“SOMOS PARTE DA CRIAÇÃO E DEVEMOS HONRÁ-LA”
Eu acreditei que as
coisas seriam muito melhores, seriam totalmente diferentes, se tivéssemos as
mesmas oportunidades. Eu queria a revolução, queria sentir na pele a igualdade
e ter direitos que me concedessem um lugar propício na sociedade.
Antes de mim, foram
tantas. Mulheres de todos os tipos que foram silenciadas. Mulheres que foram
obrigadas a se casarem e, como um objeto qualquer, foram trocadas por posição
social ou para aumentar os bens da família. Casamentos de convenções,
casamentos de fachada, de contrato. Mulheres que foram entregues ao matrimônio
tão jovenzinhas, nem mesmo, sabiam o que as esperava, as formalidades de um
casamento sem amor, sem afeto, sem laços. Elas abandonavam a pureza infantil e
eram forçadas a fornecer ao marido sua sexualidade caladas, oprimidas, quase
violentadas.
A questão sempre
foi tratada com normalidade, ninguém se opunha, não podiam reclamar. Depois, a
desonra de ser trocada, abandonada, insultada, tudo concedido aos homens. A
mulher não tinha razão, ficava mal vista no meio social.
Elas desejaram
falar, desejaram ser amadas, desejaram ter opinião. Queriam trabalhar, ter as
mesmas condições trabalhistas, desejam estudar, saber ler e ter profissões como
os homens, votar.
Nas diversas
nações, as mulheres buscaram melhores condições de vida. Sei que todas as
mulheres que tiverem acesso a este relato se lembrarão de uma mulher da
família, de uma amiga ou, talvez seja, o seu caso.
Quanta luta, quanta
batalha para ser auto suficiente? Quanto esforço para ser respeitada e ouvida?
Mas, as mulheres se
enganaram mais uma vez porque nunca serão iguais aos homens. A igualdade se faz
necessária em termos de respeito e valorização, no que tange as oportunidades e
também responsabilidades, porém, nunca serão iguais aos homens e nem podem ser
porque as diferenças entre ambos são fundamentais para a evolução coletiva.
As mulheres
buscaram a igualdade e, algumas delas, acreditaram que deveriam estar em guerra
contra o sexo masculino e isso não pode acontecer. Não existe oponente, devem
somar as potencialidades e se tratarem com parceria e companheirismo para que
possam desenvolver uma série de virtudes.
Acho que eu errei,
achei que devesse competir e me virar sozinha seria uma forma de vencer, de me
tornar independente, superior. Eu me enganei. Quando deixei o gênero de lado
para entrar em disputa com todos os homens que estavam a minha volta, eu me
recusei a receber auxílio, tornei minha vida muito mais árdua e nem permiti me
envolver completamente com aquele homem que estava predestinado para minha
jornada.
As mulheres devem
estar atentas, conscientes do que envolve o verdadeiro feminismo, a verdadeira
missão da mulher na sociedade que é a de educadora. Ela deve orientar meninos e
meninas para que sejam irrepreensíveis cidadãos. Cada mulher no lar, educando o
futuro homem de bem, a futura mulher de caráter, isso muda o mundo inteiro.
A mulher pode e deve fazer parte do
processo de regeneração do planeta e recolocar-se na sociedade à medida que
moraliza pequenos seres que estão sob a sua tutela.
Esta é a melhor
maneira de progresso para o sexo feminino. Fazer com que todos os homens
respeitem as mulheres, fazer com que todas as mulheres se valorizem por seus
esforços, intelectualidade e dignidade.
Sempre lembrando
das diferenças marcantes e adequadas aos sexos. Somos parte da criação e
devemos honrá-la.
MARIA CECÍLIA
26/09/20
-----------------------Paula
Alves--------------
“TOLO É O HOMEM QUE ACREDITA QUE PODE DOMINAR O SEU VÍCIO”
Eu fui perdendo o
respeito de todos que estavam a minha volta.
Tive bons empregos,
estudei e minha família foi maravilhosa comigo. Eu me casei e tive dois filhos que
eram dedicados, mas minha vida mudou muito por causa do vício. No início são
pequenas doses em reuniões sociais, para comemorar e acompanhar os amigos, mas
logo, se torna um hábito.
Não existe
comemoração sem bebida, ninguém sabe sorrir ou dialogar, todos ficam acanhados
e constrangidos. Eu achava que socializava melhor quando bebia uma dose ou
outra, porém, aos poucos, comecei a perder o controle e ingeri doses cada vez
maiores que ocasionaram deslizes terríveis. Foram desentendimentos, situações
vexatórias e até insultos que colaboraram para o término de longas amizades.
Eu me transformei
numa criatura tosca, agressiva e ridícula. Agredi minha esposa, fiz meus filhos
sentirem vergonha e medo de mim. Ninguém me queria por perto, isso me humilhou,
eu fiquei indignado, não conseguia compreender por que eles me ignoravam, então
resolvi ir embora.
Saí com a roupa do
corpo, após meus pais e irmãos tentarem resolver nossa vida familiar. Eu não
permitia que eles colocassem o dedo na minha cara, eu queria tomar meu
conhaque, minha pinguinha e não entendi como aquela bebidinha poderia me
afastar daqueles que diziam me amar.
Eles me deram um
ultimato, eu deveria parar de beber ou se afastariam de mim, daí eu fiquei
louco, disse que não precisava deles para nada, eu que não os queria por perto
me dizendo como eu deveria viver, por isso, fui embora indignado.
Fui para a rua com
a roupa do corpo. Passei maus bocados e quando me perguntaram por que eu morava
na rua se eu tinha estudo, era jovem e tinha uma boa família, eu dizia que
queira a minha vida sem imposições.
Passaram longos
anos até que eu percebesse com a vida difícil, vendo a dificuldade das pessoas
que viviam na rua, que eu estive totalmente errado. Eu coloquei imposições,
forcei amigos e familiares a me aceitarem com minhas doses de álcool, palavrões
e agressões físicas. Eu forcei que aceitassem situações deprimentes e
revoltantes, egoísmo e drogas.
Eu nunca mais
voltei para o lar, por uma questão de vergonha e de orgulho, morri sozinho,
jogado na sarjeta como indigente, mas me arrependo amargamente por tudo o que
perdi, por mais uma ruína ligada aos vícios físicos e morais, por minha
fraqueza e covardia em me reformar porque é mais fácil você se aceitar como é
do que se tornar uma pessoa muito melhor que pode conviver pacificamente na
sociedade.
Tolo é o homem que
acredita que pode dominar o seu vício. O esperto é humilde e reconhece que
precisa de ajuda para se libertar das mazelas físicas e morais. O valente chora
e pede perdão, ele se revela fragilizado para sua família e pede socorro.
O AMOR LIBERTA, A UNIÃO AMPARA E O ESFORÇO DE CADA
UM LEVA AO DESENVOLVIMENTO.
Boa sorte para
vocês.
