“REESTRUTURAR A SOCIEDADE DEPENDE DA CONSCIENTIZAÇÃO COLETIVA E NÃO DO TIPO DE GOVERNO”
Numa sociedade organizada com valores morais e cristianizada, as pessoas se apoiam. Independente de suas crenças, todos se auxiliam e se preocupam em promover a paz e o bem-estar geral. Nesta sociedade, ninguém passará fome, frio ou qualquer tipo de privação porque seria inadmissível ver um irmão sofrendo, enquanto se festeja por qualquer motivo que for.
Enquanto o egoísmo fizer parte deste mundo, as
pessoas não terão como saber o que é sentir com privações ou sofrimentos morais
porque só o que importa é a felicidade individual.
Para que possamos transpor as barreiras da
maldade e da corrupção, todos nós devemos nos propor uma transformação sincera
onde o olhar para o outro é ponto fundamental.
Reestruturar a sociedade depende da
conscientização coletiva e não do tipo de governo. Depende muito mais do povo
que atrai seus governantes.
Tudo depende da ação de todos aqueles que se
dizem indignados.
Nada se constrói com revolta ou quebradeiras,
mas sim, com atos inovadores que podem ser realizados por pessoas comuns,
simples, pessoas prudentes que resolvem arregaçar as mangas e fazem a diferença
porque dão exemplo e acionam sentimentos que estavam adormecidos.
Sentimentos que despertam a fé, coragem,
perseverança e trabalho árduo.
À medida que o tempo passa e que as pessoas
percebem que tudo podia ser melhor porque o mundo é cheio de boas
possibilidades...
À medida que percebem o quanto a
espiritualidade deseja que avancem, leva inspiração e incentivo para que se
transformem...
Quando, apenas por um instante, conseguem
observar o outro com altruísmo e abnegação...
Tudo se modifica! Cada um é importante no meio
onde vive com esta consciência modificada para melhor. São como um grande
exército do bem, promissor, dedicado para que as pessoas possam ser auxiliadas
e se reajustem.
Cada ser auxiliado, sentindo na pele a
importância da assistência legítima, multiplica a doação do bem, do amor, da
luz através da gratidão.
O Pai permite o nosso avanço independente do
resultado final, desde que as pessoas tenham boas intenções porque tudo sempre
depende das nossas intenções.
Assim, os seres de luz virão ao seu encontro, podem
inspirar e encaminhar para que os melhores caminhos sejam traçados para este
povo que tem satisfação em viver, mas infelizmente, ainda não aprendeu como
viver na Terra que precisa ser fonte de luz e sabedoria.
Deus sabe o que é melhor para que cada povo
avance em estrutura, progresso, disciplina e fraternidade.
HIPÓLITO
30/10/22
--Paula Alves--
“ESPIA AÍ O QUE VOCÊ
ESTÁ FAZENDO DA SUA VIDA!”
Forjaram tudo e eu fiquei profundamente
indignada.
Depois de tanto trabalho me dedicando
completamente aos estudos que seriam pioneiros naquele setor, eles forjaram
tudo e minhas conclusões ficaram distorcidas.
Não é fácil perdoar pessoas que te puxam o
tapete. Não é fácil perdoar quando você parece perder tudo o que tinha, tudo o
que te trazia contentamento.
Eu demorei muito tempo para compreender o
quanto devemos olhar ao redor, o quanto é prudente se dedicar a outros setores
da vida.
Eu só me dediquei à carreira, esqueci que
podia ser feliz no ambiente familiar, me dedicando as pessoas que me amavam ou
realizando compromissos que podiam me agradar. Eu nem soube o que era tudo
isso.
Me fechei totalmente para estas experiências e
me encapsulei nos estudos e dedicação ao trabalho. Quando me trataram como um
zero à esquerda e ridicularizaram décadas de pesquisa, senti que queria morrer.
Entendo que precisamos nos conscientizar que a
vida é um complexo de setores. Setores que precisam ser trabalhados com atenção
e devem ser desenvolvidos à medida que evoluímos. Nós não devemos
supervalorizar nenhum, nem negligenciar nenhum.
Não me senti realizada. Eu me senti muito infeliz!
Tinha chance de ser uma mulher feliz como mãe
ou esposa. Uma mulher que desempenhasse auxílio e ficasse feliz com a
felicidade dos outros, mas eu bloqueie estes setores da minha vida. Por quê? Eu
podia ter me esforçado mais.
