Cartas de Dezembro (12)







 “Evangelho de Jesus que é o único capaz de Salvar o mundo de tantas torpezas morais”

As comemorações de Natal são indispensáveis porque existem pessoas que só escutam falar no Mestre Jesus nesta época do ano.

Ainda insistem em utilizar a data para a comercialização de presentes e comilanças, mas pelo menos, começam a refletir sobre fraternidade e solidariedade, sentem o envolvimento com a espiritualidade de luz.

As famílias precisam de educação religiosa com base no Evangelho. Não exalto nenhuma religião, mas o Evangelho de Jesus que é o único capaz de Salvar o mundo de tantas torpezas morais.

Sem o Natal o planeta estaria muito pior. Nesta data, as pessoas pensam nos menos favorecidos e se envolvem com gestos caritativos, se elevam e pensam nas injustiças sociais, nos sofrimentos causados pela negligência, no quanto poderiam fazer se todos se uniam em nome do amor e da esperança.

O símbolo de Jesus salva muitos corações arrependidos. Sua majestade ilumina os ambientes familiares e promove a renovação.

A simples atitude de lembrar de sua imagem faz com que bondosos instrutores do Alto possam realizar o trabalho de renovação nos ambientes domésticos possibilitando que muitos sejam socorridos e encaminhados.

Deixando que Jesus sempre será o bondoso pastor a conduzir as ovelhas à casa do Senhor. Ele sempre será a luz que nos ilumina, a verdade que precisamos alcançar para termos dias melhores nesta Terra.

Sem o Natal permaneceríamos na materialidade que nos aniquila. Tudo inicia com os bons pensamentos emanados na noite de Natal que opera as transformações nas consciências que precisam ser despertas.

Que neste Natal, Jesus possa nascer em seus corações e operar as renovações necessárias para uma fase marcante de esperança e fé que lhes conduzirão a dias muito melhores.

 

Elias     

 01/12/2024

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“Gestos simples em nome de outros irmãos nos despertam para a grandeza de nossas vidas”

 

Eles brigavam demais e me pediram ajuda, acreditei que fosse se separar, mas no fundo, eles almejavam uma salvação familiar, algo que fosse suficiente para salvar aquele casamento.

Eu estava precisando de ajuda com os presentes de Natal, muitas crianças carentes se beneficiariam daquelas doações e eu estava bem atarefada, então, disse que enquanto conversássemos eles poderiam me ajudar.

Era muito trabalho, cansativo e temendo não ter a quantidade que fosse suficiente para todas as crianças. Começamos o trabalho com uma série de queixas por parte do casal, eles se ofendiam e não sabiam dizer quem era o responsável pela vida de desentendimento e dor, mas após algumas horas, eles estavam envolvidos com a causa nobre de promover auxílio e alegria às crianças.

Quando dei por mim, eles estavam sorrindo, embalando brinquedos, profundamente envolvidos com o trabalho edificante.

Eu cantei, cânticos lindos de Natal, exaltando o Mestre e sua equipe de luz nos guiava para o trabalho de amor.

Gestos simples em nome de outros irmãos nos despertam para a grandeza de nossas vidas e das oportunidades que temos de fazer o bem simplesmente para agradecer por tudo o que recebemos de Deus.

Tudo ensinado por Jesus que nos revelou o Pai amado, que somos irmãos e devemos nos amparar sem exigir nada em troca.

Naquela tarde, aquele casal chegou brigando e saíram cansados, de braços entrelaçados, sorrindo.

Pensei no quanto as pessoas perdem tempo com questões corriqueiras, desnecessárias, com disputas e rivalidades domésticas que apenas servem para o afastamento dos entes queridos.

O trabalho de doação aproxima, nos faz sentir nas necessidades dos nossos irmãos, as nossas próprias necessidades e que podemos ser melhores. Sentimos o quanto recebemos em termos de bem-estar e equilíbrio emocional quando doamos atenção, disposição, afeto e também os benefícios materiais.

Quando saindo um pouco do nosso mundinho para percebermos outras pessoas, compreendemos que não devemos descuidar daqueles que estão ao nosso lado.

