Cartas de Abril (16)


“QUANDO ESTAMOS DE BEM COM A VIDA, TUDO AO NOSSO REDOR RELUZ, INCLUSIVE NÓS MESMOS”

 

 

Acho que me acostumei a sempre ver o lado negativo de tudo. Eu estava sendo tão chata e simplesmente nem percebi o motivo de ver as pessoas se afastando de mim.

Se eu estivesse no lugar delas, também me afastaria.

Claro que eu tenho meus motivos para dizer que a vida foi muito dura comigo: miséria, doença, sofrimentos de todos os tipos me castigaram a alma e me tornaram amarga, rancorosa e fria.

Com o passar dos anos, eu só tinha motivos para me queixar e enxergar o pior em todas as pessoas. Eu sempre estive à espera de alguém para me passar a perna, enganar e isso fez com que eu as visse como mercenárias, impostoras e perversas.

 Eu levei anos para concluir que o mal está em nós, mas não em todos nós. Existem pessoas boníssimas em toda parte. Todas às vezes que eu me protegi das pessoas, evitei que algo de bom chegasse até mim. Eu impedi que as pessoas fossem cordiais, atenciosas e amistosas comigo porque eu as combati.

Muito antes que o mal pudesse acontecer, eu afastei qualquer oportunidade de nutrir um sentimento sincero por qualquer pessoa.

Até que um dia necessitei de hospitalização, mais uma. Eu já estava cansada das minhas internações e sabia como seria tratada pela equipe da saúde de forma imparcial, com distanciamento porque eles são treinados para não ter apego pelo paciente, mas me surpreendi.

Naquele dia, encontrei no andar em que eu estava uma enfermeira feliz em executar o seu trabalho e aquilo me irritou demais. Eu achei que ela estava sendo falsa, achei que ela estava fingindo uma felicidade que não podia existir naquele lugar de gente doente. Ela me irritou tanto com aquela meiguice toda, cantarolando, ajeitando os pacientes, tratava todos com delicadeza e respeito, eu não aguentei.

Quando ela chegou até mim questionando se tudo estava a contento, eu reclamei de verdade, esbravejei e disse que não poderia estar bem para ninguém ali, nem para ela, afinal, aquilo era um hospital, lugar de doente, doença e sofrimento. Como poderia estar a contento?

 

Ela ficou séria e perguntou: “Por que sempre tem alguém que deseja tirar a paz dos outros?”

 

Eu não esperava ouvir aquilo. Aproveitei que ela retrucou e falei tudo o que eu queria, eu mal respirava e quando me preparei para falar mais um monte de coisas, ela virou as costas e saiu assobiando. Eu me inervei e falei que ela não tinha o direito de me dar as costas.

Ela falou: “A senhora não quer ouvir nada, só quer arrumar alguém para ouvir seus gritos e eu estou num bom dia. Não vou me afetar.”

Eu pensei e não entendi o que ela quis dizer. Passaram os anos, minha doença piorou, eu desencarnei e depois de muito peregrinar na lamentação, consegui ser socorrida. Para meu espanto, quem era a socorrista?

Aquela enfermeira.

Ela me estendeu a mão e disse: “Quem bom que você não reclama mais. Assim podemos sair daqui.”

Eu me lamentava tanto e deixava de reconhecer as coisas que aconteciam ao meu redor. Eu aprendi muito com a enfermeira que me trouxe para cá e me senti envergonhada.

Realmente quando nos acostumamos com as queixas, nos tornamos insuportáveis para todos, até para nós mesmos. Vivemos na angústia e aflição. Eu me sentia mal e não permitia que as pessoas ficassem bem ao meu redor, parecia injusta a felicidade deles perto do meu calvário, mas compreendi que minha doença estava em sintonia com meus pensamentos.

Quando estamos de bem com a vida, tudo ao nosso redor reluz, inclusive nós mesmos.

GILDETE

24/04/2021

 

 --------------------------Paula Alves--------------------

 

“EXISTEM MUITOS TRABALHOS ÁRDUOS QUE SÃO EXECUTADOS POR ANÔNIMOS HERÓIS”

 

Eu encontrava mais nãos do que sim. Foi difícil conseguir seguir em frente. As pessoas que te desanimam não conseguem compreender o que a gente tem que viver, simplesmente acontece.

Eu entendi que meus familiares temiam por minha segurança. Entendo que meus amigos achavam que eu não era bom o suficiente, mas eu sentia dentro de mim que precisava trilhar aquele caminho e não quis desistir.

Tem muita gente que recebe um não e se omite. Tem gente que numa dificuldade, esmorece. Eu podia ter deixado minha intuição de lado e seguir pelo trajeto mais simples, mas eu precisava alcançar o meu objetivo.

Eu acho que teria sido mais tranquilo e menos angustiante se as pessoas tivessem me apoiado. Por muitas vezes, eu me senti sozinho e desamparado. Parecia que, se alguma coisa desse errado, eu seria ridicularizado e apontado, mas eu precisava domar o meu orgulho para fazer o que era necessário.

 Todos nós temos um plano. Muitos traçam um plano perigoso, quase impossível, mas se têm ânimo e coragem, conquistam o plano almejado. Eu nem sabia de nada disso, só que eu tinha uma sensação que me dizia para seguir em frente e segui.

Eu me alistei quando todos disseram que eu não precisava fazer isso, era desgastante e perigoso. Eu quis servir, eu quis vestir a farda e honrar minha pátria.

 Eu servi por anos e elevei minha patente com muito esforço, depois de muitas dificuldades enfrentadas e muito sofrer.

Eu sentia que era necessário e fiz jus às minhas crenças, apesar de tudo. Hoje eu compreendo que foi minha missão. Eu me lembro de tantos aliados, homens corajosos que desempenharam bem o seu trabalho e morreram em nome da pátria. Homens bons que serviram a nação e beneficiaram o povo. Os nomes deles não serão lembrados, mas para mim, foram verdadeiros heróis.

Existem muitos trabalhos árduos que são executados por anônimos heróis que precisam fazer algo de útil por um povo que sofre injustiças políticas e sociais. A gente só percebe o quanto valeu a pena quando chega aqui, jubiloso.

Quando você tiver que desmotivar alguém, um jovem qualquer que, cheio de esperança, lhe contar seus humildes objetivos, pense que você, desmotivando este jovem, pode ser quem está desviando um missionário do seu caminho.

Já pensou que horror, você se comprometer porque desviou alguém do seu objetivo, do seu dever?

As pessoas devem discernir antes de proferir qualquer palavra. Por mais ingênua que seja uma pessoa, ela ouve e fica com aquilo guardado no seu íntimo. Você pode beneficiar ou anular alguém com as palavras que profere. Pense bem!

ANTÔNIO MATOS

24/04/2021

 

-------------------------Paula Alves-----------------

 

“EU NÃO GOSTARIA DE TER SIDO TRATADO POR UM PAI DA FORMA COMO TRATEI MEU FILHO”

 

Ele era bom soletrando, mas não conseguia ler e eu ficava me perguntando por que eu merecia ter um filho tão retardado.

Eu me enganei por muito tempo e disfarcei tudo o que eu sentia, mas aqui não. Não adianta tentar esconder. A verdade é que os filhos têm que ser o orgulho dos pais, ninguém admite menos.

