Cartas de Junho (16)

“VOCÊ NÃO DEVE RECUSAR O PROGRESSO, POIS ELE ESTÁ ENTREGUE A TODOS, BASTA BATALHAR PARA CONSEGUIR”

  

Eu me arrependo do que não fiz por medo, preguiça e por vergonha.

Muito arrependimento de tudo o que não consegui por medo do fracasso, do deboche, do descaso ou do sarcasmo de uns e outros.

Eu disse para o meu filho uma vez: “Arrisque porque o não você já tem!”

Ele sorriu e disse que eu fui o maior incentivador da sua vida.

Gostei de ouvir isso do meu filho. Acho que, devido o arrependimento, por não ter lutado por tudo o que desejei, eu sabia perfeitamente bem o que devia dizer para motivá-lo.

Nós nunca devemos jogar um balde de água fria nos outros, desestimular, impedir o crescimento de alguém. Isso é desumano!

Eu ouvi muito disso na infância. Meus pais diziam que isso ou aquilo não era para nós. Os pobres, os negros, os nordestinos, enfim, tudo o que sonhávamos de verdade não nos pertencia. Não era para se ofender, só não era para perder tempo com questões que não levariam ao nosso progresso.

 

Como o estudo, por exemplo, o pai dizia que não adiantava se esforçar muito porque nunca teríamos diploma. Para nós, só o serviço braçal, suado, dinheiro contado, pingado e pouco, quase a perder de vista.  

Eu cresci ouvindo que não era para mim. Fiquei medroso diante do mundo, diante da vida e das pessoas. Bicho do mato que não sabe nem conversar, mas não queria que meus filhos ficassem entregues à derrota, sem ao menos tentarem.

Todos têm direito de ter perspectiva. Todos nós somos iguais perante Deus, então, por que eu não podia tentar me igualar aos outros?

Pensei tanto nisso, a vida toda. Quando meus filhos estavam crescidos e tinham seus sonhos, nunca desencorajei. Não queria que vivessem como eu, enfadonhos, trabalhando para comer, sem sonhos ou vocação, só quebrando tijolos.

Eu me arrependo de não ter tentado. Eu queria ter estudado mais. Vi tantas pessoas que tiveram a chance de estudo sério e recusaram, se eu tivesse tido esta oportunidade, eu teria sido muito feliz.

Se você tem um sonho, deve se esforçar para alcançá-lo e não permitir que as pessoas te oprimam. Você não deve recusar o progresso, pois ele está entregue a todos, basta batalhar para conseguir.

Eu me arrependo de ter permitido que as pessoas fizessem de mim um alguém que se anulou porque disseram que eu não era capaz. Todos somos capazes.

Se esforce para vencer a educação que oprime e castra seu direito de sonhar e vencer. Todos nós merecemos alcançar a felicidade.

 

SEBASTIÃO

25/06/2022

 

---Paula Alves—

 

“NÃO DEVEMOS PROFERIR PALAVRAS QUE PODEM FERIR E NÃO FAZER NADA PARA CORRIGIR ISSO”

 

Me arrependo do que eu não disse. Após mencionar o quanto ela era leviana e cruel. Eu poderia ter falado tudo de bom que ela fez por mim e todas as vezes que me senti bem ao seu lado.

Minha filha fez tudo por mim. Ela me honrou! Soube estar presente quando a mãe nos deixou, depois da doença terrível e do desencarne repentino.

Eu me angustiei, eu me arruinei de tanto sofrimento e fui mesquinho porque ela perdeu a mãe e eu fui egoísta como se o único a sofrer fosse eu.

Por que será que nós somos tão cegos e egoístas? Não conseguimos perceber o sofrimento dos outros.

Eu podia ter cuidado melhor dela e ter conversado, ter chorado um pouco e dado apoio, sido um pai carinhoso.

Eu me arrependo de não ter dito o que ela precisava ouvir.

Nós perdemos muito tempo reclamando da vida, reclamando dos outros, cometendo desatinos que justificamos com nosso sofrimento, por nossa dor, mas magoar os outros não tem justificativa.

 

Não devemos proferir palavras que podem ferir e não fazer nada para corrigir isso. Cada um de nós deve saber cuidar melhor do que sentem seus semelhantes, proteger os sentimentos alheios é dever nosso porque estamos de posse dos pensamentos, palavras e ações. Ferir de forma intencional é horrível!

Me arrependo das acusações descabidas, da falta de perdão e das ofensas que nunca reparei. Eu deixei pra outro dia, eu achei que teria a chance de me acertar com ela, mas deixei para outra semana e meu orgulho fez com que eu me calasse porque ela, como filha tinha a obrigação de me compreender. Será?

Por que ela tinha que ser indulgente comigo? Por que ela tinha que desculpar sempre?

Eu estou pensando muito em tudo isso. Acabei me lembrando das diversas vezes em que recebi tanto afeto e não doei nada. Nem simpatia, nem amizade, nem delicadeza para com ela. Por quê?

Relembrei algumas coisas, lembrei das minhas vivencias passadas. Eu não tinha amor por ela, mas aceitei receber como filha. Neste acordo de regresso em família, eu tinha que desenvolver sentimentos mais nobres, mas eu escolhi ser duro, mesquinho e isolar-me não permitindo que ela tivesse um pai amoroso.

Eu me arrependo. Ouvi muitos amigos dizendo que o pai era ausente, falhou por não desenvolver o amor e o acolhimento com os filhos e eu fiz o mesmo com minha filha.

É uma falha grave. Você não permite a aproximação, o carinho e o amor, mas a criança idolatra o pai, ela tem no pai um herói. Leva um tempo para perceber que aquele pai não desejou aquele filho, mas quando o filho sente a repulsa do pai, a tristeza é grande.

 

Eu soube disso, aconteceu com muitos amigos, mas nunca achei que eu fosse reproduzir em minha casa.

Eu me arrependo de ter sido cruel com a Carla. Se ela pudesse receber este relato, seria para pedir perdão. Demorei para compreender que fiz maldade com ela, negando o amor e o amparo que eram obrigações minhas.

Eu falhei na missão de pai e me sinto muito mal. Se for possível me perdoar, me sentirei um pouco mais leve, porém será necessário um novo regresso para que eu possa colocar em prática tudo o que aprendi e mostrar à ela que eu posso ser um pai muito melhor.

 

DAMIÃO

25/06/2022

 

---Paula Alves--

 

“COMO PODE DEIXAR A ESPOSA DE LADO POR OUTRA MULHER?”

 

Eu me arrependi do caminho que escolhi. Sei que tudo podia ter sido bem diferente.

Quando nos casamos, eu a amava muito e sabia que podíamos ser felizes, mas conforme o tempo passou, tivemos contratempos, problemas financeiros, brigas familiares e lutas, provações, desentendimentos.

Tudo isso fez com que nos distanciássemos. Eu vi o quanto ela sofreu, eu senti compaixão e tentei melhorar, mas minhas más inclinações falaram mais alto.

Acho que a gente se acomoda e deixa o outro sofrer calado, sabendo que podia se esforçar e fazer dar certo porque todo relacionamento passa por turbulências, mas quando as pessoas têm comprometimento e dever, elas superam as adversidades e superam todos os problemas fazendo da união forte e duradoura.

