Cartas de Janeiro (16)

 


“É ATRAVÉS DOS EXEMPLOS QUE OS FILHOS APRENDEM, ELES SABEM VALORIZAR TUDO O QUE É FEITO COM AMOR”

 

Eu pensei em desistir muitas vezes. Quando cheguei cansada em casa, quando soube que teria que começar tudo novamente no outro dia, eu estava exausta, mas olhei para aqueles rostinhos singelos, cheios de esperança e soube que tudo valia a pena, elas precisavam de mim e eram lindas as minhas filhas.

É impressionante como podemos renunciar a tudo por amor. Para satisfazer o ser amado, para promover o alimento, o mínimo de conforto e paz numa noite tranquila, podemos fazer de tudo.

Eu trabalhava como doméstica em quatro casas. Eu fazia tudo o que podia para as minhas patroas gostarem do meu trabalho, para que eu fosse insubstituível.

 

Sempre ouvi dizer que não existe o ser insubstituível, mas aprendi com a vida que não é assim que funciona. Existem casos em que as pessoas são insubstituíveis e fundamentais. Eu precisava ser porque meu trabalho dependia que elas me valorizassem, que gostassem dos meus serviços, das minhas funções bem exercidas.

Então, eu chegava bem cedo e, além de limpar, passar, cozinhar, eu preparava um café cheiroso e acordava minhas patroas com pão quente, tudo caseiro. Eu paparicava mesmo, fazia com muito zelo, com o maior carinho para que elas amassem me ter por perto. No meu dia de servir, elas eram tratadas como as reais rainhas dos lares, elas gostavam de mim.

 

Isso permitia que eu tivesse meu trabalho e minha renda. Eu chegava em casa super cansada, mas muito satisfeita, com meu dinheiro honesto e a satisfação de ver minhas filhinhas bem cuidadas. Maristela, Marilda e Marivalda foram minha inspiração, minha razão de viver.

Claro que ouvi bobagens a vida toda, isso deve acontecer com todo mundo. Desacreditei de perceber o quanto as pessoas desejam nos ver no mau caminho. Parece que gostam de ver alguém cair na ruína. Ora, se eu me esforçava dia após dia para ser decente e viver para minhas filhas, sempre tinha quem dissesse para eu não me entregar tanto ao trabalho, que eu devia pensar em me divertir e curtir um pouco minha vida, com três mocinhas para criar, sem pai?

 

De jeito nenhum. Ainda tinha gente que falava que um dia eu ia me arrepender de fazer tudo por elas porque os filhos nunca valorizam as mães e eu ia acabar sozinha depois de tanto sacrifício.

Eu adorava meu trabalho. Sempre acreditei que tudo o que fazemos, deve ser feito com esmero, da melhor maneira possível, servir com nobreza de alma, com gratidão por mais um dia e oportunidade de ter o sustento digno. Eu tratava bem minhas patroas e sempre fui valorizada, elas eram atenciosas comigo e ainda me defendiam de quem tentasse falar de mim, davam presentes para as meninas e um prêmio no fim do ano. Eu não tenho o que queixar.

 

Minhas meninas valeram cada gota de suor do meu rosto. Nunca se esqueceram de mim. Na velhice quando não pude mais trabalhar, elas me acolheram em seus lares, cuidaram de mim com todas as regalias que foram possíveis, todos os cuidados e carinho de sobra, sem contar que foram mulheres exemplares, educadas, modestas e amorosas com suas famílias.

É através dos exemplos que os filhos aprendem, eles sabem valorizar tudo o que é feito com amor, não com cobrança ou ostentação. Mas tudo o que for feito do fundo do coração fica registrado para nunca mais esquecer.

Minha vida foi maravilhosa.

Houve dias em que pensei em desistir de tanto cansaço, mas nada que boa noite de sono não pudesse recarregar minhas energias e favorecer mais um dia de labuta honrada. Graças a Deus.

CECI

31/01/21

 

-------------------------Paula Alves----------------

  

“COMO SERIA BOM SE A ADOÇÃO NÃO FOSSE TABU”

 

Eu cresci no orfanato e sempre estive à espera de alguém que pudesse me tirar dali. Não era um local ruim, eu fiz amigos e recebi o afeto que puderam me oferecer, mas o problema é que todos estavam à espera de alguém.

Nós somos incentivados a pensar que alguém vai nos desejar e nos levará para sua casa, todos criam expectativas e sonhos de um dia ir morar num local longe dali, numa casa assim ou assada, grande ou modesta, aconchegante ou cheia de brinquedos.

Ser um filho de casal que não pode engravidar ou de um casal bondoso que deseja fazer o bem para uma criança que os pais não quiseram.

Enfim, eu vivi almejando, sonhando, até que um dia, me conscientizei que o tempo útil havia passado para mim.

 

É assim: modelo tem tempo útil, jogador de futebol tem tempo útil porque eles são valorizados e conseguem bons trabalhos, enquanto são jovens e cheios de saúde, depois devem se aposentar e buscar outros rumos para suas carreiras.

Com os órfãos também é assim. Após certa idade, ninguém deseja aquela criança, jovem, então, nem pensar...

Pois, quando fiz oito anos, parda, desengonçada, sabia que meu tempo útil havia se esgotado e entreguei os pontos.

Eu comecei a fazer planos para sair dali, mas isso me levou aos questionamentos que insistem em me acompanhar. Por que as pessoas em geral e os meios de comunicação não discutem sobre o que realmente interessa?

 

As pessoas falam sobre diversas soluções para o mundo, mas não conseguem enxergar que, enquanto as crianças e jovens forem desprezados, as situações insistirão em permanecer exatamente como estão.

As crianças e jovens que não têm instrução, atenção ou moralização continuarão se tornando adultos problemáticos, cheios de questões polêmicas decorrentes de problemas psíquicos mal resolvidos. Tudo decorrente de falta de amor.

A ausência deste sentimento não pode ser preenchida por nada, por nenhum outro. É como se deixasse um buraco no peito que tentamos preencher com o apego aos bens, apego às pessoas, com pensamentos doentios, repetitivos, inconsequentes.

Muitos seres que conheci tiveram pais, mas foram ausentes. Pais que tinham tudo para desempenharem bem seus papéis, mas não quiseram, se envolveram com outras coisas e abandonaram seus filhos para as escolas ou para as babás e eles sentiram o mesmo que eu, a falta de amor.

 

A lógica é que a criança cresce. O jovem envelhece e ambos se tornarão os adultos que te representarão de alguma forma. Não pense que o órfão não consegue se colocar bem no mercado de trabalho, consegue viu?

Serão médicos, psicólogos, pediatras, químicos, professores, artistas, o balconista do supermercado, o açougueiro, o padeiro e a costureira, os políticos, entre tantos outros que vão cruzar o seu caminho na sua velhice.

Portanto, todos aqueles que não receberam o afeto necessário para formar uma boa estrutura mental, estarão ao seu lado nas mais diversas funções quando você estiver fragilizado precisando de serviços diversos e de apoio.

A inversão de papéis inevitavelmente acontecerá porque a justiça existe.

Portanto, antes de pensar em soluções financeiras para o mundo, seria necessário falarmos mais de soluções para acolher a Humanidade.