OSCAR
26/09/20
-----------------------Paula
Alves---------------------
“O TRABALHO DIGNIFICA O HOMEM”
Fazer o trabalho de
cada dia com responsabilidade e gratidão tinha que ser a meta de todo
trabalhador que deseja manter-se no mercado de trabalho e atingir a
prosperidade.
O trabalho é lei
natural. As pessoas deveriam valorizar cada dia em que podem ganhar o seu pão e
sustentarem-se com dignidade, mas existem tantos vacilantes, tantos que
acreditam que o dinheiro compra tudo, o dinheiro é o bem precioso da sociedade,
enganam-se completamente.
Mamãe dizia: “o
trabalho dignifica o homem”, não sei onde ela escutou e gostava de dizer para
nós na olaria.
Desde pequeno, tive
que trabalhar e eu odiava o trabalho. Eu sonhava em ser rico, ter uma empresa
importante para ter muitos funcionários e mandar, exigir, ficar sentado de
forma elegante e ganhar muito dinheiro com pessoas que se esforçam para mim.
Com o passar dos
anos, parece que a vida, apenas me beneficiou porque de criança que trabalhou
em olaria tive a chance de dirigir uma grande empresa, quem diria?
Parece que o plano
era me testar para ver se eu faria jus a todos os calos que adquiri nas mãos em
minha pobre juventude. Tanto que eu pedi e tive a chance de ser rico e ter
subalternos para encaminhar.
A posição veio
depois de muito trabalho pesado, muito esforço mesmo, mas eu que me esforcei
sem descanso nunca admiti um preguiçoso, jamais um abuso onde a pessoa trabalha
de qualquer forma, apenas para receber seu salário. Eu ficava sempre por perto,
gostava de observar meus funcionários que, nem sempre, sabiam que eu era o
patrão.
Eu até me
disfarçava de faxineiro para ver quem precisava de promoção e quem merecia a
demissão.
Existia muita gente que pensava que
estava enganando o chefe, roubavam pequenas quantias, saiam minutos mais cedo,
chegavam horas mais tarde, cometiam erros e colocavam nas costas de outros
colegas de trabalho ou, então, tentava prejudicar um colega para se sobressair
e ser promovido.
Eu vi de tudo. Tentei
ser justo, paguei estudos para muitos jovens dedicados, ajudei quem queria
realmente trabalhar e, com isso, eu aprendi demais.
Mamãe estava certa: “o trabalho
dignifica o homem”. Trabalho sério faz a pessoa progredir, dá ânimo, coragem,
traz esperança para o futuro.
A pessoa que
consegue se sustentar e sustentar os seus com um trabalho honesto consegue
dormir em paz. Chega em casa com o corpo moído, mas dorme tranquilo sabendo que
cumpriu com o seu dever.
Eu aproveitei muito
bem a oportunidade que Deus me concedeu e sou grato ao trabalho que começou na
olaria, encheu minhas mãos de calos e fez com que eu aprendesse a valorizar
também o trabalho dos outros. Graças a Deus.
GERALDO
26/09/20
---------------------------Paula
Alves-----------------
“SIGAM
COM ESPERANÇA E FIRMES PROPÓSITOS EDIFICANTES QUE SERÃO ABENÇOADOS POR DEUS”
A leitura me levava
para o mundo inteiro, para mundos surreais onde eu poderia ser quem eu
quisesse. Fantasia, realidade, biografia, ciência, tudo me interessava e eu
queria que todas as pessoas tivessem acesso à leitura.
Eu pensei que a
informação poderia libertar as pessoas. Elas poderiam ser despertadas para a
verdadeira realidade onde todos estavam interligados e faziam parte do todo,
deviam ser observados como iguais, sem rivalidades ou guerras, sem distinções
ou preconceitos.
Eu quis mostrar à
eles que podiam avançar em termos de descobertas e fazer deste mundo, um local melhor
para todos, mas não é interessante que todos possam fazer escolhas, não é
interessante que todos possam ver com os olhos e ouvir com os ouvidos.
Nós precisamos ser
castrados para sermos controlados por um grupo que deseja o poder e o controle
sobre a maioria.
A igualdade e a
fraternidade não são interessantes para aqueles que desejam controlar riquezas,
para que a pirâmide da desigualdade social continue prevalecendo é importante
que alguns sejam desvalidos dos conhecimentos básicos que libertam.
“CONHEÇA A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ”.
Eu não conseguia
compreender porque a educação não era igual para todos, por que muitos não
sabem ler e, nem mesmo, fazer conjecturas simples, mas o motivo sempre foi
este, o controle da maioria.
Se souberem escolher,
se conseguirem reconhecer suas limitações e puderem fazer esforços para a
melhoria coletiva a pirâmide quebra. Como seria com todos os homes
esclarecidos?
Ou melhor, como
será quando todos compreenderem que a paz, elimina a guerra?
A utilização correta
de todos os recursos mantém todos os povos sadios e sem fome?
Como será quando as
pessoas reduzirem o consumismo e trabalharem ativamente em prol da maioria?
Quando as pessoas
estiverem a trabalhar pela fraternidade protegendo os desvalidos e amparando os
fragilizados?
Quando as crianças
todas tiverem lares e os idosos receberem cuidados?
Quando os jovens
não entorpecerem seus sentidos com uso de drogas e puderem raciocinar
adequadamente?
Quando eliminarmos
as chagas morais e estivermos unidos para melhoria global?
Eu fui e sou
professora com o maior orgulho e dedicação. Ainda auxilio professores na árdua
tarefa de educar e socializar. Sigam com esperança e firmes propósitos
edificantes que serão abençoados por Deus.
PELA REGENERAÇÃO DO PLANETA.
ESTER
26/09/20
------------------------Paula Alves---------------------
“HONRA, DIGNIDADE,COMPROMETIMENTO
COM A COMUNIDADE, VERDADE E TRABALHO SÉRIO DEPENDEM DO SER HUMANO QUE DESEJA O
BEM ACIMA DE TUDO, INDEPENDENTE DA COR DA SUA PELE”
Foi um orgulho ter me formado. O primeiro da
família a conseguir um diploma. Meus velhos pais olharam com admiração, eles
sabiam que tudo poderia ser muito melhor de posse daquele certificado.
Eu me esforcei tanto, teve dias em que pensei
que não conseguiria suportar o cansaço de trabalhar durante o dia e estudar de
noite, mas consegui, finalmente.
Todos nós desejamos ser tratados com
igualdade, mas não havia possibilidades de esquecermos a cor da pele e a
posição social. Foi importante passar por aquela experiência. Para mim, foi
fundamental admitir que as pessoas são
nobres por conta de suas conjecturas e virtudes. Nós somos o que pensamos e
sentimos, jamais o que achamos possuir com bases materiais.