Sermos mais atenciosos e delicados com todos que precisam de nós, depende de nós vivermos em paz no círculo doméstico. Parte de nós a doação integral de amor.

O Natal faz pensar nos outros, mesmo que instintivamente as pessoas insistam no egoísmo, a época do Natal remete à caridade e este sentimento pode salvar muitos homens de pouca fé.

Se envolvam com o Natal, não apenas na troca de presentes e casas iluminadas, mas que a luz reine em vossos corações.

 

Lídia

01/12/2024

 

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“Que possamos despertar para a necessidade de bem feitorias sociais o ano todo”

 

Dava muito trabalho, exigia horas de trabalho daqueles que se comprometiam, até porque não eram muitos que sacrificavam seus afazeres domésticos e horas de tranquilidade para preparar a ceia no dia de Natal.

Durante muitos anos, meus familiares se queixaram da minha ausência e precisei reforçar que eu estava ali, inicialmente, para pagar uma promessa que fiz para a Virgem Maria.

Quando eu clamei por meu filho que estava se entregando para a morte, eu disse incisiva que dedicaria todos os meus Natais para realizar o trabalho de doação, eu ajudaria a preparar a ceia na igreja e ofertar no dia de Natal para os carentes.

Ela me atendeu, ela que havia sofrido tanto pelos acontecimentos que cercaram a vida de seu filho, ela me ajudou e eu tinha muita fé em Maria Santíssima e no seu filho.

Eu não podia quebrar a promessa depois de ter sido atendida. Explicava todos os anos e, ainda assim, eles zombavam da minha fé e depois discutiam que não tinham a dona da casa presente para servir uma boa ceia.

Eu saia chorando, inconformada e ia trabalhar com o coração partido, mas o tempo passou e eu gostei de servir.

Quando nos tornamos servos no trabalho edificante, uma energia envolve nossa alma, a satisfação é muito grande e não podemos nos afastar, isso seria terrível para nosso ser. Então, depois de alguns anos, eu não chorava mais, deixava tudo pronto em casa e saia grata por ter como realizar uma boa ação, ao menos no Natal.

Trabalhei durante anos e, um dia, meus familiares desejaram ver o que eu fazia no Natal e almoçaram comigo na igreja. Eles entenderam por que era importante o que eu fazia. Eles se prontificaram em ajudar e passaram a atuar como servos de Jesus na sua comemoração.

Nós não podemos desistir do trabalho abençoada, mesmo que nossos familiares fazem reivindicações porque os bons e propensos ao bem devem espalhar seus bons frutos na sociedade para estimularem outras pessoas no caminho da fé, otimismo e boa vontade.

Eu fiquei muito feliz que as coisas tenham dado certo para eles, que a mudança de atitude tenha acontecido em nome de Jesus e que depois disso, a renovação tenha acontecido de forma tranquila.

Que possamos despertar para a necessidade de bem feitorias sociais o ano todo.

 

Zulmira 

01/12/2024  

 

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“Isso é o Natal: Nascimento da esperança, da paz, das oportunidades de edificação em nós”

 

Eles só queriam ver o Papai Noel.

Eu não concordava com aquilo porque não achava correto estimular a imaginação de crianças tão sofridas. Eles já não tinham o direito de ter família, estudo decente, casa e conforto. Por que deviam ser estimulados a sonharem com algo tão fora da realidade?

Conversei com a diretora do orfanato e disse o meu ponto de vista, mas ela me fez raciocinar...

Disse que muitas pessoas precisam sonhar para viver. É tudo o que lhes resta para caminharem com perseverança e esperança.

Através dos presentes de Natal e do Papai Noel, sentem que não estão completamente esquecidos. São como todas as outras crianças, alguém se preocupa com eles no Natal.

Assim, eles se envolvem com os cânticos e com a lembrança de Jesus, eles reconhecem o Senhor Jesus como uma criança que cresceu para salvar todas as pessoas do mundo, sofreu e mesmo assim, nunca se distanciou do Pai Amado. Ele confiou nos desígnios do Pai que nunca o abandonou.

