Levei anos da minha vida, recordando os maus tratos que sofri na
infância. Abusos que foram cometidos por meu tio paterno. Cara de anjo e
atrocidades de demônio. Minha mãe jamais pode perceber o quanto ele abusou de
mim.
Até hoje, o tratamento não conseguiu neutralizar tudo o que vivi. Muitas
marcas psíquicas e emocionais que me deixaram sentir repulsa de todos que se
aproximavam de mim. Infância sofrida, adolescência revoltada, fase adulta
deprimente.
Eu me entreguei ao vício na tentativa de me esquecer de tudo o que
passei, mas parecia que as cenas voltavam mais fortes do que nunca e eu fui
capaz de provocar inúmeras brigas. Eu era agressivo, muitos temiam me afrontar.
Eu precisava mostrar que ninguém, jamais, poderia me ferir novamente.
Ela me fez sentir bem. Um bem-estar que eu desconhecia porque dentro de
mim, só existia a angústia e o desespero. Era tão normal aquele sentimento
sufocante que eu estranhei quando senti leveza no meu coração. Apesar de tudo,
de não querer remexer no passado horrível, senti que precisava desabafar com
ela. Foi aí que Silvia me levou a crer que eu precisava me tratar, me livrar
daquele lixo que vivia em mim, as minhas memórias desastrosas, os fantasmas do
meu ser.
A pior parte de mim devia ser destruída para que eu pudesse ter paz. Eu
desejava a paz. Ela me apresentou a religião do Cristo e eu compreendi o que
ele afirmou sobre a paz. Seria o melhor presente que ele poderia deixar: “a
paz”.
Fiz de tudo e hoje eu entendo. Nós temos a responsabilidade de
conservá-la. Da mesma forma que devemos cuidar do corpo físico, temos que
cuidar da paz de espírito. Dá muito trabalho porque tem que vigiar os
pensamentos.
Eu iniciei com afinco e estou, até hoje, me propondo a cuidar de minha
paz. É exercício diário porque as lembranças fazem parte de mim. É tudo o que
sou, mas elas não podem me destruir. Eu preciso me fortalecer no amor de Jesus
e ter sabedoria para não me contaminar com maus pensamentos e maus sentimentos.
Hoje e para sempre. Em nome da minha paz.
CLEBER
29/07/2023
“NÓS NÃO TEMOS COMO CONTROLAR O QUE AS PESSOAS
SENTEM POR NÓS”
Por diversas vezes, achei que estava vendo coisas onde, de fato, não
existia nada. Mas, ela realmente me tratava diferente das outras pessoas da
nossa convivência.
Eu me sentia muito angustiada, ainda mais quando tínhamos que executar
trabalhos juntas. Eu preferia não estar perto dela, preferia não ter que me
aproximar porque a sensação era muito desagradável. Mas, tive que aprender a
desenvolver um tratamento especial.
Eu consegui compreender, por causa daquela relação, que eu não vou tratar todas
as pessoas que conheço da mesma forma. Simplesmente porque todas as pessoas são
diferentes e buscam em mim algo diferenciado. Alguns, podem me amar. Outros, me
toleram. Isso, acontece até no ambiente familiar.
Então, eu entendi que ela tinha todo o direito de não simpatizar comigo,
mas devia me respeitar. Para que isso pudesse acontecer, achei que eu precisava
dar o primeiro passo. Foi assim que pudemos transformar nosso ambiente de
trabalho facilitando as horas que precisávamos estar juntas para progredirmos
dentro e fora daquele espaço.
Nós não podemos permitir que a vibração que as pessoas têm para nos
ofertar, impeçam que sintonizemos com o bem. Não permitir que sentimentos de
contrariedade, inveja ou vingança se apossem de nós.
Não permitir que o desagrado dos outros, nos entorpeçam e tire a nossa
paz. Somos responsáveis pelo que despertamos nos outros e também pelo que
sentimos em relação às outras pessoas.
Não buscar defeitos no outro, não ficar imaginando coisas,
principalmente que as pessoas desejam nos causar o mal. Isso facilita o contato
e o desempenho de trabalhos junto àqueles que não estão completamente afinizados
conosco.
Com o passar do tempo, gostei tanto do comportamento profissional que
ela apresentava e fui grata pelas tantas vezes que ela me ajudou. Isso fez
nascer uma simpatia. Depois de anos, nós já conseguíamos sorrir com delicadeza
e hoje posso dizer com franqueza que ela foi uma boa amiga.
Isso tudo, esta hostilidade, estava nos envolvendo há muitas vidas.
Vidas em que nos agredimos, nos ferimos e confrontamos. Eu não precisava
lembrar porque eu senti quando ela se aproximou. É um contato terrível. Você
não quer a pessoa por perto.
Mas, a espiritualidade sabe de todas as coisas. Ao nosso redor, não
podem estar apenas aquelas a quem amamos porque precisamos desenvolver todas as
formas de amar. O amor aos adversários é uma grande lição e tem muito mérito
quando realmente não desejamos revidar as ofensas e ainda estendemos a mão. Ter
tempo e oportunidade para convivermos juntos, aprender a respeitar e ver o lado
bom daquela pessoa que só causava aversão. Assim, nasce o amor.
Eu precisava fazer dela uma amiga em potencial. Foi assim... Eu sou
muito grata.
ARLETE
29/07/2023
--Paula Alves—
“OS SENTIMENTOS DE ÓDIO E RESSENTIMENTO SÃO AS
PIORES CHAGAS DA ALMA”
Eu não pensei que fosse capaz de prestar ajuda depois de tudo o que
recebi daquele homem. Eu que sempre quis me ver livre dele...
Depois de anos vivendo e sendo martirizada no lar. Meu esposo não apenas
me humilhava diante de todos como também me agredia fisicamente. Quando meus
filhos cresceram, findou meu sofrimento. Cinco meninos que me trataram como
rainha, me honraram na frente do pai e fizeram com que finalizássemos aquela
relação abusiva e cheia de torturas.
O pai aceitou, muito contrariado. Os meninos o tiraram de casa e
encaminharam pra outra moradia. Eu vivi bem depois daquela tormenta. Anos de
felicidade e paz. Cuidando da minha casa, da minha vida, recebendo meus filhos
e netos que traziam alegria e contentamento.
Até que um dia, tudo mudou. Eu soube da sua queda. Ele ficou muito mal.
Disseram que estava bêbado, caiu e bateu a cabeça na guia, só não morreu porque
Deus não quis, porém ficou sequelado. Teve traumatismo craniano grave. Aquele
que era pleno das forças ficou sobre a cama, impossibilitado de levantar o
braço para se alimentar.
Eu me estranhei. Diante de tudo o que sofri, do medo e intimidação que
tinha só de olhar para ele. Eu me estranhei. Fui visitar e soube que os meninos
iam colocá-lo num asilo porque as minhas noras não queriam cuidar dele e os
meninos tinham seus trabalhos.
A atitude normal de uma pessoa que foi torturada seria orar por ele.
Isso já seria bom, mas eu não. Falei com meus filhos que eu podia tomar conta
dele. Abrir mão da minha liberdade para me dedicar aos cuidados do moribundo.
Parecia que eu estava falando sem ter posse de mim. Acho até que, logo em
seguida, me arrependi do que havia pronunciado.
Foi assim que eu fiquei responsável por aquele homem.