Eu podia ter me esforçado para dar certo, eu podia ter valorizado minha esposa e nosso matrimônio, mas me deixei envolver por relacionamentos extraconjugais que desestabilizaram nosso lar.

                    

Eu me iludi, me deixei influenciar e escandalizei a família quando fui pego com a professora da minha filha.

Minha esposa teve um choque, ela ainda quis argumentar, disse que podíamos corrigir a situação, voltar ao casal que fomos, por amor da nossa família, mas eu já estava perdido e falei que estava apaixonado pela professora.

Eu disse muitas ofensas para aquela mulher que me amava e tinha uma história comigo. Ela chorou comoventemente. Eu senti, também chorei, mas naquela ocasião porque todo fim é triste.

Sem grandes comoções, arrumei minhas malas e disse que ia para um hotel. Ela riu: “Hotel? Nós nunca fomos para hotéis, mas agora você tem condições de ir para um hotel para se afastar da sua família. É tão simples romper com os relacionamentos... Boa sorte. Lembre-se de que é um caminho sem volta.”

Eu sai me sentindo aliviado porque fazia muito tempo que eu tinha que dar satisfação, tinha que ter hora para voltar, tinha que ter compromissos demais e responsabilidades demais com minha esposa e filhos. Eu queria sentir o que era ser livre de novo. Eu queria ter paz, sozinho.

Mas, não durou muito a minha imaturidade. A professora logo se cansou de mim. Até porque, minha esposa procurou seus direitos e me cobrou a pensão e as obrigações legais com os filhos menores.

Eu tinha família para sempre e não podia fugir disso. Eu achei melhor voltar para casa porque lá eu era bem tratado, mas não me receberam bem. Ninguém me defendeu almejando que eu voltasse para casa. Meus filhos adolescentes disseram que eu humilhei a mãe deles, a mulher que sempre me defendeu e esteve ao meu lado, passou meses chorando e se desesperando para manter a casa porque eu, nem mesmo me preocupei com a vida que estavam levando, só queria namorar.

Como um homem pode perder a cabeça assim?

Como pode deixar a esposa de lado por outra mulher? Falta de respeito e de lealdade...

Ouvi tudo isso de adolescentes que estavam agoniados com a postura do pai.

–– Que vergonha o senhor nos causou. Agora quer voltar para casa? Como ficamos? E ela deve te aceitar de volta? Por quê? Será que o amor supera tanta afronta moral? Será que o amor por um homem desleal e infiel supera o amor próprio e o amor pelos filhos? Nós não te queremos de volta, já superamos você. Enquanto estava se divertindo com sua amante, ela (nossa mãe virtuosa) arrumou emprego de faxineira para compensar o estrago financeiro, nós arrumamos emprego de meio período para ajudá-la. Tudo já está resolvido, podemos prosseguir porque somos família.

Quanta vergonha! Nunca mais me olharam com admiração, nunca.

Eu me arrependo por ter arruinado meu casamento e minha família.

Uma escolha mal feita, escolha baseada na sedução e sexualidade, pôs a perder os laços fortes que construí com minha família.

Depois disso, jamais tive uma boa conversa com eles, jamais restitui a confiança e o carinho que tinham por mim. Eu bebi muito, me entreguei para a calamidade de uma vida de vícios e jogos, perdi o emprego e dependi deles até para me alimentar.

Eles não viraram as costas para mim, mas não conseguiram me chamar de pai e nem me perdoaram por tudo o que os fiz sofrer.

Eu estou muito arrependido pelo caminho que escolhi.

 

CLÓVIS

25/06/2022

 

 ---Paula Alves—

 

“DEIXEI DE LADO TODOS OS VALORES CRISTÃOS EM NOME DA MINHA CONVICÇÃO E CAPRICHO”

 

Me arrependi de não ter seguido o meu coração.

Eu tinha uma vocação, sei que tinha. Eu desejei ser freira. Ardentemente, quis dedicar meus dias ao Senhor e trabalhar em sua obra de fé, mas minha mãe dizia que eu era louca.

Meus pais eram desejosos de um casamento arranjado desde a minha infância e eu não podia faltar com o compromisso que me arranjaram porque isso era compensador para minha família que estava muito endividada.

Meu pai tinha acordos com meu futuro sogro e eu precisava me relacionar harmoniosamente com o companheiro que me escolheram.

Mas, eu senti no fundo da alma que precisava seguir meus instintos e que aquele casamento me traria muito sofrimento e dor.

Minha irmã mais velha dizia que o amor viria com o tempo e que eu devia ser obediente aos pais, aceitar tudo o que traçaram para mim. Ela achava que eu seria tão feliz quanto ela, mas eu sentia que meu pai nos usava para ter mordomias, isso não era justo.

 

Então, Natália (minha irmã) falou que eu dizia sobre o convento para fugir do casamento só para afrontar nossos pais.

Não se tratava disso. Sabe quando você tem uma forte inclinação, uma sensação de que sua vida já estava traçada por um plano superior e seus pais querem te desviar disso?

Eu fui forçada a me casar, nunca amei meu esposo, porém compreendo que fui dura demais com ele porque, desde o princípio, ele se mostrou afetuoso e dedicado, sempre me tratou com atenção e nunca me feriu.

Levamos tempo só conversando o indispensável porque eu não aceitava estar com ele. Eu tive muita sorte porque ele podia ter exigido me ter a força, mas teve paciência.

Até que um dia, ele se cansou e disse que me devolveria aos pais. Ele diria que o casamento não fora consumado e eu retornaria para a família que, com certeza, me castigaria pela vergonha.

Eu tive que aceitar, tive que engolir a raiva de ter me casado e me tornar sua esposa. Não demorou muito, senti as agonias da gravidez, sofri quando percebi que jamais poderia me entregar ao convento.

 

Eu não consegui perceber, naquele momento, o quanto eu estava sendo ingrata com os planos de Deus para minha vida, pois apesar de ter uma vida arranjada por meus pais, eu tinha recebido um bom esposo e boas condições de vida. Eu não tinha motivos para me queixar e devia agradecer por todas as oportunidades de elevação como esposa e mãe.

Mas, eu não percebi. Em diversas situações, podemos ser tão ingratos e revoltados, tão cruéis conosco e com todos que estão a nossa volta.

Eu falei com minha criada e pedi um chá abortivo porque não queria filhos, não queria aquela vida. Ela trouxe o preparado e eu passei mal, tão mal que chamei a atenção do meu esposo que confrontou a criada que confirmou a loucura que eu estava fazendo.

Meu esposo era jovem, mas muito maduro e responsável, eu nem merecia um ser tão bondoso e leal. Ele me olhou com fúria, disse que me levaria para um hospital e me trataria com muito desvelo, mas jamais se esqueceria do ato criminoso que eu cometi contra o seu bebezinho. “Isso é obra de uma mulher de Deus?” –– perguntou ele.

Naquela hora, eu acordei e me arrependi gravemente.

Como, em nome do egoísmo e da indignação, podemos cometer delinquências ou maldades tão drásticas?

Eu vi o sangue e chorei de tanto arrependimento. Bebezinho? Ele falou em defesa do filho que eu aniquilei. Mas, a mãe que deveria ser a maior defensora do seu filho, do ser que deve proteger com a sua própria vida...                            