Eles que são órfãos e não têm pais biológicos a interceder por eles, passam a confiar em Deus Pai a semelhança de Jesus, ser de luz.

Tudo começa com o Natal, com o Noel, com os presentinhos.

Parece bobagem, mas reflexões infantis do Natal que transforma as criaturas sofredoras em Filhos de Deus como Jesus ensinou.

Faz ter a percepção de que ninguém estará abandonado ou desprovido de socorro, apesar de todas as dificuldades que enfrentamos neste mundo.

O mestre enfatizou que todos os sofredores receberiam as bem-aventuranças, então, devemos segui-lo, seguir suas orientações para sentirmos a satisfação que beneficia os justos e os misericordiosos.

Isso é o Natal: o nascimento. Nascimento da esperança, da paz, das oportunidades de edificação em nós.

 

Manuela 

01/12/2024

 

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“Será que as pessoas que permitem o nascimento de Jesus dentro delas vivem diferente?”

 

Nós estávamos esperando por eles. Já fazia cinco anos que eu estava na rua. Depois do desencarne de minha esposa, eu perdi a alegria de viver. Estava todo endividado, minha casa foi a leilão. Eu não tinha condições financeiras e nem forças psicológicas para enfrentar a justiça, eu preferi entregar os pontos, achando que não tinha muitos anos de vida.

Achei mesmo que não devia ser muito difícil morar na rua, parecia que a morte estava tão perto de mim, mas não era a morte não, era a falta de esperança, a falta de perspectiva, o desânimo que matava a vontade de viver.

Fui parar na rua e muitas pessoas perguntavam se eu não tinha ninguém, um parente qualquer, um amigo que pudesse se compadecer de minha situação deprimente, mas a verdade é que todos nós conhecemos muita gente e ficamos cercados de pessoas interessantes quando temos algo a oferecer, mas quando as pessoas percebem que fracassamos ou podem se envergonhar de nós, todos viram as costas, eles se esquecem do quanto gostavam do nosso jeito de ser e desaparecem sem deixar vestígio.

Eu até tentei me aproximar de alguns deles, mas quando percebi o constrangimento, quando notei que eles fingiam não me conhecer, não insisti não, eu fui embora sem olhar para trás.

Vivi na rua e conheci tantas outros como eu, pessoas que eram fracassados moralmente, não eram perigosos, não ofereciam riscos, mas eram desprovidos de tudo, principalmente de dignidade.

O fato é que todos nós, em situação de rua, aguardávamos aquela data porque sabíamos que comeríamos bem.

Nós sabíamos que as pessoas ficam mais dispostas ao bem, à caridade. Eles olham para nós com compaixão e não sentem tanto medo. É como se soubessem que Deus pode fazer mais por eles, se olharem para todos os desfavorecidos.

Eu queria que eles pudessem nos tratar daquela maneira durante o ano todo, mas no Natal isso acontecia como por milagre.

“É a influência do Cristo” – disse um colega sorrindo.

Nós aguardamos por eles e fomos bem tratamos quando trouxeram as marmitas. Era uma comida bem preparada, comida de Natal. Eles chegavam em grupos e forneciam os alimentos e um pouco de atenção, então, pensei que o Cristo deve ter sido boa gente mesmo para ensinar uma obra tão bela de solidariedade.

Eu queria tê-lo conhecido. Queria que seus ensinamentos fizessem parte da minha vida. Enquanto eu saboreava o jantar de Natal proporcionado por sua doutrina fraterna, imaginava como teria sido minha vida se eu tivesse vivido com a sua presença em mim. Será que as pessoas que permitem o nascimento de Jesus dentro delas vivem diferente?

Será que elas conseguem se reerguer diante de um fracasso? Conseguem superar frustrações e dificuldades com tudo o que aprenderam com Jesus? Será que os cristãos conscientes podem ultrapassar todos os obstáculos?