Apesar de tantos covardes que desejavam nos
achincalhar, ainda assim, conseguimos conservar nossas raízes, valorizar nossa
cultura afrodescendente, unificar pensamentos e ideologias com aqueles que eram
nossos irmãos de causas democráticas e trabalhistas. Eu tinha na minha
negritude razão e sensibilidade. Nunca me escondi, mas sempre acreditei que
aquele que grita está errado, sempre imaginei que paz se faz com socialização
racional, com ideologias e trabalho sério, trabalho social.
Estudei e me dediquei às reformas sociais que
pudessem incluir. Incluir no trabalho, no estudo e na democracia onde o negro
poderia escolher o seu lugar, sua ocupação e sua identidade baseados na
racionalização e não na cor da sua pele.
Nós não poderíamos pertencer a classes
preestabelecidas como a nos menosprezar por gênero ou classe social. As pessoas
deviam ser livres para buscar o seu local e o seu grupo, não na base da força
ou da punição, castigo por ser negro.
Eu tive orgulho da minha raça e sempre trabalhei
para que as pessoas soubessem se valorizar, recebendo a identificação desde a
mais tenra idade, valorização da pele, do cabelo, da lógica, da igualdade e da
legitimidade do ser humano que arrisca ser o que é.
Nunca aceitar a forma taxativa ou escandalosa
da humilhação, pelo que você nunca vai atingir. O negro que é o pseudobranco
que fere a sua raça, que denuncia o irmão ou que se acovarda para não ser
agredido.
Os escândalos surgirão em toda parte e as coisas
só poderão ser modificadas à medida que as pessoas acreditarem na imortalidade.
Quanto mais provas da Lei tiverem, quanto mais puderem compreender que nós estamos
aqui hoje, amanhã mudamos de corpo e assumimos a forma que é necessária para
entender que somos iguais, as pessoas temerão a Lei.
As pessoas se confrontarão com paradigmas que
foram impostos por elas mesmas e terão a certeza de que o branco de hoje pode
ser o negro de amanhã e que o racista de hoje receberá na próxima oportunidade
a punição por sua discriminação e ato de desonra contra o seu irmão.
Honra, dignidade, comprometimento com a
comunidade, verdade e trabalho sério dependem do ser humano que deseja o bem
acima de tudo, independente da cor da sua pele.
LUÍS VITÓRIO
19/09/20
-------------------Paula
Alves----------------
“ALMEJAR
APENAS O QUE SE PODE TER E DAR VALOR PARA O QUE É REALMENTE IMPORTANTE”
Recebi muito dinheiro. Eu não tinha como
saber que a morte é apenas uma mudança de plano. Eu queria viver com conforto e
proporcionar para minha família uma casa elegante onde a minha mulher pudesse
criar nossos filhos com lazer e paz.
Trabalhei muito e não era uma vida fácil, eu
poderia entregar minha alma por um pouco de descanso. É fácil julgar, difícil
compreender o que cada um enfrenta. Eu sei que fiz planos, mas a vida é muito
dura e injusta, eu fracassei.
Teria me vendido por muito menos, mas
consegui comprar uma mansão com o dinheiro que eles me deram para mudar os
papéis e vender todos aqueles lotes de terra. Árvores centenárias que foram
colocadas no chão, reserva que precisava ser destruída para proporcionar
riquezas para uns e outros. A gente consegue forjar o que quiser, mas tudo fica registrado no código divino.
Eu não poderia imaginar que ficaria tão bem
registrado. Tem gente que fala: “aqui se faz, aqui se paga...”.
Eu achei que nunca seria pego, me achei tão
esperto. Mas, após mudar de vida, eles quiseram mais. O problema da corrupção é
que ela não tem fim. Você sempre fica obrigado a fazer mais um favorzinho e não
tem como dizer não. Os caras deviam se lembrar disso quando aceitam lavar,
adulterar, incriminar...
Eu só pensei em mudar de vida mesmo, não tive
juízo. Este relato acaba sendo um desabafo porque sei que nada muda. A ganância
das pessoas faz com que elas vendam até as próprias mães.
Quando tentei parar, me chantagearam, falaram
que colocariam a vida dos meus familiares em risco, sumiram com minha filha. Eu
sabia o porquê do sumiço dela. Minha esposa não pode me perdoar, eu ainda tive
que realizar o serviço para poupar meus três filhos.
Foi
um serviço atrás do outro, eu estava em suas mãos. Eu não consegui conviver com
toda a culpa que tinha dentro de mim e me suicidei.
A morte pode ser um alívio, a gente se mata
para ver se consegue se afastar de alguma coisa, mas eu me entreguei às trevas,
ao desespero e a minha consciência me cobrou ainda mais.
Com tudo isso, consegui ver onde errei. Se
tivesse que corrigir alguma coisa, certamente, seria nunca ter me entregado ao
mal, à coisa errada. Não se envolver com atos criminosos, ter uma vida mais
simples, almejar apenas o que se pode ter e dar valor para o que é realmente
importante.
Ver as pessoas que eu amava em paz, cheias de
saúde, isso era importante para mim, mas eu me fascinei pela riqueza e a vida
fácil.
Cada
um de nós recebe uma vida, vinda de Deus, uma chance de melhorar e se enobrecer
com os atos da existência que recebeu.
Uns
têm que trabalhar muito, ficam exaustos e a vida será assim, cheia de trabalho,
renúncia e não tem nada errado, é isso mesmo. Para dar certo, você tem que ter
resignação, paciência, se fortalecer, ter uma vida mais regrada, ter
consciência que Deus sabe dos motivos, pelos quais, você tem que passar por
tudo isso.
Aquele que coloca sua vida nas mãos de Deus e
aceita os planos de Deus não falha. VALDIR LACERDA
19/09/20
-----------------------Paula
Alves-------------
“ACHO QUE A ESPERANÇA
DO REENCONTRO TERIA ME DADO ÂNIMO PARA PROSSEGUIR”
A morte acabou com minha alegria de viver. Eu
amava aquele homem e quando ele morreu, eu achei que fosse morrer junto com
ele, mas tinha meus filhos que precisavam de mim.
Eu demorei a concluir que todos perderam. Eu perdi
o marido, mas meus sogros perderam o filho e meus filhos, perderam o pai. Foi
uma perda irreparável para todos nós.
Eu sofria e não me incomodava de chorar a
vontade ou de me entregar para a cama e passar dias sem sair dela, mas por um
momento, me lembrei dele, do ânimo que ele dava para todos nós quando algo nos
inquietava, eu percebi que estava sendo egoísta.
Olhei para todos os outros, eu vi o quanto
estavam desamparados, o quanto estavam doídos, sensíveis e destruídos.
Eu me aproximei deles e a minha dor diminuiu.
Eu não estava só, eu estava com as pessoas que ele havia aproximado de mim. Quando
nos unimos com alguém, desta união, vem outras uniões, mesmo sem querer,
formamos um elo com os outros membros da família e podemos nos unir e nos
ampararmos. Na verdade, compreendi que era isso o que Deus queria para nós. Eu
podia cuidar de cada um deles, eu podia ser o elo de união entre nós.