Eu, deixei de lado todos os valores cristãos em nome da minha convicção e capricho. Por que uma freira seria mais importante do que uma mãe, esposa, dona do lar?

Foi muita covardia, eu ainda me lembro e faz tanto tempo... É a tortura psicológica que insiste em me castigar.

Eu nunca superei. Para me punir, o corpo não superou a ruina que causei. Poderia ter me tirado a vida, aquele crime hediondo, mas eu vivi sendo estéril para sempre. Fui figueira seca por pura imprudência. Meu esposo viveu comigo sempre me olhando com assombro, com melancolia porque não tivemos um filho de sangue, mas ele foi tão bondoso que me convenceu a adotar três crianças que foram nossa razão de viver.

Eu fiz de tudo para ser boa pessoa para ele e para aqueles seres que Deus colocou diante de nós, mas o erro não se apaga. Sei que ainda colherei dos tormentos que produzi.

 

JANAINA 

25/06/2022

“QUE CADA SERVO SE COLOQUE NO SEU DEVIDO LUGAR PELO BEM DE SI MESMO”

 

Cresceu uma fúria dentro de mim, vontade de quebrar tudo. Como era possível me sentir tão mal em decorrência da atitude de outras pessoas?

Por que eles, simplesmente, não conseguiam perceber o que era melhor para a maioria?

Por que era muito mais simples pedir que eles se retirassem?

Por mais que eu tentasse compreender a atitude das pessoas e amenizar o que faziam, tinha ações que eu não conseguia suavizar.

Muita gente nesta terra, só pensa em si, na sua posição, imagem, vantagem e bem estar. É muito difícil ser conivente com isso quando você se coloca no lugar daquele que sofre.

Aquele que sofre não precisa estar no auge da mendicância, pode ser qualquer um de nós num dia difícil.

 

Todos sofrem num momento ou em outro, por diversas razões. Mas, aqueles que são egocêntricos não percebem um palmo diante do próprio nariz porque o seu nariz é o centro do Universo, verdade, quer dizer o “eu”, o individualismo, o narcisista.

Difícil conviver com pessoas assim, neste mundo, que carece tanto de reformas sociais, ajustes coletivos e pessoas que estejam engajadas no assistencialismo. Hoje em dia, vejo por toda parte esta inversão de valores onde basta ter um sorrisinho nos lábios e meia dúzia de palavras elegantes para ser tachado de “bom”.

O bom não fala, faz. O bom não cansa, ele age no limite das suas forças. O bom, nem se vê na cena porque está muito ocupado ajudando seus semelhantes, este é o “bom”.

É aquele que nunca se definirá como o bom porque ele sabe dos seus defeitos e necessidades evolutivas, a exemplo do publicano, nem tem coragem de elevar os olhos ao céu, mas clama assistência da espiritualidade para cumprir com seus deveres. Estes são raros na Terra, mas como são importantes para a construção de um mundo melhor.

 Tenho visto por toda parte aqueles que têm uma postura irrepreensível, têm sempre boas intenções e dizem confiar no Plano Maior, têm fé, mas seguem à sua maneira, manipulam e controlam, jamais podem se denominar auxiliados pela espiritualidade superior porque no fundo desconfiam dela, lobos em pele de cordeiro, falsos profetas que arrebatam aqueles que têm uma fé cega e descabida.

Em toda parte, tenho visto estes que dizem crer no mundo invisível, mas se esta crença fosse casa na rocha, eles teriam mais respeito pelo Plano Maior.

Não contradigam! Não abusem das letras que são mortas sem a ação no bem. Todo aquele que leva a Palavra como abuso da fé estará plantando e a semeadura não será boa, pelo contrário, todos que mexem com a fé têm compromisso dos maiores diante da legião do bem, mas a cada um será dado segundo as suas obras e no momento oportuno será cobrado o que lhe foi entregue.

 Pela própria edificação seria necessário rever seus valores e questionar-se se ele se importa mais com os valores do céu ou da terra porque não se pode servir a dois senhores.

Que cada servo se coloque no seu devido lugar pelo bem de si mesmo, pois nunca saberemos em qual momento do dia retornará o senhor.

 

JOSUÉ

19/06/2022

 

----Paula Alves---

 

“O JOVEM PRECISA SER ACOLHIDO E BEM ACONSELHADO”

 

Fiquei distante porque ele não permitia que eu me aproximasse, as vibrações me repeliam. Eu queria tanto ajudar...

Me comprometi com ele e planejei uma bela evolução. Estava tão certo de que ele não desviaria do caminho que fora traçado. Nós estudamos e firmamos projetos que nos beneficiaria. Eu acreditei que não teria muito trabalho porque ele estava interessado e confiante, mas na carne tudo pode mudar.

Dentro do lar paterno existia muita animosidade, desavenças por causa de motivos corriqueiros, ele deixou a vibração cair, eu tentei, mas ele caiu na conversa do pai alcóolatra, ele não suportou.

As pessoas conseguem destruir as outras com palavras ofensivas, com humilhações e desencorajamento. Como meu tutelado poderia suportar?

Eu já não sabia como poderia elevar sua confiança e fazer com que ele acreditasse que poderia ter um futuro melhor, então recorri a assistência de terceiros.

 

Fui ter com um grande amigo, uma conversa fraterna solicitando amparo para nós. Desejava que ele me indicasse o melhor caminho a seguir. Após as elucidações adequadas, meu amigo disse que poderia inspirar sua jovem tutelada a convidá-lo para encontros num centro espírita para que ele pudesse receber a assistência devida e eu pudesse novamente cumprir com meu papel.

Após um trabalho intenso onde meu amigo, protetor espiritual como eu, conseguiu inspirar sua tutelada e ela fez o convite ao colega, tive uma surpresa. Ele disse que não podia ir porque o pai poderia se zangar com ele, já que não pertenciam aquela religião.

Foi tudo tão trabalhoso.

SERÁ QUE AS PESSOAS NÃO TÊM A MENOR IDEIA DO QUE PRECISAMOS FAZER PARA NOS COMUNICARMOS COM ELES?

SERÁ QUE PENSAM QUE DEUS OS DEIXARIA DESPROVIDOS DE AUXILIO E ENTREGUES A PRÓPRIA SORTE, AINDA MAIS SENDO ELES TÃO NECESSITADOS, TÃO MAL INSTRUÍDOS?

 

Eu sofri. É triste ver o quanto a pessoa se arrasta no meio dos sentimentos destrutivos. Ele estava por iniciar um processo viciante e se ligaria a qualquer momento com Espíritos obsessores interessados na sua queda.

Mas, eu não podia fraquejar e insisti mais uma vez. Novamente fiz com que a moça o convidasse para um encontro literário no local em questão. Ele aceitou e, neste local, pude solicitar um tratamento para meu tutelado que recebeu as emanações fluídicas e consegui me reaproximar, emitindo pensamentos cheios de esperança e fé. Não foi nada fácil.

O jovem precisa ser acolhido e bem aconselhado. Eles precisam saber que alguém se importa com eles, assim podem ter forças para se reerguer.

Ele orava no lar, melhorava a vibração e, com o tempo, o pai do rapaz começou a ouvir a voz da oração, ele se lembrou do Mestre e permitiu a aproximação de seu amigo espiritual que também estava afastado.

