“É ATRAVÉS DOS EXEMPLOS QUE OS FILHOS APRENDEM, ELES SABEM VALORIZAR
TUDO O QUE É FEITO COM AMOR”
Eu pensei em desistir muitas vezes.
Quando cheguei cansada em casa, quando soube que teria que começar tudo
novamente no outro dia, eu estava exausta, mas olhei para aqueles rostinhos
singelos, cheios de esperança e soube que tudo valia a pena, elas precisavam de
mim e eram lindas as minhas filhas.
É impressionante como podemos
renunciar a tudo por amor. Para satisfazer o ser amado, para promover o
alimento, o mínimo de conforto e paz numa noite tranquila, podemos fazer de
tudo.
Eu trabalhava como doméstica em
quatro casas. Eu fazia tudo o que podia para as minhas patroas gostarem do meu
trabalho, para que eu fosse insubstituível.
Sempre ouvi dizer que não existe o
ser insubstituível, mas aprendi com a vida que não é assim que funciona.
Existem casos em que as pessoas são insubstituíveis e fundamentais. Eu
precisava ser porque meu trabalho dependia que elas me valorizassem, que
gostassem dos meus serviços, das minhas funções bem exercidas.
Então, eu chegava bem cedo e, além de
limpar, passar, cozinhar, eu preparava um café cheiroso e acordava minhas
patroas com pão quente, tudo caseiro. Eu paparicava mesmo, fazia com muito
zelo, com o maior carinho para que elas amassem me ter por perto. No meu dia de
servir, elas eram tratadas como as reais rainhas dos lares, elas gostavam de
mim.
Isso permitia que eu tivesse meu
trabalho e minha renda. Eu chegava em casa super cansada, mas muito satisfeita,
com meu dinheiro honesto e a satisfação de ver minhas filhinhas bem cuidadas.
Maristela, Marilda e Marivalda foram minha inspiração, minha razão de viver.
Claro que ouvi bobagens a vida toda,
isso deve acontecer com todo mundo. Desacreditei de perceber o quanto as
pessoas desejam nos ver no mau caminho. Parece que gostam de ver alguém cair na
ruína. Ora, se eu me esforçava dia após dia para ser decente e viver para
minhas filhas, sempre tinha quem dissesse para eu não me entregar tanto ao
trabalho, que eu devia pensar em me divertir e curtir um pouco minha vida, com
três mocinhas para criar, sem pai?
De jeito nenhum. Ainda tinha gente
que falava que um dia eu ia me arrepender de fazer tudo por elas porque os
filhos nunca valorizam as mães e eu ia acabar sozinha depois de tanto
sacrifício.
Eu adorava meu trabalho. Sempre
acreditei que tudo o que fazemos, deve ser feito com esmero, da melhor maneira
possível, servir com nobreza de alma, com gratidão por mais um dia e
oportunidade de ter o sustento digno. Eu tratava bem minhas patroas e sempre
fui valorizada, elas eram atenciosas comigo e ainda me defendiam de quem
tentasse falar de mim, davam presentes para as meninas e um prêmio no fim do
ano. Eu não tenho o que queixar.
Minhas meninas valeram cada gota de
suor do meu rosto. Nunca se esqueceram de mim. Na velhice quando não pude mais
trabalhar, elas me acolheram em seus lares, cuidaram de mim com todas as
regalias que foram possíveis, todos os cuidados e carinho de sobra, sem contar
que foram mulheres exemplares, educadas, modestas e amorosas com suas famílias.
É através dos exemplos que os filhos
aprendem, eles sabem valorizar tudo o que é feito com amor, não com cobrança ou
ostentação. Mas tudo o que for feito do fundo do coração fica registrado para
nunca mais esquecer.
Minha vida foi maravilhosa.
Houve dias em que pensei em desistir
de tanto cansaço, mas nada que boa noite de sono não pudesse recarregar minhas
energias e favorecer mais um dia de labuta honrada. Graças a Deus.
CECI
31/01/21
-------------------------Paula Alves----------------
“COMO SERIA BOM SE A ADOÇÃO NÃO FOSSE TABU”
Eu cresci no orfanato e sempre estive
à espera de alguém que pudesse me tirar dali. Não era um local ruim, eu fiz
amigos e recebi o afeto que puderam me oferecer, mas o problema é que todos
estavam à espera de alguém.
Nós somos incentivados a pensar que
alguém vai nos desejar e nos levará para sua casa, todos criam expectativas e
sonhos de um dia ir morar num local longe dali, numa casa assim ou assada,
grande ou modesta, aconchegante ou cheia de brinquedos.
Ser um filho de casal que não pode
engravidar ou de um casal bondoso que deseja fazer o bem para uma criança que
os pais não quiseram.
Enfim, eu vivi almejando, sonhando,
até que um dia, me conscientizei que o tempo útil havia passado para mim.
É assim: modelo tem tempo útil,
jogador de futebol tem tempo útil porque eles são valorizados e conseguem bons
trabalhos, enquanto são jovens e cheios de saúde, depois devem se aposentar e
buscar outros rumos para suas carreiras.
Com os órfãos também é assim. Após
certa idade, ninguém deseja aquela criança, jovem, então, nem pensar...
Pois, quando fiz oito anos, parda,
desengonçada, sabia que meu tempo útil havia se esgotado e entreguei os pontos.
Eu comecei a fazer planos para sair
dali, mas isso me levou aos questionamentos que insistem em me acompanhar. Por
que as pessoas em geral e os meios de comunicação não discutem sobre o que
realmente interessa?
As pessoas falam sobre diversas
soluções para o mundo, mas não conseguem enxergar que, enquanto as crianças e
jovens forem desprezados, as situações insistirão em permanecer exatamente como
estão.
As crianças e jovens que não têm
instrução, atenção ou moralização continuarão se tornando adultos
problemáticos, cheios de questões polêmicas decorrentes de problemas psíquicos
mal resolvidos. Tudo decorrente de falta de amor.
A ausência deste sentimento não pode
ser preenchida por nada, por nenhum outro. É como se deixasse um buraco no
peito que tentamos preencher com o apego aos bens, apego às pessoas, com
pensamentos doentios, repetitivos, inconsequentes.
Muitos seres que conheci tiveram
pais, mas foram ausentes. Pais que tinham tudo para desempenharem bem seus
papéis, mas não quiseram, se envolveram com outras coisas e abandonaram seus
filhos para as escolas ou para as babás e eles sentiram o mesmo que eu, a falta
de amor.
A lógica é que a criança cresce. O
jovem envelhece e ambos se tornarão os adultos que te representarão de alguma
forma. Não pense que o órfão não consegue se colocar bem no mercado de
trabalho, consegue viu?
Serão médicos, psicólogos, pediatras,
químicos, professores, artistas, o balconista do supermercado, o açougueiro, o
padeiro e a costureira, os políticos, entre tantos outros que vão cruzar o seu
caminho na sua velhice.
Portanto, todos aqueles que não receberam
o afeto necessário para formar uma boa estrutura mental, estarão ao seu lado
nas mais diversas funções quando você estiver fragilizado precisando de
serviços diversos e de apoio.
A inversão de papéis inevitavelmente
acontecerá porque a justiça existe.
Portanto, antes de pensar em soluções
financeiras para o mundo, seria necessário falarmos mais de soluções para
acolher a Humanidade.
Como seria bom se a adoção não fosse tabu.
