
ali e fiquei tão preocupada. Pensei nos momentos maravilhosos que nos
envolveram e, de repente, ouvi alguém falar comigo, mas eu não conseguia
enxergar o seu rosto. Ele pediu que eu me lembrasse do meu aniversário de
quinze anos, lembrasse do meu pai dançando a valsa, foi aí que vi meu pai
sentado ao meu lado, conversando comigo.
Ele me abraçou e disse
o quanto a vida é perfeita. Papi disse que nós nos envolvemos com as pessoas no
mundo físico e espiritual, mas Deus deixa que cada um faça suas escolhas, seja
livre e individual. O caminho é único, você pode se dirigir para onde quiser,
mas tudo terá consequências e eu tinha que ser responsável por minhas escolhas.
É claro que o meu pai
falou sobre ser egoísta. Falou que nós devemos desejar que os entes queridos
continuem suas vidas com alegria, prosperidade e desenvolvimento. Ele até falou
de ter de partir, enquanto minha mãe ficou. Ele disse que amava minha mãe, mas
ela era jovem e podia ter um novo relacionamento se quisesse porque ela era
livre para fazer suas escolhas.
Nós não devemos
aprisionar ninguém.
Meu pai falou tudo isso e explicou porque, muitas vezes, as pessoas ficam bem separadas, nem recebem notícias de um plano ou de outro. “Elas não conseguem compreender”.
Fiquei envergonhada e meu pai ainda me explicou que ele estava desempenhando trabalhos enobrecedores, mas soube da minha fuga e precisou interromper todo o compromisso para me encaminhar novamente à colônia na qual eu era filiada.
Causei
um grande transtorno e nem sabia do desencarne do meu pai.
Isso quer dizer que, em
diversas situações, nós ficamos ansiosos por notícias. Aqui ou aí, ansiamos por
saber como estão nossos entes queridos, mas muitos não estão em condições de
saber do presente daqueles dos quais se distanciaram. As notícias podem
prejudicar a evolução, podem interromper atuações importantes no meio onde
vivem, podem perturbar as consciências.
Quando o rico pediu ao
Pai Abraão que enviasse alguém para dar notícias, o Espírito evoluído não
aceitou o pedido. Devemos aceitar a vontade de Deus para nossas vidas e nos
acostumarmos com a vida que temos, nos adaptarmos a ela, independente da nossa
situação de encarnados ou desencarnados. Valorizar o local onde estamos
inseridos e as pessoas que temos no convívio direto. Sem atrapalharmos uns ou
outros.
MONICA
--Paula Alves--
“NÓS NÃO
DEVEMOS NOS ENVOLVER NA VIDA DOS OUTROS”
Eu tentava falar para
ela deixar aquele marido.
Eu criei minha filha
com tanto amor, tentei fazer dela uma mulher digna e bem sucedida na carreira.
Alguém que fosse valorizada, mas ela se casou com aquele homem que não a
merecia.
Como ela podia me
ouvir, se ela não era médium? Eu queria que ela soubesse da minha contrariedade
em ver a maneira como ele a tratava. Ele se aproveitava dos seus rendimentos
materiais, ele a traia, ele a menosprezava e humilhava diante de todos.
Machista e agressor, ela não merecia passar por aquelas situações
desagradáveis, pois podia ter o homem que desejasse.
Mas, aquela mulher me
afrontou. Eu fui até ela quando me disseram que ela ouvia e chegava a ver os
Espíritos. Eu precisava pedir ajuda. Queria tanto que ela avisasse minha filha.
Todos diziam que ela gostava muito de ajudar as pessoas e eu precisava de uma
ajuda para minha menina.
Mas, logo de cara, eu
ouvi quando ela pensou que “nós não devemos nos envolver na vida dos outros”.
Como assim?
Eu não queria me meter,
eu queria resolver a vida da minha filha. Era um pedido de mãe. A danada
pensou: “As pessoas têm que usar seu livre arbítrio e ela não podia usar o
contato com os Espíritos para interferir nas decisões, até porque, quem diria
que eu era a detentora de toda a verdade? Era o meu ponto de vista”.