Não é agradável, é frustrante. Desagradável ter que esperar por um momento favorável que parece não surgir. As expectativas de como será possível a pessoa ter forças de lutar contra suas más tendências para que possa receber a ajuda daquele guardião.

 Todos têm seus anjos da guarda, todos recebem de Deus este ser que vai estar bem ali, tentando inspirar, incentivar, colocar no caminho certo, mas as más ações, os vícios, os maus pensamentos nos repelem e ficamos de mãos atadas.

Quantos de nós, na Terra, não vemos a total inércia, o bloqueio de ações, a impossibilidade de atuar porque aquele que pede socorro é justamente o responsável por nos negar a chance de cumprirmos nosso papel.

TENHAM FÉ, MAS SAIBAM SE MEXER.

Solicitem amparo na certeza de que este ser te escuta e está ao seu lado para te consolar e fazer seguir em frente.

Eu consegui fazê-lo me ouvir. Ele melhorou o ambiente doméstico e permitiu que o pai se curasse do vício adquirido em vidas anteriores.

Mas, ninguém consegue sozinho. Agradeço aos amigos encarnados e desencarnados que me ajudaram.

Se todos eles soubessem que somos todos irmãos e estamos envolvidos no progresso uns dos outros... Eles se esforçariam para manter elevados seus padrões vibratórios.

 

ERNEST

19/06/2022

 

---Paula Alves---

 

“NÓS ESTAMOS MUITO VINCULADOS À MATÉRIA, MAS SOMOS SERES ESPIRITUAIS”

 

Da boca para fora é tudo muito fácil.

Nunca imaginei que aconteceria comigo porque eu me preparei para ter uma mente liberal. Sempre quis que meus filhos fossem meus amigos e pudessem se beneficiar com uma mãe amiga e conselheira.

Me preparei durante anos, enquanto eles cresciam, eu lia muito, pesquisava, sempre achei que o mais importante é ter uma mente sã. Mente sadia permite ter alegria e contentamento. É o bem mais precioso que alguém pode ter, paz de mente, serenidade de pensamento.

Em diversos momentos, me peguei dando conselhos para as amigas que perdiam seus filhos em trágicos acidentes ou que se despediam dos filhos no altar. Difícil comparação, mas elas diziam que a dor era semelhante e eu achava um absurdo. Como podia ter similaridade a perda da morte e do casamento?

 

Achava um pouco de abuso de autoridade dos pais e até de possessividade, controle emocional que destrói e impede a evolução dos filhos. Nossa! Eu não queria me tornar uma mãe castradora e sufocadora para os meus filhos e, por isso, me preparei para o momento em que eles me diriam que se despediriam de mim.

Mas, nós somos hipócritas! Mentirosos e enganadores de nós mesmos. Isso me trouxe uma incrível sensação de igualdade com todas as mães loucas e controladoras que existem por aí. Sim, eu era como todas elas.

Eu queria meus filhos perto de mim para sempre, independente se fosse para continuarem solteiros ou estagnados profissionalmente. Mesmo que nunca conhecessem o mundo, seria melhor se pudesse olhar a cama e ver que estavam bem perto de mim.

Eu era como todas as outras mães. Eu queria todos os meus filhos como eram crianças e ficavam felizes com meu abraço, mas tudo mudou e como todos os outros filhos, eles queriam outras coisas e outras descobertas que eu não podia oferecer.

Pensei na minha mãe, no quanto ela sentiu quando eu fui viver minha vida e senti remorso, saudade, senti dor.

Eu entendo que isso me ajudou muito. Nós precisamos destas dores para lapidar nosso ser. Eu precisava me sentir sozinha.

 Eles não morreram antes de mim, não sofri desta dor terrível e aniquilante. Não importa o local para onde seguiram, mas mudar o rumo de tudo e sair de casa já me fez sofrer, saber que nada mais seria como antes, nunca mais.

Um foi estudar no exterior, outro se casou e eu nunca mais fui a mesma. Mas, do ponto de vista evolutivo, melhorei muito. Me tornei uma pessoa realmente indulgente com minhas amigas, as outras mães.

Vou te dar um conselho: quando você tenta consolar alguém e fala da boca para fora, todo mundo percebe, todo mundo sente. Melhor, se você não tem compreensão do que ela está sentindo, é ficar calado e ouvir com atenção. Toma cuidado com o que você pensa e envia para esta pessoa porque ela vai sentir.

 Nós estamos muito vinculados à matéria, mas somos seres espirituais. Tudo o que emanamos, tudo o que sentimos, chega nos outros e eles sentem também, por isso, que muitas vezes, a pessoa até se afasta de você porque ela sabe que ali não tinha nada de bom.

Eu aprendi sentindo na pele. Não adianta falar que vai passar ou que ela vai esquecer e se sentir melhor, nós jamais somos a mesma pessoa quando o filho parte e deixa você desejando a presença dele para sempre.

Isso tudo é coisa de mãe e se você é muito contida e nem ligou, ah! Me desculpe, mas você é que é a estranha!

 

SUELI

19/06/2022

 

---Paula Alves---

 

Era por robe. Todas as pessoas trabalham tanto e têm que ter um tempo para si mesmas. Têm que ter lazer, descontração, uma motivação. Algo que faz deixar os problemas de lado e refrescar a mente.

Eu gostava de caçar. Quando estava caçando, me esquecia de tudo, da minha vida, do meu chefe e da minha esposa. Eu só pensava em atirar no alvo...

Mas, eu não pensei que tudo o que eu vivi por prazer e até por inocência, estava tão cheio de pecado.

Eu vivia me sujeitando a situações desagradáveis, mas não que fossem suficientes para reclamar, eu já estava tão acostumado com aquelas repressões e humilhações. Nunca parei para pensar que minha vida era tão deprimente porque nos acostumamos com a vida medíocre, ainda mais quando isso passa de uma geração para outra.

 

Quando você ganha muito dinheiro parece que vende sua alma para o diabo. Vem tudo junto! Vivi, comi, bebi, dirigi automóveis de luxo, tive muitas mulheres fora do casamento, luxo e leviandade, mas a matança de animais, foi o fim da carreira.

Desencarnei com câncer de ossos. Muita dor, um final terrível, dor, indignação, nenhum alívio que o dinheiro pudesse pagar. Mas, quando desencarnei, logo me capturaram e me trataram como uma presa, como um bicho qualquer.

Vocês vão falar que foi por causa dos meus pensamentos. Passei muitos anos na captura de animais inocentes, faz todo sentido, mas era um mundo de perseguição mesmo. Eu me esgueirava, me escondia e ainda era perseguido por homens de boa posição, poderosos que riam da diversão de caçar seres humanos. Um filme de terror.

Eu nem percebi que todos podiam ver diante de mim, as cenas em que abusei dos animais matando-os por pura diversão.

Nós podemos ser inocentados quando nos alimentados de alguns deles, quando em nome de nossa sobrevivência usamos a carne, mas tudo tem limite.

Abusar dos bens que Deus nos concede é infringir a Lei. Nenhum de nós será inocentado quando abusa do poder, das forças ou dos recursos. Quando ferimos de graça, quando humilhamos, quando desperdiçamos o que quer que seja em nome do bem estar desmedido ou para satisfazer a luxúria e a ambição.