Eu sempre fui muito pretencioso e altivo, sempre fui notado como “o inteligente”, chegava a ser genial no meio das pessoas em que vivia. Eu me casei e acreditei que teria uma família invejada, mas eu me envergonhei dele a vida inteira.

Tentava deixá-lo em casa e quando era jovem eu conseguia porque contratava babás, tentei disfarçar para que minha esposa não percebesse, depois comecei a culpá-la porque aquele defeito só podia ser genético, da família dela, claro porque do meu lado não tinha ninguém lento, ninguém retardado.

Os anos se passaram e as pessoas solicitavam a presença dele, perguntavam por meu filho e eu não podia mais esconder o garoto. Que deprimente!

Ele ficava parado num canto, olhava quieto e nem sequer respondia a tudo o que diziam a ele. Eu me constrangia, me irritava. Eu não queria mais aquela família e decidi ir embora.

Eu me separei dela e daquele filho que em nada se parecia comigo.

- É fácil para um pai abandonar a família, mas a mãe não pode fingir que pariu – disse minha esposa.

Ela chorou, falou que eu não tinha honra e não me lembrava do que havia jurado a ela.

Realmente eu os descartei. Nunca vou conseguir me redimir do que fiz, o arrependimento tomou conta da minha consciência.

Será que, se eles tivessem sido como eu almejava, eu teria sido feliz com eles ou mesmo assim teria me cansado porque ninguém é bom o suficiente para mim? Ouvi minha mãe dizer isso, profundamente contrariada por minhas decisões.

 Eu não gostaria de ter sido tratado por um pai da forma como tratei meu filho. Eu nunca quis saber dele.

Dei a pensão que não dava nem mesmo para pagar o aluguel e uma alimentação decente. Como uma pessoa pode criar alguém com dinheiro de pensão?

Eu nunca parei para pensar nisso, mas deste lado, a consciência é tão clara, tão justa, cobra tudo, nada fica ileso ou oculto, tudo vem à tona e você vira réu de si mesmo e a culpa meu amigo, fere, corrói.

Eu não posso voltar no tempo e ressarcir o que fiz. Eu não tenho como apagar minhas tolices e é, por isso, que sofro de remorso.

Já pedi para me privarem da intelectualidade para sentir na pele o que fiz meu filho sofrer e fui atendido. Para o meu espanto, um dia destes recebi uma visita, era o meu filho dizendo que os instrutores pediram que ele fosse meu pai. Eu sei que ele será muito bom comigo, tenho certeza, pois ele fala com bondade. É muito melhor do que eu. Serei bem assistido por misericórdia divina.

LUCIANO

24/04/2021

 

-------------------------Paula Alves----------------------

 

“NINGUÉM AMA LIVREMENTE UMA PESSOA QUE JÁ ESTÁ COMPROMETIDA”

 

Muitas riram de mim, me chamaram de tola, ridícula. Uma mulher sem ambição. Claro que eu quis muito mais. Eu também sonhei com vestido de noiva, anel, lua de mel, crianças, barrigão. Eu queria festinha com balões e comemoração no dia das mães.

Eu desejei ser esposa, honrada, fiel. Desejei ser submissa, acolhedora, delicada e abençoada, mas eu não tive nada disso e fui apontada, insultada, criticada.

Claro que as mulheres dizem todas as coisas. Parece até que gostam de amaldiçoar, maldizer, comentar.

Mas, eu o amei de todo o meu coração desde a primeira vez que o vi. Eu não pude controlar a emoção todas as vezes que o vi entrar, deixando tudo lá fora, deixando a esposa e os filhos, deixando a vizinhança falar o que quisesse.

 Quando ele chegava e me abraçava era como se o tempo parasse e eu não tinha como mandá-lo embora. Por quê? Mas, eu não tinha compromisso com ninguém, eu não devia nada.

Pensei tantas vezes que era errado e ela não merecia dividir o marido comigo. Era injusto tê-lo ao meu lado, com seus filhos esperando sua chegada impacientes em sua casa, mas eu facilitava tudo.

Penso que ele vinha se acalmar em meus braços. Eu o escutava, dava opinião, eu dava conselhos e ele partia mais tranquilo, encorajado, otimista. Partia para a família dela. A casa dele não era ali, comigo, era a casa dela.

As pessoas falavam tanto de mim, me criticaram tanto. Sei que a esposa dele nunca soube de nada. Ela não tinha rivais ou adversárias, mas ela era minha rival.

 O que os olhos não veem o coração não sente mesmo. A esposa não sabia da amante, então vivia uma vida perfeitinha. Ele chegava em casa calmo, paciente, atencioso com seus familiares porque todos os problemas ficavam em minha casa.

Eu pensei que estava sendo usada, mas não consegui me desvencilhar dele. A gente acha que não pode viver sem a pessoa amada. Acha que é injusto permanecer sem aquele amor, mas Deus sabe de tudo. Não se morre de amor.

Um belo dia, ele teve um acidente horrível e desencarnou de forma instantânea. Dizem que, praticamente não sofreu, apenas no mundo espiritual quando presenciou tudo o que desenrolamos em seguida. Eu tive que aprender a viver sem ele.

Eu achei injusto não ter participação no seu velório e fui me despedir dele. Claro que todos estranharam minha presença e a viúva desejou saber quem eu era. Alguns dos seus amigos mais íntimos sabiam de mim e falaram comigo, os familiares mais chegados também me conheciam e eu não pude segurar as minhas lágrimas.

O desencarnado ficou com muita raiva da minha atitude porque sempre me pediu para que eu nunca importunasse sua esposa e filhos, ele se enfureceu, tentava me agredir, mas eu não tinha como sentir nada, nunca fui médium.

 O fato é que a esposa se esforçou ao máximo para não me agredir, mas não se conformou e desejou saber quem eu era, ela me interrogou e eu estava sensível demais para disfarçar.

Por que deveria? Em algumas culturas, o homem tem direito de ter muitas esposas e eu tinha que me esconder porque ela era fragilzinha?

Ela me deu um tapa que eu jamais vou esquecer e disse que, se ela soubesse que ele tinha uma amante, nunca teria entrado numa disputa comigo porque pessoas não são objeto para serem disputados, não são jogos para serem manipuladas.

Depois do tapa no corpo físico, ela bateu na minha alma, pois disse que aquele homem não era o homem que ela conhecia e admirava. Ele era um mentiroso, um enganador, um falso. Se ela soubesse da minha existência teria feito de tudo para nós ficarmos juntos porque ela com certeza abriria mão daquele homem que em nada se parecia com o seu marido perfeito, delicado e sincero.

 Ela disse que eu não precisava sair do seu funeral, pois a sua viúva era eu. Eu estava sofrendo de verdade porque conhecia o homem que estava sendo velado.

A mulher me surpreendeu. Enxugou as lágrimas, pegou os filhos e foi embora. Eu nunca mais tive notícias dela, mas os amigos e familiares que estavam ali, ficaram me olhando com raiva e criticando a cena que viram. Eles falaram que aquela esposa não merecia passar por nada daquilo. Eu ainda fiquei sendo perseguida pelo desencarnado por muitas décadas.