Acho que muita gente faz isso. É muito mais fácil.
Você diz que não tem tempo para tais coisas, como se o que você desenvolve
fosse muito mais importante, como se você fosse mais importante, uma arrogância
diante do que é realmente indispensável.
A maior parte de nós nem sabe medir o que é
mais importante porque normalmente nossa óptica se relaciona com benefícios
materiais.
Pensa bem! Por que é que desejamos tanto
ascender na profissão? Simplesmente porque assim, você ganha mais, se promove,
ganha títulos, enfim, você se torna alguém superior aos demais. Ninguém para e
raciocina que isso, muitas vezes, te afunda em moralidade e sensibilidade. É o
mundo do “eu, meu, para mim”. Só isso que estimula.
Daí, quando você adentra este local onde me
encontro, percebe que nada disso tinha tanto valor. É um tremendo equívoco, uma
ilusão e disso decorre tanta frustração como se você tivesse perdido seu tempo
precioso, como se a vida tivesse sido perdida.
Se eu estivesse de olhos bem abertos, teria
feito outras escolhas e teria me envolvido com pessoas que estavam pertinho e
eram todos os meus relacionamentos mal resolvidos de outros tempos que eu
precisava harmonizar e deixei de lado, todos eles.
Quanta bobagem! É muito frustrante! Espia aí o
que você está fazendo da sua vida!
MICAELA
30/10/22
----Paula Alves--
“O MELHOR É SE MOVER NO
MUNDO COM NOBRES SENTIMENTOS”
Socializei, mas não era daquele jeito que
tinha de ser.
A gente entende tudo errado. Mistura muita
coisa, fica confuso, agitado. Pensa em competição, fazer politicagem para se
dar bem, o mundo do “quem indica” parece ser tão vantajoso.
Eu sempre ouvi dizer que precisamos saber com
quem fazemos amizade porque os nossos contatos, nossos “amigos”, podem nos
beneficiar.
Eu fiz isso! Soube ouvir o que me disseram e
procurei estar próxima de quem podia me beneficiar em diversos momentos da
minha vida.
Fiz isso quando escolhi minha carreira, para
entrar na faculdade, para adentrar na empresa que eu queria, para escolher
alguém no matrimônio...
Eu sempre soube usar meus contatos e me
beneficie deles, até um dia. Nada dura para sempre e as máscaras caem num
momento ou outro. São castelos de areia estes da matéria, da ambição, que não
envolvem os sentimentos do coração. Eles são frágeis e isso é terrível porque
no momento em que mais se espera, tudo pode ser demolido e você fica sozinho,
sem nada.
Você pode dizer que eu usei aquelas pessoas,
mas eu digo que foi recíproco. Eles também me usaram, mas eu soube disso, eu
sentia, mas fui educada para ser conivente com este tipo de socialização.
Só que o tempo passou, eu envelheci, pessoas
mais jovens e mais ambiciosas do que eu, apareceram. Meu esposo se deixou
envolver e pediu a separação. Fui remanejada no trabalho e substituída por meus
“amigos”.
O fato é que eu devia ter me movido com amor.
Eu devia ter oferecido o meu melhor com sinceridade e dedicação.
Cheguei a conversar com a professora do meu filho
e ela disse, tentando me consolar, que os verdadeiros valores da alma nunca
fecham as portas. Existem pessoas muito batalhadoras que insistem no mundo.
Elas têm portas que se fecham diante delas o tempo todo, tem o mundo que
insiste em dizer que não são capazes e que deviam desistir, mas a vontade de
executar o trabalho, a vontade de formar família, a vontade de ajudar grupos,
isso é o que move, é o que direciona e faz insistir, perseverar, superar a
negativa de tantos que se dizem superiores.
Estas pessoas sabem abrir outras portas e se
deslocam no mundo com muita dificuldade, porém com tanto empenho que constroem
na rocha. Seu trabalho competente, sua família amada, sua assistência
fraternal. Estas pessoas recebem tantos nãos que se fortalecem e, em determinado
momento, parece que tudo sempre conspirou a favor, só podia ter dado certo, ou
seja, o melhor é se mover no mundo com nobres sentimentos.
Eu não sabia que podia ter conseguido por mim
mesma. Acho que, naquela época, eu não me sentia capaz. Procurei os atalhos e
não construí sobre a rocha, desabou!