 CUIDADO! TODOS NÓS SOMOS ADVERTIDOS, É POR ISSO, QUE PODEMOS UTILIZAR ESTE MEIO DE COMUNICAÇÃO QUE, PARA MUITOS, NÃO PASSA DE TRIVIALIDADE OU DE PERDA DE TEMPO. SE AS PESSOAS PUDESSEM APROVEITAR OS AVISOS QUE RECEBEM DIARIAMENTE E MODIFICAREM SUAS POSTURAS, AS ZONAS PURGATORIAIS ESTARIAM MAIS VAZIAS E PODERÍAMOS MODIFICAR A ESCALA EVOLUTIVA COM MAIS BREVIDADE.

 IAGO

19/06/2022

“NÓS DEVEMOS NOS OCUPAR COM NOSSA PRÓPRIA VIDA, COM NOSSA EVOLUÇÃO”

 

Eu me sentia zonza. Em inúmeras situações tive sensação de desmaio, fortes dores de cabeça e até indisposições gástricas. Nunca compreendi o porquê me sentia tão mal, sendo que, meus exames não denunciavam doenças específicas.

Confiei nela. A minha amizade, pensei que fosse recíproca, cheia de afeto e comprometimento, mas ela abusava das minhas confidências.

Enquanto, eu dizia o quanto estava me esforçando, falava dos meus problemas com os pais doentes, explicava que eu precisava conseguir uma promoção no emprego para suprir as necessidades dos meus genitores, ela se entregava a pensamentos destrutivos que me atacavam com uma força incrível.

Como aquela criatura podia ter inveja de mim?         

Como é possível alguém desejar ter a sua vida sem se questionar das provas árduas que você enfrenta na vida?

 

O invejoso é o egoísta que deseja ter o que é do outro, deseja ter a propriedade do outro, a posição do outro, a família do outro, ele quer a própria vida do seu semelhante, do seu alvo.

Eu nunca percebi. Gostava tanto dela e me sentia fraca quando nos encontrávamos, mas eu não percebia, até que um dia, eu precisei ouvir da boca dela. Mas, isso levou uma vida toda para acontecer. Na velhice, quando nós duas já tínhamos perdido muitas coisas e pessoas, quando estávamos fragilizadas pelo fim que se aproximava, ela me tirou o véu e eu me senti muito tola, muito estúpida por ter confiado em alguém que nunca me viu como uma pessoa que precisa de acolhimento e lealdade.

 Eu me senti realmente só no mundo quando perdi a única amiga que eu achei que tivesse consideração por mim e que, na verdade, sempre desejou o mal pelas costas. Ela gritou, chorou e riu. Eu fiquei desolada.

Naquela noite, refleti sobre muitos acontecimentos que nos uniram. As pessoas têm uma facilidade muito grande para mascarar seus sentimentos, as palavras podem encobrir o que sentem e alguns de nós podem acreditar cegamente.

Ela sempre esteve ao meu lado e nunca notei, mas ela estava sempre irritadiça nos momentos da minha alegria: na promoção de emprego que eu almejava, no meu casamento, nascimento dos meus filhos, formatura dos meus meninos, enfim, quando o motivo era sorrir, ela ficava até doente, nunca me permitia vivenciar o momento com completo contentamento.

Mas, quando eu sofri, perdi meu filho mais jovem, descobri o câncer, fiquei viúva. Ela estava exuberante, dizia palavras tão fáceis de pronunciar. Ela dizia que tinha afazeres e não se demorava muito. Gostava de olhar nos meus olhos e, às vezes, deixava claro que “ninguém pode ter tudo...”

 Mas, eu fiquei ofendida porque me senti traída por ela com estes sentimentos mesquinhos que eu não podia crer. Ela nunca percebeu que a minha vida também tinha percalços e eu me esforcei tanto para remover?

A energia da inveja prejudica os dois lados: aquele que emana não tem o Universo a seu favor porque pensa no mal e se compromete com ele, atrai para junto de si, mesmo que de forma inconsciente, seres que se comprazem em realizar ações maléficas.

Mas, aquele que é alvo da inveja pode receber estes fluidos nocivos e sente-se cansado, como se estivesse doente, mas tudo depende da intenção dos envolvidos.

Eu sempre tive desejos de ajudar meus familiares (desejos nobres), desta maneira, depois de algum tempo, eu já estava refeita, nem me lembrava da angústia ou do pesar que me afligia, eu tinha muito o que fazer para trabalhar em favor da família ou dos meus semelhantes.

A invejosa sentia como se a vida andasse para trás e isso fez com que ela se revelasse para mim, depois de um longo trajeto que percorremos juntas.

Eu aprendi muito com a Olívia. Mesmo depois, do nosso rompimento, desejei que ela fosse feliz, ela devia sofrer muito porque sempre viveu mais a minha vida do que a vida dela.

Nós devemos nos ocupar com nossa própria vida, com nossa evolução. Fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para ajudar aqueles que estão a nossa volta e nunca esquecer de que todos nascem para avançar. Todos nós teremos dificuldades, provas, obstáculos que são apropriados para nosso desenvolvimento.

Nenhum de nós terá, apenas a vida fácil que se almeja, portanto, invejar alguém é um atraso de vida que corrompe a moral e não permite que as pessoas se relacionem como verdadeiros irmãos que somos.

Desejem coisas boas aos seus irmãos, sejam indulgentes com cada um porque todos nós somos iguais diante de Deus.

 

 IVANI

16/06/2022

 

 ---Paula Alves—

 

“COMO NÓS PODEMOS SER TÃO FRIOS E ENSANDECIDOS QUANDO DESEJAMOS TER ALGO OU ALGUÉM?”

 

 

Eu a vi tão moça, vi o desabrochar como uma rosa.

Não tirava os seus olhos da minha cabeça e sentia que precisava tê-la ao meu lado.

Ninguém nunca seria tão importante quanto ela e eu precisava fazer com que ela gostasse de mim, mas quando me declarei, ela riu e disse que não queria nada comigo.

Eu não pensei que fosse me ferir tanto, jurei que, um dia, ela seria minha.

Fiz exercícios físicos, tomei anabolizantes, modifiquei o corte de cabelo e os trajes. Comprei um carro da moda e convenci minha mãe de que tudo aquilo era muito normal na minha idade, mas as mães têm sempre uma serenidade para avaliar o comportamento dos filhos...

Quando aquela jovem que me desprezou me viu, seus olhos brilharam, daí por diante foi só agir. Como nós podemos ser tão frios e ensandecidos quando desejamos ter algo ou alguém?

 Não gosto de me lembrar os pensamentos doentios que me passaram na cabeça. Não quero mencionar o que fiz para atrai-la e para ludibria-la.

O fato é que minha mãe interferiu e disse que jamais seria conivente com aquele comportamento. Minha mãe me conhecia e sabia que eu estava fora de mim, devia ser portador de alguma síndrome que podia destruir aquela moça tão jovem.

Hoje eu compreendo tudo o que vivenciei e já perdoei minha mãe. Ela me fez ser tratado com comprimidos e acompanhamento com especialistas que me avaliaram e diagnosticaram do jeito deles, eu nem mesmo entendia.