 A questão é que eu preciso compreender melhor a identidade feminina. Eu preciso de esclarecimento porque ainda não entendo onde errei e o que poderia ter sido corrigido na minha última existência. Não devemos fazer tudo por amor?

Mas, alguém aqui me falou que amor sim e não posse, paixão, inveja e vaidade. O sentimento foi confundido com amor, mas quem ama não prejudica ninguém e só faz pelos outros o que deseja que os outros lhe façam.

Meu instrutor também disse que todos os sentimentos podem ser controlados. Ninguém ama livremente uma pessoa que já está comprometida.

Além do mais, um marido que procura relacionamento extraconjugal não é de confiança.

Eu ainda estou absorvendo tudo isso. Ainda existe muito para aprender, muito. CONFESSO QUE SÃO ASSUNTOS DELICADOS QUE AS PESSOAS DEVIAM CONVERSAR EM FAMÍLIA. ENSINANDO MENINAS E MENINOS A COMO SE PORTAREM NA SOCIEDADE. ISSO ELIMINARIA MUITO RANCOR, TRAGÉDIAS E OBSESSÃO.

CAROLINE 

27/04/2021

 --------------------------Paula Alves---------------------





“EU NUNCA PODERIA IMAGINAR O QUANTO A VIDA É CURTA, O QUANTO ELA PODE NOS SURPREENDER”

 

 

A minha vida era corrida, eu não tinha muito tempo para ficar com meus familiares, além disso, sempre entrávamos em discussões e eu me sentia ofendida.

Meu pai não conseguia entender meus pontos de vista, eu estava cansada de brigar, por isso, me afastei.

Eu nunca poderia imaginar o quanto a vida é curta, o quanto ela pode nos surpreender.

A GENTE ACHA QUE TEM QUE APROVEITAR O TEMPO PARA CONQUISTAR BENS, PARA TER UM BOM RELACIONAMENTO, PARA CRESCER FINANCEIRAMENTE, MAS NUNCA SE ESFORÇA PARA RESGATAR AMORES, SE RECONCILIAR COM AS PESSOAS, DESATAR MAL ENTENDIDO, ENFIM, A GENTE ACHA QUE VAI VIVER PARA SEMPRE E QUE ISSO TUDO PODE ESPERAR.

 

Se ofende e sai andando; batendo os pés no chão. Não percebe que faz um buraco no peito de alguém...

Naquele dia, eu estava disposta a tentar com meu pai. Eu queria que ele sentisse orgulho de mim pela promoção que ganhei no trabalho, mas ele não percebeu nada disso, mal me deixou falar, já foi falando das minhas roupas e que eu precisava seguir a educação que eles me deram, eu virei as costas e fui embora, jurando para mim mesma que eu jamais retornaria àquela casa.

Depois de duas horas, meu irmão ligou, dizendo que ele estava no hospital, em estado grave.

Eu desliguei o telefone e só chorava me lamentando porque sabia que ele havia passado mal por minha causa, afinal não tinha outro motivo, só podia ser eu.

 O remorso também abre um buraco no peito. É quando você prefere sofrer do que fazer os outros sofrerem.

EU PENSEI: “POR QUE NÃO AGUENTEI CALADA?”

Era tão difícil para mim engolir meu orgulho e ouvir meu pai?

Eu ouvi queixas do meu chefe, ouvi os gritos do meu superior na empresa tantas vezes e nunca fiz cara feia, eu nunca demonstrei que não aguentava pressão. Na sociedade, a gente tem que aguentar de tudo e se sujeita a suportar muitas humilhações para ter o que deseja, mas em casa...

Na família você não suporta nada, paciência curta demais para suportar qualquer olhar de contrariedade, qualquer recusa ou rejeição.

 Entendi que meu pai sempre esteve certo. Quando eu tentei entender o que era importante para ele, quando eu me coloquei naquela posição de pai, entendi que ele se preocupava comigo e quem se preocupa, ama.

Ele sempre me amou e eu ignorei meu pai.

Quando ele esteve internado, eu coloquei meu amor à prova e entendi que eu o amava demais e não queria perdê-lo. Ele precisava saber o quanto era importante para mim.

Eu fui até o hospital e tive uma surpresa, ele estava bem, foi só um susto que me deixou apavorada. Eu abracei meu pai e pedi perdão, jurei que nunca mais traria desgosto a ele e foi isso o que eu fiz.

 Depois daquele episódio eu procurei ser a melhor filha, procurei curtir cada momento que tive com eles, eu busquei tempo para estar com meus pais e sentir o seu amor, ouvi tudo o que tinham para dizer como quem deseja se nutrir de experiência e emoção.

Nós tivemos os melhores anos e as melhores oportunidades de aprendermos uns com os outros quando eu me coloquei a disposição de amá-los.

VERÔNICA

17/04/2021

 

             -------------------Paula Alves--------------

 

“EU DIRIA QUE AS PESSOAS TÊM QUE OLHAR MENOS NO ESPELHO E PRESTAR MAIS ATENÇÃO NOS OLHOS ALHEIOS”

 

Na minha cabeça era tudo chantagem porque ele estava bem, com boa aparência, saudável e só ficava se sentindo mal quando se aproximava de mim.

Eu estava cansada de correr atrás dele.

Imagina! Eu estava grávida de cinco meses e descobri as fragilidades do meu esposo e isso estava me desgastando. A impressão que eu tinha era que ele estava competindo comigo, com meus enjoos e necessidades, então preferi deixar para lá.

Eu fazia de conta que não ligava na esperança de que ele parasse com seus rompantes, mas ele insistia em me constranger.

Falou que estava passando por momentos de muitas mudanças e sentia como se o peito fosse explodir, falou que não queria falar sobre isso comigo, mas não tinha com quem dividir um assunto tão pessoal. Ele pediu ajuda tantas vezes, mas eu não entendia.

Quando eu estava com um barrigão, fiquei cansada de toda aquela cena, ele jogado no sofá, com crise de choro e eu com cólicas preocupada com nosso bebê, daí falei as verdades que estavam me engasgando e ele se espantou.

 

Eu fui ao médico sozinha e olhei nos olhos dele com profundo mal estar, ele apenas chorou.

Eu ainda me lembro daquele olhar e acho que tudo poderia ter sido diferente se eu tivesse ouvido melhor o que ele me dizia. Se eu tivesse me colocado no lugar dele, se eu tivesse visto que ele tinha as mãos suadas demais, palidez na face, olheiras, respiração ofegante, desânimo. Ele não estava bem, mas na hora eu estava preocupada comigo e com o bebê.

Eu retornei para casa e não posso me livrar da imagem que vi, ele se enforcou.

A dor que eu tive do arrependimento de não ter ajudado alguém que precisava, ajudado meu marido com os problemas dele. O remorso e a indignação sobre mim mesma, por minha anulação como esposa e como cristã, a dor me consumiu.

Eu nunca vou esquecer.

Acho que a gente vive e nunca pensa que as coisas terríveis podem acontecer na nossa casa. É como se as piores coisas do mundo acontecessem só com os outros, nunca com você.

O pior é que, quando as coisas terríveis acontecem com você, elas são irreparáveis e você tem que conviver com isso para sempre. Não tem conserto.

Eu convivi com isso, com aquela imagem a vida toda e ainda carrego a imagem aqui (apontou para a cabeça).