Fiz de tudo para não me odiar. Para suportar fazer tudo com dedicação e
abnegação sem ofender, sem descontar todos os maus tratos que recebi. É tão
fácil judiar de quem está entregue a debilidade total.
Mas, eu tinha a minha consciência, meus princípios morais. Ele foi muito
bem cuidado em minha casa. Tudo o que eu não podia fazer porque já me faltavam
forças físicas, contratei auxiliares. Mas, eu cuidava de tudo, refeições,
remédios, consultas médicas, roupas e produtos íntimos, enfim, tudo.
Fiz de tudo e não faltaram as palavras do Evangelho. Acho que nunca na
vida, ele havia tido contato com Jesus e eu fiz questão de entregar o alimento
espiritual. Foi uma grande oportunidade.
Muitos diziam que ele não compreendia nada, mas ele observava atento,
mudava o semblante e, em muitas ocasiões, chorou. Demonstrou arrependimento e
eu aceitei aquele olhar de perdão, afinal, um dia ele despertou em mim o mais
puro amor.
Os sentimentos de ódio e ressentimento são as piores chagas da alma. Eu
não queria encerrar os meus dias nutrindo tudo de ruim. Aquela oportunidade foi
abençoada.
DINÁ
29/07/2023
--Paula Alves—
“NÃO EXISTE AMOR DESENVOLVIDO NA MARRA”
Eu senti a falta de amor e me perguntava por que a mãe não gostava de mim. Cresci sentindo a diferença. No meio dos meus irmãos, ela só olhava daquele jeito para mim.
Fazia questão de bronquear, de criticar e me humilhava diante de todos,
me constrangia. Eu não demorei muito tempo para desejar sair daquela casa onde
eu, definitivamente, não era desejada ou amada.
Fui embora para a casa da minha avó que me tratou como filha. Tentava me
mostrar o lado bom da mãe, dizia que ela sofria com meu pai e perdia a
paciência com os filhos. Mas, eu não via minha mãe irritada com os outros, pelo
contrário, ela era uma ótima mãe para os meus irmãos.
O tempo passou, a vó morreu e eu tive que voltar para aquela casa.
Alguns dos meus irmãos tinham casado, a casa parecia ainda maior. Nós estávamos
sempre nos olhando, esbarrando e encrencando.
Numa briga bem feia, após a morte do meu pai, ela não quis mais se
aguentar e confessou sua aversão. Eu não era filha dela. Meu pai teve um
relacionamento fora do casamento, a mulher engravidou e morreu no parto. Meu
pai não tinha como me deixar recém nascida sem mãe. Ele não quis me abandonar e
me levou para sua esposa.
Ele chegou em casa com um bebê chorando de fome e chorando a morte da
amante. Aquela esposa me criou e teve que se lembrar todos os dias da traição
do marido, toda vez que olhava para mim.
Ela tinha seus motivos para não me desejar junto dos filhos dela. Ela
tinha razão de não gostar de mim, mas eu não sabia de nada. Cresci naquela casa
como se fosse membro daquela família, desejando afeto, desejando ser como os
outros, os filhos dela. Eu só queria que ela fosse minha mãe.
Criança só quer carinho. E, como criança é carente... Por mais amada que
seja, sempre quer mais um abraço, outro beijo, uma palavra de incentivo, um
aplauso. Querem que os pais notem os avanços e estejam sempre por ali. Mas, eu
não tinha nada.
Entendi tudo e gostei de compreender. Foi melhor do que ser rejeitada
sem motivo nenhum. Ela falou, eu falei das minhas necessidades afetivas e do
desejo que tinha de que ela mudaria, me olharia com mais afeição.
Naquele mesmo dia, arrumei minhas coisas e fui embora. Ela fez a sua
escolha, não quis me amar. Mesmo tendo os seus motivos, mesmo sabendo dos meus.
Ela virou as costas e falou: “Vai! Agora não tenho mais compromisso com você.
Já está criada.”
As pessoas têm escolhas, todos nós temos. Podemos assumir uma posição de
tolerantes ou repulsores. Mas, quando você dá todos os motivos para que as
pessoas te vejam de uma forma benéfica e, ainda assim, elas não mudam de
postura, o ideal é deixar para lá. Aceite o que os outros têm a te oferecer.
Nós precisamos aceitar o momento dos outros e os sentimentos que nutrem por
nós. Sem forçar ou cobrar nada.
Não existe amor desenvolvido na marra. Cada um só entrega aquilo que tem
no coração. Às vezes, é melhor o distanciamento. Assim, a discórdia não aumenta
e não passa dos limites até se tornar um novo combate ou agressão.
Distanciamento, compreensão, tolerância, em busca da paz.
MICHELE
29/07/2023
“TODAS AS COISAS QUE OCORREM TÊM RAZÃO DE SER E DEVEM SER
SUPERADAS”
Esperei por muito tempo. Tempo o suficiente para compreender que não me desejavam naquela época, eu seria capaz de fazer tudo por eles e fui completamente abandonada.
O pai tinha muitos
recursos, podia dar uma vida confortável e promissora, eu só tinha afeto para
competir com ele. Acredito que foi este motivo que fez com que escolhessem
facilmente ficar com o pai.
Tentei por
diversas vezes, falar com eles, persuadi-los. Me esforcei para melhorar de vida
e quando, finalmente, pude informar que já tinha o local adequado para morar
com eles, ouvi com franqueza, o quanto eu era inferior.
Aqueles que eu
tanto amei, a quem entreguei todo meu amor, olhavam para mim com pena e
desprezo, escolhiam o luxo e as facilidades da vida. Eles não me desejavam.
Aceitei. Fui
embora chorando, me sentindo diminuída e arrasada. Como dói a solidão. Eu não
tenho palavras para explicar a dor que senti.
Desejei modificar
meus pensamentos e sentimentos, arrancar as lembranças que estavam em mim.
Todos os momentos que tive os filhos pequenos nos braços e o quanto precisavam
de mim. Agora eu era alguém substituível, desprezável, alguém que podiam abrir
mão.
Pedi a Deus para
confortar meu coração e vivi meus dias tentando ocupar melhor meu raciocínio. A melhor forma de
superar o abandono é o serviço útil. Eu li bastante, trabalhei bastante.
Consegui fornecer assistência caritativa para órfãos que me fortaleceram com a
sua ingenuidade afeição[M1] sincera.
O
tempo passou depressa. Houve dias que eu quase fui feliz. Jamais me esqueci
deles, mas, aprendi a compreender a escolha que fizeram. Parei de me ver como
vítima e vivi os dias que me foram entregues.
Eu
me acostumei com aquela condição. Todos nós, seres humanos, temos a facilidade
de adaptação. Nós aceitamos, superamos, nos adequamos as situações, mesmo
quando parecem adversas.
No
fim daquela jornada, quando eu já estava velha e cansada, eles reapareceram, mudados
e envelhecidos, envergonhados.
Perguntaram
pela mãe na vizinhança e quase não me acharam porque eu não tinha mais
argumentos para dizer aos vizinhos que era mãe. Para todos eu sempre fui só.
Eu
até me esquivava de mencionar sobre uma vida onde fui esposa e mãe.
Depois
que me encontraram, pediram perdão. Precisavam ouvir de mim a sentença que
podia libertar as consciências. Como continuar com aquele fardo pavoroso?
A
honra aos pais e mães é algo sagrado. A consciência cobra, eles não tinham paz.
Que
mãe seria eu, se não os libertasse naquele momento?