Sei que, depois disso, a esperta começou a pensar em auxílio, para mim. Começou a me enviar as imagens de um local de assistência para desencarnados, argumentando que todos precisam buscar sua própria evolução e deixar nas mãos de Deus os destinos das outras pessoas.
Então, quando eu ia retrucar, fui enviada para o tal posto de socorro. Lá, uma senhora muito educada veio ter comigo, numa conversa muito esclarecedora me informou que minha filha estava quitando dívidas do passado com aquele homem. Ela mesma, solicitou esta oportunidade de reajuste com ele para ficar em paz com sua consciência divina. Se eu interferisse, possivelmente, estaria causando um mal e não um bem como poderia parecer. Eu queria protege-la. Do meu ponto de vista muito limitado, devia avisar que ele era uma péssima influência para que ela pudesse encontrar alguém muito melhor que poderia amá-la como ela merecia, mas a senhora me mostrou que eu estava errada e ainda me condicionou a observar minha aparência cheia de sofrimento. Eu precisava de ajuda.
Compreendi.
Fui
ofensiva com a médium. Pedi por algo que ela não podia mexer, não devia se
envolver em situações pessoais, assim como nem os Espíritos Protetores ou mais
avançados podem interferir, devemos respeitar o livre arbítrio dos nossos
semelhantes, ajudar quando for possível ou solicitado. Eu entendi, vim para cá, mas confesso que ainda me
preocupo com ela. Ainda tenho muito o que aprender. TAMARA
---Paula—
“POR QUE SÓ NO NATAL?”
A gratidão a Deus me
fez fazer parte daquele trabalho por décadas.
Nos momentos em que
achei que não poderia mudar os passos por causa da enfermidade, parecia que
Jesus me amparava, eu sempre estive presente, até o fim da vida. Não faltei
nenhum ano.
Era uma correria. Cansativo demais, desgastante. A gente nem tinha condições financeiras de ajudar tanta gente miserável porque também éramos pobres, mas Deus mostrava o caminho e as portas se abriam.
Eu não tinha vergonha de pedir nos comércios da região. Depois de um tempo, todo mundo já me conhecia e esperava pelo tempo em que poderia ajudar no Natal. A gente doava tudo: roupa, comida e calçado, também tinha quem comprava brinquedo.
Começamos com meia dúzia de crianças e ajudamos centenas de famílias a ter um Natal mais humanizado. A nossa festa reunia toda a sociedade daquela cidadezinha tão pobre.
Eu
tinha muitos pontos falhos e me corrigi ao longo dos anos. Comecei achando que
precisava da imagem do Noel, afinal, eu tinha bom coração, mas ainda estava
cheia de mazelas morais e nem conhecia o Mestre. Conforme fui trabalhando como serva,
o Senhor me deu possibilidades de conhecê-lo, de admirá-lo e desejar tê-lo
sempre ao meu lado. Eu conheci pessoas que não apareceram por um acaso. Foi
Deus quem os enviou para me esclarecer sobre Jesus, o Meigo Pastor.
Ah! Quando eu me
preenchi com a luz de Jesus, soube que jamais seria a mesma. Eu ganhei uma
motivação abençoada, uma certeza absoluta das tarefas que eu tinha que
desenvolver em seu nome, tinha confiança de que estaria bem amparada por seus
abnegáveis trabalhadores e assim foi.
Nunca faltou quem pudesse
e quisesse me ajudar. Se havia os necessitados, também havia pessoas generosas
dispostas a ofertar.
Eu compreendi muitas
coisas, senti muitas coisas e convivi com pessoas maravilhosas que integraram
conhecimentos e virtudes em minha alma. Foi a experiência mais gratificante que
alguém poderia ter. Eu fui uma serva do Senhor no Natal por mais de quarenta
anos.
Quando desencarnei,
fiquei muito triste porque imaginei que nunca mais sentiria a emoção de
trabalhar o ano todo para permitir que o Natal daquelas pessoas fosse feliz. Eu
me entristeci porque achei que não teria mais a chance de ser útil no Natal.
Mas, eu tive a sorte de
ser convidada para atuar num grupo de luz deste lado e estou muito agradecida.