Eu diria que as pessoas têm que olhar menos no espelho e prestar mais atenção nos olhos alheios. Observar as pessoas que estão com você e fazer por elas o seu possível, o seu melhor, até o impossível para não faltar nada, nenhum esforço, nenhum dever.

 Você só conseguirá ter a mente tranquila se fizer pelos outros tudo o que puder.

Durante a sua vida, muitas pessoas vão passar pelo seu caminho e você deve tratar cada um como o ser mais importante desta trajetória, realizando o seu melhor, para que, desta forma, possa voltar em paz.

Eu me comprometi com ele, filho. Depois de tanto tempo aguardando o resgate dele, depois de tanto tempo me preparando, agora poderemos retornar e eu vou fazer o que puder para bem encaminhá-lo. Vou conseguir.

ISABEL

17/04/2021

 

    ----------------------Paula Alves--------------------

 

“A GENTE NUNCA PODE PREVER O QUANTO O CORAÇÃO VAI SUPORTAR QUANDO ALGUÉM ENGOLE TANTOS DESAFOROS E INSULTOS”

 

A mulher era desajeitada mesmo. Não adiantava pedir para servir assim ou assado, não adiantava ensinar, ela não aprendia.

Eu me irritava porque não admitia que ela não conseguiria realizar tarefas simples, tarefas do lar que qualquer mulher pode fazer.

As mulheres não aprendem estas tarefas desde pequenas? Eu via minha mãe ensinando minhas irmãs, eu via o quanto mamãe as orientava, daí comecei a culpar minha sogra.

Será que aquela mulher havia deixado seus deveres de lado e faltou com o compromisso de ensinar a filha? E eu tinha que aceitar aquela situação de viver casado com uma inútil?

 Eu estava perdendo a paciência com ela e me irritava tanto que comecei a insultá-la. Nunca imaginei que pudesse ser cruel com alguém, mas hoje compreendo que a fiz sofrer. Eu poderia ter agido de forma diferente.

A gente nunca pode prever o quanto o coração vai suportar quando alguém engole tantos desaforos e insultos. Ouvir gritos e ofensas calado, não dá para imaginar o quanto o corpo vai suportar.

Naquele dia, a casa estava um alvoroço porque o nosso mais velho estava com febre e os outros três corriam pela casa pedindo comida. Eu vi o quanto ela corria para fazer as tarefas e arregalou os olhos quando eu cheguei.

Eu percebi que tinha muito serviço inacabado e ainda gritei. Ela se desesperou e começou a tremer de uma forma muito estranha, de repente, caiu no chão.

Depois disso, eu que fiquei apavorado e nem sabia o que fazer.

A verdade é que, o bom mesmo, é quando todos estão com saúde e em paz. Cada integrante da família é importante, cada um tem suas limitações e nós devemos respeitar cada um porque não tem quem seja igual ao outro.

Eu não sabia disso, fiquei desesperado, chamei nosso vizinho e corri para o médico na cidade, mas quando ele a viu, simplesmente disse que ela já estava morta.

Eu fiquei em choque. Como assim morta? Não podia ser porque ela era jovem e tinha um corpo vistoso, com saúde. O médico disse que tem muita gente que transparece saúde, mas tem os órgãos enfraquecidos e pode ter um piripaque.

Eu matei minha mulher, peguei pesado com ela. Eu sei.

       Eu mereci tudo o que veio depois.

Fiquei sozinho com quatro crianças. Vi o quanto tinha serviço naquela casa. Contratei empregada e só uma não fazia o serviço que minha esposa dava conta de fazer.

Ninguém quis casar comigo e assumir uma família para cuidar com um homem bruto para ser marido. Todo mundo comentava na cidade o quanto eu era exigente e bravo com minha esposa que morreu de tanto trabalhar.

É isso. A gente acha que as pessoas vão aguentar para sempre nossos desmandos e o nosso gênio difícil, mas às vezes, elas não suportam tantos golpes.

Ela era uma mulher muito boa, pena que eu só vi as qualidades dela, depois que ela morreu.

OTAVIANO

17/04/2021

 

------------------------Paula Alves-----------------

 

“NÓS MOSTRAMOS AGRADECIMENTO QUANDO FACILITAMOS A VIDA DAS PESSOAS”

 

Achei que tinha que me conformar com as sequelas do derrame. Eles até diziam que eu tinha que me esforçar para mexer o braço, diziam que eu poderia me recuperar totalmente se fizesse um esforço, se perseverasse, mas era tão sofrido, tão cansativo.

Eu via que o braço não mexia, era muito mais fácil contar com a ajuda dos familiares que eram tão delicados comigo.

Minha filha era um amor e fazia por mim, além do possível, eu sabia que nunca ficaria desamparada, enquanto ela estivesse ao meu lado, então, parei de tentar.

Eu me lembrava saudosa de quando tinha pleno controle do meu corpo e podia andar a vontade, mas me acostumei com a cadeira de rodas e com a forma como Julia cuidava de mim.

 Os anos passaram, minha condição ficou cada vez pior, precisando de mais ajuda e atenção de todos, Júlia nunca se queixou, mas eu via o quanto ela estava cansada. Ela abdicou de sua vida para cuidar de mim.

Um dia, retornando do mercado, ela teve um acidente e desencarnou na hora por causa do golpe violento, fiquei em frangalhos, perdida, sem saber o que seria de mim e levei anos para compreender o quanto eu havia sido egoísta com Júlia.

Eu sempre pensei em mim. Se eu tivesse me preocupado com o bem estar dela, teria me esforçado para me recuperar e facilitaria a vida dela, para que ela tivesse oportunidades de estudar ou se casar e ter uma família, mas até quando eu soube do seu desencarne me preocupei comigo e como eu ficaria sem ela.

Muitas vezes, nossas lágrimas na perda de um ente querido são de apego. É a preocupação de não saber viver sem aquela pessoa que nos ajuda, nos encoraja ou que cuida de nós.

 Cada um tem o seu momento de partir, Deus não chama no momento errado, mas nós queremos segurar a pessoa aqui, perto da gente, até mesmo para despejar nela nossas frustrações e rancores da vida, para ter com quem brigar.

Eu fiquei sem a Júlia para cuidar de mim, sem perspectivas de melhora, não desenvolvi sentimentos nobres do amor materno porque fui egoísta e ainda tive que colher a necessidade de viver dos cuidados de terceiros.

Ninguém foi como Júlia. Eu vivi muitos anos passando de mão em mão, cuidada por nora, por prima e até por irmãs. Desenvolvi feridas, enquanto estive acamada, senti dor, fome, estive suja e mal tratada, mas foi com tudo isso que valorizei o corpo saudável e todo o trabalho que Júlia teve comigo.

Eu precisei passar por momentos terríveis para entender o quanto as chances de melhora devem ser glorificadas.

Se você puder melhorar, aproveite esta chance e se esforce ao máximo. Se você receber uma pessoa amorosa para cuidar de você, ajude esta pessoa sendo colaborativo e esforçado, faça tudo o que puder, mesmo na cadeira de rodas. Nós mostramos agradecimento quando facilitamos a vida das pessoas.