Eu comi aquela refeição e refleti muito sobre minha vida. Pensei que eu não precisava passar o resto da minha vida, jogado no viaduto. Eu não sabia quanto tempo Deus podia me conceder, mas eu fiquei indignado com minha situação deplorável e chorei. Naquele momento, meu cheiro me incomodou. Foi como se eu tivesse despertado para a minha realidade, eu tive olhos para ver.

Acho que foi porque me envolvi muito com o Natal de Jesus, fui tocado por ele com aquele gesto de caridade.

Eu comi e no outro dia fui buscar ajuda na casa de acolhimento, falei com a assistente social, eu precisava buscar outro modo de vida. Não foi fácil, mas o que é fácil na vida de encarnado? Fala pra mim.       

Consegui, me reergui, consegui através do emprego ganhar forças e dignidade para sair da rua para sempre. Nunca vou me esquecer do que vivi nas ruas. Experiência enriquecedora através do sofrimento. Sei que foi um belo resgate.

Todos podem conseguir, não precisam de pena, mas de compaixão. Precisam de prece, de caridade.

No Natal, a energia é favorável à renovação.

 

Tião

15/12/2024

 

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“Rogo a Deus que ilumine as pessoas que têm condições de distribuir bondade no Natal”

 

Fui parar nas ruas por causa das drogas. Meus pais não aguentavam mais. Depois que eu comecei a roubar os eletrodomésticos e vender para conseguir dinheiro, meus irmãos decidiram me colocar para fora de casa.

Mamãe chorou, meu pai disse que eu era um filho problemático e ele não tinha cumprido o plano de Deus em me conduzir adequadamente. Sei que meu pai morreu de desgosto, anos depois, porque ele sentiu que errou comigo, mas eu não conseguia me libertar do vício.

Fui retirado da casa dos meus pais e parei na rua onde conheci muitos casos de vida, tão lamentáveis como o meu. Eu roubei, me uni com pessoas piores do que eu, capazes de matar para conseguirem drogas.

Não existe escrúpulo nas ruas!

Eu fiz coisas das quais me envergonho muito e me arrependi de ter começado minha vida de vício porque eu não conseguia para de ficar chapado.

Vagamente me lembrava do cara que fui um dia, quando eu ainda estava com a cabeça zerada. Lembrava do meu antigo lar e do contato que eu tinha com meus familiares, ninguém queria saber de mim, mas eu sabia que minha mãe ainda devia chorar a minha ausência, mas ela não merecia um filho problemático como eu.

Naquela noite, eu vi quando o carro parou perto de nós. Ouvi, claramente, quando um malandro falou:

— Eles não têm medo de nós? Não pensam que podemos roubá-los?

— Por isso, eles vêm em bando – disse outro.

Eles tinham medo sim, mas precisavam doar os alimentos, água e roupas. Eles ainda falavam do Evangelho. Era engraçado como as pessoas da rua se aproximavam como moscas varejeiras. Eles queriam tudo e ficavam implorando por mais um prato. Fome que não acaba mais e medo de passar fome no outro dia porque, afinal, as pessoas normais comem todos os dias, não apenas no Natal.

Mas, era o melhor que podiam fazer por uns indigentes que estão pagando os pecados nas ruas.

Eu entendia que todos ali faziam o seu melhor. O problema do ser humano é analisar, apenas a sua história e acreditar que a vida do semelhante é muito fácil. Mas, eu pensei no que eles deviam fazer para doar todos aqueles alimentos e garrafas de água.

Qual era a intenção deles com tudo aquilo? Correndo riscos, se nem os próprios familiares nos queriam por perto...

Refleti enquanto comia e me lembrei muito da comida da minha mãe, chorei quieto e vi que muitos ali estavam chorando, outros rezavam e agradeciam a Jesus na noite de Natal.

Sei lá, comecei a perceber o quanto o Natal é importante para unir as pessoas. Como é importante que o Natal ocorra todos os anos.

Eu não consegui me modificar naquela vida, desencarnei pouco tempo depois, mas sei que aqueles pensamentos, de alguma forma, facilitaram a minha entrada neste local onde estou fazendo o tratamento de desintoxicação.

