Cartas de Março (4)

 


“A melhor maneira de alcançar a sensatez e a serenidade mental é com a instrução, por isso, a plêiade do bem é incansável na distribuição das mensagens”

Ah! A mediunidade...

Importante meio de comunicação entre os planos espiritual e material. Quanto podemos aprender com as elucidações que são propostas. Quanto se pode reduzir em termos de sofrimento e dor pelos exemplos daqueles que se manifestam. Quanta paciência dos bondosos instrutores espirituais que se fazem sentir para conduzir seus tutelados.

Ainda assim, uma grande parte de médiuns ainda maldizem suas faculdades mediúnicas por não saberem a melhor forma de controla-las.

A melhor maneira de alcançar a sensatez e a serenidade mental é com a instrução, por isso, a plêiade do bem é incansável na distribuição das mensagens. Esta proposta de orientação se faz necessária para que a Humanidade avance sem cessar, mas para tudo existe a necessidade de esforço e boa vontade dos seres humanos, mais propriamente dos encarnados. Leitura, pesquisa, estudo, inserção em grupos de análise e trabalho edificante. Tudo isso deve alinhar o canal de intercâmbio mediúnico e promover a saúde mental.

Mas, as pessoas não querem ter esforço, elas desejam alcançar o bem-estar com certo refrigério, facilitação. A cada um será dado segundo as suas obras – esta é a frase que mais se enquadra neste contexto porque tudo depende do esforço de cada um.

Outra frase que é comum de ouvirmos: “todos desejam a mediunidade de Chico, mas”...

Sim, este “mas”, quantos pretendem adotar a seriedade, modéstia e devotamento do grande médium Chico Xavier?

Mediunidade é dom. Deve ser encarado como nobre sacerdócio. Foi entregue por Deus e deve ter algum motivo justificável para alguém ter acesso à espiritualidade, para conseguir enxergar e ouvir os apelos dos Espíritos. Não deve ser, apenas para satisfazer a curiosidade local ou ter acesso aos números da loteria. É para algo mais elevado, mais nobre, para nortear a maioria quanto a necessidade de aprimoramento e fé. Para dar sustentáculo frente as tribulações que fazem vacilar, para amparar e esclarecer.

Os médiuns podem se manter equilibrados, podem socializar e sorrir. Deus ama a alegria e deseja que todos os Seus filhos vivam em paz. Mas, para isso, a ferramenta deve ser bem utilizada. Repense as suas necessidades evolutivas, reflita nos motivos que te permitiram voltar nesta condição de instrumento mediúnico e desempenhe o seu papel. Você será muito mais feliz.

 

Nivaldo

 23/03/25

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“Semeie o bem e colherá o bem. Só coisas boas atraem as coisas boas”

 

A inveja é um amontoado de energias negativas que tentam destruir o ser. Dependendo da intensidade destas energias, a vítima pode cair doente. Não é necessário a aproximação, o simples pensamento enviado pode comprometer a integridade física, mental ou moral da vítima.

Isso será cada vez mais destrutivo, quanto mais fragilizada a vítima estiver, em decorrência de doença e fragilidade orgânica, problemas mentais ou depressivos, mediunidade sem controle, fragilidade emocional por traumas ou perdas. Assim, a pessoa que estiver recebendo a inveja pode ser cada vez mais atormentada e flagelada pelas energias deletérias.

O primeiro passo é lembrar da frase: “Orai e vigiai”.

Estar sempre ligado a prece e pensamento voltado à Deus, protege. Vigiar seus pensamentos, estar ligado a ocupações valorosas, a ambientes de refazimento, leituras edificantes, músicas relaxantes permitem elevação vibracional que repelem as energias deletérias.

O mal só pode te atingir se você permitir. Ninguém, em parte alguma, encarnado ou desencarnado, poderá te fazer mal se você estiver rodeado por boas vibrações. Elas irão repelir qualquer tipo de más vibrações. Todas as vezes que você esteve extremamente feliz ou esperançoso, entusiasmado ou radiante por algum fato que se desenrolou em sua vida, nem sequer percebeu que alguém estava te observando com rancor ou inveja, você só se permitiu ser feliz.

É assim que funciona. Faça o seu melhor, se envolva com a sua vida útil, produtiva e prazerosa. Semeie o bem e colherá o bem. Só coisas boas atraem as coisas boas.

 

Jeremias

23/03/25


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“Doar o bem para outras pessoas é transformar e multiplicar coisas boas”

 

Eu não permitia aproximação. Sofri tanto nas mãos das pessoas que não queria ter contato com mais ninguém.

Passei a minha infância sendo jogada de um lado para o outro. Ninguém me desejava porque diziam que uma criança dava muito trabalho. Minha mãe morreu jovem e meu pai foi um homem que não honrou seus compromissos, por isso, ele nunca se preocupou se eu passava necessidade. Foi muito fácil me deixar na porta da casa dos meus avós.

Mas, os avós não são sempre pessoas velhas e bondosas que fazem de tudo pelos netos. Eles chegaram a questionar se eu era mesmo filha do meu pai, só para justificar mais fácil o desprezo que sentiam por mim.