Como seria bom se a adoção não fosse tabu.

CÍCERA

31/01/21

 

-----------------------Paula Alves-----------------

“UMA SOCIEDADE REALMENTE JUSTA SABERIA QUE DEVE ACOLHER TODAS AS PESSOAS INDISTINTAMENTE”

 

 

Trabalhei na assistência social por mais de trinta anos. Eu me emocionei e cheguei a adoecer por causa de alguns acontecimentos aos quais me envolvi.

Eu acreditei que a minha formação daria base para encarar o que fosse possível, achei que nada abalaria minha estrutura, eu me formei para solucionar os problemas e amparar as pessoas, mas era mais forte do que eu.

Ninguém está preparado para ver a dor e o sofrimento sem se abalar.

Eu precisava ajudar aquelas crianças e acreditei que poderíamos conseguir lares para elas, mas aquele não era o meu lugar.

Depois daquele ano de trabalho, percebi que eu não estava habilitada para trabalhar com crianças porque eu me envolvi com elas e passei a me perguntar o que faz daqueles pais pessoas tão valorosas para escolher as crianças como alguém que vai adotar um bichinho de estimação?

 

Aquilo era terrível! Eu me vi no lugar deles e não compreendi por que nossa sociedade é tão hipócrita.

São as mesmas pessoas que criticam uma moça que fica grávida antes de constituir família, as mesmas que cogitam o aborto, mas jamais responderão com sinceridade que são a favor de um ato criminoso.

Estas crianças são abandonadas na mais tenra idade e ainda têm que ser escolhidas por sua idade, cor ou formato do rosto, a mais bonita, a mais educada, sem pais com comprometimento psíquico ou relacionado a uso de drogas.

Que mundo é este? Pessoas sendo escolhidas...

Uma sociedade realmente justa saberia que deve acolher todas as pessoas indistintamente e todos aqueles que podem dispor de recursos para cuidar dos desvalidos e fragilizados, deveriam agir em favor deles.

Recolher todos os que precisam de cuidados e atenção. Será que é um sonho impossível?

Eu não vivi na carne para ver esta realidade. A única coisa que pude fazer foi adotar Raquel, minha filha. Raquel veio para nossa casa com nove anos e eu tive muita sorte de ser escolhida por ela.

Quando eu trabalhei no orfanato, senti uma mãozinha me alcançar e ela sorriu. Nunca mais pude me separar dela. Foi um presente de Deus, Raquel na minha vida.

Infelizmente, as pessoas são egoístas e preconceituosas. Acham que devem viver apenas para si e para os seus, do seu lar, mas que bom seria se as pessoas vissem todas as outras como seus irmãos e pudessem proporcionar a eles uma vida digna.

Eu só pude adotar uma criança porque já tinha quatro filhos. Fica a dica: os orfanatos estão cheios...

LAÍSA

           31/01/21

 

 -------------------Paula Alves-------------

 

“TERRA NÃO RI E NEM FAZ GRAÇA. TERRA NÃO DÁ CARINHO PRA GENTE”

 

Eu nunca olhei para eles como para alguém que precisasse de piedade. Não tive este sentimento dentro de mim, então tratava meus serviçais buscando por ordem e disciplina. Eu não admitia falhas e não era chegado a dar gorjetas ou a prestar favores. Cada um no seu lugar, o ideal era não termos intimidade.

Muitos me chamavam de cruel: “Turco miserável!”

Eu trabalhei muito para ter minhas propriedades. Sempre achei que brasileiro era um povo folgado, covarde para o serviço, estavam sempre aguardando o fim do expediente, o café, as férias e isso me irritava muito.

 

As facilitações no ambiente de trabalho, as marchinhas no carnaval, os festejos de todos os tipos para faltarem no trabalho me irritavam, mas o problema é que não podemos tirar uns por todos. Eu generalizei, critiquei todos e não consegui perceber o quanto havia gente bondosa perto de mim. Acho que fui preconceituoso.

Vim para a terra deles que me acolheu e ainda falava mal de toda a raça, fazer o quê? Acho que coisa ruim, todo mundo tem.

A verdade é que depois que minha velha se foi, nada mais me restou na vida. Eu tinha as terras e mais terras, nada além disso. Daí tive tempo para pensar na vida porque minha velha falava demais e a casa ficou só com o silêncio que dói na alma.

 

A gente não sente solidão quando tem alguém para amar. Mas, eu fiquei sozinho e a solidão tomou conta de mim. A dor e o sofrimento me deixaram inerte. Eu não tinha mais nada para fazer, sem filhos ou parentes vivos, só eu, as terras e os funcionários que eu amaldiçoei.

Mas tinha a Lolita que não ligava para os meus gritos, ela até parecia surda, nem ligava, trabalhava, servia as refeições, eu ouvi quando ela falou:

- Coitado! Já perdeu a esposa, está sozinho neste mundo, sem amor, cheio de rancor no peito, deixa ele. Eu não ligo não. Dou graças a Deus por ter meu trabalho. Não ligo não.

 

Eu entendi. Ela sabia que tudo o que eu falava não podia feri-la. Ela tinha muito mais do que eu. Era uma mulher bem resolvida com um marido trabalhador, bom, tinham filhos bonitos e sorridentes que me deixavam de cabelos em pé, os maledetos! (risos)

Eu comecei a notar a vida daquela gente e passei a sorrir com as fanfarrices deles, os olhares de alegria, o suor pingava da testa e a mulher levando uma moringa de água, dando um beijo na criança.

Eu só pensei em trabalho e nas minhas terras. Terra não ri e nem faz graça. Terra não dá carinho pra gente.

Resolvi deixar minhas terras para Lolita porque ela cuidou de mim até o fim. Me ouviu reclamar, eu gostava de reclamar, como eu gostava, há-há-há.

Quando se é velho como eu fui, a única coisa que pode dar um pouco de prazer é ralhar e ver o povo correr de medo.

GASPAR

31/01/21

                   --------------------------------Paula Alves-----------------------------------



“AS REGRAS DE BOA CONDUTA DEVERIAM SER ENSINADAS AOS FILHOS NA MESMA TENRA IDADE”

 

Seria muito interessante se as pessoas se controlassem para que cada um tivesse seus direitos assegurados.

A negligência é tamanha que as pessoas fingem que não veem os outros ao seu redor. Isso para que possam viver seus prazeres, cheias de egoísmo e amor próprio.

Vai, desde a mãe que se recusa a reconhecer que os filhos precisam ser bem cuidados, até o vizinho que acredita que o som da sua música não incomoda ninguém.

Quanta baixeza!

Como é que fomos ensinados que: o que me agrada, deve agradar a todos ou o que me alegra todos devem engolir? Sim, engolir porque as pessoas não gostam quando as outras passam dos limites, quando falta escrúpulos, trabalho decente ou abuso de qualquer tipo.

 

É, por isso, que o mundo está cheio de violência, porque as pessoas acham que todos suportarão seus egocentrismos o tempo todo e, de repente, quando alguém não está muito bem e se irrita, aí sai a briga, a discussão, os ataques, as agressões.

Claro que não justifica, mas por que é que nós não podemos evitar tudo isso sendo mais educados?