CÍCERA
31/01/21
-----------------------Paula Alves-----------------
“UMA SOCIEDADE REALMENTE JUSTA SABERIA QUE DEVE ACOLHER TODAS AS PESSOAS
INDISTINTAMENTE”
Trabalhei na assistência social por
mais de trinta anos. Eu me emocionei e cheguei a adoecer por causa de alguns
acontecimentos aos quais me envolvi.
Eu acreditei que a minha formação
daria base para encarar o que fosse possível, achei que nada abalaria minha
estrutura, eu me formei para solucionar os problemas e amparar as pessoas, mas
era mais forte do que eu.
Ninguém está preparado para ver a dor
e o sofrimento sem se abalar.
Eu precisava ajudar aquelas crianças
e acreditei que poderíamos conseguir lares para elas, mas aquele não era o meu
lugar.
Depois daquele ano de trabalho,
percebi que eu não estava habilitada para trabalhar com crianças porque eu me
envolvi com elas e passei a me perguntar o que faz daqueles pais pessoas tão
valorosas para escolher as crianças como alguém que vai adotar um bichinho de
estimação?
Aquilo era terrível! Eu me vi no
lugar deles e não compreendi por que nossa sociedade é tão hipócrita.
São as mesmas pessoas que criticam uma moça que fica grávida antes de
constituir família, as mesmas que cogitam o aborto, mas jamais responderão com
sinceridade que são a favor de um ato criminoso.
Estas crianças são abandonadas na
mais tenra idade e ainda têm que ser escolhidas por sua idade, cor ou formato
do rosto, a mais bonita, a mais educada, sem pais com comprometimento psíquico
ou relacionado a uso de drogas.
Que mundo é este? Pessoas sendo
escolhidas...
Uma sociedade realmente justa saberia que deve acolher todas as pessoas
indistintamente e todos aqueles que podem dispor de recursos para cuidar dos
desvalidos e fragilizados, deveriam agir em favor deles.
Recolher todos os que precisam de
cuidados e atenção. Será que é um sonho impossível?
Eu não vivi na carne para ver esta realidade. A única coisa que pude
fazer foi adotar Raquel, minha filha. Raquel veio para nossa casa com nove anos
e eu tive muita sorte de ser escolhida por ela.
Quando eu trabalhei no orfanato,
senti uma mãozinha me alcançar e ela sorriu. Nunca mais pude me separar dela.
Foi um presente de Deus, Raquel na minha vida.
Infelizmente, as pessoas são egoístas
e preconceituosas. Acham que devem viver apenas para si e para os seus, do seu
lar, mas que bom seria se as pessoas vissem todas as outras como seus irmãos e
pudessem proporcionar a eles uma vida digna.
Eu só pude adotar uma criança porque já tinha quatro filhos. Fica a dica: os orfanatos estão cheios...
LAÍSA
31/01/21
-------------------Paula Alves-------------
“TERRA NÃO RI E NEM FAZ GRAÇA. TERRA NÃO DÁ CARINHO PRA GENTE”
Eu nunca olhei para eles como para
alguém que precisasse de piedade. Não tive este sentimento dentro de mim, então
tratava meus serviçais buscando por ordem e disciplina. Eu não admitia falhas e
não era chegado a dar gorjetas ou a prestar favores. Cada um no seu lugar, o
ideal era não termos intimidade.
Muitos me chamavam de cruel: “Turco
miserável!”
Eu trabalhei muito para ter minhas
propriedades. Sempre achei que brasileiro era um povo folgado, covarde para o
serviço, estavam sempre aguardando o fim do expediente, o café, as férias e
isso me irritava muito.
As facilitações no ambiente de
trabalho, as marchinhas no carnaval, os festejos de todos os tipos para
faltarem no trabalho me irritavam, mas o problema é que não podemos tirar uns
por todos. Eu generalizei, critiquei todos e não consegui perceber o quanto
havia gente bondosa perto de mim. Acho que fui preconceituoso.
Vim para a terra deles que me acolheu
e ainda falava mal de toda a raça, fazer o quê? Acho que coisa ruim, todo mundo
tem.
A verdade é que depois que minha
velha se foi, nada mais me restou na vida. Eu tinha as terras e mais terras,
nada além disso. Daí tive tempo para pensar na vida porque minha velha falava
demais e a casa ficou só com o silêncio que dói na alma.
A gente não sente solidão quando tem
alguém para amar. Mas, eu fiquei sozinho e a solidão tomou conta de mim. A dor
e o sofrimento me deixaram inerte. Eu não tinha mais nada para fazer, sem
filhos ou parentes vivos, só eu, as terras e os funcionários que eu amaldiçoei.
Mas tinha a Lolita que não ligava
para os meus gritos, ela até parecia surda, nem ligava, trabalhava, servia as
refeições, eu ouvi quando ela falou:
- Coitado! Já perdeu a esposa, está sozinho neste mundo, sem amor, cheio
de rancor no peito, deixa ele. Eu não ligo não. Dou graças a Deus por ter meu
trabalho. Não ligo não.
Eu entendi. Ela sabia que tudo o que
eu falava não podia feri-la. Ela tinha muito mais do que eu. Era uma mulher bem
resolvida com um marido trabalhador, bom, tinham filhos bonitos e sorridentes
que me deixavam de cabelos em pé, os maledetos! (risos)
Eu comecei a notar a vida daquela
gente e passei a sorrir com as fanfarrices deles, os olhares de alegria, o suor
pingava da testa e a mulher levando uma moringa de água, dando um beijo na
criança.
Eu só pensei em trabalho e nas minhas terras. Terra não ri e nem faz
graça. Terra não dá carinho pra gente.
Resolvi deixar minhas terras para
Lolita porque ela cuidou de mim até o fim. Me ouviu reclamar, eu gostava de
reclamar, como eu gostava, há-há-há.
Quando se é velho como eu fui, a única coisa que
pode dar um pouco de prazer é ralhar e ver o povo correr de medo.
GASPAR
31/01/21
--------------------------------Paula Alves-----------------------------------
“AS REGRAS DE BOA CONDUTA DEVERIAM SER ENSINADAS AOS FILHOS NA MESMA
TENRA IDADE”
Seria muito interessante se as
pessoas se controlassem para que cada um tivesse seus direitos assegurados.
A negligência é tamanha que as
pessoas fingem que não veem os outros ao seu redor. Isso para que possam viver
seus prazeres, cheias de egoísmo e amor próprio.
Vai, desde a mãe que se recusa a
reconhecer que os filhos precisam ser bem cuidados, até o vizinho que acredita
que o som da sua música não incomoda ninguém.
Quanta baixeza!
Como é que fomos ensinados que: o que
me agrada, deve agradar a todos ou o que me alegra todos devem engolir? Sim,
engolir porque as pessoas não gostam quando as outras passam dos limites,
quando falta escrúpulos, trabalho decente ou abuso de qualquer tipo.
É, por isso, que o mundo está cheio
de violência, porque as pessoas acham que todos suportarão seus egocentrismos o
tempo todo e, de repente, quando alguém não está muito bem e se irrita, aí sai
a briga, a discussão, os ataques, as agressões.
Claro que não justifica, mas por que
é que nós não podemos evitar tudo isso sendo mais educados?