Estou bem melhor, sei que, em breve poderei reencarnar. Por isso, rogo a Deus que ilumine as pessoas que têm condições de distribuir bondade no Natal. Isso ajuda muita gente.

 

Reginaldo

15/12/2024

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“A espiritualidade amiga utiliza todos os recursos para nos trazer para a realidade”

 

Eu tinha muito preconceito. Sempre que eles chegavam com suas roupas brancas e aquela doação, eu me sentia humilhada. Era como se esfregassem na nossa casa o quanto precisávamos deles. Todos corriam para entrar na fila e receber aquela comida, mas eu não. Ficava de longe só olhando e um dia ouvi uma desgraçada dizer:

— Não liga não moça, ela está na rua como nós, mas é esnobe. Miserável metida a besta. Acha que tem motivos para ter orgulho. Ainda não soube como colocar o rabo entre as pernas.

Ela riu de mim e eu jurei que ia meter a mão na cara dela, mas não parou por aí. Aquela moça, insolente, veio falar comigo. Quem disse que eu queria a doação deles?

Mas, quando ela chegou perto de mim, falou coisas que eu não esperava ouvir. Parecia que ela conhecia minha vida e minha história de agonia. Olhou nos meus olhos e me fez lembrar a avó amada, tantos anos afastada de mim por causa da enfermidade e da morte. Eu não sabia como aquilo era possível, mas eu chorei muito e não consegui manter minha pose arrogante, ela acabou comigo.

Hoje sei que minha avó, realmente falou comigo por intermédio daquela mulher. A espiritualidade amiga utiliza todos os recursos para nos trazer para a realidade.

Eu pensei que não tinha mais solução para mim, depois que perdi as condições financeiras de me manter. Perdi emprego, moradia e não tinha mais nenhum parente em São Paulo, me tornei prostituta em situação de rua.

Eu parecia um lixo ambulante, nem mesmo eu, podia me respeitar, me sentia humilhada e sem condições de erguer a cabeça, saia para todo lado comprando briga, mas eu não aguentei ouvir as palavras da minha avó afirmando que eu não tinha sido criada para ficar naquela situação. Ela não tinha me amado tanto para me ver derrubada e acabada na rua da amargura. Eu já tinha ouvido minha avó falando da força feminina e do empenho que condiciona as pessoas ao sucesso e dignidade.

Eu criei forças naquele dia. Precisei de ajuda e parecia que todas as portas se abriam para mim, era a oportunidade vinda dos céus.

Eu consegui sair das ruas, não tinha como apagar meu passado, então me mudei para uma cidadezinha e reconstruí minha vida. Achei tão oportuno o trabalho de voluntariado que pode mudar a vida das pessoas que me associei a um lugar religioso e passei minha vida ajudando da mesma maneira.

Não era apenas no Natal. O grupo fornecia alimentos durante todos os meses do ano e muito amparo para que as pessoas pudessem mudar sua situação de vulnerabilidade.

 Acho que o Natal permite que todos se modifiquem. Quando as pessoas sentem a presença de Jesus nascendo em si e se envolvem com seus propósitos fraternais, tudo conspira para que todos evoluam.

A energia do Natal é coisa linda e pura. Magia que contagia.

 

Natália

15/12/2024

 

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“A gente tomava banho e colocava a melhor roupa para esperar a chegada do Papai Noel”

 

Imagina que nossos pais tinham condições de comprar roupa nova para todos nós no Natal...

Imagina se eles podiam comprar brinquedos para todos nós no Natal...

Isso era coisa para criança com vida boa e não para nós que morávamos na comunidade com a estrutura familiar tão precária. Meus amigos tinham muitos problemas familiares, era pai preso, mãe solteira que não tinha emprego e buscava trabalho em toda parte. Tinha muitos criados pelos avós, vida difícil.

Quando a gente ganhava alguma coisa era porque recebia da igreja.

A gente adorava as festas da igreja, o padre achava bonito dar presente para gente, dar bolo e doce, então a gente sempre participava. Claro que tinha gente que não gostava quando a gente chegava, torcia o nariz e criticava, mas não na frente do padre, ele era bonzinho, nunca discriminou a gente.