CLARISSA

17/04/2021

 ----------------------------Paula Alves--------------------





“EU NÃO CUMPRI, VOLTEI INFELIZ E TEREI QUE TENTAR DE NOVO”

 

Estive disposta a recebê-lo. Firmei acordo com ele, aqui mesmo, em outros tempos. Eu estava empenhada em fazer dar certo. Acreditei que bastava boa vontade para aceitá-lo como meu e apagar de vez, tudo o que ficou para trás.

Após tantas ofensas e maldades, acreditamos que o amor de mãe, purificaria nossa relação e eu quis fazer dar certo.

Eu parti primeiro e tentei me lembrar, até me ligar ao corpo, dos meus compromissos com ele, mas de repente, puf! E tudo se apagou.

 Eu renasci e nem mesmo suportei a ideia de estar grávida. Eu amava o pai dele, estava bem casada e tinha tudo para me entregar à maternidade com todo o meu amor, cumprindo a minha missão, mas eu não conseguia nem olhar para ele. As pessoas achavam que era decorrente do parto, algo devia ter acontecido com meus sentimentos porque eu o rejeitava. Pobre bebê!

No fundo, eu pensava em todas as oportunidades que iria perder por ser mãe em tempo integral. Eu fiquei tão triste, me senti tão frustrada e chorava sem parar, nem conseguia me aproximar do berço. Eu não podia dizer às pessoas que eu não o queria, mas era a mais sincera verdade, eu não o queria. Não me achava capacitada para ser mãe. Se pudesse tinha evitado e falado ao marido que nunca teríamos filhos, mas eu não falei nada e engravidei.

 Arrumei um jeito de manipular a situação e envolvi minha mãe que se apaixonou pelo neto. Graças a Deus tínhamos familiares muito bons que gostaram bastante do garoto e o acolheram, porque eu...

Então, arrumei um emprego e justifiquei minha ausência na necessidade de ofertar a ele tudo o que o dinheiro poderia pagar. Boas escolas e bom nível de vida, o que eu e meu esposo pudéssemos ofertar. Com isso, consegui ficar um grande período fora do lar e minha mãe assumiu os cuidados do filho rejeitado.

 

A vida é tão justa. Eu não tinha conhecimento da missão das mães, eu não podia imaginar, enquanto estava encarnada do quão era importante o meu papel e não simplesmente delegar minha função específica para outra mulher que pudesse amá-lo. Este amor tinha que partir de mim e de ninguém mais. Eu era a mãe insubstituível, mas me recusei a amar.

Anos se passaram, minha mãe desencarnou e meu filho ficou sozinho, já era um rapazinho e sentia minha falta, no íntimo ele sabia que só estávamos ali para formarmos um elo e eu me recusava.

Ele se cansou, meu esposo se cansou também, acho que eles perceberam que eu fazia de tudo para não estar em casa. Meu esposo quis a separação e meu filho preferiu ficar com ele. Daí para frente, eu senti um vazio.

 Foi como se a minha consciência sinalizasse o rumo errado da minha vida, eu me frustrei enormemente. Depois a vida passou a ser um dia após o outro, muito sem sentido até que desencarnei e fiquei perdida por muito tempo.

Enfim, eu não tinha como saber que a vida toda era por causa disso. A minha vida só tinha sentido pela ligação com meu filho e eu não quis assumir.

Muitos devem se perguntar: “Por que é que eu vivo?”

Muitas vezes, a vida - a encarnação - gira em torno de um motivo bem especial que pode até ser bem simples. Você sabe porque te inspira, faz bater o coração, é a motivação de uma vida toda, este é o motivo da sua existência. É por este motivo que você deve aplicar toda a sua força e vitalidade, por este motivo você deve lutar e se empenhar na vida. Apenas, quando você conclui volta jubiloso.

Eu não cumpri, voltei infeliz e terei que tentar de novo, se meu filho chegar aqui e me aceitar novamente. Foi um fracasso!

NICE    

10/04/2021

 

          ---------------Paula Alves-------------

 

“COMO EU PODERIA SABER QUE ELE ERA A MINHA MISSÃO DE VIDA?”

 

Como é que eu poderia tentar de novo?

Quantas vezes seriam necessárias para que ele pudesse perceber que da minha parte tudo havia sido feito pela paz da família?

Eu aceitei tantas coisas. Suportei tantas coisas.

Insultos, humilhações verbais e físicas, saber que ele me traia e vê-lo bêbado, expondo meus filhos pelo bairro. Eu fiz de tudo para tentar manter nossa família unida, mas não deu.

Confesso que ouvi tantas vezes aquela irmã dizendo que a mulher edifica o lar e fiquei pensando: será?

Era muito fácil falar que a mulher edifica o lar com o marido que ela tinha. Homem educado, trabalhador, honrado com suas dívidas e com seus familiares. Tinham união e respeito, conquistavam bens, mas o melhor de tudo era ver o amor dos dois.

 Porém, em minha casa era impossível argumentar com um homem agressivo e viciado, nunca me acompanhou no culto, nunca me ajudou com as crianças. Como eu poderia edificar meu lar?

Eu pensei no que ela falou: a mulher demonstra com todo o seu amor como deve conduzir a família e quem sente o amor desta mulher se modifica. Será?

Eu não sei, só sei que achei mais fácil a separação. Ouvi meus familiares que não eram cristãos e eles me incentivaram a abandoná-lo depois de tudo o que sofri. Eles falaram que eu não merecia tanta humilhação de um homem que não me amava. Daí achei mais prudente deixá-lo. Levei meus filhos e tive uma vida em paz longe dali, mas o coração sempre oprimido, cheio de mágoas, pensando nele, preocupada.

 Ele já estava em outra, arrumou outra mulher, vivia jogado na rua, bêbado, a mulher o deixou e ele ficou doente.

Eu fiquei com pena, até me arrependi de ter deixado o homem naquela situação, mas não voltei atrás, achei que o compromisso era com meus filhos, eles sim precisavam de mim.

Mas, depois de tanto tempo, sem paz, cheia de desassossego, ele morreu. Nunca mais fui a mesma, depressão, dores por todos os lados.

Depois de um enfarte, morri e vi o homem me perseguindo, cobrando tudo o que não fiz por ele, que eu o abandonei, eu era a esposa que poderia ter dado um rumo diferente na vida dele. Ele me disse que eu poderia ter feito ele melhorar se tivesse me empenhado mais, porém, eu não acreditei na mudança dele.

Depois de muitas décadas de perseguição, chegamos aqui, já cansados de tanta agressão e insultos.

Eu nunca imaginei que ele me pediu antes de reencarnarmos. Ele me pediu ajuda por causa do vício. Ele pediu para que eu o colocasse nos eixos. Ele sempre me amou e ficou se sentindo abandonado por mim, mas como eu poderia saber que ele era a minha missão de vida?

 Eu me sinto muito mal por ter falhado com ele. Dá uma sensação de impotência e inutilidade você saber que alguém contava com você e você falhou por falta de amor ou por falta de coragem, falta de firmeza moral, sei lá. Eu poderia ter praticado em casa tudo o que eu aprendi na igreja, mas eu nunca li o Evangelho pra ele, acho que teria sido bom ter apresentado o Mestre Jesus.

Não funcionou!

AMARA

10/04/2021

 

 ----------------------Paula Alves-------------------

 

“COMO PODEMOS CONFIAR EM PESSOAS QUE NÃO GOSTAM DE CRIANÇAS OU DE ANIMAIS?”