Se a mãe que tem responsabilidades
com seus filhinhos, sabe que eles precisam se alimentar corretamente, por que é
que ela não prepara um bom jantar? Simples, porém caprichado, com todos os
nutrientes que as crianças merecem?
Se o vizinho não tem problemas
auditivos e compreende que a música está alta demais, por que é que não abaixa
a música para não incomodar ninguém?
Se eu quisesse ser respeitado e viver
bem em sociedade deveria me acostumar que aquilo que me agrada pode injuriar o
outro e, portanto, atrair dissabores nos grupos em que me relaciono.
As regras de boa conduta deveriam ser
ensinadas aos filhos na mesma tenra idade, baseando-se no bom relacionamento de
todos os integrantes da sociedade, independente se eles moram do outro lado da
rua ou dentro da minha casa.
O ideal é perceber o quanto você pode
ser insuportável, desleal ou mesmo, irresponsável. Observar sua conduta diária
para avaliar se você não tem usado de autoridade para coagir alguém ou se não
está deixando seus deveres de lado para satisfazer sua preguiça e má vontade.
A sinceridade conosco facilita a
convivência com todas as pessoas nos núcleos socias, até porque, muitas vezes,
as pessoas que convivem conosco, apenas nos suportam, jamais terão por nós
sentimentos amistosos ou de carinho porque não permitimos que as pessoas gostem
de nós, já que estamos agredindo seus próprios direitos, sua privacidade ou seu
sossego.
Pense que seu relacionamento pode
estar por um fio com as pessoas com quem você se relaciona, pode ser que, desta
forma, você se controle em relação aos seus impulsos e seja mais cordial com
todos, assim, poderá até fazer amigos. Boa sorte pra você!
VICENTE
24/01/21
------------------------Paula Alves---------------------
“COMO DEVE SER BOM TER ALGUÉM PARA
CONTAR”
A paz que eu almejava nunca tive.
Acho que a maior riqueza de um homem é a paz. A paz de Espírito e de
consciência.
Sabe lá o que é
você viver aflito e angustiado?
Acreditando que, há qualquer momento,
teria que sair correndo para socorrer alguém?
Minha vida foi sempre assim. Primeiro
começou com meu pai. Eu fui o filho mais velho de cinco. Meu pai bebia muito e
eu cresci vendo as surras que ele dava em todos, inclusive na mãe porque a
bebida mexia com o juízo dele. Mais tarde, eu descobri, por mim mesmo, que ele
expressava bêbado, tudo o que reprimia quando estava sóbrio. Ele se tornava um
algoz dentro da própria casa e eu achava terrível, mas amava o meu pai.
Por que será que a gente ama, mesmo
reconhecendo que a pessoa tem defeitos terríveis? Eu gostava tanto do meu pai.
Eu costumava rezar pedindo a Deus que ele não bebesse, todos os dias, até me
acostumei com a reza porque ele nunca parou de beber.
Depois que meu pai morreu atropelado,
depois que eu ajudei minha mãe com tudo no enterro do meu pai, ainda tive que
me preocupar com os irmãos menores, com comida, com escola para eles e eu
fiquei analfabeto por tudo isso, mas eles se viraram bem.
Daí encontrei a Tereza, casei, foi um
bom começo, cheio de amor, mas aquele sentimento de angústia sempre no peito,
esperando algo ruim para acontecer.
Os filhos se criando, Tereza teve um
infarto, morreu. Meu mais novo entrou nas drogas e eu aflito sabendo que os
problemas vinham um atrás do outro e foi isso a vida toda.
Cheguei aqui, me falaram que foi bom
porque eu desenvolvi a responsabilidade bravamente. Eu não desamparei ninguém e
deu tudo certo no meu plano.
Eu ainda acho que é um modo estranho
de enxergar a situação. Para mim, não deu tudo certo porque meu filho deixei
viciado, mas eles falaram que ele ainda recebeu de mim ensinos que desconhecia
e, certamente, na próxima chance se sairá bem melhor.
Eu não consigo me sentir bem. Acho
que a gente se acostuma com a angústia, com o caos da vida, sabe?!
Eu estou me tratando para ver se
desperta em mim o otimismo e a tranquilidade. Não é falta de fé, apenas muito
sofrimento que calejou a alma.
A gente tem que se preparar para os
dias melhores, para as coisas boas. Ter fé em Deus, mas ter fé também nas
pessoas. Acreditar que cada um vai estar mais consciente de seus compromissos e
vai fazer por onde, todos encontrarem a felicidade.
Daí, eu fiquei pensando como deve ser
quando todas as pessoas se esforçam para cumprir com os compromissos que foram
estabelecidos na espiritualidade. Como deve ser a vida de quem se apoia uns nos
outros? Como deve ser bom ter alguém para contar.
Meu instrutor falou que eu fui esta
pessoa para muitos dos meus familiares e, por minha causa, eles conseguiram
dormir aliviados, diversas vezes. Eu nunca tinha pensado desta maneira, fiquei
feliz. Se eu fui o motivo de paz na vida dos outros, fiquei muito contente
porque a paz é riqueza.
JOSÉ ALEMÃO
24/01/21
----------------------------Paula Alves---------------------
“FALTA DE ESCLARECIMENTO E DE EDUCAÇÃO, FALTA DE SABER PENSAR E
ORDENAR OS ACONTECIMENTOS DA VIDA”
O que fazer quando um país prioriza
todas as outras coisas menos o estudo? Apenas, o conhecimento pode libertar as
pessoas e ensinar a se movimentar no mundo.
A partir do saber e do discernimento,
o homem pode fazer suas escolhas. É o saber pensar, a partir do treino e da
lógica.
Quando, desde de pequena, a criança é
estimulada a fazer escolhas, a raciocinar sobre o bem e o mal, ele pode se
basear nisso quando a hora da escolha, de fato, chegar.
O “se preparar para a vida” implica
em todos os conhecimentos que foram adquiridos no decorrer da vida do ser
humano e é isso que nos difere dos animais. O fato de assimilarmos os
conhecimentos variados e conseguirmos raciocinar, montar esquemas para
avançarmos no nosso objetivo. Todos os animais sentem, mas o homem conjectura e
faz escolhas, não é acaso, sem querer, o homem tem opção e faz sua escolha.
Equivocadamente, ele escolhe se baseando nos seus sentidos e mete os pés pelas mãos, pois deveria argumentar consigo mesmo e se decidir por tudo aquilo que será conveniente para ele sem agredir, de forma nenhuma, seus semelhantes ou todos os seres vivos para participar do avanço do planeta.
Mas, quando um país não exige o
estudo, enquanto os prazeres têm seu espaço definido, tudo isso se perde e o
homem volta a ser parecido com o seu princípio, primitivo, antropomorfo,
selvagem.
É quando as pessoas se destroem e destroem o meio em que vivem. Isso
porque estão acostumados a viver o agora, sem se perguntarem como será o seu
futuro e o futuro dos demais, ele não tem juízo ou indignação, apenas faz o que
lhe convém, falta de esclarecimento e de educação, falta de saber pensar e
ordenar os acontecimentos da vida.
Acho que muitas coisas estão erradas,
mas ainda podem corrigir tudo o que ocorreu com disciplina e trabalho árduo,
resta saber se as pessoas podem receber as intuições da espiritualidade e
arregaçar as mangas para que o progresso aconteça.
Enquanto, a consciência estiver
perdida, os governantes serão sempre os mesmos, mudando a cara e o partido, mas
com o mesmo jeitinho de governar.