Ainda
mais sabendo que o fim estava próximo.
Mas,
confesso que senti. Eu desejei aquele encontro décadas antes para que
pudéssemos conviver e que eu pudesse ser considerada e querida.
Mas,
todas as coisas que ocorrem têm razão de ser e devem ser superadas. Eu entendi.
ISABELLA
22/07/2023
-- Paula Alves—
“É SÓ DAR O PODER PARA CONHECER A FACE
VERDADEIRA DE CADA UM...”
Nem percebi o quanto me modifiquei. Eles diziam, tentavam
me alertar, mas para mim foi algo natural.
Sempre desejei aquela posição de superioridade. O emprego
que me colocava em casa como a maior provedora, no ambiente de trabalho, como
chefe. Eu senti a valorização de anos de esforço. Fiquei muito feliz!
Porém, as pessoas do convívio íntimo diziam que eu havia
mudado e não tinha tempo para os contatos fraternais, não sabia valorizar as
situações agradáveis da vida, nem podia ser simples, autêntica como sempre fui.
Eles me cobraram a postura de antes. Queriam que eu fosse
como antes e não perceberam que tudo mudou quando eu fiz conquistas.
A partir daí eu tive outras ambições e desejei mais. Eu
não podia ter o mesmo comportamento, os mesmos relacionamentos e mesmas atitudes.
Naquele instante, eu me irritei com familiares e amigos. Pensei que estivessem
com inveja de mim, querendo menosprezar tudo o que fiz. Fiquei tão indignada!
Segui com minha carreira e não percebi o quanto me
distanciei dos propósitos iniciais.
O poder e a ambição iludem tanto que atordoam o
ganancioso. Eu quase me perdi e perdi a confiança dos meus afetos. Foi Deus que
me parou.
Passei a ter males súbitos. Estranhos episódios de
tontura pequenos desmaios. Quando eu fiquei mal, tive pessoas maravilhosas ao
meu lado.
Sei que eu não mereci tanto devotamento, tanta dedicação.
Eu fui bem cuidada por eles. Eu só precisava me acalmar, ter uma vida mais
tranquila. Isso colaborou para ter tanto para refletir na minha conduta de
vida.
A maneira como eu estava tratando as pessoas a minha
volta.
Uma pessoa pode ter o juízo errado a nosso respeito, mas
um grupo de pessoas não se engana. Eles sabiam o quanto eu estava sendo
autoritária, agressiva e orgulhosa diante de todos.
Eu me senti envergonhada e me esforcei para mudar. Ouvi
tanto: “É só dar o poder para conhecer a face verdadeira de cada um...”
É a mais pura verdade. Como nós nos enganamos e nos
iludimos... O que realmente importa é a humildade e a maneira como colaboramos
uns com os outros.
Tudo mais é a forma de nos desviarmos do desenvolvimento
e progresso, da fraternidade e pacificação.
Eu achei que era tão esperta e estava compreendendo uma
trajetória inteira, apenas por orgulho e ostentação.
SORAIA
22/07/2023
-- Paula Alves—
“QUANDO A GENTE TEM CORAGEM E TEM MOTIVAÇÃO,
CONSEGUE”
Eu montei aquele barraco de coração partido. Me senti um
péssimo pai de família, um falido, um lixo como diziam.
Pior do que ouvir o outro, é ouvir de si mesmo. Eu perdi
o meu valor como homem quando permiti que nos enxotassem daquela moradia.
O mais importante é a casa, mas meu vício não deixava que
o dinheiro rendesse. Eu trabalhava para pagar o bar. Olhei para minha esposa e
as crianças pequenas.
Ela confiou em mim. O que aquela mulher pediu para vida?
Quais eram seus sonhos?
Aquela coitada só queria ser feliz. Pediu tão pouco, casa
e comida, saúde para as crianças e serviço para gente. Mais nada.
Eu falhei com tão pouco. Minhas obrigações eram simples.
Se tinha tanto homem que dava conta por que eu não podia conseguir.
Naquela noite jurei. Eu jurei para Deus que mudaria de
vida em nome da minha família.
Hoje eu sei que a gente tem que ter motivação. Um vício
tão antigo, de outras vidas, só podia ser extinto por amor.
Naquela vida de pobreza. Vida de martírio onde fomos
parar na rua, eu me libertei por amor à família.
Eu não podia mais beber para ter o dinheiro das despesas.
O meu sonho era ter uma casa para não ser mais despejado. Eu tinha que ver
minha família dormir em paz, na cama quente, em segurança.
Quando a gente tem coragem e tem motivação, consegue.
Consegui e dei o testemunho para meus filhos e netos.
Nunca permiti que eles se viciassem, expliquei o que faz um homem de bem. Ele
cuida bem de si e da sua família. Ele honra a família.
Eles me amaram. Fomos muito felizes. Eu sei que as
pessoas têm seus pontos fracos, telhados de vidro, mas devem ter coragem para
enfrentar estes comprometimentos morais e melhorar.
Todos podem avançar, mas precisa ter franqueza para
aceitar e esforço para melhorar.
EVERALDO
22/07/2023
--Paula Alves—
“ESPÍRITOS IMORTAIS...NÃO DÁ PARA SABER QUEM
É MAIS ANTIGO”
Muito foi dito naquele dia. Eu perdi a paciência e ofendi
sem aliviar. Sei que ele se ressentiu e me criticou. Ele não quis me ver nunca
mais.
Na hora a gente fala o que vem na cabeça. Acha que são as
verdades que a pessoa merece ouvir. Como se realmente soubesse o que está
dizendo, como se fosse fazer toda diferença, mudar a pessoa.
Mas, quem foi que disse que eu tinha mais sabedoria ou
era mais bondoso, inteligente ou que quer que seja. Quem disse que eu era
superior?
Eu vi a cena, eu analisei. Também teria me ressentido
naquela situação. Só de ouvir o engrandecido falar, já irrita. Por que a pessoa
acha que sabe mais?
Espíritos imortais...Não dá para saber quem é mais
antigo, por isso, tem que ser indulgente e respeitar do pequeno ao grande, do
mais jovem, até o mais idoso. Não dá para saber quem mais ou melhor.
Jesus falou: “Quem quiser ser o melhor, seja o servo”.
Bendito Jesus, explicou tudo e eu não ouvi.
Falei o que não devia, detentor da verdade, conhecedor de
tudo. Não quis ouvir o que o meu filho tinha a dizer.
Eram as aflições dele, as angústias dele, eu subestimei,
tornei inferior, discriminei e o perdi para sempre naquela vida.
Eu precisei tanto dele. Eu não tive mais ninguém.
Soube, através da solidão, que nós afastamos as pessoas.
Não permitimos que façam parte das nossas vidas. Não nos permitimos sermos
amados por ninguém e sofremos sós.
Eu vou voltar. Serei o neto dele. Quero muito recomeçar.
Ser uma pessoa melhor.
Será que podemos ser o que quisermos? Eu quero ser uma
boa pessoa e ter contato com o meu avô que foi o filho que insultei. Eu desejo
estar com ele em paz.
VALDEMAR
22/07/2023
Eu tinha muito medo
de me desligar dele. A perda podia ser algo terrível porque, no mundo todo, só
havia nós dois.
Desde que me
distanciei dos familiares para assumir nosso relacionamento, eu sempre soube
que não poderia contar com ninguém. A vida era nossa e eu compreendi bem o
quanto éramos indesejados. Tudo questão de racismo numa época em que as pessoas
eram tão irracionais.