Eu era tão normal... Aquela moça me fez colocar tudo para fora. O desprezo, o ridículo, a vaidade dela... Elas sabem que são bonitas, elas sabem que podem nos expor. Será que elas não sabem o quanto esta atitude é perigosa? Os pais não pensam no mal que isso pode trazer? E se minha mãe não tivesse interferido?

Eu me senti ferido no orgulho e quis me vingar, mas minha mãe não permitiria que eu fizesse alguém sofrer, por isso, ela cuidou de mim de todas as maneiras possíveis.

Naquela época, sofri a revolta e critiquei a mãe, falei horrores, virei as costas para ela, mas hoje, após tantas reflexões compreendi que minha mãe foi a criatura que mais me amou nesta vida porque ela não permitiu que eu pudesse pôr tudo a perder.

Hoje, peço a Deus que a proteja onde quer que ela esteja e que ela tenha filhos mais amorosos e responsáveis do que eu. Agradeço por meu tratamento.

 

ROBSON

16/06/2022

 

--Paula Alves---

 

“POR QUE NÓS SOMOS TÃO INGRATOS COM AS PESSOAS QUE TANTO NOS AMAM?”

 

Por que nós somos tão ingratos?

Eu gostava do nosso relacionamento, eu me sentia bem e feliz. Eu fazia planos de termos uma vida junto, família, concretizarmos planos e estarmos unidos.

Foi tão difícil, conciliar estudos com família, progredirmos com empenho e, à medida que o tempo ia passando, parecia que eu me esquecia do que nos uniu. Eu me esqueci da vontade imensa que eu tinha de permanecer sempre ao seu lado.

Eu me esqueci dos nossos sonhos e planos. Eu me tornei mesquinho, duro, agressivo e mal educado no lar.

Ela olhou para mim e sei, olhando esta cena, que ela se perguntava onde estava aquele rapaz que prometeu o mundo pra ela. Que vergonha!

Nós sempre nos arrependemos deste lado? Todo mundo? Que vergonha!

Eu mudei porque achava que ela não fazia mais do que a obrigação. Achei que eu era insubstituível naquela família, “o pai”.

Eu nunca mais a abracei, nunca mais beijei com fervor. Eu nunca mais olhei nos olhos dela e demonstrei preocupação por uma frase que ela tinha a dizer. Eu simplesmente me esqueci de ser bondoso com ela.

 

Sei que minha esposa foi a pessoa mais compreensiva que existiu. Ela fazia tudo por mim, orava por mim e pedia para Deus guardar minha vida quando eu saia sem dar explicação porque achava que não tinha que dar satisfações, a casa era minha.

O “nós”, “nosso” foi desaparecendo com o passar dos anos porque eu julgava que aquilo que oferecia à ela era o suficiente. Mas, hoje eu sei que não foi.

Minha esposa começou a dizer que estava sentindo dor, ela dizia que estava exausta. Falei que ela tinha que parar de reclamar porque ela estava sendo chata. Ela parou de reclamar e tratou de tomar uns remédios para conter as crises.

Eu nunca me incomodei, gostei do silêncio. Até o dia que a encontrei caída no banheiro. Daí fiquei desesperado e soube que ela estava com câncer pancreático em estágio avançado. Não tinha mais o que podia ser feito.

Eu me senti um ser humano muito desprezível. Lembrei de todos os momentos da juventude e depois de casados, às vezes, que ela cuidou de mim.

Acho que Deus permitiu que ela morresse antes para que eu sentisse na solidão os meus erros de comportamento.

Por que nós somos tão ingratos com as pessoas que tanto nos amam? Por que nos acomodamos e paramos de conversar e namorar na fase da maturidade?

Você vai sentir falta dela como eu senti falta da minha esposa. Falo para todos que conversam comigo. Você vai sentir falta de alguém e não vai ter mais este alguém a sua disposição, então, se tem a sorte de ter este alguém do seu lado, cuide dele, cerque de afeto e boas emanações fluídicas porque no final só o que importa é tudo o que a gente fez de bom. 

 

LÉO    

16/06/2022 

 

---Paula Alves---

 

“UNIÕES BASEADAS NA MATÉRIA SÃO COMO CASTELOS DE AREIA”

 

Eu tinha esperanças de que ele fosse melhorar, mas acho que é um pouco de arrogância da nossa parte pensar que pode mudar alguém.

Tive todos os sinais de que aquele homem me repudiava e insistia em viver de cenas do passado. Lembranças do namoro, quando ele era carinhoso e romântico.

Mas, a gente se engana. No fundo, ele sempre foi paquerador, bom de papo, bajulador.

Típico de gente que gosta de manipular. Namorei, fui feliz nesta época porque não sabia das saídas dele, das namoradas dele.

 Casei, tive filho e comecei a sofrer o calvário no lar. Bebia, se tornava agressivo e eu morria de medo, me tornei uma mulher submissa, calada.

Você pode me falar que não sabe como chegamos neste ponto e eu não desejo para ninguém viver a guerra que vivi.

Ainda assim, quando raras vezes, ele era carinhoso tentando se beneficiar, eu me lembrava do quanto o amava. Era um tormento!

Você precisa chegar no fundo do poço, quase sem identidade para notar que colocou o outro num pedestal e você perdeu completamente o amor próprio.

Nunca foi amor. Eu tinha muito orgulho e não podia admitir que não era amada por ele. Cheguei a ouvir na igreja que não podia me separar que seria excluída do grupo de mulheres, que eu não tinha motivos para rejeitar o marido que me traia e me insultava constantemente no lar. Eu precisava vivenciar aquela vida de miséria?

 

Larguei tudo, repreendi aquela vida de calvário. Aprendi, depois de muitos anos que, existem sofrimentos que atraímos que são inevitáveis, apropriados para nossa depuração e ideais para o aprimoramento, devemos resistir e superar, porém existem outros sofrimentos que desencadeamos nas nossas vidas pela forma relapsa de ser, isso porque você força a barra, você bate o pé e insisti naquela vida que não te leva para lugar nenhum. Nossa ligação amorosa foi um erro de conveniências, nunca foi amor.

Eu me uni porque queria o rapaz mais bonito da escola e achei que pudesse ser tratada como uma princesa, vivi humilhada. Uniões baseadas na matéria são como castelos de areia, ruiu.

Eu falei pra ele que ia embora e meu esposo disse que nunca servi para nada, podia sair que ele estava levando outra para assumir meu lugar. Fui para a casa dos meus pais com nosso filho e dias depois eu soube que tinha uma mulher em nossa casa.

Segui minha vida, trabalhei e me acostumei com a ideia de que eu tinha muito o que aprender, muito o que me desenvolver, sozinha. Sem ideias absurdas de príncipes, homens perfeitos que pudessem me salvar, facilitar minha vida e me oferecer tudo o que eu desejasse.

Entendi a duras penas que as mulheres precisam se valorizar. Valorizar seus sentimentos e priorizar a moralização. Tudo o que envolve a disposição íntima de enobrecimento. Quem vive bem sozinha, pode pensar em viver com outra pessoa. Amanda 

 

---Paula Alves--

“NÓS DEVEMOS TRATAR AS PESSOAS DA MANEIRA QUE DESEJAMOS SER TRATADOS”

 

Eu estava ali para recepcionar as pessoas. De início, achei que aquele trabalho não era nenhum pouco importante, me senti menosprezada porque achei que pudesse fazer muito mais do que receber os clientes, mas eu precisava de uma oportunidade de emprego e agradeci pela contratação.