Tudo depende de nossas prioridades,
de nossos anseios mais íntimos.
Cada nação atrai o governante que
merece e o povo pode se unir para recuperar sua honra e dignidade, mas precisa
de muito trabalho e ESTUDO.
Criança sem estudo, jovem sem estudo,
é ser que não sabe pensar e se deixa envolver com leviandade, criminalidade e
irresponsabilidade. Daí pra frente, podemos falar de tudo o que está ocorrendo
na sociedade.
Quando o jovem vive solto por aí
demonstra simplesmente no que baseia a sua vida, em nada, perambulando ao léu,
vagando por aí, arrumando motivos para sua destruição, não pode solucionar os
problemas do mundo, só pode arruinar as vidas, distribuindo doenças e
delinquência.
CAREL
24/01/21
-----------------------Paula Alves-----------------
“A GENTE NÃO PODE ABANDONAR AS PESSOAS QUE A GENTE AMA”
Eu havia perdido o controle sobre ele
e me perguntei: “quando foi que as coisas mudaram e eu nem vi?”
Meu único filho, tão bem criado,
cheio de mimos e carinhos. Ele foi a benção que Deus colocou em meu lar, de
repente, se tornou aquela pessoa que eu desconhecia.
Eu nunca imaginei que precisaria
repreendê-lo, nunca precisei pensar em castigos ou punições, ele sempre me
respeitou, mas depois que conheceu aquela menina se tornou um estranho no
ninho, eu a culpei.
Moça linda, com certeza, chamou a
atenção do meu menino que ficou fascinado, eu entendi, mas mudar da água para o
vinho? Isso não pude entender.
Ele largou tudo, faculdade, cursos, para ficar entranhado na casa dela,
quando eu vi, já estava usando drogas, envolvido com um pessoal barra pesada,
meu marido ficou chocado, ele roubou vários aparelhos eletrônicos de nossa casa
e bateu o carro, foi um horror!
Então, nós sentamos para conversar e
meu esposo disse que nós não conhecíamos aquele jovem que chamávamos de filho.
Eu não entendi. Como assim, eu não o conhecia? Eu nunca deleguei a educação
dele para outra pessoa, eu interrompi minha vida para me dedicar à maternidade
e eu não o conhecia?
Mas, meu esposo me lembrou que ele
sempre foi muito quieto entre nós e os familiares. Ele nunca se posicionou
sobre nada, nunca conversou expondo coisa nenhuma. Como nós podemos saber
alguma coisa sobre ele? Se era um lunático, um psicótico ou um delinquente que,
apenas estava enrustido? Por fora bela viola...
Eu tive que me curvar àqueles argumentos
porque ele estava coberto de razões. Eu o amava e achava normal que ele tivesse
uma vida tranquila, que seguisse nossos passos e ideais, que aceitasse o
destino que estávamos oferendo para ele, mas eu nem mesmo, sabia qual era a sua
cor favorita.
Depois eu falei mal da moça, dizia
que ela levou meu filho para o mal caminho, por causa dela, meu filho foi
desviado. Meu marido riu, disse que nunca.
Quando uma pessoa é boa, cheia de boa índole e caráter, ninguém poderá colocá-la no mau caminho. Isso só aconteceu porque ele já estava inclinado ao erro, há muito tempo. Ele se uniu a ela porque são semelhantes no caráter e predileções, só isso.
Onde já se viu o mal desviar o bom?
As pessoas justificam isso porque é mais fácil para elas pensarem que o seu filho foi vítima porque, assim, você não precisa admitir que errou na educação dele.
Nossa! Acho que eu nem conhecia
aquele homem também. Meu marido nunca se mostrou tão maduro e esclarecido. Por
que foi que ele não disse isso tudo antes, para que eu pudesse cuidar melhor do
nosso menino?
Eu achei que tudo estava perdido, mas mãe não pode interromper sua missão porque encontra a dificuldade. De jeito nenhum.
Eu encontrei meu erro na criação do
Gustavo. Eu deveria ter conversado mais com ele, ter esclarecido em cada falha
de conduta moral, mostrar evidentemente nossos exemplos de vida, com trabalho,
solidariedade e amor, mas eu deixei o tempo passar acreditando que em minha
casa nunca aconteceria mal algum.
Não basta Deus abençoar, você tem que
trabalhar para ser abençoado sempre.
Eu me uni com meu esposo, conversei
com os jovens e disse que não aceitaria aquilo, a vida miserável que eles
estavam escolhendo, foi uma batalha, mas eu estava sempre por ali,
interrompendo o vandalismo, as drogas, a falta de vergonha na cara.
A moça se cansou dele e de mim, foi
embora, meu filho ficou um trapo e eu juntei os cacos dele, orientei, até que
ele se refez e admiravelmente, arrumou um trabalho, voltou para os estudos.
A gente não pode abandonar as pessoas
que a gente ama, em suas derrocadas de vida, mas o correto mesmo, é se esforçar
para transformar em pessoa decente, desde pequenino.
GRACIETE
24/01/21
------------------------------------------Paula Alves-----------------------------
“NINGUÉM ESTÁ SOZINHO PORQUE SOMOS A SOMATÓRIA DE TODAS AS PESSOAS QUE
PASSARAM EM NOSSAS VIDAS”
Foi sonho de criança, mamãe achava bonito eu dizer
que queria ser bombeiro.
Passei minha vida toda com esta ideia
fixa. Eu me preparei para ser bombeiro e minha mãe ficou orgulhosa de mim
quando realizei meu sonho. Ela sabia dos riscos, todos nós sempre soubemos que
poderia acontecer algo à minha integridade física, eu poderia me ferir em nome
do meu trabalho, minha missão.
É de fundamental importância que você
sinta no íntimo do ser o que pretende fazer porque a vida te beneficiará
para que isto se torne realidade. Eu me esforcei tanto e entendi que minha
missão concretizada era a única coisa que me traria felicidade na vida.
Por isso, apesar de todos os riscos,
minha mãe sempre me incentivou. Ela sabia o quanto era importante para
mim.
A este plano estavam ligadas muitas
pessoas que eu havia prejudicado em outras existências, além delas, eu
precisava defender várias outras mostrando o quanto eu poderia sacrificar minha
liberdade, conforto ou prazeres em prol de pessoas, sejam quais fossem, ajudar
indistintamente. Eu deveria sentir o altruísmo legítimo e abdicar de tudo o que
fosse me conduzir ao egoísmo para auxiliar quem estivesse precisando de mim.
Muitos disseram que eu tinha a
obrigação de servir porque eu ganhava para isso. Não é bem assim, claro que
tudo tem um benefício, eu tinha que ter um salário, viver dignamente pelo
trabalho que desempenhava, mas as pessoas colocam suas vidas em risco para
beneficiar seus semelhantes porque desejam fazer algo de útil por eles, não é
apenas em nome do dinheiro.
A satisfação de fazer o que te cabe e
realizar o compromisso que foi assumido é maravilhoso. Eu nunca me arrependi
por ter escolhido esta profissão. Você pode imaginar que eu desencarnei em
serviço, desempenhando o meu trabalho, mas não foi nada disso. Eu vivi
muito e guardei na memória diversas cenas onde eu participei de socorros
variados, onde eu recebi o sorriso de muitas pessoas, um olhar de agradecimento
que vale mais do que mil palavras, onde eu vi a satisfação daqueles que
conseguiam ver seus entes queridos serem resgatados, eu fui muito feliz.