Eu o amava tanto
que pude modificar meu mundo por causa dele. Eu rompi elos importantes de
afetuosidade porque as pessoas não podiam compreender meus sentimentos e
insistiam em insultá-lo. Eu fui embora.
Nunca me arrependi
porque aquele homem me fez descobrir o amor e foi o amigo leal, o companheiro
que eu apreciei em todos os momentos de nossa vida juntos. Mas, no momento da
despedida, eu me senti vacilar.
Eu tive medo da
solidão diante do desencarne do meu esposo. Me perguntei se fui egoísta por
pensar em como ficaria minha situação sem ele. Mas, confesso que me incomodou
aquela vida onde nós éramos um do outro e ninguém mais.
Raciocinei que
nenhum de nós pode se enclausurar em seu mundinho, na sua casa. Nós devemos
sempre ampliar os horizontes e estendermos nossos relacionamentos. Fazer amigos
e buscarmos a reconciliação com familiares e desafetos. Nós precisamos romper
com o egoísmo e sensação de autossuficiência que se liga ao orgulho. Aquela
sensação de que vocês não precisam de ninguém, se bastam no mundo.
As pessoas devem se
esforçar para estarem ligadas à coletividade e fraternidade universal. Se
relacionarem com o maior número possível de pessoas de forma consciente.
Sabendo dos limites de cada um, respeitando os pontos de vista. Neutralizar-se
no contato com os outros, estabelecendo empatia
e compreensão de tudo o que as pessoas podem acrescentar em nossas vidas.
Cada contato é
interessante. Todas as pessoas passam por nós para agregar positivamente se
sabemos conviver com elas de forma amistosa. Para isso, é necessário o
conhecimento de si mesmo para não ultrapassar os limites do tolerável em cada
relação.
Podemos achar que
somos agradáveis e desejáveis por todos, quando na verdade, somos petulantes e
agressivos. Quando reconhecemos o peso de nossas palavras e tomada de decisões,
quando sabemos nos colocar no lugar dos outros, nossos relacionamentos passam a
ser mais saudáveis e edificantes.
A socialização
elevada começa com nosso raciocínio sobre direitos e deveres sociais. Saber
falar e calar, ouvir e agradecer. Menosprezar jamais, humilhar nunca, chamar a
atenção em particular, elogiar em público. Priorizar as qualidades de todos e
se ocupar dos seus próprios defeitos e trabalhar para corrigi-los. Tudo o que
as pessoas sabem ser politicamente correto e raramente executam por causa dos
seus caprichos.
Um ou outro, recebe
insultos e prefere se calar para não agravar as situações desagradáveis. Em
raríssimas situações, as pessoas orgulhosas se esquivam de produzir o mal e se
dedicam no trabalho árduo do reparo de si mesmo. É tão fácil criticar a posição
alheia!
Eu sabia de tudo
isso e tentei me proteger das situações desagradáveis vivendo, apenas com meu
doce esposo. Por isso, me fechei para os relacionamentos sociais. Mas, temi a
solidão.
Deus, sabendo de
todas as nossas necessidades, enviou algumas bondosas senhoras compadecidas de
minha situação. Elas foram as melhores amigas que eu poderia ter tido no fim da
vida. Me fizeram rir, dividiram comigo suas experiências e sofrimentos de vida.
Passearam comigo e me acolheram em suas famílias. Eu aprendi muito com elas.
Sei que podemos sofrer no contato com uns e outros, mas a vida é assim. Muitas
vezes, também fazemos sofrer sem nos darmos conta disso. No fundo, todos nós
somos iguais. Seres imperfeitos desejando a felicidade.
Amam-se. Vivam
unidos e criem oportunidades para fazer amigos.
ELZA
16/07/2023
--Paula Alves--
“NÓS NÃO SABEMOS QUAIS SÃO OS REAIS LAÇOS QUE NOS LIGAM AOS NOSSOS
SEMELHANTES”
Ela insistia em
mexer nas minhas coisas. Por que é que aquela criatura não se ocupava da sua
vida. Eu sei que tinha manias. Eu não conseguia ver minhas coisas fora do
lugar. Tinha uma estranha sensação de que estavam invadindo o meu espaço.
Por que será que
atraí aquela vizinha enxerida?
Com o passar do
tempo, aquilo foi me trazendo inquietação. Eu queria falar, mas ela era
boazinha, eu temia que ela pudesse se ofender. Afinal, meu problema não era com
ela. É ruim quando você não quer que as pessoas se aproximem muito e elas não
entendem seu ponto de vista.
Me chamavam de
chata, mas por que não conseguiam me entender. Eu não queria briga, apenas
sossego em minha casa.
Como ela não me
entendeu, tive que falar. Tomei cuidado para não ofender, mas sei que fui dura
com as palavras. Depois de despejar minhas verdades sobre ela, a moça falou que
aquilo era só para puxar conversa porque ela precisava muito falar com alguém.
Naquele instante,
ela começou a chorar. Fiquei muito constrangida e para não ser surpreendida por
outro mexeriqueiro, convidei a moça para tomar um chá. Ela começou a falar desesperada,
quase não respirava. Por que será que ela não conseguia desabafar com ninguém.
A coitada estava grávida, foi abandonada pelo pai do bebê e não sabia se
voltava para a casa da família no interior. Ela era tola e inexperiente.
Eu comecei a me
comover e imaginei que ela podia ser minha filha. Se fosse minha filha, eu
desejaria que alguém cuidasse dela, aconselhasse, ouvisse seus lamentos e a
encaminhasse no bem. Então, busquei me posicionar desta maneira. Eu fui
sincera, me preocupei com ela. Depois disso, comecei a tratar a moça com
solicitude e muito carinho. Ela continuou trabalhando, enquanto o bebê se
desenvolvia em seu ventre. Ela se reconciliou com o rapaz e contou para a
família, em pouco tempo estavam casados e com o bebê nos braços. Formaram uma
linda família feliz.
Eles foram as
pessoas que mais me auxiliaram em todos os momentos em que precisei de uma
ajuda ligeira. Muito mais atenciosos do que os meus filhos. Eu me surpreendi
bastante com o desenrolar daquela amizade entre vizinhos.
Às vezes, é de onde
menos esperamos que surgem as grandes amizades. No momento final, meus amigos
foram delicados e não saíram de perto do meu leito. Foram os últimos rostos que
vi, falaram as palavras mais suaves e me fortaleceram com preces. Eu sou muito
grata.
Chegando aqui tive
uma agradável surpresa. Aquela moça havia sido uma filha muito amada na
reencarnação anterior. Ser afetuoso que se comprometeu em estar comigo de
qualquer forma e tratou de vir ligada ao círculo social. Eu jamais poderia
imaginar que a espiritualidade age desta maneira.
Devíamos tratar
melhor todas as pessoas. Nós não sabemos quais são os reais laços que nos ligam
aos nossos semelhantes e podemos nos arrepender muito quando descobrimos quem
era aquele que estava sempre nos rodeando.
CARMEM
16/07/2023
--Paula Alves---
“QUANDO NÓS NÃO NOS DESCULPAMOS, NÃO ELIMINAMOS O MAL”
Por que aquela
pessoa me irritava tanto? Antipatia de causar terror. Eu não queria nem passar
perto. O simples ouvir da voz já me irritava.