Se a mãe que tem responsabilidades com seus filhinhos, sabe que eles precisam se alimentar corretamente, por que é que ela não prepara um bom jantar? Simples, porém caprichado, com todos os nutrientes que as crianças merecem?

Se o vizinho não tem problemas auditivos e compreende que a música está alta demais, por que é que não abaixa a música para não incomodar ninguém?

 

Se eu quisesse ser respeitado e viver bem em sociedade deveria me acostumar que aquilo que me agrada pode injuriar o outro e, portanto, atrair dissabores nos grupos em que me relaciono.

As regras de boa conduta deveriam ser ensinadas aos filhos na mesma tenra idade, baseando-se no bom relacionamento de todos os integrantes da sociedade, independente se eles moram do outro lado da rua ou dentro da minha casa.

O ideal é perceber o quanto você pode ser insuportável, desleal ou mesmo, irresponsável. Observar sua conduta diária para avaliar se você não tem usado de autoridade para coagir alguém ou se não está deixando seus deveres de lado para satisfazer sua preguiça e má vontade.

A sinceridade conosco facilita a convivência com todas as pessoas nos núcleos socias, até porque, muitas vezes, as pessoas que convivem conosco, apenas nos suportam, jamais terão por nós sentimentos amistosos ou de carinho porque não permitimos que as pessoas gostem de nós, já que estamos agredindo seus próprios direitos, sua privacidade ou seu sossego.

Pense que seu relacionamento pode estar por um fio com as pessoas com quem você se relaciona, pode ser que, desta forma, você se controle em relação aos seus impulsos e seja mais cordial com todos, assim, poderá até fazer amigos. Boa sorte pra você!

VICENTE

 24/01/21

 

------------------------Paula Alves---------------------

 

“COMO DEVE SER BOM TER ALGUÉM PARA CONTAR”

             

A paz que eu almejava nunca tive. Acho que a maior riqueza de um homem é a paz. A paz de Espírito e de consciência.

Sabe lá o que é você viver aflito e angustiado?

Acreditando que, há qualquer momento, teria que sair correndo para socorrer alguém?

Minha vida foi sempre assim. Primeiro começou com meu pai. Eu fui o filho mais velho de cinco. Meu pai bebia muito e eu cresci vendo as surras que ele dava em todos, inclusive na mãe porque a bebida mexia com o juízo dele. Mais tarde, eu descobri, por mim mesmo, que ele expressava bêbado, tudo o que reprimia quando estava sóbrio. Ele se tornava um algoz dentro da própria casa e eu achava terrível, mas amava o meu pai.

 

Por que será que a gente ama, mesmo reconhecendo que a pessoa tem defeitos terríveis? Eu gostava tanto do meu pai. Eu costumava rezar pedindo a Deus que ele não bebesse, todos os dias, até me acostumei com a reza porque ele nunca parou de beber.

Depois que meu pai morreu atropelado, depois que eu ajudei minha mãe com tudo no enterro do meu pai, ainda tive que me preocupar com os irmãos menores, com comida, com escola para eles e eu fiquei analfabeto por tudo isso, mas eles se viraram bem.

Daí encontrei a Tereza, casei, foi um bom começo, cheio de amor, mas aquele sentimento de angústia sempre no peito, esperando algo ruim para acontecer.

Os filhos se criando, Tereza teve um infarto, morreu. Meu mais novo entrou nas drogas e eu aflito sabendo que os problemas vinham um atrás do outro e foi isso a vida toda.

Cheguei aqui, me falaram que foi bom porque eu desenvolvi a responsabilidade bravamente. Eu não desamparei ninguém e deu tudo certo no meu plano.

Eu ainda acho que é um modo estranho de enxergar a situação. Para mim, não deu tudo certo porque meu filho deixei viciado, mas eles falaram que ele ainda recebeu de mim ensinos que desconhecia e, certamente, na próxima chance se sairá bem melhor.

Eu não consigo me sentir bem. Acho que a gente se acostuma com a angústia, com o caos da vida, sabe?!

Eu estou me tratando para ver se desperta em mim o otimismo e a tranquilidade. Não é falta de fé, apenas muito sofrimento que calejou a alma.

 

A gente tem que se preparar para os dias melhores, para as coisas boas. Ter fé em Deus, mas ter fé também nas pessoas. Acreditar que cada um vai estar mais consciente de seus compromissos e vai fazer por onde, todos encontrarem a felicidade.

Daí, eu fiquei pensando como deve ser quando todas as pessoas se esforçam para cumprir com os compromissos que foram estabelecidos na espiritualidade. Como deve ser a vida de quem se apoia uns nos outros? Como deve ser bom ter alguém para contar.

Meu instrutor falou que eu fui esta pessoa para muitos dos meus familiares e, por minha causa, eles conseguiram dormir aliviados, diversas vezes. Eu nunca tinha pensado desta maneira, fiquei feliz. Se eu fui o motivo de paz na vida dos outros, fiquei muito contente porque a paz é riqueza.

JOSÉ ALEMÃO

24/01/21

 

 

----------------------------Paula Alves---------------------

 

 “FALTA DE ESCLARECIMENTO E DE EDUCAÇÃO, FALTA DE SABER PENSAR E ORDENAR OS ACONTECIMENTOS DA VIDA”

 

O que fazer quando um país prioriza todas as outras coisas menos o estudo? Apenas, o conhecimento pode libertar as pessoas e ensinar a se movimentar no mundo.

A partir do saber e do discernimento, o homem pode fazer suas escolhas. É o saber pensar, a partir do treino e da lógica.

Quando, desde de pequena, a criança é estimulada a fazer escolhas, a raciocinar sobre o bem e o mal, ele pode se basear nisso quando a hora da escolha, de fato, chegar.

O “se preparar para a vida” implica em todos os conhecimentos que foram adquiridos no decorrer da vida do ser humano e é isso que nos difere dos animais. O fato de assimilarmos os conhecimentos variados e conseguirmos raciocinar, montar esquemas para avançarmos no nosso objetivo. Todos os animais sentem, mas o homem conjectura e faz escolhas, não é acaso, sem querer, o homem tem opção e faz sua escolha.

 Equivocadamente, ele escolhe se baseando nos seus sentidos e mete os pés pelas mãos, pois deveria argumentar consigo mesmo e se decidir por tudo aquilo que será conveniente para ele sem agredir, de forma nenhuma, seus semelhantes ou todos os seres vivos para participar do avanço do planeta.

Mas, quando um país não exige o estudo, enquanto os prazeres têm seu espaço definido, tudo isso se perde e o homem volta a ser parecido com o seu princípio, primitivo, antropomorfo, selvagem.

É quando as pessoas se destroem e destroem o meio em que vivem. Isso porque estão acostumados a viver o agora, sem se perguntarem como será o seu futuro e o futuro dos demais, ele não tem juízo ou indignação, apenas faz o que lhe convém, falta de esclarecimento e de educação, falta de saber pensar e ordenar os acontecimentos da vida.

Acho que muitas coisas estão erradas, mas ainda podem corrigir tudo o que ocorreu com disciplina e trabalho árduo, resta saber se as pessoas podem receber as intuições da espiritualidade e arregaçar as mangas para que o progresso aconteça.