A questão é que a gente já ficava esperando animado pelo dia de Natal. Era uma festa bonita na igreja. A gente era convidado para o almoço, até nossos familiares iam felizes. Todos arrumados, a gente tomava banho e colocava a melhor roupa para esperar a chegada do Papai Noel.

Quando ele chegava era uma festa danada porque a criançada sabia que ia ganhar presente.

Mas, naquele Natal aconteceu uma coisa diferente. Uma freira falou com o padre, disse que o Papai Noel não podia entregar presente antes que todos pudessem conhecer a verdadeira história do Natal, o real motivo de comemorarmos aquela data.

O padre ficou um pouco constrangido porque todos os anos eram iguais e agora aquela freira queria fazer diferente.

Então, o padre concordou, atrasaram o almoço só por causa dela e ele se sentou para contar a história de uma certa Maria que ia ganhar um bebê, o menino Jesus. Ele era o Salvador do mundo, o Filho de Deus.

Eu já tinha ouvido falar dele, claro, mas ainda não tinha entendido como ele podia salvar o mundo.

Só que naquele dia, aconteceu uma coisa estranha em mim, eu esqueci do Papai Noel e fiquei muito curioso, eu ouvi prestando atenção e chorei no final.

Eu entendi o real significado do Natal e fiquei constrangido por esperar, apenas o brinquedo.

Desejei conhece-lo, eu precisava saber o final da história e pedi ao padre para aprender.

Foi assim que eu me tornei padre e trabalhei na comunidade durante cinquenta e cinco anos.

Foi uma bela jornada de trabalho consagrado ao Evangelho e à obra de Jesus.

Eu creio que o Natal salva as criaturas humanas. Aos poucos, as pessoas se conscientizam da importância de estarem envolvidas com a fraternidade. A cada ano são mais e mais convictos de que o amor cobre uma multidão de pecados.

Cristãos em toda parte se mobilizam para fortalecer tarefa de disseminar a paz e a solidariedade.

Daqui, temos percebido o quanto as pessoas se empenham e como o Natal mobiliza as energias mais delicadas do ser, fazendo com que as pessoas possam se desenvolver e trilhar um caminho melhor rumo ao progresso e esperança.

Desejamos que todos possam se envolver com o Natal fazendo o Cristo reinar em vossos corações. Realizando o que Jesus nos solicitou: “Amai-vos!”

 

Estefano

15/12/2024

 

  ***



 “Eu senti a influência do Natal”

 

Naquela semana, eu fiquei mais vulnerável às boas energias. Me lembrei de todos os acontecimentos, décadas de sofrimento familiar onde convivemos com um pai repressor. Eu tive ímpetos de esganá-lo e, para não cometer um delito, preferi sair e casa.

Foi como virar as costas para tudo o que me fez ser quem eu era. Eu renunciei a família que me criou porque me revoltei com os hábitos do meu pai.

Depois disso, foi como e tivesse esquecido de todos, não queria falar deles e nem comentar sobre os fatos. Me casei, tive filhos e nunca mencionei o fato de não possuir família, mas eles estavam por ali, na minha memória.

Naquele Natal, algo diferente nasceu em mim. Resolvi ir à igreja com minha esposa, ela estranhou. Ouvi palavras do Evangelho e compreendi os ensinamentos. Eu me senti tocado naquele Natal e me lembrei de tantas coisas que nos envolveram. Aquela parentela que eu desprezava tinha feito muito por mim.

Não havia, apenas uma história desprezível, houve um tempo de afeto e proteção, houve amor. Eu me lembrei de mamãe e do meu pai me amparando na infância. Lembrei de meus irmãos mais velhos sorrindo e brincando. Eu fui ingrato.

Acreditei que poderia me esquecer deles, mas eu precisava de uma fase responsável e terna, fraterna, cheia de perdão. Então, conversei com minha esposa, pedi desculpas por esconder quem eu sou e fui procura-los.