Quando perdi tudo, todos eles me abandonaram
porque também precisavam de bons contatos e eu não era um. Valeu de experiência
para valorizar as pessoas pelo que são e não por tudo o que têm.
MANUELA
30/10/22
--Paula Alves—
“AS MULHERES AS
EDUCADORAS DOS LARES, ENTÃO, MINHAS IRMÃS ALGUÉM TEM RESPONSABILIDADE NISSO
TUDO”
Consenti que viessem morar em nossa casa
porque eu via a maneira como tratavam o pai. Eu não cresci com meu pai e aquele
afeto filial mexeu comigo.
Falei com meu esposo que a casa estaria de
portas abertas para os filhos dele. Eu ficaria satisfeita e trataria deles como
a própria mãe.
Eu não sei se as pessoas são de confiança.
Eu recebi aqueles jovens com todo o meu amor.
Desejei ser como mãe deles, mas fui mal tratada e ainda tramaram contra mim.
Por que será que aquelas caras de anjo nos
confundem tanto? Eu não podia imaginar que era um plano para me separar do pai
deles.
Incrível! Caí como pata choca. Conseguiram
forjar bilhetes, mentiram dizendo que eu tinha um flerte com um vizinho.
Colocaram o vizinho para me perseguir, enfim, meu marido só podia imaginar que
eu não era uma boa esposa. Até eu acreditaria.
O final é que nos separamos e ele acabou
voltando para a ex-esposa. Eu fiquei muito surpresa quando soube, mas depois de
alguns anos tive a oportunidade de me encontrar com eles, aparentemente por coincidência.
Então, foi engraçada a conversa que tivemos.
As pessoas sempre desejam se expressar com
sinceridade. Eu pude notar o contentamento quando me disseram que fizeram tudo
de caso pensado para nos separar. Literalmente, me disseram que nunca superaram
a separação dos pais e o seu envolvimento comigo. Claro que usaram alguns
termos bastante impróprios para me denominar, na época eu me ofendi bastante,
quis devolver os insultos, mas a verdade é que, após alguns anos, quando eu me
casei novamente e tive a oportunidade de formar uma bela família, pude
compreender o que passaram comigo.
Nós somos hipócritas! Pessoas fingidas que
dizem se importar com os outros, mas só se preocupam com suas próprias
posições.
Eu só consegui compreender quando me casei com
um homem livre, tive filhos e envelheci. Eu me sentiria muito mal se
descobrisse que meu esposo desejava outra mulher, mais jovem e bela. Alguém que
estivesse invadindo meu lar e tudo o que construímos, sentimentos, histórias de
vida, entre outras coisas.
Eu sofreria muito se ele se esquecesse de nós
e se envolvesse com ela. Se rompesse conosco para ficar com ela, a dor seria
inimaginável. Só quem passou, deve saber mensurar.
Então, eu me vi como a vilã e entendi a
situação daqueles jovens. Eu os admirei por defender a mãe e desejar o pai de
volta no lar. Eu admirei aquela esposa que soube perdoar o marido e recebê-lo
de novo em casa para reconstruir o seu lar, apesar de tudo o que eu causei na
vida deles.
Uma mulher nunca deveria olhar para um homem
compromissado. Isso deveria ser antiético, desrespeitoso, imoral. Não
simplesmente porque a esposa vai sofrer muitíssimo, mas porque a família
desfacela. Uma família desmorona e alguém foi responsável por isso.
Você pode dizer que o marido teve escolha, ele
desejou se envolver fora do casamento e desejou abandonar a família para viver
aquele romance. Mas, eu digo hoje, depois deste aprendizado, a mulher não
permitindo, muda toda a situação.
Se as mulheres se apoiassem mais, não teria
tanto crime contra as mulheres, tanto estupro, discriminação, falta de
oportunidade, traição, divórcio e calamidades contra as crianças.
É muito pior do que podemos imaginar porque
são as mulheres as educadoras dos lares, então, minhas irmãs alguém tem
responsabilidade nisso tudo.
Ética, responsabilidade, disciplina e amor, isso conduz à fraternidade universal e são as mulheres que ensinam estes valores aos pequeninos. Elas podem mudar a sociedade, mas precisam saber qual é o seu papel, trabalhar com atitude, conduzindo, amparando e educando, mesmo que, para isso, tenham que ser mais virtuosas, sérias e abnegadas. Por um mundo melhor! SABRINA 30/10/22
Senti que algo não estava bem. Eu precisava de
médico, mas naquela região...