Enquanto, a consciência estiver perdida, os governantes serão sempre os mesmos, mudando a cara e o partido, mas com o mesmo jeitinho de governar.

Tudo depende de nossas prioridades, de nossos anseios mais íntimos.

Cada nação atrai o governante que merece e o povo pode se unir para recuperar sua honra e dignidade, mas precisa de muito trabalho e ESTUDO.

Criança sem estudo, jovem sem estudo, é ser que não sabe pensar e se deixa envolver com leviandade, criminalidade e irresponsabilidade. Daí pra frente, podemos falar de tudo o que está ocorrendo na sociedade.

Quando o jovem vive solto por aí demonstra simplesmente no que baseia a sua vida, em nada, perambulando ao léu, vagando por aí, arrumando motivos para sua destruição, não pode solucionar os problemas do mundo, só pode arruinar as vidas, distribuindo doenças e delinquência.

CAREL

24/01/21

  -----------------------Paula Alves-----------------

 

“A GENTE NÃO PODE ABANDONAR AS PESSOAS QUE A GENTE AMA”

 

Eu havia perdido o controle sobre ele e me perguntei: “quando foi que as coisas mudaram e eu nem vi?”

Meu único filho, tão bem criado, cheio de mimos e carinhos. Ele foi a benção que Deus colocou em meu lar, de repente, se tornou aquela pessoa que eu desconhecia.

Eu nunca imaginei que precisaria repreendê-lo, nunca precisei pensar em castigos ou punições, ele sempre me respeitou, mas depois que conheceu aquela menina se tornou um estranho no ninho, eu a culpei.

Moça linda, com certeza, chamou a atenção do meu menino que ficou fascinado, eu entendi, mas mudar da água para o vinho? Isso não pude entender.

Ele largou tudo, faculdade, cursos, para ficar entranhado na casa dela, quando eu vi, já estava usando drogas, envolvido com um pessoal barra pesada, meu marido ficou chocado, ele roubou vários aparelhos eletrônicos de nossa casa e bateu o carro, foi um horror!

Então, nós sentamos para conversar e meu esposo disse que nós não conhecíamos aquele jovem que chamávamos de filho. Eu não entendi. Como assim, eu não o conhecia? Eu nunca deleguei a educação dele para outra pessoa, eu interrompi minha vida para me dedicar à maternidade e eu não o conhecia?

 

Mas, meu esposo me lembrou que ele sempre foi muito quieto entre nós e os familiares. Ele nunca se posicionou sobre nada, nunca conversou expondo coisa nenhuma. Como nós podemos saber alguma coisa sobre ele? Se era um lunático, um psicótico ou um delinquente que, apenas estava enrustido? Por fora bela viola...

Eu tive que me curvar àqueles argumentos porque ele estava coberto de razões. Eu o amava e achava normal que ele tivesse uma vida tranquila, que seguisse nossos passos e ideais, que aceitasse o destino que estávamos oferendo para ele, mas eu nem mesmo, sabia qual era a sua cor favorita.

Depois eu falei mal da moça, dizia que ela levou meu filho para o mal caminho, por causa dela, meu filho foi desviado. Meu marido riu, disse que nunca.

 Quando uma pessoa é boa, cheia de boa índole e caráter, ninguém poderá colocá-la no mau caminho. Isso só aconteceu porque ele já estava inclinado ao erro, há muito tempo. Ele se uniu a ela porque são semelhantes no caráter e predileções, só isso.

 Onde já se viu o mal desviar o bom?

 As pessoas justificam isso porque é mais fácil para elas pensarem que o seu filho foi vítima porque, assim, você não precisa admitir que errou na educação dele.

Nossa! Acho que eu nem conhecia aquele homem também. Meu marido nunca se mostrou tão maduro e esclarecido. Por que foi que ele não disse isso tudo antes, para que eu pudesse cuidar melhor do nosso menino?

 Eu achei que tudo estava perdido, mas mãe não pode interromper sua missão porque encontra a dificuldade. De jeito nenhum.

Eu encontrei meu erro na criação do Gustavo. Eu deveria ter conversado mais com ele, ter esclarecido em cada falha de conduta moral, mostrar evidentemente nossos exemplos de vida, com trabalho, solidariedade e amor, mas eu deixei o tempo passar acreditando que em minha casa nunca aconteceria mal algum.

 

Não basta Deus abençoar, você tem que trabalhar para ser abençoado sempre.

Eu me uni com meu esposo, conversei com os jovens e disse que não aceitaria aquilo, a vida miserável que eles estavam escolhendo, foi uma batalha, mas eu estava sempre por ali, interrompendo o vandalismo, as drogas, a falta de vergonha na cara.

A moça se cansou dele e de mim, foi embora, meu filho ficou um trapo e eu juntei os cacos dele, orientei, até que ele se refez e admiravelmente, arrumou um trabalho, voltou para os estudos.

A gente não pode abandonar as pessoas que a gente ama, em suas derrocadas de vida, mas o correto mesmo, é se esforçar para transformar em pessoa decente, desde pequenino.

GRACIETE

24/01/21

                         ------------------------------------------Paula Alves-----------------------------


“NINGUÉM ESTÁ SOZINHO PORQUE SOMOS A SOMATÓRIA DE TODAS AS PESSOAS QUE PASSARAM EM NOSSAS VIDAS”

 

Foi sonho de criança, mamãe achava bonito eu dizer que queria ser bombeiro.

Passei minha vida toda com esta ideia fixa. Eu me preparei para ser bombeiro e minha mãe ficou orgulhosa de mim quando realizei meu sonho. Ela sabia dos riscos, todos nós sempre soubemos que poderia acontecer algo à minha integridade física, eu poderia me ferir em nome do meu trabalho, minha missão.

É de fundamental importância que você sinta no íntimo do ser o que pretende fazer porque a vida te beneficiará para que isto se torne realidade. Eu me esforcei tanto e entendi que minha missão concretizada era a única coisa que me traria felicidade na vida.

Por isso, apesar de todos os riscos, minha mãe sempre me incentivou. Ela sabia o quanto era importante para mim. 

 

A este plano estavam ligadas muitas pessoas que eu havia prejudicado em outras existências, além delas, eu precisava defender várias outras mostrando o quanto eu poderia sacrificar minha liberdade, conforto ou prazeres em prol de pessoas, sejam quais fossem, ajudar indistintamente. Eu deveria sentir o altruísmo legítimo e abdicar de tudo o que fosse me conduzir ao egoísmo para auxiliar quem estivesse precisando de mim.

Muitos disseram que eu tinha a obrigação de servir porque eu ganhava para isso. Não é bem assim, claro que tudo tem um benefício, eu tinha que ter um salário, viver dignamente pelo trabalho que desempenhava, mas as pessoas colocam suas vidas em risco para beneficiar seus semelhantes porque desejam fazer algo de útil por eles, não é apenas em nome do dinheiro. 

 

A satisfação de fazer o que te cabe e realizar o compromisso que foi assumido é maravilhoso. Eu nunca me arrependi por ter escolhido esta profissão. Você pode imaginar que eu desencarnei em serviço, desempenhando o meu trabalho, mas não foi nada disso. Eu vivi muito e guardei na memória diversas cenas onde eu participei de socorros variados, onde eu recebi o sorriso de muitas pessoas, um olhar de agradecimento que vale mais do que mil palavras, onde eu vi a satisfação daqueles que conseguiam ver seus entes queridos serem resgatados, eu fui muito feliz.