Quando eu estava me sentindo
desmotivado, quando parecia que os infortúnios da velhice tomavam conta de mim,
quando as dores pareciam lancinantes, eu me lembrava dos dias de serviço em que
eu saia com o coração na boca, pedindo a Deus que guardasse a mim e aos meus
companheiros, pedia a Deus que enviasse seus anjos até o local de resgate e que
pudéssemos cumprir com as suas ordens santas. Eu só queria fazer o meu
trabalho, ajudar alguém e retornar para a minha casa.
Eu não me sentia herói, na verdade,
me sentia trabalhando em nome de Deus, como se eu estivesse naquele local
porque Ele permitiu e eu deveria fazer cada ação do melhor modo possível porque
Deus me colocou ali, Ele acreditava em mim.
Tive muitos momentos para lembrar e
isso me deu forças para encarar todos os outros momentos em que fui eu que
precisei de um médico, de uma enfermeira para cuidar dos meus pais ou de mim.
Quando todos partiram e ficou apenas eu, ainda tinha estas lembranças para me
iluminar o dia de solidão.
De fato, ninguém está sozinho porque
somos a somatória de todas as pessoas que passaram em nossas vidas. É
gratificante servir com amor. DORNELES
16/01/21
--------------------Paula Alves--------------------
“CADA UM DEVE DECIDIR SE SERÁ UMA PESSOA SÉRIA OU LEVIANA NO MUNDO”
Cada um de nós nasce com um propósito
e eu sempre levei tudo muito a sério. Desde de pequena, parecia que eu tinha
que aproveitar cada minuto, cada passo.
Eu me envolvi com a dança e sonhava
ser bailarina, mas meus pais diziam que eu não devia me envolver com isso,
precisava ter profissão ou me casar para ter família. Eles diziam que os
artistas têm uma vida promíscua e eu não havia sido criada para excessos e
leviandades.
Eu fiquei confusa porque sabia o
quanto meus pais gostavam de mim, eles me amavam, deviam estar certos, mas eu
só me sentia completa quando estava dançando, eu era muito feliz.
Não me via em outro lugar que não
fosse no palco, eu precisava viver da arte. Conversei com eles e me esforcei
para ser a bailarina que sonhava, meus pais tiveram que aceitar porque eu
deixei claro quais eram minhas ambições.
É preciso mencionar que existem
leviandades no mundo artístico como em todos os outros. O mal, a promiscuidade
e as facilidades chegam até nós e depende de cada um, caminhar pelo caminho
árduo ou cheio de prazeres. Cada um deve decidir se será uma pessoa séria ou
leviana no mundo.
Eu tive que brigar, tive que
argumentar e me posicionar enfrentando pessoas importantes, perdendo papéis que
eu desejava porque eu não queria me tornar uma pessoa ligada ao mal, que se
perde. Sempre tive minha honra e consciência tranquila.
Por isso, eu não concordo quando
dizem que as pessoas seguem pelo mal caminho por causa das más influências,
segue quem quer.
Eu almejava dançar e imaginei que
minha arte poderia levar a luz, levar motivação e alegria a muitas pessoas que
pudessem admirar o meu trabalho, por isso, me esforcei tanto.
Em muitos momentos pensei em desistir
e atingi momentos de sofrimento e revolta quando as pessoas que se entregavam
aos pedidos obscuros ficavam com os papéis que poderiam ser meus, mas eu queria
dançar e não desisti até que me viram dançar e gostaram da minha arte.
Eu consegui entrar numa importante
companhia de balé e fiz minha carreira profundamente encantada com tudo o que a
dança poderia proporcionar às pessoas.
Quando você sente no fundo da alma
que deve fazer alguma coisa, não desista, siga em frente porque muito
possivelmente, este é o seu caminho e todas as portas se abrirão para que você
realize aquilo que for do seu intuito, mesmo quando o mundo parecer estar
contrário às suas ambições, respire e tente outras vezes, em algum momento
tudo se concretizará.
ALDA
16/01/21
--------------------Paula Alves--------------------
‘QUANDO VOCÊ PARECE SE ANULAR É QUE
VOCÊ ENCONTRA A PAZ DE ESPÍRITO”
Eles não podem encontrar motivação,
nem paz, nem solução para os seus problemas porque as pessoas devem sofrer
mesmo.
Eu vivi indignado por tudo o que me
aconteceu e me perguntei se Deus não estava vendo tudo aquilo, indignação,
esta é a palavra.
Sempre fui um homem sério, aluno
exemplar dos que sofrem bullying, sem amigos, consegui emprego invejável e
ganhava bem, tive uma namorada maravilhosa que quis se casar comigo, eu nem
acreditei.
Após dois anos de felicidade, com um
bebê nos braços, eu estava contente, cheguei em casa antes do horário e
peguei minha esposa me traindo, enquanto o bebê chorava no berço.
Depois de quase matar o sujeito,
fiquei pensando se a criança era meu filho. Eu fiquei confuso porque não podia
mais acreditar nela, em ninguém. A vida me pareceu tão ofensiva como se
todos estivessem sempre me perseguindo e me insultando, rindo de mim.
Eu criei tantos problemas mentais que
não conseguia caminhar na rua, eu precisava de solidão.
Eu a levei para os pais dela e não comentei nada com ninguém. Por que eu
tinha que ver alguém ou voltar para minha vida, eu tinha uma vida? Porque tudo
parecia fora da realidade para mim.
Hoje eu compreendo que as pessoas
mexem muito com a cabeça da gente.
Poderia ter sido diferente se desde
cedo, alguém tivesse me concedido uma boa oportunidade de confiar nas pessoas?
Se eu tivesse encontrado a verdade, lealdade
e amizade em alguém?
Você está me falando que eu tinha que
suportar as ofensas desde cedo para aprender a lidar melhor com as
circunstâncias negativas? Mas, eu não consegui.
Chego a pensar que todo doido tem
seus motivos. As pessoas fazem maldade o tempo todo sem se
preocuparem se vão prejudicar alguém. Ninguém se pergunta se vai falar demais e
deixar a pessoa ofendida, se por causa do seu impulso de absurdos verbalizados,
vai provocar uma briga?
Por que é tão difícil pensar que eu
devo respeitar a casa dos outros, a dignidade dos outros, a idade dos outros, a
honra dos outros para que meus direitos também sejam respeitados?
Eu não via ninguém que pudesse se
salvar no mundo inteiro porque as pessoas são egoístas e pensam apenas em si,
fazem tudo pensando em obter vantagens, fazem manipulando para serem vistas e
aceitas, querem se dar bem.
Depois disso, eu não tinha como
pensar diferente e preferi ir embora para não cometer um desatino. É disso
que eu estou falando, nem todos conseguem virar as costas e partir, as pessoas
se ofendem e querem cobrar satisfação, disso provém guerras, brigas, violência
e discórdia.
Eu não queria ficar com um peso maior
do que eu já carregava todos os dias, eu queria ter paz. Acho que é o único
objetivo do homem: ter paz, porém o homem confunde com seus sentimentos
destrutivos de ambição, orgulho e vaidade, ele concentra seus potenciais onde
nunca encontrará paz, melhor dizendo, onde ele se destruirá de vez.