Eu precisava perdoar e ser perdoado naquele Natal. Foi como saber que não teria paz de consciência se eu não estivesse com eles e não dissesse o que se passava em mim. A gente que está tudo bem, mas precisa de reconciliação, por isso, deve fazer tudo o que for possível para estar em paz com todas as pessoas.

Sei que a espiritualidade de luz nos abençoa e permite que façamos tudo certo nesta época do ano. As energias estão propícias para a pacificação.

Nos envolvemos em família. Eu perdi muita coisa com a minha ausência. Meus pais estavam velhos, modificados pela enfermidade. Meus irmãos tinham família como eu e estavam cercados por pessoas especiais. Todos me acolheram e abriram os braços para nós. Deixando claro que nossos olhos podem ser luz ou sombras. Tudo depende da maneira que observamos as situações.

Não permita que a mágoa e o ressentimento te afastem dos seus familiares. Aproveite a magia do Natal para viver em paz com as pessoas que Deus colocou no seu caminho.

 

Edivaldo

22/12/2024

 

                                    ***

 






“Que você possa viver a energia do Natal todos os dias”

 

Durante muito tempo, acreditei que eles deviam viver da forma que eu ordenava.

Tratei aquela mulher como um farrapo, humilhada e ofendida, ela me abandonou e eu fui atrás dela, agredi e fiz com que ficasse desmoralizada.

Parecia que eu não tinha o menor arrependimento, não sentia culpa, mas a consciência humana é divina. Sempre existe o tempo da cobrança.

Eu não conseguia dormir em paz. Me lembrei de tudo o que fiz e que, doído de amargura, louco pela vingança, neguei a ajuda para cuidar dos nossos filhos.

Soube pelos familiares que eles passaram necessidades. Ela trabalhou de sol a sol e, mesmo assim, era difícil dar conta de todas as despesas do lar com as quatro crianças. Eu me preocupei e sofri o peso da culpa. Eram meus filhos e eu deixei que passassem fome para me vingar daquela mulher que foi maltratada por mim.

Então, decidi que eu precisava ressarcir todo mal que ocasionei a eles. Era dia de Natal, fui até a casa da minha ex sogra, eles deviam estar lá. Quando eu cheguei, causei desconforto porque queriam proibir minha entrada na casa.

Ela ouviu a confusão e saiu, estava bonita e bem arrumada. Logo, meus filhos também saíram, já estavam crescidos, meninos e meninas na fase adulta jovial. Me olharam com certo desprezo, nem me reconheciam, mas souberam quem eu era.

Se colocaram na frente da mãe como que a defende-la. Eu me ajoelhei e pedi perdão, informei que não conseguia seguir em frente, lembrando do mal que fiz a eles. Pedi perdão afirmando que podia fazer o que fosse necessário para que tivessem uma vida melhor, mas o mais velho disse que eu não devia ter, nem mesmo, para mim e que, se passaram fome um dia, nesta fase, estavam muito bem. Eles eram adultos e responsáveis, pois aprenderam com a mãe a ser pessoas trabalhadoras e dignas, não precisavam de mim.

Eu chorei muito, então, minha ex esposa disse que eu podia ficar tranquilo que estava perdoado por eles. Se isso bastava para que eu ficasse com a minha consciência tranquila, então, eu estava perdoado.

Mas, eu entendi que aquilo nunca seria o suficiente porque o tempo havia passado e eu neguei qualquer tipo de assistência para aquelas pessoas que eram frágeis e precisavam de mim. Eles foram bons, muito melhores do que eu. Ainda me perdoaram e se mostraram firmes e decentes, mas não foi suficiente para me libertar daquela consciência acusadora.

Que você possa viver a energia do Natal todos os dias. Lembrando dos pedidos de Jesus para semear a paz e o amor em todos os lugares, começando pelo ambiente doméstico para que o Reino dos Céus esteja vivo em vós.

 

Diocleciano

22/12/2024

 

                                       ***




 
“O bem nasce de pequenas obras”

 

Eu queria que as pessoas se lembrassem da caridade todos os dias. Que pudessem se encaminhar no rumo de Jesus em todas as escolhas.