 

Até achava estranho por que todos aqueles animais vinham parar na minha porta e os vizinhos ficavam comentando que eu dava comida para eles, por isso, estavam sempre voltando.

Eu tentava disfarçar, mas adorava os animais e sentia pena porque estavam com fome ou machucados, fazia de tudo para confortá-los, mas eu não podia abrigá-los em casa. Foi aí que conheci o Ricardo.

Ele era tão lindo, cheio de piadas e queria compromisso comigo, mas tinha um trauma de infância e não suportava animais porque havia sido mordido por um cachorro. Eu fiquei comovida com a história dele, mas pensei como o nosso romance podia dar certo? Eu teria que me desfazer dos meus bichinhos...

 Eu tinha cinco cães e nove gatos. Quando ele soube, primeiro fez cara de espanto, depois falou sério que não daria certo conviver com animais em casa porque ele também tinha alergia a pelos e não tinha como funcionar.

Foi tão simples para ele encontrar um local para receber meus animais...

Eu até me espantei, mas eu acreditei que o amava e investi no nosso relacionamento. Eu acreditava que devia dar mais importância para os seres humanos, mas estive enganada.

O Ricardo se transformou numa pessoa leviana, profundamente agressivo, mal humorado e castrador. Ele se colocou na minha casa e ficou como hóspede, enquanto eu trabalhava, ele usufruía. Me senti explorada, pensei em todos os sacrifícios que fiz em nome do nosso amor e me arrependi. Ele mudou minha vida para se beneficiar dela.

Como podemos confiar em pessoas que não gostam de crianças ou de animais? Quer ver pureza maior? Crianças e animais agem pelos instintos, pelos sentimentos, se gostam de alguém, gostam apesar das aparências ou das posses, simplesmente porque amam e mais nada.

Eu deixei o Ricardo na minha casa, era alugada mesmo, deixei tudo, móveis e meus pertences pessoais. Aluguei outra casa longe dali e fui atrás dos meus animaizinhos, com muita vergonha do que eu tinha feito com eles.

 Infelizmente, a maioria não estava mais lá. Alguns haviam falecido, acho que por conta do abandono e da solidão, outros foram doados. Aqueles que consegui resgatar, pedi perdão, olhando no fundo dos seus olhos.

Depois disso, nunca mais modifiquei minha rotina de vida por outro alguém, nem fiquei constrangida de levar alguém em casa por causa dos bichinhos que moravam comigo.

Eu me casei com um homem que ama os animais tanto quanto eu, tive uma vida maravilhosa e cheia de graça, rindo e me envolvendo com as minhas crianças e com meus animais.

Chegando aqui, soube que o plano era restabelecer o contato com as criações divinas. Em outras existências, eu me envolvi com crueldades envolvendo animais e não gosto nem de me lembrar o que eu era capaz de fazer.

Quando você vive e se modifica fica difícil de se imaginar da mesma forma, por isso, não devemos acreditar que as pessoas não têm jeito, que elas não mudam. Todos nós mudamos a cada dia, mudamos para melhor porque as circunstâncias da vida exigem as mudanças que são necessárias.

Devemos amar todas as criações divinas, animais e homens porque todos mudam e melhoram a cada dia. 

ANA MARIA

10/04/2021

 

 --------------------Paula Alves------------------

 

“VIVER DE CONSCIÊNCIA LIMPA É NÃO ABANDONAR SUA MISSÃO NA HORA CRUCIAL, NEM POR ORGULHO, NEM POR DIFICULDADE DE OLHAR NOS OLHOS”

 

Ele me fez muito mal e eu não achava justo ficar com aquele fardo após tantos tropeços da vida. Eu sofri e vi minha mãe sofrendo. Eu não era filha única e não achei justo que ele tivesse que ser responsabilidade minha, por quê?

Depois que minha mãe aguentou tanto, a vida toda, aquele homem cruel dentro de casa, eu tinha que cuidar dele no fim da vida?

 Então, fizemos uma reunião de família e achamos por bem interná-lo. Claro que era melhor porque naquele local ele seria bem tratado, receberia alimentação e cuidados nos horários adequados, enquanto que em nossa casa, ele tiraria nossa privacidade e eu não cuidaria dele da melhor forma quanto fosse possível.

Eu aceitei na hora, mas quando fui para casa, chorei. Eu me desestruturei deveras pensando nele.

Velho, doente, chateado pela culpa de ter judiado tanto da minha mãe. Ele foi muito ruim, verdade, mas eu me preocupava com ele e nem entendi o porquê.

Eu devia me aproveitar da situação e deixá-lo a mingua. Não achei que seria injusto por tudo o que vivemos, mas a minha consciência insistia em me cobrar um sei lá o quê.

 Meu esposo maravilhoso, viu aquela cena, onde eu me debulhava em lágrimas e foi um amor comigo. Ele ouviu meus soluços e minhas reclamações, ele concordou em parte e disse que era assunto deles (do casal, dos meus pais), eu era a filha e tinha que cumprir o meu papel de filha. Disse que não importava o que os outros achavam, também não importava a recusa dos meus irmãos em cuidar dele. O importante era que eu fizesse por ele algo para não me arrepender depois.

 Eu tinha que ser a melhor filha do mundo inteiro para ensinar a ele o que era amor de verdade e ficar com a mente limpa de qualquer remorso.

Eu parei de chorar porque nunca vi meu marido sendo tão sensato. Ele estava coberto de razão. Eu devia ter a mente limpa e dar o melhor do meu coração para o meu pai no fim da vida, no momento em que ele precisava de cuidados e atenção.

Eu me lembrei da minha mãe e do quanto ela havia feito, durante mais de quarenta anos. Eu entendi que ele era responsabilidade da família, ou seja, minha responsabilidade. Os filhos tinham que brigar para ficarem com a guarda dele, mas se ninguém tentava disputá-lo comigo, eu fiquei com ele.

A cada dia difícil, eu pensava na mamãe e em tudo o que meu marido falou. Eu fui a melhor filha, com todo o amor e carinho, tirei de onde eu nem sabia que tinha, mas eu doei amor e ele sentiu, tudo.

Ele estava velhinho e com dor, mas eu cuidei tanto, orei diante dele e eu o vi se modificando no fim da vida por causa deste acolhimento no meu lar.

Eu sei que Deus tem um plano para cada um de nós. Sei também o quanto é difícil você passar por cima de seus sofrimentos ou frustrações, passar por cima do seu orgulho e traumas, mas o que mais importa nesta vida é desfazermos o mal e nos tornarmos irmãos de verdade.

 Quando eu amei meu pai, ele se tornou uma pessoa melhor. Ele desencarnou em paz e eu fiquei em paz também, com sensação de dever cumprido.

No velório do meu pai, eu não chorei, me lembrei de tantos momentos engraçados, carinhosos e pude falar do quanto ele estava modificado, mas meus irmãos choraram horrores, fizeram escândalo e se lembraram de coisas ruins da nossa infância, desestruturando a passagem do meu velho. Precisei pedir prece e paz na hora do adeus.

Viver de consciência limpa é não abandonar sua missão na hora crucial, nem por orgulho, nem por dificuldade de olhar nos olhos. Gratidão por tudo o que vivi.