Mas, eu tentava
disfarçar porque a pessoa era muito delicada e atenciosa, além disso, eu não
tinha motivos para me irritar com ela. Só fazia de tudo para me afastar tamanha
repulsa. Porém, quanto mais eu me afastava, mais a pessoa fazia de tudo para se
aproximar. Demorou muito tempo para entender as reais intenções dela.
Meu amado filho
tinha um sentimento sublime por ela e era reciproco. Minha animosidade nunca me
permitiu enxergar que estavam envolvidos. Eu compreendi que, se tivesse deixado
meus sentimentos de lado teria percebido o que estivesse bem debaixo do meu
nariz.
Foi difícil aceitar
o relacionamento deles. Acredito mesmo que, na carne, nunca aceitei. Sei que
fui hostil, arredia e agressiva. Eu a ataquei com palavras e insultos que,
pensando bem, eu mesma jamais perdoaria. Mas, ela fazia-se de mal-entendida
para poder conviver comigo numa boa.
Meu filho ficava
tão constrangido. Eles se casaram, tiveram filhos, mas eu nunca cedi. Aquele
sentimento desagradável não saia de mim. Até que um dia, depois de ter ido com
meu filho para o hospital, ela parecia cansada e eu a insultei. Não reparei que
ela estava com o joelho ralado de uma possível queda, simplesmente a ofendi.
Acreditei que ela
ouviria calada como sempre, mas ela falou que: “cada um oferta aquilo que tem
no coração. Eu não precisava gostar dela, mas tinha que respeitá-la, da mesma
forma que ela sempre me respeitou, mesmo não gostando da maneira que eu a
tratava. Pela paz da nossa família ela fazia de conta que não tinha escutado,
mas estava na hora de eu aprender a me comportar. Refletir antes de falar para
não ficar magoando as pessoas gratuitamente”.
Eu não tinha mais o
que dizer. Soube que meu filho estava doente, precisando ser operado e ela
estava preocupada e cansada de percorrer médicos com ele. Aquela mulher cuidou
muito bem do meu filho. Por causa dela, ele se curou.
Eu fiquei
envergonhada. Não me desculpei, nunca e me arrependo disso. Quando nós não nos
desculpamos, não eliminamos o mal. É como se estivéssemos confirmando todas as
palavras repulsivas, agressivas, do mal. Então, a pessoa precisa saber que você
se arrependeu e mudou seu modo de enxergar as coisas. Pode ser que isso não
faça tudo mudar e torne as pessoas amorosas, mas liberta. Encerra o vínculo de
negatividade.
O melhor é sempre
ser sincero e buscar se elevar através do bem.
JOCÉLIA
16/07/2023
---Paula Alves---
“O IDEAL É QUE DEIXEMOS DE LADO TODOS OS BLOQUEIOS QUE NOS LEVAM A ODIAR
E POSSAMOS AMAR INDISCRIMINADAMENTE”
Fiz de tudo para
que ele pudesse ter amor por mim. Desde pequeno, percebendo a diferença que
existia entre mim e meus irmãos, mas não conseguia compreender o motivo.
Levou muitos anos,
cheguei na fase adulta e ouvi de um de meus irmãos que eu não era filho do meu
pai. Fruto de um relacionamento extraconjugal, mamãe engravidou de mim. Meu pai
não podia me olhar, era a comprovação de um adultério, ainda mais quando ela
chegou a confessar em alto e bom tom.
Eu fiquei muito
triste. Me senti sujo, envergonhado, como se fosse responsável pelo sentimento
ruim que habitava em meu pai. Para mim, aquele senhor surrado, sisudo, mal-educado,
era meu pai. O único que conheci e que me bateu tanto.
Nunca recebi um
carinho, uma palavra de incentivo ou atenção. Ele desejava me bater, em
castigar e eu entendi o motivo. Acho que ele evitava bater em minha mãe e
descontava em mim. Ouvi muitas vezes, ela dizia que não devia ter engravidado e
tinha a resposta para todas aquelas frases que pareciam sem sentido.
É ruim se sentir
indesejado. Estar numa família onde todos te dão motivos para sumir, mesmo
assim, eu continuava com eles como uma estranha força que me impossibilitava de
sair. Eu tinha que permanecer com eles, mas por quê?
Levei anos,
amargurando aquela sensação para reconhecer que eles precisavam de um filho no
lar. Deus sabia que eu iria cuidar bem deles. Quando todos se casaram ou foram
estudar fora, eu fiquei ali com os velhos. Eu cuidei de tudo, sendo insultado e
destratado. Tentava não ligar e entendi melhor quando ficaram doentes. Eu
cuidei deles quando estavam na cama, quando, cada um a seu tempo, não
conseguiram andar.
As pessoas
brincavam dizendo que, de todos, aquele que mais levou bordoada, foi quem mais
ajudou. Eu me senti útil e feliz. Foi como se, a partir daquilo, pudesse ter
jeito para nós. Eles morreram sendo cuidados por mim. Eu fiquei aliviado de
nunca ter descontado, sempre ter sido delicado com eles. Parece que estavam
mais tranquilos comigo. Tinham gratidão.
Quando eu cheguei
aqui, tive a oportunidade de me reencontrar com eles e ouvi um belo pedido de
desculpas. Eles estavam decepcionados com eles e felizes comigo porque eles se
lembraram do quanto pediram para a espiritualidade me colocar em suas vidas. Eu
fui um ser amado por eles em muitas existências. Eles desejavam que eu fizesse
parte dos relacionamentos mais íntimos, sabiam que poderiam contar comigo
diante das provas mais árduas. Se impressionaram muito quando descobriram que
aquele ser amoroso era eu. Tanto que me insultaram...
Mas, eu os amava e
só podia ter feito o bem. Creio que temos um compromisso global onde uns devem
olhar para os outros com mais tolerância. Se nós pudéssemos considerar todos
como reais irmãos, estaríamos sempre retornando com alegria. Reencontraríamos
os amigos de outrora a relembrar dos bons momentos que vivenciamos. Satisfeitos
do progresso que alcançamos juntos.
O ideal é que
deixemos de lado todos os bloqueios que nos levam a odiar e possamos amar
indiscriminadamente.
JORGE
16/07/2023
--Paula Alves--
“O DESPERTAR PARECIA ALGO INALCANÇÁVEL”
Perdido
no mundo material, envolvido com questões tão materiais, mesquinhas e absurdas
que me faziam patinar diante do tempo e do espaço.
Eu
não podia conjecturar com sensatez tão absorvido pela necessidade financeira e
de progresso social. No mundo competitivo onde eu precisava matar muitos leões
por dia e me fazer melhor que os outros para ser respeitado.
Eu
vivia por viver. Vida de escravos que dormem e acordam desejando consumir,
conquistar para ser mais que os outros.
Eu
perdi meu raciocínio. Perdi todos os objetivos que me fizeram reencarnar. Me
esqueci do que realmente importava e, nem mesmo, percebi Amélia.
O
mundo material me fascinou tanto que eu não reparei quando ela surgiu diante de
mim.
Nós
perdemos muitas possibilidades de ascensão e deixamos de triunfar porque
estamos cegos. Ela seguiu sua vida, por conta da minha rejeição, porque eu nem
notei sua existência bem perto de mim, ela se casou com outra pessoa e refez
seus planos de forma inconsciente.
Eu
continuei incrustado nos desejos materiais até que me deparei com o desgosto, a
amargura, o despeito e a depressão, frutos da vida material sem comprometimento
com o ser.