Sempre acreditei que devemos fazer o nosso melhor, independente da situação, e quando se assume um compromisso, ele deve ser desempenhado com honra e comprometimento.

Então, eu assumi aquele trabalho e era responsável por recepcionar os clientes do restaurante. Sempre atenciosa e com um singelo sorriso, assim eu os recebia. Eu tinha que ser o cartão de visita da casa, eu os recebia e não podia ser grosseira ou deselegante.

Muitas vezes, após ter brigas terríveis em minha casa, achava que não seria uma boa anfitriã, eu saia chorando e me arrumava tentando não levar problemas de casa para o meu trabalho, afinal as pessoas não tinham culpa das escolhas equivocadas que fiz na vida. Eu procurava enxugar o pranto e ter pensamentos felizes que me fizessem assumir uma postura delicada e simpática diante daqueles que precisava recepcionar.

No fundo, todos querem ser bem recebidos. Independente do local onde você vai: num hospital, numa clínica, festa, casa de um familiar, trabalho ou numa simples lanchonete, todos querem ser bem recebidos.

A hostilidade é a porta na cara de todos aqueles que buscam a boa recepção. Quando você é bem recebido, com um simples sorriso e poucas palavras de amistosidade, sente-se acolhida e fica a vontade, isso traz boas lembrança que fazem a pessoa associar aos momentos de satisfação e alegria.

 

É inconsciente, mas é a pura verdade. Isso ocorre em toda parte. É, por isso, que ela se familiariza neste local e sempre deseja retornar. É uma agradável sensação de aconchego.

Mas, o contrário também procede. Pense no quanto é desagradável quando você chega em toda parte e é mal recebido, tratado com menosprezo e arrogância, como se fosse indesejado, você não vê a hora de sair deste lugar e não pensa em voltar nunca mais.

A questão fica um pouco pior quando você é obrigado a frequentar este local por um longo período ou de forma constante como por exemplo no ambiente escolar, emprego ou na sua casa que vive em desajuste por conta das brigas familiares. Isso acontecia comigo. Eu fazia de tudo para demorar na rua porque eu não queria voltar para a minha casa.

Tudo era muito melhor no meu trabalho, então, eu fazia de tudo para ser agradável. Aos poucos, fui gostando do que eu fazia e comecei a ser elogiada. Os próprios clientes diziam que eles gostavam dali porque o aconchego começava na porta de entrada. Eles falaram tão bem da nossa hospitalidade que indicaram e o restaurante prosperou muito.

 

Meus patrões ficaram realmente satisfeitos com a minha atuação. Isso me fez pensar que se eu estivesse bem e feliz poderia fazer qualquer coisa. Tentei ser tão educada no meu lar, tratar meu esposo como um colega de trabalho ou um cliente do restaurante, cheguei mais cedo e procurei recebe-lo com cordialidade, ele estranhou.

Pouco a pouco, se modificou e certo dia, disse que eu era uma mulher excelente. Nós vivemos bem depois daquele aprendizado.

Não importa o local onde você esteja, sempre devemos ter boas maneiras e tratar bem aqueles que se aproximam de nós. Delicadeza gera delicadeza. Nós devemos tratar as pessoas da maneira que desejamos ser tratados.

 

ELZA

05/06/2022

 

-----Paula Alves---

 

“A PARTIR DOS EXEMPLOS ALHEIOS, TAMBÉM PODEMOS NOS EDIFICAR”

 

Honra e respeito estão ligados ao caráter e educação familiar.

Mas, existe muita gente que nem sabe o que isso quer dizer. Vivi por muitos anos vendo o meu pai ensinar que, apesar das dificuldades, existem muitas coisas que o dinheiro não pode comprar. Nós devemos ter honra!

Acreditei que poderia ser respeitado se tivesse dinheiro, mas meu pai disse que o respeito é adquirido, independente das posses materiais, está relacionado com a moral, com a postura diante do mundo.

Eu não entendia, pensei que pobre sempre tem estes dizeres para se colocar numa situação de igualdade com aqueles que estão por cima. Eu nunca admirei meu pai, eu era ambicioso e ousado, desrespeitoso.

Preguiçoso e desalmado, me envolvi com uns jovens ricos e tinha planos de extorquir para facilitar minha ascensão financeira. Meu pai nem poderia sonhar porque pra ele o dinheiro honrado era proveniente do trabalho honesto, dinheiro que vem do rosto suado, aquele dinheiro que você ganha sem ferir nem abusar de ninguém.

Eu nunca teria uma boa vida se me esforçasse como o meu pai, eu jamais teria uma chance de progresso.

Então, me envolvi com eles e fiz amizade com o pai do meu amigo, ele me ofereceu emprego, disse que eu era muito esperto e ambicioso, ele gostava de gente assim e o filho dele era muito fraco, muito lento para compreender de onde vinha tanto dinheiro.

Não levei muito tempo para entender que aquele dinheiro era ilícito, tráfico de drogas!

Ganhei muito dinheiro, fui respeitado, temido, me afastei dos familiares temendo que algo pudesse liga-los a mim e comprometer sua integridade. Minha vida mudou muito.

Houve momentos em que eu me lembrava do pai, do seu esforço para ser honesto, eu me questionei de que serve tudo isso. Enquanto estive encarnado, achei que o meu caminho tinha sido bem escolhido e eu era muito esperto mesmo, pois tive todas as conquistas materiais que otimizei, mas envelheci sozinho, cheio de vícios morais e físicos, nada com o que me alegrar, nenhum afeto, ninguém que pudesse me amar verdadeiramente.

 

Desencarnei, fui escravizado pelos Espíritos ligados ao mundo das drogas, fui torturado por dezenas de anos e quando finalmente pude ser resgatado, descobri que fracassei em inúmeros aspectos...

Ninguém nasce para viver esta vida de vícios e ilusões. Ninguém nasce para ter uma vida de miséria moral. Eu deixei todos os meus planos de lado para ter facilidades materiais e mais nada.

A honra que meu pai quis me ensinar poderia ter me engrandecido como um Espírito em evolução, imortal, mas eu não soube que o caminho era este. Na carne, nós acreditamos que os mais espertos são os que têm mais, os que vivem a vida mansa, os prazeres sem passar privação. Eu nunca poderia imaginar que precisava me esforçar para ser decente, amoroso e trabalhador. Eu tinha que ajudar minha família e me unir a mulher que esperou por mim para ter filhos e netos.

Eu fracassei, ainda não compreendo o que significa ter honra, respeito.

Ter respeito pela hierarquia. Saber respeitar pai e mãe acima de tudo, constituir família e instituir no meu lar estes mesmos valores éticos e morais, eu nunca soube. Meu pai foi uma figura cheia de exemplos, mas eu tinha vergonha do meu pai, daquelas roupas suadas, mãos calejadas, fala arrastada de matuto, grosseiro que come com a boca aberta, ele me dava vergonha.