Como eu poderia conviver com tanta dor e ter a
certeza de que a doença tomava conta de mim sem o pavor e a incerteza?
Notei o quanto minha vida era especial e
significativa. Eu amava viver, em tudo podia notar o esplendor: no dia, no sol
ou nas estrelas, eu amava meus filhos e meus amigos, eu queria viver mais,
porém, meu corpo demonstrava a fragilidade e a doença que me prostrava com a
debilidade orgânica eram evidentes.
Meu esposo chegou a cogitar uma viagem para
outra cidade. Ele teria que emprestar dinheiro para que eu pudesse me
consultar, mas eu não queria causar transtornos para meus familiares. Eu não
queria comprometer ainda mais nossos recursos financeiros. Eu falei com o
Senhor, até que ponto, eu estava negligenciando minha saúde e minhas
alternativas de sobrevida para não gastar dinheiro?
Eu refleti sobre a importância do dinheiro em
nossas vidas...
Existem pessoas que gastam mundos e fundos para
ter beleza, pela vaidade, fazem cirurgias e gastam com tudo o que é supérfluo
para sentir a sensação de que o tempo não atua em suas vidas, enquanto outras,
são avarentas e não gastam com o primordial, recusam gastar em prol da sua
saúde e bem-estar.
Em qual lado eu estava? Qual era eu, a avarenta
ou a vaidosa? Certamente, eu não era a vaidosa.
Eu precisava dispor dos recursos que tínhamos
para cuidar do meu corpo e viver o tempo fixado por Deus para pôr em prática
todas as provas que seriam importantes para minha evolução, então, aceitei ir
com meu esposo à cidade e foi tudo tão simples.
Encontramos um médico excelente que me examinou
e percebeu o motivo das minhas queixas. Ele me encaminhou para exames
específicos e cuidou de me tranquilizar porque eu podia obter a cura. Mas, eu
confesso que fiquei desesperada com o diagnóstico: Câncer de mama.
Naquela época, só de ouvir a palavra câncer,
dava para morrer de medo. Mas, eu enfrentei aquela doença e tive total apoio
dos meus familiares que cuidaram de mim com toda a delicadeza e atenção. Eu fiz
cirurgia de retirada do tumor e fiz quimioterapia.
Quando meus cabelos caíram, que horror! Quanta
tristeza! Parecia que nunca mais minha vida seria como antes. Foi uma luta não
esmorecer, ter ânimo quando eu parecia uma morta viva. Os cabelos são a
identidade da mulher, assim como as mamas. Eu já tinha retirado uma mama e
perdi todos os meus cabelos, me senti arruinada.
Se não fossem meus familiares! Olha que eu nem
era vaidosa!
Foi aí que percebi o quanto a doença é benéfica
para todos nós. Quando nos deparamos com doenças graves e sabemos avaliar sua
necessidade diante de nosso esclarecimento e depuração, só podemos nos elevar.
Eu olhava para a vida de forma diferente.
As pessoas reclamam de barriga cheia. Gente
cheia de saúde que se queixa sem parar. Pessoas lindas que correm risco de vida
para ficar na perfeição. Quantos com motivos de sobra para agradecer que só
caminham na vida sem fazer nada de bom para si ou para os demais?
Foi a minha escola. Eu superei o câncer e
tratei de aproveitar aquela chance que Deus me deu para recomeçar. Eu vivi
muitos anos depois disso e desejei ajudar outras mulheres a superarem o câncer
e a desmotivação por causa da doença.
Enxergar a doença como um ponto positivo para o
despertamento de consciência onde você renova a mente e os objetivos a partir
da observação do mundo e dos seres. Entrar em comunhão com o Criador
agradecendo as possibilidades de cura e disposição de ser ativo na sociedade.
Eu fui uma mulher muito mais ativa e consciente
depois da doença e pude ajudar muitas mulheres que se tornaram amigas queridas
e também modificaram o ambiente em que viviam depois da cura do câncer de mama.
Vocês conseguem!
GERUSA
22/10/22
---Paula Alves—
“EU SEMPRE FUI UMA
LAMENTADORA OFICIAL, RESMUNGAVA SILENCIOSAMENTE”
Eu não queria saber, aquela vida sempre foi
cruel, eu sofri demais.
Cresci com muitos irmãos numa vida pobre e
miserável onde ninguém ama ninguém, cada um vive por viver aguardando o dia que
termina.