Eu fui embora e vivi pacificamente
numa cidadezinha onde ninguém me conhecia. Eu arrumei um trabalho numa
fazenda de laticínios e encontrei minha paz, no meio das vacas e dos bezerros,
descobri minha felicidade.
Eu sei que é estranho dizer isso, mas
às vezes, quando você parece se anular é que você encontra a paz de espírito.
É quando você deixa de lado todos os
argumentos das outras pessoas de que você tem que conquistar isso ou aquilo,
você tem que ser isso ou aquilo, para viver feliz. Falam que você tem que ter
muitos amigos e ser reconhecido, ter família e ser adorado, mas não é nada
disso.
A felicidade é ter liberdade para
você seguir independente das convenções. Eu me libertei do que diziam e queriam
para mim. No meio dos bichos, encontrei minha paz, minha satisfação e controlei
meus maus impulsos.
Eu preciso aprender a socializar, mas
ainda prefiro o contato com a natureza para acalmar meu espírito.
JOSIMAURO
16/01/21
--------------------Paula Alves--------------------
“EU SÓ TENHO A AGRADECER QUE DEUS ME DEU AQUELA DOENÇA”
Eu não podia ser pai e sentia dentro
de mim que minha esposa jamais aceitaria um casamento sem filhos. Quando
percebi que ela estava se esforçando para aumentar nossa família e tinha tantos
planos com a maternidade eu me martirizei.
Como poderia contar para ela o que eu
já sabia?
Como dizer que uma doença na infância
me impossibilitou de ser pai?
Parecia que minha consciência
insistia em dizer que eu a enganei porque poderia ter dito antes do casamento e
permitir que ela escolhesse se queria viver com um homem infértil ou não.
Não fiz por mal, nem por um minuto,
eu a amava e não sabia como dizer que não podíamos ter filhos.
Tudo me levava a crer que ela iria se separar de mim, mas eu precisava
falar e falei. Ela chorou e falou sinceramente que tinha necessidades, ela
tinha sonhos e queria ser mãe. Minha esposa falou de muitas mães que não
desejam engravidar e têm um filho atrás do outro, falou também de tantas
mulheres que colocam crianças no mundo e não cuidam delas da forma que
deveriam, doando seu amor incondicional e seus cuidados, fornecendo a educação
moralizadora que pode salvar o mundo, mas ela estava de posse de todas as
informações. Ela estava disposta a fazer sacrifícios para um filho, dois ou
três e sabia, naquele instante, que nunca teria.
Onde estava a justiça de Deus?
Depois, ela pensou bem e disse que
Deus não a estava punindo porque ela não tinha problema algum. Me fez prometer
que faríamos tratamentos, eu fiz, tentamos, gastamos muito dinheiro e tempo,
foi doloroso quando todas as vezes, ela não conseguiu a fertilização.
Nós sofremos e eu estava cansado de
tudo aquilo quando vimos uma criança na rua pedindo dinheiro. Nós nos
entreolhamos e sorrimos. Ela queria ser mãe e eu queria ser pai, nós nos
amávamos e estávamos dispostos a sacrificar nossas vidas por outro ser que
estivesse nos nossos cuidados, independentemente se fosse fruto do seu ventre
ou nascesse proveniente do nosso sangue. Foi tão bom pensar desta forma e fazer
aquela escolha.
Deste lado, nós sabemos que todos nós
somos irmãos. Estamos rodeados de seres da nossa família que, nem sempre nascem
como parentes próximos e que amamos, que estão unidos a nós por uma série de
elos fortíssimos de outras existências.
Aquele que hoje foi o pai pode ter
sido o irmão, aquela que hoje foi mãe pode ter sido uma avó, o tio pode ter
sido primo e o vizinho pode ter sido o nosso pai. As pessoas tomam lugares
diferentes nas diversas jornadas, mas Deus sempre permite que aqueles a quem
amamos se unam a nós.
Eu queria um filho, ela também
e decidimos adotar. O processo realmente não foi fácil, a ansiedade não
foi fácil, mas nós conseguimos. Quando colocamos as exigências de lado foi mais
fácil ainda. Criança é sempre criança que quer amor e carinho, independente se
é bebê ou criança mais velha. Se você ama e deposita os seus melhores
sentimentos, ela entende tudo o que você entrega e recebe esta entrega.
Nós adotamos uma criança linda de
dois anos - Manuela que nos deu tantas alegrias, nossa filha cuidou de nós até
o último minuto com companheirismo e amor. Quando Manuela cresceu um pouquinho
quisemos um irmão para ela e veio o Isaac com cinco anos, foi maravilhoso
porque eles brincavam juntos e foram muito leais, amigos a vida toda. Nosso
filho lutou por nós na velhice e nunca deixou que faltasse nada, foi servo fiel
do Evangelho, nos dando muito orgulho.
Quando os dois chegaram na
adolescência, entendemos que a casa estava quieta demais e trouxemos o Bruno de
oito anos, ele tinha tendências ligadas ao vício, foi difícil combater,
entregamos todas as nossas/ forças para que ele se convertesse e funcionou, com
atenção, disposição e afeto, Bruno se tornou professor e lecionou por mais de
quarenta anos defendendo os direitos dos jovens e evitando que se afundasse no
vício das drogas, quanto empenho!
Eu só tenho a agradecer que Deus me
deu aquela doença, agradecer a Deus porque colocou em meu lar os filhos que eu
precisava para me tornar um pai amoroso e cheio de fé. Agradecer minha esposa
que esteve ao meu lado, apesar de tudo. Quanta felicidade!
JUVENAL
16/01/21
-----------------------Paula Alves-------------------
“NASCER
POBRE E VALORIZAR O QUE REALMENTE É IMPORTANTE, A CASA DA FAMÍLIA, O PÃO DE
CADA DIA E A PRECE”
Eu
me esforcei muito. Tinha meus objetivos e me esforcei, além da conta. Sempre
acreditei que, se você quer alguma coisa, tem que ser franco consigo mesmo e se
esforçar.
Sei
que existem pessoas que encontram muitas facilitações e não precisam de muito
esforço ou dedicação. Parece que elas já encontram tudo pronto e vivem de
alegria, mas percebi que todos têm dificuldades, são as provas da vida que
todos nós enfrentamos.
Existem
pessoas que precisam de conhecimentos, outros precisam de sensibilidade e daí
todos nós temos que nos esforçar para conquistarmos aquilo que é primordial à
nossa evolução.
A
verdade é que eu sempre tive ambições bem simples. Eu queria um bom emprego,
queria uma casa própria para minha família. Sonhos simples que conquistei com
muito trabalho.
Encontrei
pessoas no caminho que tinham ambições e acabaram desviando do seu objetivo por
uma questão de preguiça ou má vontade. Para você adquirir aquilo que objetiva,
tem que ter muito ânimo, disposição e não desistir no primeiro empecilho.
Muitos estarão te dizendo que você não vai conseguir, parece que existe gente
que torce para a nossa derrota, existe inveja, preconceito, pessoas maldosas
que não desejam ver a felicidade dos outros, em compensação, também tem gente
que auxilia: dá esperança, apoio, mostra o caminho a seguir, informa as
possibilidades.
Encontrei
pessoas maravilhosas que me impulsionaram, gente que não faz o seu trabalho,
mas te ajuda tanto fornecendo otimismo e atenção que você nunca pensa em
desistir porque seria injusto com todo o apoio que forneceram.