Ficaram comigo por um tempo. Eu tinha medo de parar na rua, eles me entregaram para uma tia que não tinha filhos e precisava de alguém para ajudar com o trabalho de casa porque ela estava doente. Me tratava super mal e eu, ainda tive que suportar o marido dela batendo na minha porta. Muito cedo perdi minha inocência e me envolvi com a revolta, com a vontade de matar.

Eu sofri muito e me questionava quando Deus iria me levar para longe dali, tirar minha vida que não tinha sentido. Naquela época, eu não podia entender que todos nós nascemos com um propósito e todas as provas que enfrentamos são apropriadas para nos moldar para as necessidades dos planos de Deus.

Cresci, sai de lá. Com o maior prazer não olhei para trás, fiz de tudo para me esquecer de todos eles. Trabalhei braçalmente em muitos lugares, mas nunca me prostitui. Vi muita coisa ruim, ouvi tantas outras e desejei mudar a situação das mulheres que eram vítimas de abusos. Aí sim, eu já estava enquadrada nos planos de Deus e podia prosseguir rumo aos Seus desígnios.

Encontrei um emprego numa casa de família. Uma senhora muito justa me empregou e teve pena do que aconteceu comigo e da minha vontade de amparar outras melhores. Ela pagou os meus estudos e eu pude trabalhar na defensoria pública. Me dediquei durante muitos anos a auxiliar mulheres que sofriam de diversas formas.

Eu entendi que todos nós somos importantes para Deus. Todos nós servimos de instrumento de elevação uns para os outros. Precisamos aproveitar tudo o que nos acontece para gerar o bem. Não para sermos revoltados e desejarmos vingança, mas para produzirmos o bem na sociedade, ampararmos outras pessoas que tiveram os mesmos problemas e seguir em frente.

É isso o que significa perdoar os inimigos, é não revidar, é seguir e melhorar as condições apesar de todas as ofensas e males que foram recebidos. É transformar em bem o mal que foi recebido. Doar o bem para outras pessoas é transformar e multiplicar coisas boas.

 

Helena

 23/03/25

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Eu nunca me casei, temi prejudicar minha família, da mesma forma que meu pai me prejudicou

 

Eu não sabia o que fazer com minha indignação e a vontade de fazer com que ele sofresse. Desde pequeno, eu via a forma como ele tratava a minha mãe. Eu desejava crescer logo para defende-la e tirar aquele homem de nossa casa. Eu imaginava como faria e seguiria uma vida tranquila ao lado dela.

Mas, quando cresci, inevitavelmente, me tornei violento como o meu pai. Não sei dizer quando começou ou o motivo que me levou a desferir o primeiro tapa numa mulher. Logo depois, eu me arrependia, tinha muita vontade de pedir perdão, mas eu preferia me afastar e, muitas vezes, fui eu quem terminou os relacionamentos.

Eu não tinha coragem de olhar nos olhos das mulheres que feri.

Cheguei a compreender que eu precisava de ajuda para tirar da mente aquele ímpeto de homem violento, mas ali naquela cidadezinha, nós não tínhamos acesso a profissionais que pudessem me ajudar. Quando aparecia alguém, o tratamento era exorbitante e eu não tinha coragem de procurá-los.

Tive sorte de não ser denunciado por nenhuma delas. Acho que elas tinham mais vergonha do que eu, assim fui vivendo, sabendo que dentro de mim, vivia um monstro que se ocultava no meu semblante calmo e generoso.

Eu nunca me casei, temi prejudicar minha família, da mesma forma que meu pai me prejudicou. Eu fui consciente, mas de nada me serviu porque eu não tinha controle dos meus atos quando alguma mulher começava a discutir comigo por qualquer banalidade.

Foi uma vida difícil, até que eu abdiquei completamente dos envolvimentos amorosos para ter paz. Senti falta de uma companheira, eu senti solidão, mas eu não queria que uma mulher passasse por tudo o que minha mãe passou. Eu não poderia me olhar no espelho sabendo que me transformei numa versão do meu pai. Por isso, morri triste e solitário.

Agradeço imensamente pelo tratamento que estou recebendo deste lado. Já compreendi muitas coisas, entre elas, o fato de eu ter sofrido abusos em outra existência, quando estive encarnado como mulher. Também quando reencarnei como homem e me aproveitei do corpo forte para martirizar a minha esposa, antigo algoz. Tantas idas e vindas, nós fomos, homem e mulher em situações opostas, nos ofendemos e teve uma vez que chegamos a cometer delitos irreparáveis um contra o outro. Nesta vida, eu renunciei a aproximação, já estava cansado de errar com este Espírito. Aprendi sentindo as dores da minha mãe. Entendi perfeitamente bem o quanto uma mulher pode sofrer e não desejo mais participar disso, por isso, quero estudar para me preparar para um recomeço ao lado dela. Sei que ainda temos que reparar.

Eu só tenho palavras para agradecer a possibilidade de fazer neste plano o tratamento psicológico que me permitirá seguir mais confiante e consciente das minhas necessidades evolutivas. Gratidão.

 Osvaldo

23/03/25

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