Eu vivi feliz com nossas lembranças e, após
algum tempo, só ficou muita saudade e gratidão. Eu amparei todos da família e
segui em frente.
Era jovem quando meu marido morreu, não me
uni em matrimônio com outro homem porque eu ainda tinha amor pelo cônjuge falecido.
Eu recebi tudo dele, amor, consideração, amizade, tudo o que uma mulher pode
querer me preencheu.
Eu não sabia que não morremos realmente, mas no
dia em que a morte chegou para mim também, quando eu me separei do corpo, tive
uma maravilhosa surpresa, meu amado marido estava lindo e reluzente a minha
espera, ele me deu a mão e me acolheu em seus braços. Quanta alegria!
Se me falassem que um dia isso seria
possível, eu não acreditaria, mas se eu tivesse esta certeza, acho que a
esperança do reencontro teria me dado ânimo para prosseguir. É tudo verdade.
FLÁVIA
19/09/20
------------------------Paula
Alves-------------------
“JÁ PENSOU COMO SERIA
SE A SOCIEDADE CUIDASSE DE TODAS AS PESSOAS FRÁGEIS E INCAPAZES QUE NECESSITAM
DE CUIDADOS?”
Juntei as roupas da minha filha desencarnada
e fui levar ao orfanato. Eu só queria que todas as coisas dela fossem úteis
para outras crianças.
Eu não queria desapegar das coisinhas dela.
Era como se aquele quarto conservado e intacto pudesse me ligar a ela, mas
estava ficando muito sofrido entrar ali, passar pela porta do quarto e não
entrar era como ignorá-la.
Decidimos vender a casa e eu precisava
arrumar todas as coisas. Para quê levar tudo para a casa nova?
Montar um altar?
Continuar com o sofrimento que não a traria
de volta?
Eu decidi me desfazer de todos os bens que
pertenciam a minha menina.
Quando entrei no orfanato me deparei com
outra realidade. Eu era uma mãe sem filha e encontrei muitas filhas e filhos
sem mães. Que tristeza, meu Deus!
As pessoas querem bebês, as pessoas acham que
aquelas crianças estão cheias de mazelas e problemas associados aos seus
genitores, problemas que impossibilitarão a educação amorosa e promissora que
une as famílias.
ELES
PRECISAVAM DE LARES E EXISTIAM LARES QUE PRECISAVAM DE FILHOS.
Eu chorei. Nunca tinha pensado nisso, ninguém
nunca ergueu esta bandeira, nunca esta realidade.
FALTAM
ROUPAS PARA MORADORES DE RUA, COMIDA PARA MISERÁVEIS E PAIS PARA CRIANÇAS
ABANDONADAS. FALTA COMIDA E AMOR.
Eu os vi tentando se mostrarem, eu os vi
tentando chamar a atenção, eles queriam ser tirados dali e ter um lar. A
esperança de ter um alguém que possa cuidar deles de forma incondicional, com
doação e renúncia.
Eu perguntei qual seria o processo para
adoção, me disseram que era complicado. Com as informações que recebi era mais
fácil ter pensado em outra coisa, mas voltei com aquilo na cabeça e falei com
meu esposo. Eu queria ajudar.
Primeiro me candidatei ao voluntariado,
depois comecei a participar de campanhas para a adoção de crianças, eu vi tanta
coisa, eu soube de tantas histórias que quase acabaram com meu emocional, eu
queria levar todos para minha casa.
Até que um dia, conheci uma menina que se
identificou comigo, nos tornamos amigas e eu quis que ela ficasse conosco.
Levou um tempo, mas conseguimos adotá-la.
Foi a melhor coisa que eu fiz. Carmem ficou
comigo até o fim dos meus dias. Ela foi educada por nós, sempre uma boa menina,
amorosa e cheia de gratidão, ela estudou, se casou e teve filhos que me
chamaram de vovó. Meu marido desencarnou, Carmem cuidou de mim como uma filha
amada e abnegada. Nunca imaginaram que ela havia sido adotada, tamanho
devotamento.
Eu tive uma família maravilhosa e agradeço
por todas as experiências que adquiri com o trabalho que realizei nos
orfanatos.
Sou grata a Deus que coloca no caminho de
cada pai e mãe o filho ideal.
SE CADA
UM SENTISSE O AMOR QUE FALA MAIS ALTO EM SEU CORAÇÃO, NÃO EXISTIRIA CRIANÇA
ABANDONADA E O MUNDO SERIA UM LOCAL MUITO MELHOR PARA SE VIVER.
Já pensou como seria se a sociedade cuidasse
de todas as pessoas frágeis e incapazes que necessitam de cuidados? ADRIANA
19/09/20
“AS PESSOAS DEVEM
SE ENVOLVER PARA ACRESCENTAR COISAS BOAS UMAS ÀS VIDAS DAS OUTRAS”
Eu não queria sair de casa e aquela
mulher achava que estava me ajudando. Eu ficava me perguntando se ela poderia
ter tanta certeza de que o mundo lá fora poderia me beneficiar como dizia.
Eu estava bem em
minha casa, eu recebia minha pensão, meus filhos iam me visitar de vez em
quando, eu tinha os meus gatos e as minhas plantas, isso me bastava.
Existia vida em mim
e existia certa felicidade, eu não precisava estar no meio das pessoas. Elas me
cansavam, eu ficava agitada e descontrolada. Sempre achava que estavam
esperando algo de mim, eu não podia desapontá-las. Acreditava que era um
fingimento de ambas as partes.
A socialização era
feita de posturas e comportamentos exclusivos para se beneficiar. As pessoas
agiam esperando serem recompensadas.
Eu não achava que
existia verdade e comprometimento. Todos estavam ali por um motivo, tinham
interesse no convívio social. Mas, eu não precisava de nada. Eu tinha tudo o
que precisava e não precisava disfarçar nada e, nem mesmo, exigir nada de
ninguém, eu estava bem sozinha.
Mas, a minha
vizinha me achava esquisita, ela dizia que eu tinha algum problema com a
socialização. Dizia que eu não podia me isolar, mas por que não?
Tudo dependia de
mim e eu não queria ver ninguém.
Por que é que eu
tinha que ficar feliz quando alguém aparecia na minha casa sem ser convidado?
Será que ela não pensava que tirava a minha paz?
Será que era mesmo
super divertido deixar meus afazeres e responsabilidades para me ocupar da vida
dos outros como tantos faziam?
Eu sempre achei que as pessoas devem
se envolver para acrescentar coisas boas umas às vidas das outras, se eu não
tenho nada de bom para fazer por elas, devo ficar no meu canto, só isso.
Eu sabia de tantos
defeitos sociais, situações de extorsão, crimes, violência e não queria sair da
minha paz, do meu mundinho para correr riscos por aí.
Quando o meu marido
era vivo, achamos ideal cultivar um clima agradável no nosso lar. Mesmo que o
mundo lá fora estivesse ruindo, no nosso lar, haveria paz e harmonia. O meu
lar, para mim, era o melhor lugar do mundo.