Eu fui informada de que muitos são os grupos de atuação no plano material. No
mundo todo, as pessoas são inúmeras, elas se unem por amor e distribuem
recursos para que os irmãos tenham um Natal mais confortável e cheio de graça.
A espiritualidade
permite que isso aconteça para que as pessoas creiam no poder de Jesus imortal,
Jesus Luz, Filho Ungido de Deus. Devem crer e se envolver com ele, devem orar e
agradecer.
Mas, eu me perguntei: “Por que só no Natal?” Na verdade, algumas pessoas se preparam durante o ano todo para que este dia aconteça. Também porque cada um de nós deve se esforçar e não ficar acomodada na inércia, na espera de recursos que chegam sem trabalho árduo. Todos nós temos provas que devemos enfrentar e das quais sairemos vencedores diante do nosso empenho. Um não deve fazer o trabalho do outro, senão não existe mérito e nem recompensa.
Eu entendi e fiquei muito satisfeita com o destino que me concederam na execução de trabalhos provenientes ao Natal.
Sei que vou aprender muito e me coloco a disposição de ser útil, ativa e amorosa para ofertar aos trabalhadores do plano material incentivo, fé, ânimo para que não esmoreçam, bons fluidos, inspirar para que encontrem os recursos materiais que necessitam para auxiliar as diversas famílias neste Natal. Imensamente agradecida por mais esta oportunidade de me fazer serva do Grande Pastor de Almas.
INGRID
“ATÉ QUE PONTO SOMOS CONIVENTES COM O MAL QUE NASCE BEM PERTO DE NÓS?”
Eu escolhi não me envolver.
Sempre achei imprudência se meter na vida dos
outros, comentar, xeretar, bisbilhotar. Coisa de gente medíocre que não cuida
da própria vida ou não se esmera na própria evolução.
Eu tinha tanta coisa para fazer, trabalhava
fora, chegava em casa e tinha tantos serviços, mãe, esposa e funcionária
pública, um cansaço. Você acha que eu tinha tempo pra cuidar da vida dos
outros?
Mas, perto de mim sempre aparecia uns e outros
precisando de ajuda. Era uma coisa estranha que me fazia questionar até que
ponto aquilo era se intrometer ou auxiliar.
Ouvia os gritos daquela coitada quase todo
dia. Ela vivia machucada e passava muitas privações. Todo mundo sabia que o
marido voltava para casa alcoolizado e batia na pobre. Eu ficava indignada e
sentia ímpetos de me envolver, mas me controlava. Eu temia que ele pudesse
comprometer a paz da minha família e depois, todo mundo sabe que, “em briga de
marido e mulher”, ninguém deve se meter.
Mas, com o tempo, ela não saiu mais de casa e
eu fiquei muito preocupada. Eu nem conseguia dormir temendo que ela estivesse
em cárcere privado, precisando de alguma ajuda, enquanto eu estava pensando no
meu lado.
Até que ponto somos coniventes com o mal que
nasce bem perto de nós?
Eu pensei tantas coisas. Das vezes que alguém
era agredido verbalmente perto de mim, quando acontece alguma injustiça e você
finge não ver só para não se envolver. Eu acho que, naquelas circunstâncias, é
como se fossemos o próprio agressor.
Das muitas vezes que vi o mal se alastrar e
não fiz nada, foi como se estivesse apoiando a coisa errada, eu senti assim a
vida toda.
Muitas vezes, voltei para casa arrasada, eu
senti arrependimento por não ter tomado partido de defesa de quem precisou de
ajuda.
E pensei, será que nesta sociedade onde o mal
ainda impera, a posição dos bons, quando se unem, faz toda a diferença?
Sim, certamente. A união dos bons faria o
mundo um lugar diferente.
Se os bons não permitissem a impunidade, a
agressão física ou verbalizada, a mentira, a desonestidade, a leviandade, a
promiscuidade, os vícios e todo tipo de mal que está a nossa volta, ele já
estaria eliminado desta sociedade.
Mas, por que os bons não se unem? Muitas
pessoas têm medo até de demonstrarem suas opiniões e sentimentos. Os bons são
tímidos, acreditam que podem esperar pela salvação, esperar de braços cruzados
não adianta.
O Bem precisa de ação e eu pensava nisso,
enquanto ela apanhava.