VEIGA 

10/04/2021

 ---------------------------Paula Alves----------------





“ENTENDI QUE NÃO TEM NADA A VER COM RELIGIÃO, MAS COM AMOR, COM DOAÇÃO E COM TUDO O QUE O HOMEM SANTO NOS TROUXE”

 

Eu queria conhecer outras culturas e modo diferentes de vida. Eu me senti movido a sair dali e ir para locais onde eu pudesse construir uma identidade, enriquecendo meus conhecimentos.

Deixei minha família e me afastei daquele país na esperança de que pudesse me sentir nutrido por todas as informações que pudesse absorver. Quando me dei conta, já havia percorrido muitos locais, muitos continentes, como andarilho, alguém que fazia descobertas sem muita expectativa.

 Eu gostava do meu modo de vida, eu trabalhava para viver, para ganhar o dinheiro que pudesse pagar minha estadia em algum local e pagar pela próxima viagem, mas também não me envergonha em pedir carona e percorrer o mundo para satisfazer minhas indagações.

Foi estranho como, de uma hora para outra, tudo mudou. Eu estava muito longe de casa e adoeci. Acho que foi a picada de um inseto que me deixou tão doente. Eu poderia ter morrido, se não fosse pela ajuda de estranhos que se compadeceram de mim.

Quando aquela mulher notou que eu estava há muitos dias no quarto, quando ela resolveu me ver, eu estava sucumbindo, achei que morreria e já estava me entregando a nova realidade da minha vida. Eu não temia a morte, era por certo, outro local que eu devia desvendar, eu tinha curiosidades de saber como seria, mas não foi naquele dia.

Quando ela me viu quase morto no leito, correu e procurou um médico local. Fui tão bem tratado, medicado e, depois disso, realmente comecei a viver.

A moça que me achou em estado crítico de saúde estava sempre preocupada, num gesto de extrema caridade, cuidou de mim, me fez companhia e conversou comigo. Ela me falou do seu Mestre, do seu Senhor e me contou histórias que me deram novos conhecimentos.

 Eu já havia ouvido falar dele, mas achei que fosse papo de pessoas fracas que precisavam recorrer à fé para ter esperança e seguir com suas vidas. Inicialmente, imaginei que eu também dependesse disso para viver, mas a coisa se fixou em mim. Eu passei a crer e me transformei.

Todos os relatos que ela me informava faziam gerar novas dúvidas e muita vontade de saber sobre ele, sobre sua vida e seus objetivos com a Humanidade. Eu queria conhecê-lo.

Passei a ter interesse por ele e viajei. Retornei para minha casa, para minhas origens e investiguei várias religiões para saber o que podiam acrescentar, eu estava me tornando cristão.

Em pouco tempo, passei a enxergar o mundo diferente, as pessoas eram outras: meus irmãos, meus semelhantes. Entendi que não tem nada a ver com religião, mas com amor, com doação e com tudo o que o homem santo nos trouxe.

Quando Jesus nasceu em mim, eu estava doente, me curei e me tornei um homem muito melhor. Disposto a fazer mais pela Humanidade, eu criei raízes perto dos meus familiares, conheci uma mulher simples e formei família com ela, trabalhei de forma séria e realizei trabalhos que me encheram de alegria. Trabalhos que não seriam reconhecidos na sociedade, mas que me fizeram ter amigos e elevação aqui onde estou agora. EU AMO JESUS. SEBASTIÃO

03/04/2021

 

-----------------Paula Alves--------------

 

“JÁ NÃO ERA MAIS EU E SIM O MESTRE QUE HABITAVA EM MIM”

 

Eu me achava uma miserável. Parecia que todas as coisas que aconteciam em minha vida, vinham para me desgraçar e, por mais que eu me esforçasse, nunca conseguia me tornar feliz ou realizada.

Foi assim na infância, na juventude e quando fiquei adulta, eu engravidei e me casei com um homem que nunca me amou e me tratava como um lixo.

Então, eu era aquela mulher frustrada e mal humorada. Quem se infelicitava com isso eram meus filhos que eram obrigados a conviver com uma mãe que só gritava, xingava e batia neles. Eu me achava no direito de tratá-los de tal forma porque eu só conhecia isso, não tinha outras coisas dentro de mim para valorizá-los. Não era por mal, eu só tinha isso para dar.

Mas, eu não percebia que era tão ruim conviver comigo até conhecer Aurora. Eu fiquei com raiva assim que a vi.

No fundo, eu não sabia dizer o que que me irritava tanto, mas comecei a pensar: “Porque aquela mulher que se mudou para perto de nós é tão simpática, atenciosa e organizada?” Dava raiva mesmo.

Eu nunca havia conhecido uma pessoa tão equilibrada, politicamente correta e bondosa. Ela era simples, passava dificuldades tanto quanto nós, mas nunca reclamava da vida, pelo contrário, sempre sabia como melhorar a situação com pouca coisa.

O marido perdeu o emprego, lá ia ela vender bolo, empada, lavar roupa para fora até o marido arrumar outro trabalho. De vez em quando, chegava ela levando pão quentinho para nós, pão que ela fazia. De repente, se eu estava com gripe, lá vinha ela com uma sopa.

 A criança caia e se machucava toda, chegava Aurora com o curativo e a delicadeza em forma de gente. Ela me surpreendia com muita educação e estava me ouvindo reclamar sem me interromper.

Até que um dia, eu estava tão irritada com a minha vida e ela chegou dizendo que o dia estava lindo, eu não aguentei e perguntei para ela de onde ela tirava tanta paciência com o mundo todo que ia de mal a pior. Ela falou que seguia um santo que nunca gritou, nunca reclamou, só pensava em fazer o bem e foi ferido pelos homens.

Ele amou e ensinou a amar, ela que era um ser tão imperfeito, tinha que, ao menos, procurar segui-lo com toda a paciência do mundo. Eu nem entendi e ela falou que falaria de Jesus se eu quisesse.

Eu quis saber quem era aquele santo que fazia aquela mulher ser tão calma e paciente. A família dela aguentava tudo com sorriso no rosto. Eles sabiam viver e eu precisava conhecer aquela vida também.

A Aurora me apresentou Jesus e depois disso tudo mudou. Levou muito tempo para compreendê-lo e senti-lo em mim, mas depois de um tempo, já não era mais eu e sim o Mestre que habitava em mim. 

TÁBATA

 03/04/2021

 

 ------------------------Paula Alves----------------

 

“EU PENSEI QUE ERA DIGNO BUSCAR VINGANÇA, MAS ABANDONAR MINHA VINGANÇA FOI PROVIDENCIAL PARA SEGUIR JESUS”

 

Eu precisava me vingar. Eu não podia deixar de lado tudo o que havia recebido daquele homem que acabou com a minha vida.

Tudo estava diferente, muito tempo tinha passado, corpo novo, bagagem nova, mas eu me lembrava de tudo, dos sofrimentos que passamos e de tudo o que ele me tirou. Ferindo meus familiares e nos deixando na sarjeta, como eu poderia esquecer?

Em cada minuto daquela vida após a morte, eu tinha que conviver com as lembranças que me agrediam o ser, se fosse possível esquecer...