Levou
tantos anos para fazer a descoberta de mim mesmo. Quando tudo parecia perdido,
após a experiência da quase morte, eu me vi como realmente sou e pude perceber
que valorizei coisas erradas. Perdi tempo e oportunidades de edificação.
Mas,
após o despertar da minha consciência, eu não podia fraquejar. Eu precisava me
adiantar, utilizar o meu tempo, o tempo que me foi entregue da melhor forma
possível para assimilação do todo e conclusão dos objetivos que me enviaram
novamente à carne.
Qualquer
um me chamaria louco no momento em que eu atingia a lucidez. A percepção da
realidade me permitiu avançar. Realizar trabalhos envolvendo a coletividade e
promover a melhoria individual. Eu consegui avançar em muitos aspectos, apesar
de ter negligenciado o envolvimento familiar, base da minha reencarnação.
Todos
despertarão, cada um a seu tempo. É duro perceber que o tempo foi perdido e
notar o quanto deixamos para trás porque cada tarefa está lograda ao tempo, se
for perdida, não volta mais.
São
inúmeras tarefas para todos os encarnados, se tivéssemos educação religiosa e
social, respeito pelo ser e dever de nos aprimorarmos, conseguiríamos avançar
mais rapidamente, mas ao invés disso, somos induzidos a avançar pela aquisição
de bens materiais, pela posição e poder. Somos conduzidos pelo mal que ainda
habita em nós, quando devíamos nos despojar de tudo o que conduz ao fracasso e
tormenta pessoais.
Aquele
que tem olhos para ver, veja. Comente, ensine, desperte, ajude o outro a se
posicionar no mundo para que todos possam se adiantar num mundo melhor.
VAGNER
08/07/2023
--Paula
Alves--
“QUANDO CONSEGUIMOS ALCANÇAR O RACIOCÍNIO DO SER
EXISTENCIAL, HÁ A NECESSIDADE DE REALIZAÇÃO PLENA”
Após
olhar nos seus pequeninos olhos negros. Tudo despertou em mim. Foi um
sentimento avassalador, me emudeceu, causou pranto e estranheza. Eu não sabia
que podia amar daquela forma.
Meu
filho! Após tantos meses tentando resistir para que a gravidez chegasse a
termo, ali estava ele, forte e saudável e eu podia segurá-lo em meus braços.
A
vida se modificou diante daquele amor. Aquela estranha sensação de que o mundo
precisa ser melhor para ele. Aquela certeza de que eu precisava ser uma pessoa
melhor me abriu os olhos. Foi como se todos os raciocínios fizessem parte de
mim e a lucidez brotasse em minha alma errante, necessitada de auxílio e paz.
Eu
me reconheci como realmente sou naquele momento e despertei do torpor que me
conduzia naqueles trinta anos.
De
posse de mim mesma, não havia tempo a perder. Quando conseguimos alcançar o
raciocínio do ser existencial, há a necessidade de realização plena. Isso exige
concretizar os planos oferecidos para o suporte de desenvolvimento da
reencarnação.
O
tempo passa a ser encarado como algo primoroso, valiosíssimo, justamente porque
não temos como agarrá-lo. Tudo passa de forma veloz porque você se prepara para
realização plena.
As
pessoas a sua volta também te enxergam diferente, sem compreender suas
necessidades e inclinações, suas justificativas não fazem sentido porque ainda
estão absorvidos no mundo materialista.
Eu
despertei graças aquele amor que modificou minhas fibras mais intimas e fez compreender
que eu tinha que cumprir aquela meta antes de retornar. Todas as questões que
não dizem respeito a entrega dos objetivos estarão fora de questão e não serão
otimizados.
Não
pode se perder com questões rotineiras, briguinhas, mesquinhez, intrigas,
maledicências ou leviandades que possam atrasar o desenvolvimento pleno.
No
momento do avanço real, quando você conclui a jornada e passa para o plano
espiritual, haverá o momento da análise do progresso total que foi atingido com
aquela reencarnação. Existem muitos momentos que passarão despercebidos porque
foram pequeninos instantes na sua eternidade. Você não se lembrará deles,
então, o ser desperto evita se envolver com tudo aquilo que pode atrasá-lo.
Eu
vivi bem, compreendi questões que ficaram ocultas para a maior parte das
pessoas. Me envolvi em grandes momentos da vida dos meus semelhantes que, para
a grande maioria das pessoas, seria um ato furtivo e banal, mas naquelas
situações tirei belos aprendizados.
Não
poderia imaginar que tudo podia ser conseguido através do amor. Compreendo bem
as palavras do Cristo: “O Amor cobre uma multidão de pecados”.
É
só o amor...
Só
ele pode tirar o véu que obscurece nosso raciocínio e nos fazer enobrecer a
alma.
LIZ
08/07/2023
---Paula
Alves---
“A TRANSFORMAÇÃO SINCERA INDEPENDE DE TEMPO E
MOTIVO, ISSO ACONTECERÁ COM TODOS NO MOMENTO OPORTUNO”
Eu
li e reli. Compreendia que meu sermão não tocava os corações porque estava
cheio de palavras vazias que não continham nenhum tipo de sentimento.
Em
toda ação, devemos ter o sentimento que impulsiona. Ninguém pode motivar as
pessoas se é pessoa sem sal. Jesus usou tão bem suas palavras ao descrever que
o discípulo é a luz do mundo e o sal da Terra.
Eu
precisava salgar, mas não tinha nada a oferecer por mais que quisesse. Não
tinha porque não compreendia e não compreendia porque não havia sido tocado na
alma.
Eu
tinha as palavras decoradas, mas não eram sentidas e soava falso, tímido, sem
coragem de arrebatar. Eu não conseguia encaminhar ninguém ao Pai.
Mas,
naquele dia, após ver a igreja vazia, eu pedi, eu clamei. No fundo sabia que
tinha um compromisso com Ele, mas nem eu mesmo, tinha certeza do que envolvia o
meu chamado.
Eu
falei que deixaria de ser servo se fosse da vontade do Senhor, mas eu precisava
de um direcionamento, naquele instante, chorei muito porque me vi fracassar,
foi como perceber que estava no caminho errado, desejando ser algo para o qual
não fui criado.
Mas,
Ele não me deixou sem resposta. Naquele momento, eu despertei. O Senhor falou
comigo, dentro do meu ser, eu consegui compreender, após visualizar uma cena
que encheu meu coração de esperança e coragem. Lá estava eu, pregando em toda
parte. Um fiel discípulo do Mestre. Me entregando ao trabalho nobre de
revela-lo para todos que desejavam.
Eu
soube naquele momento que precisava trabalhar ativamente e sentir-me seu
discípulo, estar presente para Jesus e salgar as suas palavras. Atraindo as
pessoas através do seu Evangelho de misericórdia.
Aquele
contato com o Pai me fez entender que todos nós somos importantes para Ele.
Melhor que estejamos lúcidos e decididos ao trabalho sério de propagação da
Palavra cristã.
Demorou
tanto tempo para que eu despertasse e quando isso aconteceu as pessoas se
questionaram sobre o que teria acontecido comigo, por que eu estava tão
diferente?
A
conversão real, a transformação sincera independe de tempo e motivo, isso
acontecerá com todos no momento oportuno, por isso, não podemos perder a fé nas
pessoas e nem considerarmos que este ou aquele não pode mudar.
Todos
mudarão e se tornarão muito melhores.