“O bem precisa de ação, o bem precisa de ação”
- como um eco em minha mente.
Eu suava frio, queria tanto não ter que me
posicionar, agir em favor de alguém porque se na minha casa tudo estava em paz,
por que eu tinha que me envolver?
Mas, eu escutava os gritos dela, então, eu
tinha que me envolver. “Covarde!” – eu ouvi dentro de mim.
E me preocupei que algo terrível acontecesse
com ela se eu não fizesse nada. Foi, por isso, que eu liguei para a polícia
naquela noite e vi minha vizinha muito machucada. Ninguém me identificou, o
marido foi preso e solto rapidamente, o mundo é assim. Fiquei revoltada.
A história deles não acabou bem, mas foi o
marido que teve um derrame e a esposa ficou cuidando dele por seis anos, até
que ele desencarnou, ainda deu trabalho para ela, mas foi suficiente para que
ele pudesse quitar parte de sua dívida com ela e com a Lei Divina.
Eu aprendi muito com isso tudo. Acho que nós
podemos aprender demais com a experiência das outras pessoas é só ter empatia e
sensibilidade para compreender o que as pessoas passam porque podia acontecer
com qualquer um de nós.
Daí fica mais fácil saber porque temos que
ajudar sempre, mesmo comprometendo nossa própria integridade, ainda assim, não
pode ser conivente com o mal, não pode fingir que não viu, tem que fazer o bem
aos montes, mesmo sem conhecer ou ter amor, fazer o bem todos os dias e sentir
o bem reinando diante de nós.
LUCRÉCIA
04/12/2022
--Paula Alves--
“NEM TODOS AMBICIONAM
A RIQUEZA OU A GLÓRIA DOS HOMENS, EXISTEM AQUELES QUE QUEREM SER ÚTEIS NO MEIO
ONDE VIVEM”
Eu pensei que não fosse conseguir. Faculdade
para um negro?
Eu estudei tanto...
Ainda tinha gente falando que eu só consegui
uma vaga por causa da minha cor. Por que eu tinha que ser tratado com
inferioridade? Não somos todos iguais?
Foi penoso ter acesso aos livros que eu lia
com tanto ânimo, sempre amei estudar e ter acesso ao conhecimento. Minha paixão
foi o estudo, mas precisei nascer em família humilde e como negro para
valorizar o que, em outras vidas, tratei com tanto desprezo.
A educação é bem valioso! Poucos sabem
apreciar a educação, poucos agradecem a Deus por nascer num meio onde isso vem
com facilidade.
Eu dei graças a Deus por ter a oportunidade de
ir à escola e trabalhei muito para cursar a universidade. Estudei, batalhei,
aprendi no estudo e na vida a valorizar meu empenho e a dedicação daqueles que
me cercavam para me fazer aprender.
Os professores foram fantásticos! Reconheceram
meu amor pelo estudo e tudo fizeram para me impulsionar. Muitos ajudaram
fornecendo livros e deram aulas extras para me esclarecerem. As pessoas
precisam valorizar mais os professores que dedicam sua vida à educação. Tentando
mudar o mundo a partir do conhecimento, fornecendo incentivo e descobertas para
que as pessoas se reinventem.
O professor ampara a sociedade!
Eu me lembro de muitos deles, meus mestres que
dedicaram parte de suas vidas para que eu realizasse meu sonho de ser advogado.
Houve momentos em que eu pensei ser impossível
ter aquele diploma em mãos. Eu estive tão cansado do trabalho noturno que meus
olhos queriam fechar, mas minha mente estava sedenta pelo saber.
Eu almejava amparar os desvalidos. Minha
vocação nunca foi a aquisição de fortuna ou qualquer coisa que pudesse denigrir
a minha moral ou manchar minha carreira. Nem todos ambicionam a riqueza ou a
glória dos homens, existem aqueles que querem ser úteis no meio onde vivem.
A conquista do diploma, depois de tanto
esforço, é algo inenarrável. Um misto de alívio e satisfação pessoal que faz
você acreditar que tudo na vida é possível para aqueles que não se deixam
desanimar.
Que a vida recompensa aqueles que agem com
responsabilidade e fé na justiça de Deus.