 

Quando eu estava me sentindo desmotivado, quando parecia que os infortúnios da velhice tomavam conta de mim, quando as dores pareciam lancinantes, eu me lembrava dos dias de serviço em que eu saia com o coração na boca, pedindo a Deus que guardasse a mim e aos meus companheiros, pedia a Deus que enviasse seus anjos até o local de resgate e que pudéssemos cumprir com as suas ordens santas. Eu só queria fazer o meu trabalho, ajudar alguém e retornar para a minha casa.

Eu não me sentia herói, na verdade, me sentia trabalhando em nome de Deus, como se eu estivesse naquele local porque Ele permitiu e eu deveria fazer cada ação do melhor modo possível porque Deus me colocou ali, Ele acreditava em mim.

Tive muitos momentos para lembrar e isso me deu forças para encarar todos os outros momentos em que fui eu que precisei de um médico, de uma enfermeira para cuidar dos meus pais ou de mim. Quando todos partiram e ficou apenas eu, ainda tinha estas lembranças para me iluminar o dia de solidão.

De fato, ninguém está sozinho porque somos a somatória de todas as pessoas que passaram em nossas vidas. É gratificante servir com amor. DORNELES

16/01/21

            --------------------Paula Alves--------------------

 

“CADA UM DEVE DECIDIR SE SERÁ UMA PESSOA SÉRIA OU LEVIANA NO MUNDO”

 

Cada um de nós nasce com um propósito e eu sempre levei tudo muito a sério. Desde de pequena, parecia que eu tinha que aproveitar cada minuto, cada passo.

Eu me envolvi com a dança e sonhava ser bailarina, mas meus pais diziam que eu não devia me envolver com isso, precisava ter profissão ou me casar para ter família. Eles diziam que os artistas têm uma vida promíscua e eu não havia sido criada para excessos e leviandades.

Eu fiquei confusa porque sabia o quanto meus pais gostavam de mim, eles me amavam, deviam estar certos, mas eu só me sentia completa quando estava dançando, eu era muito feliz.

Não me via em outro lugar que não fosse no palco, eu precisava viver da arte. Conversei com eles e me esforcei para ser a bailarina que sonhava, meus pais tiveram que aceitar porque eu deixei claro quais eram minhas ambições.

 

É preciso mencionar que existem leviandades no mundo artístico como em todos os outros. O mal, a promiscuidade e as facilidades chegam até nós e depende de cada um, caminhar pelo caminho árduo ou cheio de prazeres. Cada um deve decidir se será uma pessoa séria ou leviana no mundo. 

 

Eu tive que brigar, tive que argumentar e me posicionar enfrentando pessoas importantes, perdendo papéis que eu desejava porque eu não queria me tornar uma pessoa ligada ao mal, que se perde. Sempre tive minha honra e consciência tranquila.

Por isso, eu não concordo quando dizem que as pessoas seguem pelo mal caminho por causa das más influências, segue quem quer.

Eu almejava dançar e imaginei que minha arte poderia levar a luz, levar motivação e alegria a muitas pessoas que pudessem admirar o meu trabalho, por isso, me esforcei tanto.

Em muitos momentos pensei em desistir e atingi momentos de sofrimento e revolta quando as pessoas que se entregavam aos pedidos obscuros ficavam com os papéis que poderiam ser meus, mas eu queria dançar e não desisti até que me viram dançar e gostaram da minha arte.

 

Eu consegui entrar numa importante companhia de balé e fiz minha carreira profundamente encantada com tudo o que a dança poderia proporcionar às pessoas.

Quando você sente no fundo da alma que deve fazer alguma coisa, não desista, siga em frente porque muito possivelmente, este é o seu caminho e todas as portas se abrirão para que você realize aquilo que for do seu intuito, mesmo quando o mundo parecer estar contrário às suas ambições, respire e tente outras vezes, em algum momento tudo se concretizará.

ALDA

16/01/21

 

--------------------Paula Alves--------------------

 

‘QUANDO VOCÊ PARECE SE ANULAR É QUE VOCÊ ENCONTRA A PAZ DE ESPÍRITO”

 

Eles não podem encontrar motivação, nem paz, nem solução para os seus problemas porque as pessoas devem sofrer mesmo.

Eu vivi indignado por tudo o que me aconteceu e me perguntei se Deus não estava vendo tudo aquilo, indignação, esta é a palavra.

Sempre fui um homem sério, aluno exemplar dos que sofrem bullying, sem amigos, consegui emprego invejável e ganhava bem, tive uma namorada maravilhosa que quis se casar comigo, eu nem acreditei.

Após dois anos de felicidade, com um bebê nos braços, eu estava contente, cheguei em casa antes do horário e peguei minha esposa me traindo, enquanto o bebê chorava no berço.

Depois de quase matar o sujeito, fiquei pensando se a criança era meu filho. Eu fiquei confuso porque não podia mais acreditar nela, em ninguém. A vida me pareceu tão ofensiva como se todos estivessem sempre me perseguindo e me insultando, rindo de mim.

 

Eu criei tantos problemas mentais que não conseguia caminhar na rua, eu precisava de solidão.

Eu a levei para os pais dela e não comentei nada com ninguém. Por que eu tinha que ver alguém ou voltar para minha vida, eu tinha uma vida? Porque tudo parecia fora da realidade para mim. 

 

Hoje eu compreendo que as pessoas mexem muito com a cabeça da gente.

Poderia ter sido diferente se desde cedo, alguém tivesse me concedido uma boa oportunidade de confiar nas pessoas?

Se eu tivesse encontrado a verdade, lealdade e amizade em alguém?

Você está me falando que eu tinha que suportar as ofensas desde cedo para aprender a lidar melhor com as circunstâncias negativas? Mas, eu não consegui.

Chego a pensar que todo doido tem seus motivos. As pessoas fazem maldade o tempo todo sem se preocuparem se vão prejudicar alguém. Ninguém se pergunta se vai falar demais e deixar a pessoa ofendida, se por causa do seu impulso de absurdos verbalizados, vai provocar uma briga?

 

Por que é tão difícil pensar que eu devo respeitar a casa dos outros, a dignidade dos outros, a idade dos outros, a honra dos outros para que meus direitos também sejam respeitados?

Eu não via ninguém que pudesse se salvar no mundo inteiro porque as pessoas são egoístas e pensam apenas em si, fazem tudo pensando em obter vantagens, fazem manipulando para serem vistas e aceitas, querem se dar bem.

Depois disso, eu não tinha como pensar diferente e preferi ir embora para não cometer um desatino. É disso que eu estou falando, nem todos conseguem virar as costas e partir, as pessoas se ofendem e querem cobrar satisfação, disso provém guerras, brigas, violência e discórdia.

 

Eu não queria ficar com um peso maior do que eu já carregava todos os dias, eu queria ter paz. Acho que é o único objetivo do homem: ter paz, porém o homem confunde com seus sentimentos destrutivos de ambição, orgulho e vaidade, ele concentra seus potenciais onde nunca encontrará paz, melhor dizendo, onde ele se destruirá de vez.