Mas, as pessoas não entendiam como eu
podia ser feliz estando, aparentemente sozinha, aparentemente porque eu
considerava meus animais e plantas, criaturas maravilhosas.
O fato é que aquela
vizinha começou a me irritar e eu precisei ser sincera com ela. Eu não queria
ter a vida que ela tinha. Eu não tinha entusiasmo em ficar de bate papo na
calçada e nem queria saber da vida das outras pessoas, ela me chamou de
antissocial.
Eu não me
considerava uma antissocial porque sabia me comportar adequadamente quando
precisava me socializar, mas eu preferia meu mundo na minha casa.
Eu fui só, em se
tratando de seres humanos, após o desencarne do meu esposo. Mas, não me
importei que meus filhos não tinham tempo para me visitar, nem queria cuidar da
vida dos outros, achava entediante, preferia ficar com minhas lembranças e
minhas tarefas de casa, meus bordados, minha música. Eu tinha muitas coisas
para fazer no meu lar. Para mim, ficar em casa foi um refúgio, mesmo que eles
me chamassem de isolada, eu não liguei.
GUILHERMINA
12/09/20
--------------------------Paula
Alves-------------------
“EU DESPERDICEI TUDO QUERENDO A VIDA DOS OUTROS”
Eu esperei até que
ele estivesse pronto. Esperei tanto que não percebi a juventude se esvaindo por
meus dedos. Eu nem mesmo me dei conta de quantas oportunidades havia perdido,
oportunidades de emprego e, até mesmo, oportunidades de relacionamentos. Eu só
tinha olhos para ele.
Achei que estivesse
tão evidente minha vontade de casar e constituir família, não precisava ser
dito, mas ele disse que eu estava errada. Vi minhas amigas casando e, uma a
uma, todas às vezes, achei que eu seria a próxima.
É estranho como
tantas coisas estiveram aguardando a mudança do meu estado civil. Eu tinha
sonhos e fazia planos que nunca se concretizaram.
Aquele homem teve
os melhores anos da minha vida, ele ficou com minhas expectativas e me deixou
grandes frustrações.
Só percebi o quanto
era tola quando a minha última amiga solteira se casou e fui feita de chacota
diante de todos. Um amigo em comum perguntou se eu aceitava ficar para titia e
meu namorado disse que não poderia passar disso, todos riram e eu fiquei tão
desconcertada.
Quando pedi uma
explicação, ele disse que eu sabia que ele não queria se casar ou ter filhos,
isso era uma grande perda de tempo e, pelo tempo que estávamos juntos, eu sabia
disso e concordava com ele, senão já teria me mandado.
Eu fiquei furiosa,
eu nunca soube disso, senão talvez, teria procurado outra pessoa, mas ele disse
que não. Eu era como ele, será?
Naquele dia fui embora me
questionando onde havia errado naquele relacionamento e compreendi que
almejamos o relacionamento e imaginamos que aquela pessoa é o que desejamos que
ela seja, mas nem sempre ela é de verdade. Eu me deixei enganar porque sempre
soube quem ele era. Acho que eu fui muito covarde, achei que era mais fácil que
ele cedesse aos meus anseios, do que me esforçar para encontrar alguém que
fosse o que eu queria. Um esposo!
Eu fui embora e
nunca encontrei este alguém e me pergunto como é possível achar alguém neste
mundo louco.
Como é possível
amar alguém se as pessoas se impressionam tanto com as aparências e com os bens
materiais?
Como é possível
reconhecer alguém que se assemelha com você se as pessoas fingem o tempo todo?
Será que eu não
planejei nada com ninguém? Eu não tenho laços? Por quê?
Eu tentei receber
esclarecimento e me lembrei de quando meu instrutor disse que muitos de nós,
nunca vai se envolver com uma pessoa que pode desviá-la do seu caminho nobre,
caminho de trabalho árduo que pode encaminhar e instruir uma série de
indivíduos, mas eu não fiz nada de bom para ninguém. Eu me perdi do meu real
objetivo.
Fiquei tão
envolvida com romance. Queria que minha vida fosse parecida com a vida das
minhas amigas, mas nenhuma vida é igual.
Elas
precisavam ser esposas e mães, eu não, mas enquanto estive ligada a este
objetivo nem vi chances construtivas passarem, eu desperdicei tudo querendo a
vida dos outros.
Errei duplamente.
Eu não dialoguei com meu namorado, não deixei claro minhas reais intenções com
ele. Talvez, se as pessoas fossem sempre sinceras, poderiam ter envolvimentos
amorosos mais promissores. JENIFER
12/09/20
---------------------------Paula
Alves-------------------
“POR QUE AS PESSOAS TÊM NECESSIDADE DE SE AVENTURAR FORA DE CASA, QUANDO
TEM UMA FAMÍLIA TÃO LINDA?”
Com tanto homem no
mundo, eu fui me envolver com homem casado. Coisa de balada, ninguém sua
aliança. Eu estava só me divertindo e percebi quando ele estava flertando
comigo. Eu me deixei levar e senti por ele algo muito bom, eu queria ficar ao
seu lado. Ele também gostou de mim e tivemos momentos românticos, até que ele
disse que não poderia mais me ver e confessou o seu casamento. Eu fiquei louca!
De cara me senti
enganada, usada e não poderia permitir que ele fizesse aquilo comigo. Orgulho?
Pode ser, mas naquele momento, eu não teria maturidade para pensar nisso, eu
queria que ele ficasse comigo.
Eu nunca tinha me
envolvido com homem casado, sempre achei muito baixo, mas a vida me pregou uma
peça, eu estava apaixonada e o queria comigo.
Ele se foi, mas eu
era esperta e descobri tudo sobre ele, a casa, o serviço, a família, vi a
esposa e o filho pequeno. Eu o seguia e pude ver o ambiente doméstico e o
quanto eram carinhosos um com o outro. Tudo me irritava, fez nascer em mim um
sentimento de revolta e desejo de vingança.
Uma amiga me
aconselhou a deixá-lo em paz, a esposa era mulher direita, boa mãe e a criança
precisava dos pais para crescer bem, mas eu achava incorreto ele sair e se
envolver com outra mulher, que culpa tinha eu que nem sabia dela? Ele não quis
se envolver? Então, que assumisse as consequências.
Eu estava decidida
a contar para a esposa, fui à casa deles e ela abriu a porta da casa para mim
quando informei que era uma amiga da empresa.
A esposa foi tão
gentil, o menininho era bem educado, carinhoso. Senti naquela casa um ambiente
acolhedor e cheio de paz, eu me constrangi com a forma que conheci o marido dela.
Aquela mulher me fez lembrar da minha própria mãe e não quis que ela se ferisse
com minha atitude, mas me irritei deveras com aquele marido que não valorizava
a sua família.
Por que as pessoas
têm necessidade de se aventurar fora de casa, quando tem uma família tão linda?