MICHAEL
08/07/2023
---Paula
Alves—
“QUANDO ALCANÇAMOS O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA, A
COMPREENSÃO DAS COISAS TOMA CONTA DE SI E VOCÊ ALCANÇA A SENSATEZ E A PAZ
INTIMA TÃO ALMEJADA”
Foram
tantos anos vivendo a indecisão, a injustiça e a violência dentro da minha
casa. Eu vivi tantos anos no meio da destruição e do horror que minha mente
ficou impregnada de maldade e decepção.
Depois
de muitos anos vendo e sentindo o mal, você perde a esperança e se torna
amargurada. Sei que afastei muitas pessoas do meu convívio porque não tinha
palavras sãs. Eu não conseguia olhar o mundo com gratidão. Era um mundo sombrio
e nublado o tempo todo.
Mesmo
diante das pequenas exaltações de alegria que familiares e amigos deixavam
transparecer ao meu lado, eu sempre via o negativo. Eu era desagradável e
infeliz.
Mas,
houve um momento em que me senti livre. É difícil admitir diante de alguém, mas
precisou que ele morresse para que eu me sentisse liberta, livre do meu fardo.
Foram
cinquenta anos sendo martirizada por um marido cruel, mesquinho e machista. Eu
imaginei que nunca mais me sentiria dona de mim, eu não podia decidir ou sorrir
sem o consentimento dele. Era uma prisioneira. Compreendo que tivemos que
vivenciar tudo aquilo para quitar dívidas antigas, mas também notei que
poderíamos ter nos arruinado ainda mais se eu não despertasse e seguisse em
frente sem o desejo de revide interminável.
Naquele
funeral, despertei com a sensação de liberdade. Depois que me vi completamente
livre, eu despertei para a realidade. Soube perfeitamente bem os porquês que
nos envolveram e que precisava passar por todos aqueles aprendizados. Foi,
apenas um reencontro de desafetos e a quitação de dívidas que me permitiram
seguir em paz.
Quando
alcançamos o despertar da consciência, a compreensão das coisas toma conta de
si e você alcança a sensatez e a paz intima tão almejada.
Eu
voltei a ser o que era quando cheguei na Terra. A menina sorridente de antes
naquele corpo exausto pela idade e sofrimentos da vida, voltei a estudar, eu
precisava aproveitar meu tempo para assimilar. Eu tinha sede de saber e de
aprimorar-me.
Como
foi proveitoso estar com meus familiares com tempo para conhece-los um pouco
mais, saber de suas vidas, rir com eles. Eu queria tanto aquele momento.
O
tempo é precioso, não voltará. Nós devemos aproveitar cada instante e ter
discernimento para fazer render, para ser produtivo para todos.
VERÔNICA
08/07/2023
--Paula Alves--
“EU ME PERDI NA
VAIDADE”
Fui uma criança gordinha, uma adolescente gordinha e isso me incomodava
por causa dos olhares e risos de familiares e colegas.
Sempre a fonte das gozações, o alvo das chacotas. Nunca tive o prazer de
ser convidada para uma festinha ou passeio, eu não tive amigos, nem namorados.
Com o passar dos anos, meu objetivo foi transformar meu corpo num corpo
esbelto e altivo. Fiz dieta, ginástica, me tornei ciclista e alcancei meu
objetivo. Realmente minha vida social mudou, consegui um emprego promissor e
era convidada para jantares e comemorações.
“Magra e bonita” — era o que todos diziam.
Diziam me parabenizando porque eu estava muito melhor. Ainda falavam que
“a vida é mais fácil para as magras e belas”. Puro preconceito! Mas, eu sei o
que era feito das gordinhas, insultadas, menosprezadas e excluídas. Eu não
podia voltar para aquela vida.
Diante das pessoas, eu parecia alguém bem resolvida, decidida e
bem-sucedida, mas distante delas, eu tinha complexos, síndrome de
inferioridade, temor da obesidade. Eu mal me alimentava. Controlava tudo o que
ingeria, às vezes, botava tudo para fora, profundamente culpada por ter
consumido uma caloria a mais.
Temi, por causa da idade, ficar com algumas dobrinhas, então
intensifiquei meus cuidados com a aparência. Emagreci mais e mais, meus pais se
preocuparam, disseram que eu estava muito magra. Mamãe cozinhou para mim, mas
estava ficando difícil ingerir aquelas comidas, eu sentia enjoo, não conseguia
comer.
Quando me olhava no espalho, tinha a impressão de estar engordando e
isso me apavorava, daí eu não conseguia me alimentar. Eu sentia náuseas, tinha
vômitos e fui perdendo peso.
Mas, a verdade é que eu me perdi na vaidade. A minha mente fez distorcer
as coisas, eu alucinei achando que estava gorda, por isso, não queria mais
comer. Tudo piorou, eu estava esquelética. Meus pais foram obrigados a me
internar porque eu estava tendo desmaios, muito debilitada e quase ensandecida.
Tomei medicamentos para emagrecer quando já estava bem abaixo do peso ideal.
Eu não queria comer. Minha mãe apelou na verbalização. Me disse que eu
tinha que dar graças a Deus por ser saudável e ter a oportunidade de me
alimentar com tudo o que tivesse vontade, enquanto tantos passam fome no mundo
inteiro. Mas, isso não me fez mudar. Eu estava nas últimas forças orgânicas e
senti que o fim estava próximo.
Logo depois eu parti. Atormentada, com a imagem mental de uma obesa.
Ninguém podia me fazer crer que eu estava tão emagrecida. Peregrinei nos vales
sombrios como suicida involuntária e depois de dezenas de anos, pude vir para
cá.
Ainda é difícil para mim, aceitar este corpo espiritual. Ter uma mente
lucida é difícil. Me comprometer adequadamente com a nutrição e saber que
passamos pelos rótulos que nos equilibram com a sociedade também é bem
complicado, mas estou disposta a melhorar, investindo todo o meu potencial
neste tratamento para reorganização psíquica. Sei que, em breve, estarei
completamente alinhada. Agradeço pela oportunidade de manifestar meus
pensamentos. Gratidão.
ISABELA
02/07/2023
---Paula Alves---
“EU ME PERDI NO
AMOR ABUSIVO”
Eu o amava com todas as forças do meu coração. Tudo suportei, tudo
perdoei e fazia tudo de novo, mas eu precisava de ajuda.
Quando o amor próprio não existe, não se pode amar o outro. Eu permiti
que ele fizesse de mim o seu capacho. “Dar a outra face” é não revidar, mas eu
permiti que ele abusasse de mim, me desvalorizasse, humilhasse e ofendesse de
todas as formas.
Homem que trai, espanca, estupra, agride mentalmente, isso não pode ser
amor. Qual é a mulher que se ama que se presta a este papel?
Eu só conseguia pensar nele, como uma obsessão, algo doentio. Eu sentia
dor, mesmo nos dias em que ele não me batia, eu sentia a alma doer quando sabia
que ele não voltaria para casa. Cheguei a pensar que era por orgulho que o
queria comigo. Para dizer que ele não ficaria com elas, que tinha algum
sentimento por mim, mas se eu me amasse teria ido embora, afinal ele chegou a
me jogar na rua.
Eu me perdi naquele amor abusivo. Aquela estranha necessidade de ficar
do lado do ofensor. Acho que a mente ficou confusa, não tinha como refletir nas
coisas que eu estava fazendo. Minhas irmãs chegaram a dizer que eu parecia
estar louca e não fazia sentido viver daquela forma. Eu podia recomeçar, mas eu
preferia atormentá-lo com a minha presença.