Apanhei tanto, trabalhei até me machucar, casei
com um homem que me tratava como um pano de chão que me traiu e humilhou por
todos os lados. Não quis ter filhos, mas tive obrigada. Filhos que, confesso,
pari e coloquei no mundo sem ter amor para dar. Eu nunca os desejei, não quis
amamenta-los ou me dedicar a eles.
Há quem diga que minhas mamas foram
inutilizadas por mim. Cheguei a pensar que fosse castigo, mas Deus não castiga
ninguém, diz que é o próprio homem que aciona a Lei com o mal praticado nesta
vida ou em outra, para si ou para outra pessoa, então, devo ter feito o mal
para ter sofrido tanto.
Eu não sei o delito que cometi, mas eu pedia a
Deus para findar com minha vida, que ele me tirasse o último fôlego porque não
tinha razão para felicidade, era só luta e dor. Eu sempre fui uma lamentadora
oficial, resmungava silenciosamente, um fel que ardia dentro do peito e
bloqueava os canais que irrigavam minhas mamas porque eu não nutria nada de bom
por ninguém, nem por mim mesma.
As pessoas têm que ter pensamentos saudáveis.
Pensamentos de paz e gratidão por Deus e pela vida. Pensamentos elevados que
nos motivam a prosseguir, mas eu não tinha acesso a esta visão de mundo.
Deve ser mais fácil quando recebemos
orientação. Tudo parte da reflexão e do questionamento interior, mas quando
você não tem outros pontos de vista, é impossível. Não tem motivos para
reverter o pensamento destrutivo.
O fato é que eu pedia para morrer. Quando a
doença chegou, para uma mulher que nunca teve motivos para fazer exames
preventivos, não tinha solução.
A médica viu a situação da minha mama. Eu
chorei de dor e fiquei horrorizada com a aparência dela. Ela ainda brigou
comigo dizendo que a imprudência com a saúde é um absurdo, mas quem disse que
eu sabia que podia chegar naquele ponto.
Ela falou que a gente só corre no médico quando
o desespero toma conta. Acho que é bem verdade porque depois que eu vi meu
corpo deformando, aquela dor insuportável, daí eu corri solicitando tratamento
e ela falou que não tinha mais o que fazer porque tinha tomado conta de tudo.
Foi bem estranho, saber que eu estava com os
dias contados e sentir que eu não queria morrer, eu não queria me entregar. Foi
a autopreservação falando mais alto. Deus é muito perfeito mesmo, se não fosse
isso, quantos não entregariam os pontos já na infância?
Foi um grande aprendizado! Tem gente que pode
dizer: “Aprendeu o quê, se morreu?”
Eu não morri, apenas não aproveitei a
existência em questão, lamentável! Podia ter sido tão diferente! Mas, aprendi
para as outras vidas. Aprendi que ninguém quer morrer, de fato. Nós precisamos
ter consciência da responsabilidade com a saúde do corpo.
Muito se fala acerca da saúde mental, do
enobrecimento espiritual, mas a saúde do corpo permite o desenvolvimento
enquanto estamos encarnados, permite aproveitar integralmente o que o Senhor
nos entregar. Eu me arrependi por ser tão negligente com minha saúde.
Cuidem-se!
MARGÔ
22/11/22
---Paula Alves---
“NÓS NUNCA SABEMOS DE
ONDE VIRÁ O AUXÍLIO QUE SOLICITAMOS A DEUS”
Ele levou aquela mulher para dentro da nossa
casa. Não sei como pude suportar tanta afronta e falta de respeito.
Foi um tempo onde os homens tratavam as mulheres
como servas e propriedades. Ele tinha o controle da casa e das posses. Ser
devolvida para a família era motivo de escândalo, melhor suportar os ditames do
marido, mesmo que ele fosse um agressor ou leviano.
Eu soube daquela amante pouco depois que me
casei. Eu fui prometida e não conhecia o homem com quem tinha que casar, mas eu
o aceitei, não tinha escolha.
Só que depois do casamento, Martim falou que
era apaixonado por outra mulher e que seu pai jamais permitiu que ele casasse
com ela, mas ele não conseguiria se distanciar tamanho amor que nutria em seu
coração.
Fiquei indignada, mas ele disse que estava
sendo sincero. Nada me faltaria, porém ela também não ficaria sem a assistência
necessária e eu tinha que entender a posição dele. Tudo com muita sinceridade e
paciência.