Em
minha vida tive uma família maravilhosa, amigos leais, pessoas que me serviram
de alicerce e tornaram minha existência realmente muito marcante. Eu fiz tudo
por eles. Vida simples que me encheu de satisfação.
Tem
gente que acha que a gente precisa ser rei, presidente ou alguém famoso para
ficar com a existência bem marcada na mente, mas não é assim que funciona. Esta
existência me trouxe aprendizados importantes como honra, juízo, justiça,
dignidade, fidelidade e amor. O amor incondicional que faz você pensar que
prefere passar fome do que ver quem você ama sofrer. É aí que muitos se enganam
em pensar que é tolice a gente escolher ser pobre numa encarnação. Nossa! Como
é promissor nascer pobre porque a gente aprende que pode tudo com esforço e
perseverança, com trabalho sério e bons sentimentos. À medida que você se
enobrece e aprende o quanto o trabalho é benéfico, aí meu amigo, ninguém mais
te segura, não tem tempo ruim pra você.
Nascer
pobre e valorizar o que realmente é importante, a casa da família, o pão de cada
dia e a prece. Entrar em contato com a espiritualidade que te guia e faz você
respeitar tudo e todos. Eu só tenho o que agradecer porque não houve um dia em
que eu não vi a grandeza do Senhor. Não houve um dia em que eu não tenha
aprendido nada. Agradeço por todos os conhecimentos que adquiri e por todos que
passaram na minha vida.
Esperto
é o homem que aproveita todas as oportunidades para se elevar. Sem queixas, sem
reclamações, sem ira ou inveja. O homem que aproveita tudo o que tem para se
tornar uma pessoa melhor, sabendo de suas limitações e do quanto uns podem
ajudar os outros se estiverem unidos no mesmo propósito que é viver em paz.
Gratidão
a todos que estiveram comigo. Eu estou bem.
CARLOS DIAS
09/01/21
---------------------Paula
Alves-----------------
“O
QUE FALTA ENTRE AS MULHERES É ÉTICA E INDULGÊNCIA”
Eu
vi a arma e quis matá-lo. Eu descobri tudo e soube que ele me destruiu por
todas as vezes que ficou com elas.
Quando
um homem te trai, ele não ofende, apenas seu amor de mulher, mas sua dignidade
porque ele mente e falta com lealdade. Não é só uma traição física, mas moral.
É trair sua intelectualidade, seu julgamento, trair seus objetivos de vida
porque tudo o que ele estava disposto a fazer com você, todos os planos que
eram de dois, se dispersaram no contato com outra pessoa que quebrou o círculo
de afinidade.
Eu
pensei em tudo isso. Pensei que ele devia me achar burra porque deu todos os
indícios de que não dizia a verdade, deixou passar facilmente ligações e encontros,
ele nem mesmo se esforçou para ficar oculto num relacionamento amoroso com
alguém de nosso convívio social.
Além
disso, era me provar que eu não era o suficiente para ele. Por que era
necessário conviver com outra mulher? Ter conversas íntimas, lhe fornecer seus
pensamentos mais restritos, trocar confidências?
Eu
não bastava. Eu tinha uma filha com ele e também pensei nela, na nossa menina e
no quanto o pai faltava com respeito com a própria filha. Será que ele nunca
pensou que um homem poderia fazer com a filha dele o que ele fazia comigo ou
com a sua amante? Eu pensei nisso porque, na verdade, o que falta entre as
mulheres é ética e indulgência. Falta se colocar no lugar da outra.
Tanto
faz ser amante ou esposa porque as duas estão sendo usadas, nenhuma das duas
tem por completo, o homem abusa das duas. Eu era filha de alguém e estava sendo
traída, enganada, será que ele gostaria que nossa filha passasse por isso?
A
amante dele devia gostar dele para se sujeitar em passar por aquela situação
porque, em algum momento, ele a deixava e voltava para nossa casa. Mulher
nenhum tolera esta situação porque adora. Eu pensei nisso e vi um grande
problema. Problema de machismo, saúde pública e falta de realidade.
Por
que os homens gostam de ter as pessoas? Ter como posse de um objeto, ter duas
pessoas à sua disposição? É nisso que implica a traição, em questões muito
amplas de pseudo superioridade, ambição, ter necessidade de controle, mas se
você quiser ir além, posso falar na irresponsabilidade em se relacionar
sexualmente com outra pessoa, sexo sem proteção que pode ocasionar em doenças
ou filhos fora do casamento, ou seja, é muito descontrole social.
Eu
tentei me acalmar, enquanto pensava em todas estas questões, como se eu
estivesse assistindo um filme ou pensando na vida de pessoas desconhecidas, mas
eu era a protagonista daquela história, eu era a esposa traída há anos. Minha vida
era uma farsa e eu estava frustrada e muito decepcionada.
Eu
poderia ter me esforçado para refazer meu casamento, mas ele ruiu junto com a
confiança e a admiração que eu tinha por meu esposo. Admiração pelo marido leal
e amoroso, admiração pelo pai carinhoso e preocupado, tudo ruiu. Eu não
conhecia aquele homem que forjou a sua imagem para mim. Ele inventou um homem
para mim e aquele homem foi destruído quando eu descobri suas mentiras, por
isso, seria impossível continuar. Eu queria aquele marido que idealizei e nunca
existiu, eu chorei por ter sido enganada, eu perdi seis anos em um casamento de
fachada.
Me
lembrei que meus pais disseram que, quem casa quer casa e eu não deveria
retornar para a casa deles em qualquer hipótese, sei que disseram isso para que
eu pudesse me entender com meu esposo, sem ter necessidade que alguém
precisasse intervir por nós, levar problemas para outras pessoas, sabia que
minha família não apoiaria minha separação, até porque era normal marido trair
esposa.
Não
pra mim, nada disso era normal. Eu não queria continuar, simplesmente por
raciocínio, lógica e porque eu podia dar à minha vida o caminho que eu quisesse.
Eu
guardei a arma dele na gaveta. Peguei minhas coisas e fui para uma amiga que me
acolheu super bem. Nós conversamos e eu esclareci alguns pontos específicos,
ele me conhecia e entendeu prontamente. Fiquei chateada por ele não ter lutado
por nós, mas segui em frente. Meses depois, ele estava com ela na casa que era
nossa, sofri. Existem sentimentos que insistem em nos perturbar.
O
importante foi perceber que nós adquirimos valores com o avançar da evolução.
Quando adquirimos estes valores, por mais que te doa, você não vai aceitar
apenas o que as pessoas têm para te oferecer, nem tudo basta. Mesmo assim, siga
os seus instintos, seus nobres sentimentos e baseie sua vida nisso, em tudo o
que é correto e digno. Você tem muito a ganhar com isso.
SOFIA
09/01/21
----------------------Paula
Alves------------
“ESPERO
QUE VOCÊ ENTENDA QUE A DEPRESSÃO TEM CURA”
Joana
D’Arc sempre foi um ícone para mim. Guerreira, audaciosa. Eu sentia que as pessoas
não me conheciam como eu verdadeiramente era. Queria tanto que elas me
reconhecessem e permitissem que eu entregasse a elas o que eu tinha de melhor,
minha arte.
Eu
tentei produzir meus quadros com o mais puro amor. Eu pintava e me sentia viva,
inspirada, permitia que minhas mãos fossem tomadas por uma força externa que me
amparasse na elaboração das cores e traçados, mas o que eu via, só eu via.