Eu sabia que aquilo
só podia ser um deslize moral muito grande porque ela não merecia, porém só
quem sabe da vida de um casal é o próprio casal. Eu não falei nada a ela.
Esperei até que o marido chegasse, ele ficou desesperado com minha presença,
mas eu deixei claro que eles tinham sido feitos um para o outro e eu desejava
que ele valorizasse a mulher e o filhinho que tinha porque ele havia ganho um
presente dos céus. Falei também que fui tão bem tratada por aquela esposa que
faria de tudo para retribuir aquele acolhimento não permitindo que nada
comprometesse a harmonia daquele lar. Ele entendeu meus olhares. Eu me despedi
e fui embora.
Nunca me esqueci
daquela cena. Saí de lá me lembrando de diversas mulheres da minha vida que
sofreram com a traição dos maridos, tias, irmã e minha mãe. Eu fui a traidora
sem saber, eu fui a amante, mas valeu a lição.
Eu não desejo a
experiência para ninguém. Nós não podemos fazer aos outros o que não desejamos
para nós mesmos e os maridos deveriam pensar nisso. Se eles não pensam nisso,
então, que as mulheres criem vínculos de ética e respeito, nunca se envolvendo
com homens que estejam comprometidos.
ÉRICA
12/09/20
----------------------------------------------Paula
Alves--------------------------------
“MULHER QUE EDUCA HOMEM E MULHER COM DELICADEZA E SERIEDADE POSSIBILITA
UM MUNDO RENOVADO”
Eu saí arrastando
minha amiga. Não queria que ela ficasse exposta daquela forma, era muita humilhação.
Ele já havia rompido o envolvimento amoroso e ela o queria de volta, mas por
perturbação, chantagem emocional, loucura.
Foi até o emprego
do homem desejando comprometê-lo, mas virou chacota. Ela procurou de todas as
formas, fazer com que ele rompesse com a esposa, foi até os passeios da família
e fez várias abordagens ridículas onde deixou claro que a esposa foi traída e
que ela o aceitava por amor.
É claro que depois
de tantos dias de persuasão o esposo se cansou: ele a agrediu várias vezes.
Eu fiquei muito
preocupada, acreditei que tudo aquilo não acabaria bem e tentei convencer minha
amiga a mudar o rumo da sua vida. Existiam tantos outros, tantos homens
íntegros, inteligentes e que poderiam ser amorosos, fornecer um relacionamento
de paz e amor onde ela pudesse formar família, mas ela estava fascinada e não
desistiu.
Ele prometeu
encerrar o assunto e ela continuou infernizando a vida da família, até que um
dia, eu não a encontrei em parte alguma.
Eu sabia que o pior
poderia ter acontecido. Passou tanta coisa na minha mente. Por que ela se
dedicava tanto para ter aquele homem que não a queria? Por que ela não pensou
na família dele, nos filhos do casal e não o deixou de uma vez?
Será que o orgulho
é tão grande que leva as pessoas a agirem sendo piores a cada dia, passando por
cima dos seus princípios e de tudo o que acreditavam?
Eu pensei muito em
como as pessoas se deixam conduzir por suas paixões, por seus instintos sexuais
e passam por cima de bens criteriosos como a família.
Por fim, imaginei que
ela estaria para sempre sumida e que eu nunca mais veria minha amiga e foi isso
o que aconteceu.
Hoje eu sei o que
aconteceu, nunca mais pude dormir tranquila, mesmo após tantas décadas, nunca
me esqueci dela e quando cheguei aqui este assunto ainda me incomodava e recebi
o real esclarecimento. Ela sofreu um golpe fatal na cabeça que a levou para as
regiões inferiores devido o seu desejo de vingança. Hoje já está bem melhor,
recebendo o tratamento necessário, mas para que tudo isso?
Por que não existe
a valorização da mulher e da família começando por nossa parte?
Seria diferente se
fosse com alguém que você conhece? Uma irmã ou sua filha?
Por que as mulheres
não se conscientizam de que merecem respeito e que o respeito nasce dentro de
cada uma de nós, pela forma como nos comportamos e desejamos receber a palavra
e a ação respeitosa. Pela forma como agimos e como nos mostramos na sociedade.
Pela maneira como nos apoiamos e nos unimos em respeito mútuo.
Eu fiquei muito
revoltada por anos, sem saber como agir e para quem falar tudo o que eu sentia.
Aqui me foi dada a
oportunidade de falar e estou vendo que os números, apenas aumentam, por quê?
Nós não devíamos
permitir que isso aconteça. Tudo começa no lar. Mulheres amadas e respeitadas
pelas próprias mulheres que ensinam aos filhos, desde pequenos, o quanto a
mulher é importante na sociedade e merece ser valorizada.
Mulher que educa
homem e mulher com delicadeza e seriedade possibilita um mundo renovado.
VANESSA
12/09/20
-------------------------Paula Alves-----------------
“ACHO QUE, NO MUNDO, EXISTEM MUITOS SEM NOÇÃO COMO EU”
Eu sempre fui
valentona, durona, gostava de ter a última palavra, sempre a razão.
Nunca admiti que as
pessoas levantassem a voz para mim, por outro lado, eu fazia de tudo para
irritar as pessoas.
Se você me
perguntar por que eu fazia isso, nem sei dizer, mas a verdade, é que eu era a
do contra, nunca concordava com ninguém.
É claro que este meu
jeito de ser me causou muitos problemas, aprendi a brigar desde cedo. Estava
sempre envolvida em discussões e, por minha rebeldia, as pessoas tinham uma
estranha aversão a mim.
Tomei muitos
sopapos e, ainda assim, não me cansei de ser briguenta. Aproveitando esta
oportunidade de renovação, chego a pensar que a vida toda sempre colocou diante
de mim, pessoas que pudessem me fazer dobrar, saber me inclinar à verdade, me
transformar numa pessoa mais clean, mais mansa e pacífica, porém, eu fui dura
mesmo e inflexível.
Saia para toda
parte e arrumava tanta encrenca que foi fácil ter por perto os briguentos que
um dia acabaram comigo.
Tomei uma surra tão
seria que me acabou com o cérebro, eu fiquei em coma por vinte dias e depois
desencarnei, judiada e ofendida.
Incrível como, até
depois da morte, a gente continua sendo o que é, encrenqueira, folgada. Eu me
achei vítima e cheguei, aqui deste lado, querendo argumentar, cobrar
privilégios e tratamentos vips na região umbralina, pode?
Agora até que eu
acho cômico, mas foi terrível meu momento de sofrimento.
Eu estava tão
acostumada a comprar briga por tudo o que me acontecia. Ia num órgão público e
achava que não podia esperar, tinha que passar na frente dos outros, tinha que
ter tratamento especial, sem nenhum motivo, por ousadia mesmo.
Num restaurante
lotado, achava que tinha que receber minha refeição num instante, brigava com a
garçonete, armava barraco, super constrangedor. As pessoas tinham receio em
sair comigo para não passarem vergonha. Mas, eu achava que aquilo era meu jeito
de ser e as pessoas tinham que respeitar.