Eu chorei, compreendi minha situação na vida
dele e desejei sumir, mas preferi viver aquela vida estranha. Anos se passaram,
nunca mais me interessei pelo assunto, até que um dia, ele me aparece com ela e
um bebê.
Falou que ela havia perdido os pais e ele não
podia deixar o filho pequeno em outro local, distante dele. Aquele homem queria
que vivêssemos todos juntos, como família.
Me rebelei, gritei e esbravejei. Ela também
gritou e ele muito calmo, disse que nós duas tínhamos nosso lugar, ele
dividiria a casa.
Nossa vida foi um estranho horror com aquele
homem fazendo filhos e usando as esposas. Eu não o amei, mas reparei que minha
rival o amava com o mais puro sentimento e fazia tudo pela concórdia no lar. Eu
a detestava, mas tive uma bela lição.
Grávida do meu terceiro filho, meu marido
estava em viagem, a criança antecipou o nascimento, chovia muito e eu notei que
estava em trabalho de parto, com dificuldades. Não tinha como chamar ninguém,
recorri a ela que rapidamente acionou seu filho mais velho para chamar a
parteira, mas o menino demorou tanto para retornar que Maristela precisou me
socorrer.
Aquela mulher que tratei como rival, cuidou de mim como uma irmã ou como mãe, não sei. Cheia de delicadezas e cuidados. Fiz de tudo para me tranquilizar e soube ser serva de Deus para facilitar o nascimento do meu filho. Quando a parteira chegou, ouviu o choro da criança e não compreendeu quem era aquela que me auxiliara, até pensou que fosse minha irmã.
Depois daquilo passei a chama-la de Irmã porque ela precisava estar ali para nos salvar naquela noite chuvosa.
Nós nunca sabemos de onde virá o auxílio que solicitamos a Deus. Eu queria uma vida normal, uma família normal, mas minha vida foi diferente e, mesmo assim, pude ter felicidade. Tratar daquela mulher que parecia uma intrusa no lar como uma irmã não foi fácil, mas eu precisei passar por tudo aquilo para lembrar que eu tomei o lugar que era dela por direito do coração porque ela havia sido escolhida por meu esposo.
Quando pensamos em nós e nos nossos direitos, não conseguimos compreender as necessidades dos outros. Ficamos escandalizados com a maneira como as pessoas resolvem suas vidas, mas não permitimos que tenham outras soluções porque somos orgulhosos e mesquinhos. Aquela foi a nossa família, nossa vida que foi apontada por muita gente, mas foi o jeito que tínhamos para viver. Fazer da sua vida apoio e alicerce para outras pessoas, observar que tantos sofrem diante de nós, pode nos ajudar a libertar das amarras do egoísmo.
VITÓRIA
22/10/22
--Paula Alves--
“POR QUE SERÁ QUE A
GENTE COSTUMA REPRODUZIR OS ERROS DOS PAIS?”
Saia com aquele pacote de balas desejando estar
na escola. Como
devia ser boa a vida daqueles meninos que acordavam cedo e se dirigiam à
escola. Ter mãe para preparar um café da manhã e marchar rumo a escola devia
ser muito bom, mas eu me encaminhava ao sinal de trânsito. Eu oferecia balas no
farol para poder comprar alguma coisa para comermos, mas no final do dia a mãe
estava até tremendo de vontade de tomar um gole. Como podia ter uma vida digna
com aquela mulher se embriagando todos os dias?
Eu tinha pena de todos nós, principalmente dos
menores que passam fome e frio. Eu ainda pedia por aí e tinha sorte quando
alguém me olhava com um pouco de indulgência e dava uma bolacha ou uma fruta.
Nossa! Eu adorava comer fruta...
Sei que a vida foi bem amargurada.
A mãe até suspirava quando pegava o dinheiro
porque sabia que ia sentir o gosto da cachaça. É, por isso, que eu não tiro a
razão de quem não gosta de entregar dinheiro. A gente nunca sabe o que a pessoa
vai fazer, se vai usar no vício ou será para matar a fome da família. Mas, a
culpa era toda da nossa mãe porque a pessoa que faz a caridade sente no coração
que deve ajudar e entrega a ajuda para o sustento. Ainda mais com a mãe
carregando criança pequena no colo.