Eu fui embora e vivi pacificamente numa cidadezinha onde ninguém me conhecia. Eu arrumei um trabalho numa fazenda de laticínios e encontrei minha paz, no meio das vacas e dos bezerros, descobri minha felicidade.

Eu sei que é estranho dizer isso, mas às vezes, quando você parece se anular é que você encontra a paz de espírito.

É quando você deixa de lado todos os argumentos das outras pessoas de que você tem que conquistar isso ou aquilo, você tem que ser isso ou aquilo, para viver feliz. Falam que você tem que ter muitos amigos e ser reconhecido, ter família e ser adorado, mas não é nada disso. 

A felicidade é ter liberdade para você seguir independente das convenções. Eu me libertei do que diziam e queriam para mim. No meio dos bichos, encontrei minha paz, minha satisfação e controlei meus maus impulsos.

Eu preciso aprender a socializar, mas ainda prefiro o contato com a natureza para acalmar meu espírito.

JOSIMAURO

16/01/21

    --------------------Paula Alves--------------------

 

“EU SÓ TENHO A AGRADECER QUE DEUS ME DEU AQUELA DOENÇA”

 

Eu não podia ser pai e sentia dentro de mim que minha esposa jamais aceitaria um casamento sem filhos. Quando percebi que ela estava se esforçando para aumentar nossa família e tinha tantos planos com a maternidade eu me martirizei.

Como poderia contar para ela o que eu já sabia?

Como dizer que uma doença na infância me impossibilitou de ser pai?

Parecia que minha consciência insistia em dizer que eu a enganei porque poderia ter dito antes do casamento e permitir que ela escolhesse se queria viver com um homem infértil ou não.

Não fiz por mal, nem por um minuto, eu a amava e não sabia como dizer que não podíamos ter filhos.

Tudo me levava a crer que ela iria se separar de mim, mas eu precisava falar e falei. Ela chorou e falou sinceramente que tinha necessidades, ela tinha sonhos e queria ser mãe. Minha esposa falou de muitas mães que não desejam engravidar e têm um filho atrás do outro, falou também de tantas mulheres que colocam crianças no mundo e não cuidam delas da forma que deveriam, doando seu amor incondicional e seus cuidados, fornecendo a educação moralizadora que pode salvar o mundo, mas ela estava de posse de todas as informações. Ela estava disposta a fazer sacrifícios para um filho, dois ou três e sabia, naquele instante, que nunca teria. 

 

Onde estava a justiça de Deus?

 

Depois, ela pensou bem e disse que Deus não a estava punindo porque ela não tinha problema algum. Me fez prometer que faríamos tratamentos, eu fiz, tentamos, gastamos muito dinheiro e tempo, foi doloroso quando todas as vezes, ela não conseguiu a fertilização.

Nós sofremos e eu estava cansado de tudo aquilo quando vimos uma criança na rua pedindo dinheiro. Nós nos entreolhamos e sorrimos. Ela queria ser mãe e eu queria ser pai, nós nos amávamos e estávamos dispostos a sacrificar nossas vidas por outro ser que estivesse nos nossos cuidados, independentemente se fosse fruto do seu ventre ou nascesse proveniente do nosso sangue. Foi tão bom pensar desta forma e fazer aquela escolha.

 

Deste lado, nós sabemos que todos nós somos irmãos. Estamos rodeados de seres da nossa família que, nem sempre nascem como parentes próximos e que amamos, que estão unidos a nós por uma série de elos fortíssimos de outras existências.

Aquele que hoje foi o pai pode ter sido o irmão, aquela que hoje foi mãe pode ter sido uma avó, o tio pode ter sido primo e o vizinho pode ter sido o nosso pai. As pessoas tomam lugares diferentes nas diversas jornadas, mas Deus sempre permite que aqueles a quem amamos se unam a nós.

 

Eu queria um filho, ela também e decidimos adotar. O processo realmente não foi fácil, a ansiedade não foi fácil, mas nós conseguimos. Quando colocamos as exigências de lado foi mais fácil ainda. Criança é sempre criança que quer amor e carinho, independente se é bebê ou criança mais velha. Se você ama e deposita os seus melhores sentimentos, ela entende tudo o que você entrega e recebe esta entrega. 

Nós adotamos uma criança linda de dois anos - Manuela que nos deu tantas alegrias, nossa filha cuidou de nós até o último minuto com companheirismo e amor. Quando Manuela cresceu um pouquinho quisemos um irmão para ela e veio o Isaac com cinco anos, foi maravilhoso porque eles brincavam juntos e foram muito leais, amigos a vida toda. Nosso filho lutou por nós na velhice e nunca deixou que faltasse nada, foi servo fiel do Evangelho, nos dando muito orgulho. 

 

Quando os dois chegaram na adolescência, entendemos que a casa estava quieta demais e trouxemos o Bruno de oito anos, ele tinha tendências ligadas ao vício, foi difícil combater, entregamos todas as nossas/ forças para que ele se convertesse e funcionou, com atenção, disposição e afeto, Bruno se tornou professor e lecionou por mais de quarenta anos defendendo os direitos dos jovens e evitando que se afundasse no vício das drogas, quanto empenho!

Eu só tenho a agradecer que Deus me deu aquela doença, agradecer a Deus porque colocou em meu lar os filhos que eu precisava para me tornar um pai amoroso e cheio de fé. Agradecer minha esposa que esteve ao meu lado, apesar de tudo. Quanta felicidade!

JUVENAL

16/01/21

 -----------------------Paula Alves-------------------




“NASCER POBRE E VALORIZAR O QUE REALMENTE É IMPORTANTE, A CASA DA FAMÍLIA, O PÃO DE CADA DIA E A PRECE”

 

Eu me esforcei muito. Tinha meus objetivos e me esforcei, além da conta. Sempre acreditei que, se você quer alguma coisa, tem que ser franco consigo mesmo e se esforçar.

Sei que existem pessoas que encontram muitas facilitações e não precisam de muito esforço ou dedicação. Parece que elas já encontram tudo pronto e vivem de alegria, mas percebi que todos têm dificuldades, são as provas da vida que todos nós enfrentamos.

Existem pessoas que precisam de conhecimentos, outros precisam de sensibilidade e daí todos nós temos que nos esforçar para conquistarmos aquilo que é primordial à nossa evolução.

A verdade é que eu sempre tive ambições bem simples. Eu queria um bom emprego, queria uma casa própria para minha família. Sonhos simples que conquistei com muito trabalho.

Encontrei pessoas no caminho que tinham ambições e acabaram desviando do seu objetivo por uma questão de preguiça ou má vontade. Para você adquirir aquilo que objetiva, tem que ter muito ânimo, disposição e não desistir no primeiro empecilho. Muitos estarão te dizendo que você não vai conseguir, parece que existe gente que torce para a nossa derrota, existe inveja, preconceito, pessoas maldosas que não desejam ver a felicidade dos outros, em compensação, também tem gente que auxilia: dá esperança, apoio, mostra o caminho a seguir, informa as possibilidades.

 

Encontrei pessoas maravilhosas que me impulsionaram, gente que não faz o seu trabalho, mas te ajuda tanto fornecendo otimismo e atenção que você nunca pensa em desistir porque seria injusto com todo o apoio que forneceram.