Era nisso que eu pensava: Deus estava
observando meus passos e via minha forma de agir, a maneira como eu me
posicionava no mundo, quais as intenções que eu tinha com todo aquele esforço.
Eu sabia que Deus desejava o meu bem e que iluminaria o meu caminho. Eu sentia
como verdade absoluta.
Esta conquista, após todas as tribulações e
adversidades, me fez muito feliz e eu dediquei a minha vida às causas nobres
como forma de agradecer a Deus e a vida por tudo se encaminhar a meu favor.
Aqui chegando, após uma vida tão plena,
compreendi que o caminho é este, o caminho da satisfação do Espírito, diante
dos nobres compromissos e da realização pessoal através do bem do semelhante. É
isso o que Deus deseja para todos nós.
MESSIAS
04/12/2022
--Paula Alves—
“À MEDIDA QUE EU
CONHECI JESUS, FOI COMO SE ELE TIVESSE NASCIDO DENTRO DE MIM”
Numa vida de tropeços, quem é que ouve falar
dele?
Não posso culpa-los. Nos atraímos por
afinidade. Todos perdidos no mundo cão.
Filho de indigentes, pai e mãe sem nome que
pudesse fazer deles pessoas de bem.
— Quem é teu pai, moleque?
—Sou filho do Banzé.
—Isso é nome de gente? – respondia ele na
gozação.
Não demorava muito, meu pai aparecia soltando
uns tecos. Fazer o quê? Eu era mesmo filho do Banzé. Eles vendiam drogas e se
associaram com uns criminosos da Rocinha.
Eu tinha aquela vida que a gente já imagina:
“vai seguir os passos do pai”. Foi mesmo...
Tem gente que consegue tomar um rumo
diferente, mas tem que ser muito iluminado né?
Acho que depende muito do esforço e honra,
fazer uma vida diferente quando só viu matança e vício. Dinheiro fácil e crueldade.
Eu só conhecia isso, não tive saída.
O pessoal aqui fala que tem jeito de voltar
modificado, mas eu tenho que me tratar sei lá por quanto tempo.
Tava naquele mundo desgraçado, ouvindo choro
pra todo lado quando vi uma luz. Já fazia muito tempo que eu tava lá. Escutei
quando alguém falou: “É o salvador!”
Que história é essa de Salvador, mano?
Salvador de quem?
Eu nem tinha ideia deste Salvador. Levou um
tempão pra eu me cansar daquele mundo porque não era muito diferente do lugar
onde cresci. Tudo trevoso e com gente amedrontada, delirante, no vício, igual
lugar de encarnado né?
Mas, dentro da gente, tem um momento, que
brota a necessidade de mudar de vida. Todo mundo tem o seu momento, aprendi na
raça.
Eu cheguei neste ponto e fui ajudado, cheguei
aqui né doutor?
Agora veja você, o tal Salvador é Jesus. Eu
tava curioso para saber dele, do Salvador. É Jesus.
E eu não entendi nada deste papo de Salvador
porque Jesus não existia para mim. Aprendi aqui, fui ouvindo, aprendendo sobre
a vida dele, curtindo a moral do cara, o jeito que ele trilhou no mundo,
amparando, conduzindo, orientando, dando chance das pessoas se modificarem.
Achei muito legal o fato dele não desprezar ninguém, pelo contrário tratava como
irmão, dizia que ele veio para os doentes, doentes da alma né doutor? Como eu,
né?
À medida que eu conheci Jesus, foi como se ele
tivesse nascido dentro de mim. Eu percebi algo se modificar na minha índole e
até no meu aspecto, eu estou melhorando muito mais rápido, então, Jesus está me
salvando de meus vícios morais e de meus pensamentos delituosos.
Acredito que este tratamento a base de Jesus
vai me transformar. Por isso, fiquei pensando que, muitas pessoas na Terra não
conhecem o Salvador como eu não o conhecia. Também tem gente que diz conhecer,
mas ainda não permitiu que ele nascesse dentro de si, fazendo uma conversão
sincera, modificando o ser.