Acho que a imagem da indigência e mendicância
na sociedade deve ser dolorida para todos. Mas, eu só queria sair daquele
cenário. Sair do frio, da chuva e ir para a escola. Eu queria me alimentar bem
e ter paz dentro de casa.
Me perguntei tantas vezes por que a mãe sempre
arrumava filho sem pai, mas eu não posso mais me entregar a culpar minha mãe.
Sei muito bem que todas as vidas trazem
oportunidade valiosa de enobrecimento. Tudo é tão perfeito para o reajuste e
pagamento de dívidas anteriores que a gente não podia reclamar de jeito nenhum,
mas a pessoa gosta de se fazer de vítima.
Depois de tudo o que eu aprendi como criança
carente, pedinte de farol, ainda me tornei bêbado na fase adulta. Eu fui errado
de todos os lados.
Por que será que a gente costuma reproduzir os
erros dos pais? Não devia ser assim...
A gente devia repreender em nome de Jesus e não
perpetuar o crime, a covardia moral, a indigência. Se as pessoas se esforçam,
conseguem progredir.
Acho mesmo que, todas as vezes que você se
esforça para dar o primeiro passo, a vida conspira a favor e você encontra
ajuda de todos os lados. É o Pai te conduzindo, sempre.
Mas, enquanto estava encarnado, eu não
conseguia compreender nada disso e só fiz burrada. Criança gosta de disciplina,
atenção e comprometimento.
Toda criança tinha que ter direito ao estudo e
proteção. Proteger dos próprios pais que não assumem a responsabilidade diante
dos filhos.
A missão que envolve a família é das
prioritárias. Se alguém não assume o compromisso com a sua família, deverá
ressarcir com a Lei.
Tive muita sorte, tudo foi analisado, eu fui
resgatado e esclarecido. Como um fruto que não recebeu a devida atenção, fui
acolhido e posso retornar para colocar em prática o plano em que falhei.
Tenho muita fé que, desta vez, ela me conduza
no caminho do bem e da seriedade.
NELSON
09 /10 /2022
---Paula
Alves—
“OS MAIORES BLOQUEIOS
DO SER HUMANOS ESTÃO RELACIONADOS COM SUAS ORIGENS”
Eu tive que fugir daquela casa porque minha mãe
preferiu ficar do lado dele.
Eu jamais duvidaria da palavra de uma filha. Eu
estava tão desesperada.
Percebi que minha mãe não me defenderia.
Meu pai, era o meu próprio pai. Ele ficava em
casa o dia todo, enquanto ela se matava de tanto trabalhar. Eu cuidava da casa
e ele bebia, depois ficava me assediando. Teve gente que falou que era porque
ele estava bêbado e confundia a situação, mas não é nada disso, ele ia me
prejudicar e eu não paguei para ver.
Arrumei minhas coisas e parti. Eu era tão jovem
e queria tanto ter uma família normal, com pai que trabalhasse o dia todo e
tivesse amor pelos laços de família para nos proteger. Mas, ele era o agressor
no lar, o perigo morava dentro da minha casa, por isso, fui embora.
Eu saí com a roupa do corpo, dinheiro de uma
passagem, sem conhecer ninguém, morrendo de medo.
Ainda bem que, naquela época, foi fácil arrumar
emprego numa casa de família onde eu era respeitada. Tive que mentir, disse que
era órfã e não queria ir para o orfanato, eles me acolheram e nunca mais
encontrei meus pais.
Sempre tive um sentimento de mentira me
rondando, medo que meus pais conseguissem me encontrar, mas no fundo, acho que
eles se sentiram aliviados quando eu fui embora.
Tem pais que não amam seus filhos porque tratam
como coisas, como algo que se pode descartar. Isso é muito triste. Ninguém
merece ser rejeitado na sua família.
Ouvi dizer que os maiores bloqueios do ser
humanos estão relacionados com suas origens, com os pais. No início, achei
tolice, mas pensando bem, faz bastante sentido.
Eu envelheci, fui trabalhar na fábrica, morei
em pensionatos. Progredi, consegui comprar minha casinha, mas sempre fui só. Eu
não quis constituir família.
Foi uma frustração muito grande ter agressor no
lar e não poder contar com a proteção da minha mãe. Eu cresci achando que não
podia contar com ninguém.
Compreendo que pais e mães são pessoas normais
e, neste mundo, todos nós estamos cheios de mazelas, sendo assim, é normal
receber por genitores pessoas que não conseguem te conduzir no mundo, doentes e
criminosos, esperar o quê?