Eu queria que as pessoas fossem sempre amistosas e condescendentes. Queria que elas compreendessem que todos têm problemas e pudessem ser mais francas e educadas.

Mas, eu não podia fazer o mundo entender que nossas atitudes podem motivar, incentivar e fornecer esperança para todos que cruzam o nosso caminho.

O que eu podia fazer era ter esta atitude todos os dias. Eu pude fazer da minha vida o incentivo para as outras pessoas. Eu me esforcei para ser a mais amistosa, educada e caridosa que pudesse. Desejei ser bondosa e transformar a visão a partir dos meus atos.

Eu não tinha muito financeiramente falando, acho até que fui muito sonhadora, mas eu quis seguir Jesus dentro de minhas possibilidades.

No ambiente de trabalho, no núcleo familiar e religioso, eu quis ser serva de Jesus e demonstrar todo amor pela Humanidade. Eu precisava acreditar que isso tocaria algumas pessoas e sei que foi bom para muitos.

Eu ainda sinto as boas vibrações de todos eles. Eu ouvi palavras de carinho, após a minha partida. Existia muita gente que achava que precisava ter muito dinheiro para ajudar ou que precisava ser uma pessoa dotada de grandes potenciais para fazer o bem, mas entendeu que o bem nasce de pequenas obras. Gentilezas e delicadezas, carinhos e honestidade, gratidão e generosidade. Tudo é ensejo para o bem.

Eles entenderam, então, é uma grande tolice acreditar que a gente não pode mudar o mundo. Todos nós podemos fazer o Natal todo dia com as orientações de Jesus podemos mudar este mundo.

Se todos acreditarem que podem fazer a diferença e se tornarem simples e humildes, pensando no bem-estar das outras pessoas. O ano todo será cheio de paz e alegria.

Que você possa compreender o que nos move e o que pode nos salvar.

 

Rânia

22/12/2024

 

                                    ***

 






“Se concentre no presente e faça o seu melhor para ser uma boa pessoa que mereça tudo o que tem”

 

Todos ali eram rejeitados. As famílias preferiam que não estivéssemos presentes. Como pessoas que podem constranger ou envergonhar, era melhor estarmos naquele local.

Eu não queria estar ali, ninguém queria. Todo mundo preferia estar em casa, imaginava ser desejado e bem tratado na família.

A gente comentava de como seria viver o Natal numa casa onde as pessoas gostassem de nós. Festa com troca de presentes, união e paz, comida fresca e saborosa, oração, tudo simples, mas feito com carinho.

Tinha gente que chorava lembrando da infância, quando vivia com os pais e avós, outros se revoltavam da situação atual. Eles queriam receber alguém, saber que não se esqueceram deles, mas não tinha ninguém.

Só tinha os funcionários do asilo. Uns, extremamente profissionais, mal diziam o “Bom dia”, cumpriam com as obrigações sem raciocinar se estávamos felizes ou não. Outros, eram delicados e atenciosos, se preocupavam com os nossos sentimentos e faziam de tudo para tornar o ambiente acolhedor e confortável. Assim, era a diretora que todos os anos se esforçava para fazer o melhor Natal com direto a coral, Evangelho e até Papai Noel. Até presentes nós ganhamos.

Eu não posso reclamar, sempre falei para os meus colegas do asilo que Deus fornecia muito mais do que nós merecemos. Minha família não me desejava, mas eu estava naquele lugar sendo bem tratado. Aquele pessoal cuidava da gente com carinho e dedicação, nossos familiares pagavam para sermos cuidados ali, estava bom.

A gente não pode ficar o tempo todo só reclamando da vida e pensando em tudo o que perdeu. Tem que abrir a mente para todos os benefícios que recebe diariamente.

Aproveite o dia de hoje. Aproveite este Natal com tudo o que ele pode te oferecer. Não fique parado no passado, iludido com tudo o que perdeu, também não fique deslumbrado com o futuro que você não sabe se vai alcançar.

Se concentre no presente e faça o seu melhor para ser uma boa pessoa que mereça tudo o que tem. Deus cuida bem de todos os seus filhos.

 

Norton

22/12/2024

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