Quando cheguei aqui, quase não o reconheci. Tão belo aspecto, postura altiva e semblante luminoso, ele fez tudo por mim, para que eu pudesse ser resgatado, meu pai é iluminado. Ele teve que modificar sua aparência para que eu me lembrasse dele como era no meu passado de menino e aquele matuto, de fato, é um Espírito muito desenvolvido e bem intencionado que teria muito a me ensinar se eu tivesse desejado o seu auxílio e não fosse tão preconceituoso.

A honra é um sentimento de lealdade para com os seus, respeito, submissão, abnegação, tudo isso é honra para com os seus superiores, seus genitores, sua posição hierárquica.

Compreendo que aqui no Brasil, nunca estimulamos as crianças a honrarem os mais velhos porque nós mesmos os tratamos como inúteis, alguém que não tem nada mais a acrescentar, horrível!

Se todos nós pudéssemos prestar mais atenção às conversas dos mais velhos, aproveitar sua maturidade e conhecimento, a sabedoria adquirida em tão duras provas, provavelmente, estaríamos evitando uma série de desgostos e constrangimentos pessoais porque, a partir dos exemplos alheios, também podemos nos edificar.

 

ROGÉRIO

05/06/2022

 

 ---Paula Alves---

 

“QUEM TEM BOAS IDEIAS QUE SAIBA REPARTIR”

 

Era uma luta, todo mundo ali na comunidade passando muita privação, a gente já não sabia o que fazer. Eu pensei que, quando a miséria é geral, as pessoas devem se unir para que ideias novas possam tomar conta da situação e fazer surgir a salvação para todos.

Assim, eu propus uma reunião e as pessoas ao redor diziam que eu era um visionário, um iludido, um alguém que não tinha a cabeça no lugar para propor reunião com um monte de favelados. Eu nem gostava desta palavra porque ela já denegria muito a nossa imagem, mas eles não conseguiam perceber que, muitas vezes, são as próprias pessoas que menosprezam seu potencial.

Eu consegui reunir alguns deles e disse que a gente podia unir forças, ver o que cada um poderia acrescentar e fazer uma grande festa para angariar fundos. Nós poderíamos colocar todos para trabalhar e verificar o que podia ser feito com dignidade e trabalho sério. Eles ficaram confusos, mas se prontificaram e foi aparecendo trabalho de toda qualidade.

Tinha quem sabia fazer bordados, roupas, calçados, tudo artesanal, pintura em tecido e tela, pipas, vasos de flores e até alimentos, comidas de várias regiões que pareciam saborosíssimas. Eu nem pude acreditar que aquelas pessoas tinham tanto conhecimento e aptidões. Falei que a gente podia conversar na prefeitura e pedir um local na praça para colocar em exposição tudo aquilo que podia ser vendido, começaríamos com poucas peças, até porque nossos recursos eram ínfimos, mas fomos em frente.

Eu estava muito esperançoso e fizemos dar certo. Tudo muito simples. No primeiro dia, as pessoas que passaram pela praça perto do metrô estranharam aquelas coisas espalhadas sobre os lençóis, exposição singela do que tínhamos de melhor, mas no final do dia, tínhamos vendido tudo, tudinho.

Ficamos radiantes. Aquela ideia nos salvou da fome e do despejo. A feira de artesanato e comidas típicas dura décadas e décadas. Os primeiros representantes já desencarnaram e os mais novos deram continuidade até hoje.

Eu fui muito feliz e me senti honrado de ser portador daquela ideia que salvou tantas famílias. Me faz acreditar que todas as ideias nobres são importantes. Ter uma ideia nobre é ter pensamentos que priorizem a coletividade. É pensar na solução para um grupo de pessoas. Que seja você e a sua família. Quando você ora a Deus e pede por intercessão, para que Ele te ilumine os pensamentos e envie o direcionamento para você e aqueles que estão ao seu redor, pode acreditar, sempre tem um Espírito de luz que te inspira.

 

Os desejos nobres fazem você se elevar e fica mais fácil ser inspirado pelos trabalhadores do bem.

Quem tem boas ideias que saiba repartir. Comente, divulgue, inspire outras pessoas porque Deus sempre envia nobres seres para nos inspirar no progresso e no bem da coletividade.

 

RAFAEL

05/06/2022

 

------Paula Alves---

 

“A JUSTIÇA DIVINA É MUITO PERFEITA”

 

Dignidade! Nunca se pode sair com a cabeça erguida quando a sua consciência te cobra de pisar na bola.

Todos nós sabemos o que é certo ou errado. Uma criança novinha já sabe quando faz coisa errada. Tem delas que já chegam chorando quando erram porque aguardam, inconscientemente, um puxão de orelhas ou uma repreensão dos pais.

Até um animal sabe quando apronta! Vem cabisbaixo, com o rabinho entre as pernas porque sabe que fez algo que o dono condena.

Imagina um adulto que sempre foi corrigido pelos genitores, apanhou e foi criticado de tanta besteira que fez...

A gente sempre sabe quando pisa na bola!

 

 

Tem homem casado que trai a esposa e sabe que aquela mulher nunca mereceu ser tratada com aquela falta de respeito porque é boa mãe, esposa e dona do lar, ela não merece ser deixada de lado e aquele caso em nada anula o amor que você sente por ela, vai melhorar a situação viver momentos frívolos por algumas horas e sentir o peso da consciência que te cobra pelo resto da vida e da morte?

 

Eu fiz tudo o que não devia. Trai minha esposa, tive um filho fora do casamento, nunca registrei meu filho porque dizia que podia não ser meu, mas como? Ela só ficava comigo, o filho era mais do que meu. Abandonei a criança, nem quis conhecer.

Trai meu sócio e roubei tudo o que conquistamos, falei que ele era um idiota.

Deixei de lado meus familiares porque achei que eles queriam me explorar financeiramente. Deixei meus pais passando necessidade e fingi que isso tudo nunca me incomodou.

A verdade é que em vida, eu até tentei mudar de assunto, me concentrar em outra coisa, fazer de conta que eu era muito esperto porque eu manipulava e enganava todo mundo, eu explorava as pessoas, explorava os recursos financeiros e afetivos, sem nunca me entregar a ninguém.

Quando meu corpo morreu, todo aquele fardo de atos levianos veio à tona. O peso da consciência me impedia de caminhar em paz naquele lugar terrível. Todo mundo vê a pessoa cruel que você foi porque os pensamentos ganham forma e você caminha com as imagens expostas, te denunciando do imundo que você foi, do imprestável que você foi.

Eu nunca pensei que fossem tão feios os crimes que cometi.

 

A justiça divina é muito perfeita mesmo. Não existe nenhum ser humano que não vá se arrepender dos seus atos levianos tendo que conviver com aquelas imagens todo o tempo, ouvindo os outros desencarnados debochando dos seus abusos, tentando cometer a justiça com a próprias mãos para se vingar em nome das minhas vítimas.

Eu apanhei tanto, passei momentos horríveis, mas ainda assim, o pior é rever constantemente o que fiz. Chega uma hora que você compreende todo o mal que causou e implora pelo alívio, pelo fim.

Eu já entendi e me arrependo de tudo o que fiz os outros sofrerem. Traçaram um plano para mim onde sei que sofrerei na próxima vida, mas não é nada comparado ao sofrimento que causei aos outros. Eu já aceitei minha culpa e aceito a minha sentença. Sentença da minha própria consciência em débito com a Lei Divina.

 

MOACIR 

05/06/2022