Mas, a gente sempre espera, ainda mais quando
se é criança...
ALDA
09 /10 /2022
---Paula
Alves--
“SE OS PAIS FIZESSEM
UMA REFLEXÃO SINCERA DO QUE DESEJAM PARA SI, JAMAIS NEGARIAM À CRIANÇA AFETO E
PROTEÇÃO”
Ela tinha ciúmes do pai com a gente. A mãe nem
queria ter mais filhos. Eu soube que ela tomava chás quando sentia enjoo.
Não deixava o pai brincar muito com a gente,
falava que cada um tinha uma invencionice na hora que o pai estava cansado do
serviço.
Fomos crescendo e foi piorando. Ela nem parecia
mãe, era mais para madrasta. Aquela pessoa que não deixava a gente argumentar
no lar. Repressão total. Eu não podia aguentar aquela situação. Fazia o prato
da gente e não deixava comer a mistura porque só podia comer quem colocava
comida na casa ou trabalhava para manter a família em ordem.
Ela ficava de olho na despensa e não permitia
que sumisse uma bolacha. Ela era avarenta porque o pai nunca deixou faltar
nada.
Depois de alguns anos, preferi me mudar. Meu
pai sempre foi um amigo, alguém que gostava da casa cheia, adorava crianças e
nos dava segurança para conversar sobre qualquer assunto.
Eu sempre achei isso muito estranho porque
normal é receber afeto da mãe, mas ela era fria, seca.
Parti para o meu canto, uma casinha simples
onde eu pudesse ter minha rotina longe dos olhos dela, mas eu estava sempre lá
socializando com o pai que era um homem muito exemplar.
Acredito realmente que as animosidades que
estabelecemos no passado não permitem que pais ou mães nos amem profundamente
como deveria ser. No fundo do coração é aquela mágoa sem razão que cisma em
aparecer a qualquer hora estragando tudo.
Eu nem gostava de ficar perto dela, sim porque
a gente sente toda a repulsa que as pessoas emanam para nós.
Se os pais fizessem uma reflexão sincera do que
desejam para si, jamais negariam à criança afeto e proteção. Isso faz muita
falta comprometendo seu desenvolvimento e socialização.
Eu vivi me perguntando por que ela nunca se
preocupou conosco e ficou tão aliviada quando partimos. Depois que meu pai
desencarnou, eu não quis estar com ela. Não pude ser um filho presente e
amoroso porque era como se eu não a conhecesse. Em parte, eu me arrependo.
Será que ela me trataria diferente se eu
tivesse insistido?
GIBALTAR
09/ 10/ 2022
----Paula
Alves---
“FAMÍLIA É ESCOLA DAS
MAIS ENOBRECEDORAS”
Se eu analisar a pessoa que fui na existência
anterior e a pessoa que me tornei... Nossa! São como pessoas completamente
diferentes, duas pessoas, mas são apenas, eu.
Duas vidas, duas oportunidades. Eu ainda estava
cheio de mazelas e vícios quando reencarnei na família deles.
Pessoas tão educadas, cheios de princípios
moralizadores, eles se amavam.
Meus pais já tinham três filhos quando me
conceberam. Eles me trataram como todos os outros. Não dava para distinguir se
tinham predileções porque eram muito delicados e procuravam ser imparciais.
Meus irmãos foram pessoas cordiais e
estudiosas, calmos e trabalhadores, nunca iniciaram uma briga, nunca desrespeitaram
nossos pais. Parecia que todos já se conheciam de outros tempos e se
completavam, se compreendiam, mas eu...
Nem parecia que eu fazia parte daquela família.
Eu era um peixe fora d’água, pássaro fora do ninho. Eu era leviano, arruaceiro,
delinquente.
Acredito que fui a ovelha negra, a vergonha da
família e me perguntava por que eu estava ali porque no fundo, eles não
mereciam um filho como eu para envergonhá-los.
Eu presenciei cenas de amor, união, lealdade e
humildade naquele lar. Eles estavam sempre prontos a me ajudar e eu ouvia, via
e sentia as manifestações de fraternidade e amor.
Hoje tive acesso as lembranças de outrora e me espantei. Sou um homem melhorado, diferente da vida anterior graças aqueles genitores e irmãos que me ensinaram tanto. Família é escola das mais enobrecedoras. Nada se compara ao amor que salva dentro de casa. ROGÉRIO
09 /10 /2022
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