A verdade é que eu
acho que não recebi a educação que deveria. Não posso culpar meus pais que me
trataram com toda a decência, excesso de amor das melhores intenções, mas
cresci folgada e poderia ter tido a consciência de me comportar adequadamente
em sociedade, mas isso não aconteceu. Achei que poderia reivindicar os melhores
lugares, os melhores tratamentos por ser eu, melhor que todos os outros, por
quê?
Acho que, no mundo,
existem muitos sem noção como eu. Muitos que se acham tão especiais, portadores
de inteligências extraordinárias, orçamentos mirabolantes, reputações
escrupulosas, títulos de destaque que merecem honras e glórias.
No mundo material
existem tantos sem noção!
Pessoas que acham que são melhores
que as demais e são ridículas como eu fui uma ridícula. Hoje sinto vergonha.
Vergonha de tantos deslizes. Vergonha de incomodar meus familiares com questões
banais, mesquinhas e egoístas. Sinto vergonha de ter humilhado aqueles que estavam
trabalhando de forma digna, enquanto, eu estava querendo ostentar em público,
chamar a atenção, que vergonha!
Gritei, fiz barulho
e só apareci para causar constrangimento e revolta. Minha mãe chegou a falar se
eu não conseguia perceber que isso não se faz. Não se trata ninguém desta
maneira. Eu sinto muito.
Aprendi tarde
demais que o correto é ter sensatez, delicadeza e respeito por todos. Eu
deveria ter notado como as auxiliares de limpeza mereciam um bom dia, o
porteiro merecia muito obrigada e meus pais mereciam mais atenção. Tudo errado.
Eu não adquiri nenhuma virtude e deixei o tempo passar em vão. Quanta ladainha
e perda de tempo. Eu sinto muito.
VERÔNICA
05/09/20
-----------------------------Paula
Alves---------
“QUEM NÃO ESTÁ DISPOSTO A SENTIR O AMOR, NÃO PODE AMAR NINGUÉM”
Eu tive bons
exemplos, meus pais foram criaturas amorosas e educados com todos. Quando
partiram deixaram saudades em toda a vizinhança que sempre falava deles com
muito carinho.
Eu continuei
morando na mesma casa, meus irmãos se mudaram, casaram, foram viver longe dali
e eu fiquei.
Eu me achava jovem
demais para ter responsabilidades com esposa, filhos e fui vivendo uma vida de
curtição.
Passaram muitas
mulheres em minha vida, mulheres inteligentes e carinhosas que teriam se
tornado excelentes mães de família, mas eu não queria saber de me amarrar.
Acho que não
percebi o que era verdadeiramente importante na vida. Muitos de nós, considera
a própria vida super valorosa. Acredita que não deve ficar com este ou aquele
porque não quer desperdiçar seu tempo, sua mocidade, quer viver o que lhe
interessa sem dar satisfação, como se a outra pessoa fosse um estorvo.
É como se você
achasse que é muito para se limitar àquela pessoa, mas isso é um erro
detestável, é de uma arrogância incrível porque, na verdade, todos nós
precisamos de alguém.
Cada um de nós,
feito para viver em grupos, deveria se sentir honrado quando encontrasse alguém
que quisesse dividir o mesmo espaço com você. Deveria se sentir lisonjeado em
ter alguém que suportasse conviver com suas imperfeições e ainda dissesse um
“eu te amo”, de vez em quando.
Já pensou que
alegria, apesar de toda a sua implicância, encontrar uma pessoa que te espera
para o jantar e sente prazer em te abraçar?
Um alguém que chora
com as suas aflições e sorri com suas alegrias?
Faz de tudo para te
valorizar e se compadece com suas infelicidades?
E quando você
encontra uma pessoa destas pelo seu caminho, sei lá por que, você acha que pode
encontrar outra pessoa que seja ainda melhor, você diz que desta não gostou
tanto... Por quê?
Você é tão especial
assim, meu amigo que merece outra ainda melhor? Há-há-há. Nós somos crianças
mimadas...
Tem um brinquedo
que causa alegria, mas deseja sempre outro e outro, nunca se satisfaz, nunca
descobre a alegria em nada.
Eu passei por isso
e me arrependo muito porque no final, acabei sozinho. Escolher tanto e acabar
sozinho é burrice.
Aí você fala, mas
não amou ninguém. Por que não?
Por que não podemos
amar quem afirma que nos ama?
Por que você não
pode ver os predicados do outro?
Você não pode se entusiasmar com o outro? Descobri-lo, fascinar-se?
Tolice. Quem não
está disposto a sentir o amor, não pode amar ninguém. Por isso, são tantos
miseráveis sentimentais, tantos confusos, tantos perturbados neste mundo,
tantos solitários que dizem temer os sentimentos, temem ser feridos pelos
outros. Tolice! São muito valorosos. Dá trabalho se envolver, admitir que o
outro está coberto de razões e ter de mudar, dia após dia, para ter uma
convivência pacífica, não é para qualquer um. BOA SORTE PARA VOCÊS QUE DESEJAM UM MUNDO MELHOR.
VANDO
05/09/20
----------------------------Paula
Alves--------------------
“NA MINHA MALA A SABEDORIA DOS IDOSOS, SORRISOS DAS
CRIANÇAS, AMOR DOS MEUS PAIS E A CERTEZA DA ETERNIDADE QUE DEUS NOS CONCEDEU”
Notícias ruins: eu
estava morrendo.
Quem é que quer
saber o dia da própria morte? Pra quê?
Deus fez tudo certo
mesmo porque ninguém tem que saber o dia do fim. Até porque uma notícia destas
te leva a pensar nisso o tempo todo. Anseio de morte?
Eu não tinha vivido
muito bem até ali. Era jovem, leviano, não tinha me comprometido com nada que
fosse sério, produtivo, abnegado.
Me surpreendi com
uma sensação terrível de inutilidade, de desperdício, de vontade de deixar boas
lembranças em quem quer que fosse.
Eu queria ter
aproveitado a vida para ser alguém melhor. Acho que a gente é preconceituoso
porque acredita que só velho tem os dias contados. Então, vai vivendo sem
juízo, achando que tem tempo de sobra e quando tiver idade vai ser mais
responsável, vai fazer de tudo para deixar marcas como filhos ou bons
resultados na vida.
Na verdade, eu
nunca tinha pensado nisso, até então, eu não tinha motivos para ser tão sério.
Passou tão rápido!
De repente, eu estava para morrer e tinha muitas coisas que eu queria ter
feito, mas não daria tempo de fazer quase nada e me perguntei o por que da
vida, qual o objetivo de viver se é um sopro, um instante?
Imaginei que meus
pais e irmãos sofreriam muito, mas teriam que suportar e retomariam suas vidas
sem mim. O mundo não iria parar por minha ausência, só mais um. Lágrimas que
secariam depois de alguns minutos e tudo voltaria ao normal, apenas para
aqueles que me amaram muito.