Em minha vida tive uma família maravilhosa, amigos leais, pessoas que me serviram de alicerce e tornaram minha existência realmente muito marcante. Eu fiz tudo por eles. Vida simples que me encheu de satisfação.

Tem gente que acha que a gente precisa ser rei, presidente ou alguém famoso para ficar com a existência bem marcada na mente, mas não é assim que funciona. Esta existência me trouxe aprendizados importantes como honra, juízo, justiça, dignidade, fidelidade e amor. O amor incondicional que faz você pensar que prefere passar fome do que ver quem você ama sofrer. É aí que muitos se enganam em pensar que é tolice a gente escolher ser pobre numa encarnação. Nossa! Como é promissor nascer pobre porque a gente aprende que pode tudo com esforço e perseverança, com trabalho sério e bons sentimentos. À medida que você se enobrece e aprende o quanto o trabalho é benéfico, aí meu amigo, ninguém mais te segura, não tem tempo ruim pra você.

 

Nascer pobre e valorizar o que realmente é importante, a casa da família, o pão de cada dia e a prece. Entrar em contato com a espiritualidade que te guia e faz você respeitar tudo e todos. Eu só tenho o que agradecer porque não houve um dia em que eu não vi a grandeza do Senhor. Não houve um dia em que eu não tenha aprendido nada. Agradeço por todos os conhecimentos que adquiri e por todos que passaram na minha vida.

Esperto é o homem que aproveita todas as oportunidades para se elevar. Sem queixas, sem reclamações, sem ira ou inveja. O homem que aproveita tudo o que tem para se tornar uma pessoa melhor, sabendo de suas limitações e do quanto uns podem ajudar os outros se estiverem unidos no mesmo propósito que é viver em paz.

Gratidão a todos que estiveram comigo. Eu estou bem.

CARLOS DIAS

09/01/21

 

---------------------Paula Alves-----------------

 

“O QUE FALTA ENTRE AS MULHERES É ÉTICA E INDULGÊNCIA”

 

Eu vi a arma e quis matá-lo. Eu descobri tudo e soube que ele me destruiu por todas as vezes que ficou com elas.

Quando um homem te trai, ele não ofende, apenas seu amor de mulher, mas sua dignidade porque ele mente e falta com lealdade. Não é só uma traição física, mas moral. É trair sua intelectualidade, seu julgamento, trair seus objetivos de vida porque tudo o que ele estava disposto a fazer com você, todos os planos que eram de dois, se dispersaram no contato com outra pessoa que quebrou o círculo de afinidade.

Eu pensei em tudo isso. Pensei que ele devia me achar burra porque deu todos os indícios de que não dizia a verdade, deixou passar facilmente ligações e encontros, ele nem mesmo se esforçou para ficar oculto num relacionamento amoroso com alguém de nosso convívio social.

 

Além disso, era me provar que eu não era o suficiente para ele. Por que era necessário conviver com outra mulher? Ter conversas íntimas, lhe fornecer seus pensamentos mais restritos, trocar confidências?

Eu não bastava. Eu tinha uma filha com ele e também pensei nela, na nossa menina e no quanto o pai faltava com respeito com a própria filha. Será que ele nunca pensou que um homem poderia fazer com a filha dele o que ele fazia comigo ou com a sua amante? Eu pensei nisso porque, na verdade, o que falta entre as mulheres é ética e indulgência. Falta se colocar no lugar da outra.

Tanto faz ser amante ou esposa porque as duas estão sendo usadas, nenhuma das duas tem por completo, o homem abusa das duas. Eu era filha de alguém e estava sendo traída, enganada, será que ele gostaria que nossa filha passasse por isso?

A amante dele devia gostar dele para se sujeitar em passar por aquela situação porque, em algum momento, ele a deixava e voltava para nossa casa. Mulher nenhum tolera esta situação porque adora. Eu pensei nisso e vi um grande problema. Problema de machismo, saúde pública e falta de realidade.

 

Por que os homens gostam de ter as pessoas? Ter como posse de um objeto, ter duas pessoas à sua disposição? É nisso que implica a traição, em questões muito amplas de pseudo superioridade, ambição, ter necessidade de controle, mas se você quiser ir além, posso falar na irresponsabilidade em se relacionar sexualmente com outra pessoa, sexo sem proteção que pode ocasionar em doenças ou filhos fora do casamento, ou seja, é muito descontrole social.

Eu tentei me acalmar, enquanto pensava em todas estas questões, como se eu estivesse assistindo um filme ou pensando na vida de pessoas desconhecidas, mas eu era a protagonista daquela história, eu era a esposa traída há anos. Minha vida era uma farsa e eu estava frustrada e muito decepcionada.

Eu poderia ter me esforçado para refazer meu casamento, mas ele ruiu junto com a confiança e a admiração que eu tinha por meu esposo. Admiração pelo marido leal e amoroso, admiração pelo pai carinhoso e preocupado, tudo ruiu. Eu não conhecia aquele homem que forjou a sua imagem para mim. Ele inventou um homem para mim e aquele homem foi destruído quando eu descobri suas mentiras, por isso, seria impossível continuar. Eu queria aquele marido que idealizei e nunca existiu, eu chorei por ter sido enganada, eu perdi seis anos em um casamento de fachada.

Me lembrei que meus pais disseram que, quem casa quer casa e eu não deveria retornar para a casa deles em qualquer hipótese, sei que disseram isso para que eu pudesse me entender com meu esposo, sem ter necessidade que alguém precisasse intervir por nós, levar problemas para outras pessoas, sabia que minha família não apoiaria minha separação, até porque era normal marido trair esposa.

Não pra mim, nada disso era normal. Eu não queria continuar, simplesmente por raciocínio, lógica e porque eu podia dar à minha vida o caminho que eu quisesse.

 

Eu guardei a arma dele na gaveta. Peguei minhas coisas e fui para uma amiga que me acolheu super bem. Nós conversamos e eu esclareci alguns pontos específicos, ele me conhecia e entendeu prontamente. Fiquei chateada por ele não ter lutado por nós, mas segui em frente. Meses depois, ele estava com ela na casa que era nossa, sofri. Existem sentimentos que insistem em nos perturbar.

O importante foi perceber que nós adquirimos valores com o avançar da evolução. Quando adquirimos estes valores, por mais que te doa, você não vai aceitar apenas o que as pessoas têm para te oferecer, nem tudo basta. Mesmo assim, siga os seus instintos, seus nobres sentimentos e baseie sua vida nisso, em tudo o que é correto e digno. Você tem muito a ganhar com isso.

SOFIA

09/01/21

 

 

----------------------Paula Alves------------

 

“ESPERO QUE VOCÊ ENTENDA QUE A DEPRESSÃO TEM CURA”

Joana D’Arc sempre foi um ícone para mim. Guerreira, audaciosa. Eu sentia que as pessoas não me conheciam como eu verdadeiramente era. Queria tanto que elas me reconhecessem e permitissem que eu entregasse a elas o que eu tinha de melhor, minha arte.