Eu jurei que ele receberia um castigo à altura, eu jurei que vingaria os meus amados entes. Demorou, mas eu o encontrei modificado, jovem e inocente, com cara de anjo eu o encontrei. Coberto de afetos, mimos e uma nova chance de fazer o mal.

Eu não podia deixar que a vida dele fosse feita de possibilidades, após fazer mal para tantos. Eu compreendi que precisava interferir da forma que pudesse.

Eu me envolvi em sua casa, eu me envolvi em seus pensamentos e passei a influenciar, mas os pais notaram perturbações e quiseram ajudá-lo. Eu tinha um plano infalível, se conseguisse fazer com que ele desistisse da vida, poderia açoitá-lo para sempre.

Então, comecei a plantar imagens em sua mente, comecei a incentivar o mal, produzi a discórdia entre os seus e o rapaz que tinha tantas possibilidades, se viu quase louco com minhas iniciativas. Quando eu pensei que estava quase concretizando meu plano de tê-lo ao meu lado, eles procuraram ajuda.

Eu fui pego numa emboscada? Como pode?

Eles oraram com tanto fervor e eu fui pego pelos Bons. Todos nós estávamos no mesmo local, reunidos novamente, mas cada um de nós em posições diferentes. O rapaz era a vítima e eu era o seu algoz, mas no mesmo ambiente, eu consegui ver meus familiares tão reluzentes, cheios de amor e perdão. Eles me informavam da necessidade de seguir Jesus e compreender que todos nós somos irmãos e necessitamos reparar os débitos do passado através de sofrimento e amor.

Eu estava indignado, me senti acuado, preso, rendido. Eu não queria aceitar que a minha mudança era primordial. Eu não queria ouvir, então, fui levado contra minha vontade para um local de socorro e orientação.

Lá, tinha tanta luz, sensações de libertação e paz me envolviam e faziam desejar um novo modo de vida, onde todas as iras pudessem ficar para trás. Eu me via cansado de produzir o mal.

Então, eles falaram do Nazareno. Contavam histórias que irradiavam amor, eu também queria perdoar do fundo do coração e isso só seria possível conhecendo Jesus que morreu na cruz, sofreu como mártir e, ainda assim, pediu por nós em nome de Deus.

Eu abandonei minha vingança quando conheci Jesus. Eu quis mudar de rumo quando compreendi seus propósitos para com toda a Humanidade.

Não é fácil segui-lo porque Jesus nos pede renovação de identidade. Não é fácil porque só o segue quem abandona velhos hábitos de orgulho e egoísmo. Você tem que se despir para seguir Jesus, se entregar purificado, de coração aberto e aceitando que você erra, mente, engana, rouba, trai e usurpa. Quando você se vê como é e deixa de ser vítima, você entrega seus males para Jesus te curar, você deseja que Ele repare suas imperfeições e cure as suas chagas para se tornar uma pessoa que morre para o mundo e nasce para Deus.

Isso não é nada fácil, abandonar tudo o que você conhecia não é fácil.

Eu pensei que era digno buscar vingança, mas abandonar minha vingança foi providencial para seguir Jesus.

Quando eu nasci para o Mestre minha vida mudou. O perdão chegou naturalmente, enquanto eu me esforçava para segui-lo. 

GORGOASÃ

03/04/2021

 

---------------------Paula Alves----------------

 

“JAMAIS SERÁ A ALMA MEDÍOCRE, ILUDIDA, TORPOROSA E NEGLIGENTE DE OUTRORA”

 

Eu vi a luz e eu estava ali há tantas décadas. Depois de algum tempo, você deixa de desejar algo melhor.

As pessoas se queixam do sofrimento que têm em vida, mas não podem imaginar o que é sofrimento deste lado.

Todas as impunidades mudam de figura, todas as misérias humanas são descabidas. Tudo o que você faz em vida reflete no que te envolve depois da morte, cuidado!

Eu vivia no lamaçal e deixei de tentar sair dali, parei de me debater. Era como um rosto cravado no chão, cheio de mágoas e ressentimentos.

As lembranças se misturavam com a lama, impregnadas em mim afirmando que eu nunca mais seria uma humana. Eu até pensei que fosse possível retroceder, voltar ao pó na inconsciência de meus atos. Eu estava me esforçando para anular tudo o que fui das milhares de centenas de anos.

 

Eu me punia por tudo o que fiz e estava me encrustando naquele lamaçal, mas vi a luz. Aquela luz que aquece e cura, eu apenas me deixei desfalecer, eu estava cansada demais para raciocinar, não valia a pena me debater. Foi aí que ela tomou conta de mim, mas eu não temi porque tinha uma agradável sensação como a fome que se mata, a ferida que se trata ou o frio que se aquece. Eu me deixei cuidar pela luz.

Eu vi tantos seres de luz e todos eles pensavam nele. Todos irradiavam a mesma energia salutar, o mesmo bem estar, o mesmo conforto e pensavam nele. Seria a energia motriz?

Eu não sabia, eu não compreendia, mas achei que durante minhas muitas derrotas já havia estado ali, algum dia.

Foi aí que ele entrou no local, no meio das dezenas de seres perdidos como eu, ele adentrou o local cheio de luz e vinha trazendo a imagem do Filho. Eu pensei que era história para criança, eu nunca imaginei que era de verdade e que nossa missão era ser como ele.

Eu estava errada! Para dar certo era só ter seguido o seu exemplo, mais nada. Eu nunca dei certo, mas precisava mudar.

 Ele se aproximou de mim sem palavras, mas trazia junto de si as imagens do Filho de Deus, aquele Jesus que me fazia sentir pecadora, ingrata e necessitada de amparo, daquela luz. Eu chorei porque me lembrei mais uma vez das muitas vidas que tirei e ainda assim, eles se esforçavam por mim, eles desejavam me fazer voltar para o caminho do bem.

É estranho porque você sabe da sua história e sabe que não vale muito, mas quando nota que pessoas do bem tentam te ajudar é muito constrangedor, muito constrangedor estar ali diante deles, era melhor meu lamaçal – pensei.

 

- Você está cheia de orgulho irmã. Devia se deixar envolver pelo Mestre que nos pede perdão das ofensas, mesmo que as ofensas sejam feitas a nós mesmos. Os abortos que fez feriu os corpos em formação, impediu que Espíritos pudessem reencarnar, mas agrediu seu corpo, sua alma. Você feriu a si mesma, mas recebe nova oportunidade de retornar para o caminho do Pai e seguir em frente. Sinta o amor de Jesus.

Eu chorei. Desejei o amor de Jesus e a salvação em nome dele. Daí para frente tudo mudou.

Quando eu me entreguei à Jesus compreendi que todos nós somos importantes para Deus e podemos recomeçar empenhados em produzir o bem.

 

Eu me esforço por esta nova chance. Me comprometi com os Espíritos que devem reencarnar como meus filhos e tenho confiança que, desta vez, será diferente. Com Jesus, será.

QUANDO JESUS NASCE EM VOCÊ, É EVOLUÇÃO.

Jamais será a alma medíocre, iludida, torporosa e negligente de outrora. Quando Jesus nasce em você, é amor, luz, paz e segurança.

NÃO PODE DAR ERRADO, É EVOLUÇÃO.

RAIMUNDA 

03/04/2021  

 

 

 


 

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