Descontrolada após mais uma briga, sai sem rumo e fui atropelada.
Desencarnei tão louca e voltei para casa. Fiquei atormentando aquele homem por
largos anos. A mente não permite que você enxergue nada de bom.
Eu acho que o que temos de mais importante na vida é a lucidez mental.
Quando você realmente consegue refletir diante dos fatos da sua vida, das suas
necessidades, consegue analisar suas potencialidades e oportunidades. Enfim,
você reconhece o tempo e o espaço, mas eu estava tão perturbada que não conseguia
perceber que estava desencarnada.
Pensar, refletir, ordenar minhas ações e sentimentos é algo maravilhoso
e libertador. Aquele homem não me escravizou por causa do amor que eu,
supostamente sentia por ele, pelo contrário, eu mesmo me aprisionei naquele sentimento
doentio que só pode me fazer sofrer e estagnar o meu desenvolvimento.
As pessoas podem e devem ter sentimentos raciocinados. Se reconhecer e
saber o que está sentindo, controlar estes sentimentos para que não sejam
impulsivos e maléficos para si ou para o semelhante. Exercícios simples de como
sentir e externar os sentimentos para não gerar agressões. Isso deve ser
ensinado. Estou aprendendo isso tudo aqui e estou melhorando para que na
próxima vida tudo seja mais favorável.
ELISA
02/07/2023
----Paula Alves---
“EU ME PERDI NA
AMBIÇÃO”
Eu adorava aqueles aplausos e fotos. Como eu gostava de ser alguém
conhecida...
Não me importava tanto com o dinheiro, mas ser famosa... Eu adorava
quando me reconheciam nas ruas e me procuravam para dar autógrafos.
Para ficar sempre em evidência, muitas vezes, precisei inventar alguma
notícia ou escândalo sobre a vida amorosa ou familiar. Mas, meus familiares e
amigos já estavam acostumados comigo, ninguém ligava. Isso era bom para a
publicidade e também porque, assim, as pessoas se lembravam dos meus trabalhos
e eu era convidada para outros papéis.
Mas, infelizmente nós envelhecemos e, aos poucos, surgiram outras
pessoas mais bonitas e interessantes. Eles se esqueceram de mim.
O problema da mente é que quando você cria situações, estas situações
são criadas primeiramente na sua mente. Chegou num ponto que eu já não sabia
definir o que realmente havia acontecido.
O problema do mentiroso é acreditar na sua própria mentira. É se perder
naqueles acontecimentos e não ter lucidez para saber onde esteve e o que, de
fato, aconteceu. Os familiares acharam estranho e me levaram ao médico. Ele
disse que era problema de memória por causa da idade. Hoje em dia, chamam de
Alzheimer. Mas, eu sei que foi culpa das minhas más ações para chamar a atenção
dos repórteres e fãs.
Eu me perdi na ambição. Minha mente me pregou uma peça. No fim da vida,
eu acreditei em todas as histórias que contei. Eu estava perdida e confusa. Já
não sabia qual era minha real personalidade. Perdi a identificação de mim
mesma. Coisas que eu dizia no teatro: “Eu posso ser quem eu quiser, faço com
que todos acreditem!”
Eu mesma acreditei. Tantas personagens e eu não sabia mais quem eu era.
É um luxo ter o controle mental. Conseguir chegar no auge da velhice e se
lembrar de toda a vida que viveu. Ter compreensão de tudo o que ocorre ao seu
redor. Ter ciência dos acontecimentos e poder aconselhar os mais jovens, ser
respeitado por eles, é um mérito. Mas, eu tive atitudes de uma pessoa
tresloucada a vida toda, eles nunca me respeitariam.
Cuidaram de mim até o fim. Depois de desencarnada, vaguei atormentada
por meus delírios e visões que em grande parte faziam contexto com as novelas
que participei, tudo criação mental.
Hoje estou bem, mas já compreendi o quanto a mente é delicada. A vida
mais simples é incrível. A saúde mental é proveniente de pensamentos nobres,
generosos, elevados. Pensar com delicadeza, desejar o que se pode ter com
modéstia.
Viver o hoje. Não passear por muito tempo no passado, não almejar demais
o futuro. Viver no presente, permitem uma vida mentalmente mais saudável. Não
fantasiar, ser quem é. Aceitação de si mesmo reflete o equilíbrio mental. São
pontos importantes a serem observados.
SUELI
02/07/2023
-----Paula Alves---
“EU ME PERDI NA
INVEJA”
Tudo me incomodava, aquela família certinha demais, aquele casal
amoroso, solidário, fraterno diante de todos, me irritavam.
Eu fiquei pensando o que podiam fazer se brigassem, se eles se
separassem. Nunca poderia imaginar que, só de pensar, eu mandava energias tão
negativas para eles.
Claro que ninguém percebia. Sempre tive atitudes tão delicadas, as
pessoas jamais poderiam admitir que eu sentisse algum tipo de repulsa por eles.
A questão é que, por mais que eu me sentisse incomodada e eles tivessem algum
desentendimento, sempre estavam unidos e eu era obrigada a presenciar a união
daqueles dois.
Aos poucos, passei a revelar a hostilidade e agir com certa reprimenda.
Instintivamente algumas amigas vieram questionar sobre o que estava ocorrendo,
mas eu não conseguia enxergar que estava perseguindo o casal.
A mente inverte os valores. Nem sempre podemos perceber o quanto estamos
sendo equivocados diante do mundo e das pessoas. Eu demorei muito tempo para
perceber o que estava fazendo.
A minha sorte foram estas amigas muito sensatas e delicadas com todos.
Elas me conheciam há anos e notaram que eu estava diferente. Elas me fizeram
compreender que eu estava sendo injusta e abriram meus olhos. Eu não percebi de
pronto. Eu achava que o errado era o certo e pensei que isso deve acontecer aos
montes.
Pensa bem: quantas vezes nós achamos que a nossa verdade é a verdade
absoluta? Em muitos casos podemos acreditar que estamos fazendo o bem para
todos, mas não conseguimos refletir que o que fazemos é prejudicial.
Isso vai acontecer sempre que as pessoas estiverem se conduzindo por
sentimentos agressivos, criminosos, maléficos, sentimentos animados por orgulho
e vaidade, no caso eu estava dominada pela inveja.
Quando percebi quase morri de vergonha. É difícil que alguém possa
admitir que errou movido pela inveja, mas aconteceu comigo. Naquela época, eu
procurei ajuda psicológica e foi muito bom. Depois eu pedi desculpas para o
casal porque só perceber o erro não basta, precisa reparar a ação. O pedido de
desculpas vale muito porque é admitir que errou e mostrar que se arrependeu.
Depois disso tem que reparar, ou seja, no meu caso, enviar pensamentos
cordiais, de amizade e nem pensar, em errar novamente.
Devemos
vigiar nossos pensamentos. A pessoa correta tem muito o que fazer disciplinando
a si mesma. Se esforçando para desenvolver-se e não tem tempo a perder cuidando
da vida das outras pessoas. Se pode ajudar, faz tudo para isso, com o maior
prazer, mas se não pode, simplesmente, cuida da sua vida. Isso ajuda a mantar a
mente saudável e o coração liberto das mazelas morais.
KAREN
02/07/2023
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