Eu tentei produzir meus quadros com o mais puro amor. Eu pintava e me sentia viva, inspirada, permitia que minhas mãos fossem tomadas por uma força externa que me amparasse na elaboração das cores e traçados, mas o que eu via, só eu via.

Isso acontecerá com muita frequência. Aconteceu comigo. Mesmo em casa, familiares e amigos próximos que me desestimularam porque tudo o que motiva é o dinheiro e a fama.

Eles pensavam que a felicidade está vinculada ao dinheiro, aos bens materiais, mas não para mim. Eu poderia viver minha vida toda, cheia de sonhos e inspiração. Não importa se minhas telas seriam vendidas por grandes somas ou se seriam admiradas por pessoas humildes que nunca pudessem adquiri-las, eu queria pintar.

 

Me chamaram de medíocre, sem ambição. Falaram que eu tinha que pensar em ser alguém na vida. Falaram que eu precisava produzir algo fantástico para ser conhecida, mas não era isso o que me interessava. Por que as pessoas não podem entender que, muitas vezes, é a trajetória o ponto mais interessante de tudo o que podemos conquistar?

Não é o trabalho pronto, mas a construção da obra. Não é quanto você lucra, mas o majestoso momento da entrega do artista, são os pensamentos que te encaminham na criação da sua obra. Ninguém me entendia.

Eu não queria provar nada para eles. Nem pretendia que me compreendessem ou que pensassem como eu, apenas desejava paz para criar, mas eles me induziram a abandonar meu trabalho.

Me fizeram acreditar que eu deveria me dedicar a lecionar, ter um emprego onde eu pudesse ter salário, férias, décimo terceiro. Eles me enclausuraram na sociedade e eu me ofusquei. Eu apaguei a luz que tinha na minha alma para me tornar uma pessoa como todas as outras, sabe?

 

O meu diferencial, aquilo que me destacava de todos os outros, eles tiraram de mim e eu fiquei com depressão.

Daí, passei a ouvir: Por que eu não valorizava tudo o que tinha? Por que eu me recusava a ser feliz? O que me deixava tão triste e frustrada?

Eles disseram que eu não podia culpar ninguém por meus desastres e minhas derrotas pessoais. Eu concordo, fui fraca, extremamente permissiva. Deixei que controlassem minha vida e apagassem minha luz, então, tomei uma decisão. Abandonei toda aquela vida de ilusão onde eu era uma pessoa infeliz, vivendo uma vida que não me pertencia e passei a pintar meus quadros na Praça da Sé. Em meio a pessoas que viam meus quadros e gostavam da minha arte, gente simples que gosta do que é belo, se emociona e segue em frente.

Eu ganhava o mínimo para minha subsistência, mas era feliz. Nem sei argumentar sobre isso, mas a felicidade realmente não está vinculada ao dinheiro e sim a tudo o que te preenche e te torna real no mundo, te faz brilhar.

Eu brilhei do meu jeito. Não fiz rebelião, não lutei como a Joana D’Arc, mas fui uma pessoa bem real.

Espero que você entenda que a depressão tem cura. A cura é a felicidade, a sensação de paz de espírito, a liberdade das amarras da doença social, das convenções que nos torturam e nos aprisionam, você também pode ser feliz.

CLARA

09/01/21

 

-------------------------------------------------Paula Alves------------------------------

 

‘NÓS NÃO PODEMOS CULPAR AS OUTRAS PESSOAS POR NOSSOS DESLIZES, NEM MESMO OS ESPÍRITOS”

 

O psicólogo conversava comigo como se eu nunca tivesse tido bons pensamentos ou como se a minha vida tivesse sido, apenas uma maldade sem fim, cheia de pessoas que me judiaram e me transformaram no monstro que eu era, mas não é nada disso.

Existe uma linha tênue entre o bem e o mal. Num minuto você é uma pessoa normal, com vida normal e boas perspectivas na vida. Em outro momento, você acaba se transformando em alguém que merece a cadeia e o isolamento social.

Eu fui considerado como um bom rapaz, vindo de família de classe média, com bons pais, católicos e cheios de amigos, bem vistos na região em que morávamos porque eram simpáticos e muito trabalhadores.

Não tinha nada para dar errado, a não ser minha tendência a ser controlador.

Eu me apaixonei pela Érica que era uma moça muito bonita e carismática, mas ela gostava de ser independente, era expressiva e extrovertida, ela chamava a atenção de todos e isso já me incomodava.

Nós namoramos por seis anos e, por diversas vezes, disse a ela que uma mulher deve saber se comportar. Parecia que eu estava tendo visões de outros tempos, falava como um velho, um homem cheio de razão e superioridade, em determinado momento, meus pais me desconheceram e se preocuparam comigo, mas não interferiram porque não acharam que chegaria no limite da agressividade.

Eu sei que eles se culparam muito. Sei que serão responsabilizados por meus infortúnios. Afinal, a obrigação dos pais é reconhecer nos filhos, todos os atos maldosos e tentar corrigi-los, transformar o mal em bem, sempre. Mas, quem poderia imaginar que um rapaz tão bem educado se transformaria naquele ser?

 

Por que será que é mais fácil para todos ver o mal na pobreza, nos escombros, no feio, no velho? Ninguém imagina que o educado, o bem vestido, o rico ou o bonito podem causar o mal. Puro preconceito, preconceito moral.

Eu vi quando aquele rapaz olhou para ela e nem se intimidou de estarmos juntos, mas também vi o quanto ela se impressionou com a conversa dele e quando eu a chamei para ir embora, ela disse que ficaria no local, sem mim.

Eu me irritei de uma maneira extrema, não pude controlar o ímpeto de agredi-la. Foi uma força estranha crescendo em mim, muitos poderiam afirmar que eu estava tomado por fortes influências do mal, mas não foi só isso, foi a minha falta de controle e o desejo de acabar com ela que fizeram com que eu cruzasse a linha tênue.

Entendeu? Nós não podemos culpar as outras pessoas por nossos deslizes, nem mesmo os Espíritos. Existem pessoas que falam que os seres do mal se apoderaram dele, estava sujeito a mandingas, inveja, problemas mentais, crises emocionais ou financeiros, problemas familiares, mas nada justifica a propagação do mal, nada.

 

O responsável pelo ato do mal é sempre quem o produz. Eu fui o responsável. Bati nela e agredi tanto o rapaz que ele ficou irreconhecível. Jurei que iria matá-la.

Depois disso, os pais dela entraram com medidas protetoras e nunca mais me permitiram a aproximação com ela, sendo assim, meus pais acharam mais conveniente procurar tratamentos e alegar distúrbios mentais, era melhor do que alegar que eu era mal, dominador, impulsivo, descontrolado.

Sei que, se eu tivesse tido oportunidade teria feito coisas piores com ela, eu sei.

Entendo que os pais têm um compromisso muito sério na análise das pessoas que se envolvem com suas filhas e as mulheres devem ser criteriosas na hora de se envolverem com um homem. Numa conversa podem observar como o homem é, mas tem gente que fala que os bonzinhos não atraem as mulheres, será?

Só sei que jamais consegui eliminar estas sensações e preciso desfazer estas impressões antes de retornar à carne para que possa formar família e jamais comprometer a integridade de uma mulher. JOÃO PAULO 

09/01/21

     

 

   


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