Isso
acontecerá com muita frequência. Aconteceu comigo. Mesmo em casa, familiares e
amigos próximos que me desestimularam porque tudo o que motiva é o dinheiro e a
fama.
Eles
pensavam que a felicidade está vinculada ao dinheiro, aos bens materiais, mas
não para mim. Eu poderia viver minha vida toda, cheia de sonhos e inspiração. Não
importa se minhas telas seriam vendidas por grandes somas ou se seriam
admiradas por pessoas humildes que nunca pudessem adquiri-las, eu queria
pintar.
Me
chamaram de medíocre, sem ambição. Falaram que eu tinha que pensar em ser
alguém na vida. Falaram que eu precisava produzir algo fantástico para ser
conhecida, mas não era isso o que me interessava. Por que as pessoas não podem
entender que, muitas vezes, é a trajetória o ponto mais interessante de tudo o
que podemos conquistar?
Não
é o trabalho pronto, mas a construção da obra. Não é quanto você lucra, mas o
majestoso momento da entrega do artista, são os pensamentos que te encaminham
na criação da sua obra. Ninguém me entendia.
Eu
não queria provar nada para eles. Nem pretendia que me compreendessem ou que
pensassem como eu, apenas desejava paz para criar, mas eles me induziram a
abandonar meu trabalho.
Me
fizeram acreditar que eu deveria me dedicar a lecionar, ter um emprego onde eu
pudesse ter salário, férias, décimo terceiro. Eles me enclausuraram na sociedade
e eu me ofusquei. Eu apaguei a luz que tinha na minha alma para me tornar uma
pessoa como todas as outras, sabe?
O
meu diferencial, aquilo que me destacava de todos os outros, eles tiraram de mim
e eu fiquei com depressão.
Daí,
passei a ouvir: Por que eu não valorizava tudo o que tinha? Por que eu me
recusava a ser feliz? O que me deixava tão triste e frustrada?
Eles
disseram que eu não podia culpar ninguém por meus desastres e minhas derrotas
pessoais. Eu concordo, fui fraca, extremamente permissiva. Deixei que
controlassem minha vida e apagassem minha luz, então, tomei uma decisão.
Abandonei toda aquela vida de ilusão onde eu era uma pessoa infeliz, vivendo
uma vida que não me pertencia e passei a pintar meus quadros na Praça da Sé. Em
meio a pessoas que viam meus quadros e gostavam da minha arte, gente simples
que gosta do que é belo, se emociona e segue em frente.
Eu
ganhava o mínimo para minha subsistência, mas era feliz. Nem sei argumentar sobre
isso, mas a felicidade realmente não está vinculada ao dinheiro e sim a tudo o
que te preenche e te torna real no mundo, te faz brilhar.
Eu
brilhei do meu jeito. Não fiz rebelião, não lutei como a Joana D’Arc, mas fui
uma pessoa bem real.
Espero
que você entenda que a depressão tem cura. A cura é a felicidade, a sensação de
paz de espírito, a liberdade das amarras da doença social, das convenções que
nos torturam e nos aprisionam, você também pode ser feliz.
CLARA
09/01/21
-------------------------------------------------Paula
Alves------------------------------
‘NÓS
NÃO PODEMOS CULPAR AS OUTRAS PESSOAS POR NOSSOS DESLIZES, NEM MESMO OS
ESPÍRITOS”
O
psicólogo conversava comigo como se eu nunca tivesse tido bons pensamentos ou
como se a minha vida tivesse sido, apenas uma maldade sem fim, cheia de pessoas
que me judiaram e me transformaram no monstro que eu era, mas não é nada disso.
Existe
uma linha tênue entre o bem e o mal. Num minuto você é uma pessoa normal, com
vida normal e boas perspectivas na vida. Em outro momento, você acaba se
transformando em alguém que merece a cadeia e o isolamento social.
Eu
fui considerado como um bom rapaz, vindo de família de classe média, com bons
pais, católicos e cheios de amigos, bem vistos na região em que morávamos
porque eram simpáticos e muito trabalhadores.
Não
tinha nada para dar errado, a não ser minha tendência a ser controlador.
Eu
me apaixonei pela Érica que era uma moça muito bonita e carismática, mas ela
gostava de ser independente, era expressiva e extrovertida, ela chamava a
atenção de todos e isso já me incomodava.
Nós
namoramos por seis anos e, por diversas vezes, disse a ela que uma mulher deve
saber se comportar. Parecia que eu estava tendo visões de outros tempos, falava
como um velho, um homem cheio de razão e superioridade, em determinado momento,
meus pais me desconheceram e se preocuparam comigo, mas não interferiram porque
não acharam que chegaria no limite da agressividade.
Eu
sei que eles se culparam muito. Sei que serão responsabilizados por meus
infortúnios. Afinal, a obrigação dos pais é reconhecer nos filhos, todos os
atos maldosos e tentar corrigi-los, transformar o mal em bem, sempre. Mas, quem
poderia imaginar que um rapaz tão bem educado se transformaria naquele ser?
Por
que será que é mais fácil para todos ver o mal na pobreza, nos escombros, no
feio, no velho? Ninguém imagina que o educado, o bem vestido, o rico ou o
bonito podem causar o mal. Puro preconceito, preconceito moral.
Eu
vi quando aquele rapaz olhou para ela e nem se intimidou de estarmos juntos,
mas também vi o quanto ela se impressionou com a conversa dele e quando eu a
chamei para ir embora, ela disse que ficaria no local, sem mim.
Eu
me irritei de uma maneira extrema, não pude controlar o ímpeto de agredi-la. Foi
uma força estranha crescendo em mim, muitos poderiam afirmar que eu estava
tomado por fortes influências do mal, mas não foi só isso, foi a minha falta de
controle e o desejo de acabar com ela que fizeram com que eu cruzasse a linha
tênue.
Entendeu?
Nós não podemos culpar as outras pessoas por nossos deslizes, nem mesmo os
Espíritos. Existem pessoas que falam que os seres do mal se apoderaram dele,
estava sujeito a mandingas, inveja, problemas mentais, crises emocionais ou
financeiros, problemas familiares, mas nada justifica a propagação do mal,
nada.
O
responsável pelo ato do mal é sempre quem o produz. Eu fui o responsável. Bati
nela e agredi tanto o rapaz que ele ficou irreconhecível. Jurei que iria
matá-la.
Depois
disso, os pais dela entraram com medidas protetoras e nunca mais me permitiram
a aproximação com ela, sendo assim, meus pais acharam mais conveniente procurar
tratamentos e alegar distúrbios mentais, era melhor do que alegar que eu era
mal, dominador, impulsivo, descontrolado.
Sei
que, se eu tivesse tido oportunidade teria feito coisas piores com ela, eu sei.
Entendo
que os pais têm um compromisso muito sério na análise das pessoas que se
envolvem com suas filhas e as mulheres devem ser criteriosas na hora de se
envolverem com um homem. Numa conversa podem observar como o homem é, mas tem
gente que fala que os bonzinhos não atraem as mulheres, será?
Só
sei que jamais consegui eliminar estas sensações e preciso desfazer estas
impressões antes de retornar à carne para que possa formar família e jamais
comprometer a integridade de uma mulher. JOÃO PAULO
09/01/21
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