Eu vou te dizer com conhecimento de causa. Se
cada criança fosse educada com esta Luz que é o Salvador, dentro deste ser em
formação, tudo seria diferente porque quando reconhecemos o Salvador não temos
coragem de tropeçar porque sabemos que ele pode se afastar de nós. Quem o
conhece deseja a sua companhia e o seu amor.
Está faltando isso no mundo, o conhecimento do
Salvador, a fé de que ele pode nos conduzir ao Pai, é nosso porta voz, nosso
Pastor né doutor?
Se eu continuar assim, sei que da próxima vez,
vou modificado e tudo será melhor, então, eu queria que as pessoas fizessem o
Salvador nascer dentro de si todos os dias do ano para que pudessem evitar
tropeços e ruinas.
RUBINHO
04/12/2022
--Paula Alves—
“EU NUNCA ME
ARREPENDERIA DE DEDICAR MINHA VIDA AO SENHOR”
Trabalho que parecia não render frutos, mas eu
prossegui, apesar de tudo.
Minha esposa debochava de mim. Falava que meu
Jesus nunca colocou comida na nossa mesa e nem me protegia de todo mal.
Ela não entendia os desígnios de Deus para a
nossa vida.
Eu fazia pregações na comunidade. Não seguia
uma religião específica, mas lia o Evangelho para as crianças, idosos e
doentes. Muita gente me chamava para uma palavra de incentivo e me questionavam
sobre os caminhos que deviam tomar. Eu levava muito a sério aquele trabalho
diante do Evangelho, era uma honra estar servindo ao Pai e ao Filho.
Mas, ela debochava. Eu parecia ouvir a voz
dela se modificando, pensava que “o coisa ruim” usava na minha mulher pra me
fazer fraquejar e pedia todo dia para Deus tocar o coração dela.
Mas, aquela mulher era a minha provação. Quem
falou que tinha que ser fácil? Mas, Deus vinha na frente. Eu lembrava sempre
das palavras do Senhor Jesus: “Quem ama o seu pai e sua mãe mais do que a mim,
não é digno de mim. Quem ama sua esposa mais do que a mim, não é digno de mim.”
Eu precisava ser Servo fiel e fui.
Segui com meu trabalho que rendia frutos
materiais o dia todo para trazer o pão para dentro do meu lar e quando chegava,
levava a palavra na casa dos doentes. Isso me deixava muito feliz. Ver os
olhinhos cheios de esperança, acreditarem que não estavam sós ou desvalidos de
auxílio celestial. Eu era como o mensageiro do Senhor Jesus, quanta satisfação!
Mas, ela disse que eu a envergonhava e tinha
que escolher. Ela ou este trabalhinho que não rendia um conto furado e que me
colocava na comunidade como um sacerdote sem igreja. Ela falava que ninguém
tinha ordenado que eu tivesse aquela postura de evangélico na favela e ela
morria de vergonha porque eu não sabia me divertir e nem a acompanhava no
forró, não bebia, não fazia nada de bom. Eu tinha que escolher.
Eu sentia que, em algum momento, esta hora
chegaria. Não é qualquer um que aguenta, o cônjuge que se presta a este serviço
caritativo por puro desejo íntimo, era como vocação, ela não entendia, eu
compreendo, mas não tinha o que fazer.
Eu olhei para ela e disse que não podia me
transformar num homem diferente, mas eu queria que ela me aceitasse e
conseguisse enxergar meus pontos positivos. Ela falou?
- Difícil! Vou embora. Eu já sabia da sua
resposta e já preparei tudo pra minha partida. Fica com seu Deus!
Acho que muitos pregadores, muitas pessoas que
dedicaram sua vida e dedicam à causa nobre do Evangelho, são mal compreendidos,
são solitários. De alguma forma, passam por sofrimentos como prova da nossa fé
e da nossa devoção.
Eu não fui sozinho por toda a vida. Na fase da
maturidade, achei uma mulher que já era viúva, tinha seus filhos criados e era
muito fiel aos propósitos do Pai como eu.
Foi um reencontro, uma felicidade enorme estar
com ela durante meus últimos vinte anos na Terra. Vivi tranquilo, ela me
ajudava e estava sempre comigo no trabalho de assistência. Senti como uma
gratificação pelos trabalhos prestados ao Senhor (risos).
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