Eu pensei que a
vida só vale para quem a perde, para mais ninguém. No momento da solidão, da
doença e da morte, você pensa em tudo o que fez, o que aproveitou, o que colheu
e eu não tinha nada. Eu não tinha bagagem para levar, eu não tinha aprendizado.
Mas, eu tinha algum
tempo e poderia utilizar de bom grado. Eu passei bons momentos com meus
familiares, desejei conhecê-los. Fiquei mais perto dos meus pais, eu os amei,
recebi tanto afeto, eu conheci a linda história de amor que os envolveu e soube
que a minha vinda beneficiou o envolvimento dos dois.
Vi lugares lindos,
senti o poder de Deus nas pequenas criações, eu ouvi falar de vida após a
morte, li muito, fui a locais de interação com a espiritualidade, eu chorei e
me emocionei com filmes e livros.
Eu visitei asilos e
doei sorrisos, ouvi histórias de vida e me imaginei no lugar deles, chegando em
idade avançada abandonado por filhos e familiares, era melhor morrer mesmo.
Fui à orfanatos,
levei brinquedos e roupas de frio, por que nunca tinha feito isso?
Por que nunca
formei família?
O abraço de uma
criança não tem preço. Eu gostei de ser amado. Eu gostei muito.
Foram instantes de
felicidade que me fizeram esquecer da vida que eu tinha. Da doença que eu
tinha, do meu problema. Por que a morte em si não era um problema, mas a
situação de vida daquelas pessoas tinha aflição e solidão.
Quando eu parei de
viver para mim, olhando apenas para minha vida, dando atenção para as sensações
que eu desejava, me esforçando para adquirir títulos ou bens materiais, aí eu
comecei a viver e fiz minha bagagem. Eu cumulei na minha mala a sabedoria dos
idosos, sorrisos das crianças, amor dos meus pais e a certeza da eternidade que
Deus nos concedeu.
Foi um lindo fim de
jornada. Meus familiares não sofreram com os dias que se seguiram, pois resolvi
não dizer a eles que estava condenado. Foi muito melhor.
Quando o dia
chegou, eu estava tranquilo, feliz, me sentia realizado porque estava
preenchido de coisas muito ricas, muito gratificantes. Eu nem imaginava que
teria uma vida tão maravilhosa. Os meus vinte e cinco anos podem ser pouco para
você, mas para mim foram suficientes para um bom aprendizado.
GUSTAVO
05/09/20
---------------------------------------Paula
Alves---------------------------------------
“EU COLHI A MINHA PAGA”
“A LEI É IMPLACÁVEL”
Eu judiava daquele
cachorro coitado! Não gosto nem de lembrar. Não consigo compreender o motivo
que levava a ser tão cruel com os animais.
Eu lembro de viver
numa fazenda e meu pai solicitar que cuidasse dos animais, eu detestava por
causa do cheiro das fezes. Era um trabalho exaustivo, mas eu era o filho mais
velho e precisava poupar minha mãe que estava sempre engravidando.
Eu queria esganar
aqueles animais. Hoje sinto vergonha, pois já compreendi o quanto eles são
importantes para nós. Hoje, já sei que eles são criação divina tanto quanto
nós, mas naquela época eu achava que eles estavam ali para nos beneficiar e eu
odiava minha vida. Eu queria sair daquele local, ir para a cidade grande onde a
vida deveria ser mais fácil e muito melhor.
De fato, quando
tive uma oportunidade sai dali. Não me importei em deixar minha família com tantas
crianças pequenas e os meus pais com dificuldades financeiras, eu queria fugir
dali e cuidar apenas de mim.
Fui embora sem
olhar para trás, só me arrependi quando cheguei aqui resgatado por minha mãe.
Fui para a cidade e
não perdia uma oportunidade de imolar um animal, chutava, cuspia, puxava o rabo
e dava veneno para os gatos da vizinhança. Veja que eu não tinha motivos
racionais, eu não tinha justificativa para me importar com eles ou para
castigá-los, se fosse coerente pensar assim.
Era por pura maldade.
Sei que era para me vingar da infância que achei ser ruim. Eu é que era ruim.
Descontava nos animais minha frustração, minha injúria. Eu queria me vingar dos
meus pais, mas a igreja ensinou que devia honrar pai e mãe, então, a eles não
podia fazer nada, mas ninguém me falou que os animais são nossos irmãos,
precisamos defendê-los e utilizar os recursos que vem deles com sabedoria e
respeito.
Eu colhi a minha
paga. Estava passando pela rua e atrai para junto de mim um cão enfurecido, ele
me atacou e foi aí que eu desencarnei.
Muitos que souberam
da minha destruição, ficaram profundamente revoltados com o cão, mas nós
sabemos que foi colheita. A lei é implacável. Eu criei meu próprio tropeço
porque infringi a lei. Eu fui cruel contra vários seres de Deus, por isso,
retornou para mim um ato terrível de um ser, porém ele não era racionalmente
cruel.
Simplesmente foi
atraído para mim por causa dos fluidos deletérios que eu exalava, pura maldade!
Eu cheguei no vale das almas
perdidas, nome de filme né? Mas, demorou para ter final feliz. Uma alma bem
perdida, correndo de cavalos com asas, tudo trevoso, cães horríveis que me
forçavam a permanecer nas tocas escondido, morrendo de medo. Eu me lembrei de
cada ocasião em que os ofendi, que chutei, cada dia em que fui cruel com as
vacas ou com as galinhas. Os gatos grunhiam na minha cabeça, denunciando aonde
eu estava, corria sem fim, sem ter paradeiro, até que eu senti uma presença.
O questionamento
surgiu dentro de mim:
“Se tudo o que fiz,
faria novamente”.
“Se eu achava que
eles não sentiam dor”.
“Se eu queria
sofrer o que fiz os animais sofrerem”.
Eu me vi como eles.
Eu me senti um animal, um animal que tem que se esconder, que sente fome e que
é humilhado.
Eu me arrependi
porque senti na pele e ouvi quando ela falou que “isso nunca mais deveria se
repetir”. Ela apareceu e eu me lembrei de quando fui embora, sem beijo, sem
abraço, sem adeus, eu fugi da vida que eles podiam me dar. Ingrato e cruel, eu
mereci o sofrimento, mas ela me amou e lutou por mim.
Cheguei aqui sem
conseguir levantar os olhos. Tão mal, tão vergonhoso.
Eu não posso voltar
a ser animal, não está de acordo com a evolução, mas se pudesse, seria correto
passar por um período onde sou um bicho para valorizar a vida do animal. Porém,
poderei trabalhar numa fazenda novamente, me envolver com o mundo animal para
mostrar o quanto estou arrependido e mostrar respeito, consideração.
Tentar adquirir
sentimentos nobres, a partir do trabalho com os cavalos.
Eu sou grato pelo tratamento em questão e pela
oportunidade que me foi dada.
JOSÉ AUGUSTO
05/09/20
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