Cartas de Agosto (16)


“A vida daqueles que refletem sobre as consequências é bem severa”


 O arrependimento é algo bom, mexe com a gente, mas eu não sabia o que fazer com ele.

Tudo mudou em mim depois daquela consciência. Quando consegui reconhecer que tudo estava errado e consegui enxergar meus erros, as coisas se tornaram muito piores porque eu não sabia mais como ser eu novamente.

A pessoa que fui durante aquela vida estava abalada. Eu não podia continuar com todas as coisas sórdidas porque minha consciência não me permitia e não tinha como ser outro. Eu não sabia como ser honesto, trabalhador ou responsável.

Perdi minha base. É verdade que minha base estava fundada na mentira e no erro, mas por um lampejo de sensatez, modifiquei minha forma de ver meu comportamento social. Eu não sabia que isso era possível.

Minha esposa me pediu tantas vezes. Ela disse que morria de medo da polícia bater a nossa porta e eu ser levado preso. Ela tinha insegurança e trabalhava, era honesta e justa. Não sei como ela conseguiu conviver comigo durante tantos anos. Unida com alguém que errava constantemente e ria do seu jeito correto de ser. Eu a insultava e ridicularizava, dizendo que neste país, os honestos sempre morrem de fome ou pagam injustamente pelo erro dos mais espertos e corruptos.

Ela chorava de medo. Ela me amava muito e suportava minhas leviandades. Eu nunca me importei, realmente não sei o que houve comigo para que esta mudança imperasse dentro de mim. Confesso que fiquei surpreso com a vergonha se instalando em meu ser. O peso das consequências dos atos falhos e a preocupação diante das pessoas que lesei.

Nunca comprometi alguém fisicamente, mas apliquei golpes de todos os tipos, malandragens que custaram o suor do rosto de alguém. Eu tirei vantagem e enganei muitos trabalhadores. Ela chorava e dizia que preferia se matar de trabalhar e sustentar todos nós. Ela não queria que os filhos tivessem o exemplo de um pai como eu.

Mas, quando nosso filho nasceu, com ele surgiu a vergonha do mau proceder. Eu vi minha vida passando diante de mim e me compadeci com a falta de caráter. Eu não conseguia me encarar no espelho.

Hoje, compreendo que todos podem mudar. Não sei explicar quanto tempo leva para alguém se transformar e desejar ser uma pessoa do bem, integra e justa, mas aconteceu comigo e eu já era um caso perdido.

Minha esposa viu a mudança e percebeu meu desespero porque eu não sabia o que fazer, então, ela me ajudou. Disse que eu precisava fazer tudo certo dali em diante. Arrumei emprego e me esforcei.

Garanto que é muito mais fácil agir no erro. A vida daqueles que refletem sobre as consequências é bem severa. Eu media meus passos e palavras, eu cuidava até dos meus pensamentos e, muitas vezes, me senti sufocado por tanta cobrança.

Mas, foi uma vida muito boa. Eu não sabia que estava ligado ao erro durante tantas vidas. Eu precisava me libertar, mas houve vidas em que eu me entreguei a leviandade e não tive misericórdia de ninguém, fosse parente de sangue ou não. Não gosto nem de lembrar. É bom perceber que agora aquela pessoa ficou no passado. Eu sou bem diferente.

 

Gustavo

27/08/2023

 

 

“As marcas no corpo nunca me purificaram”

 

 

Levei anos me torturando com aquele acontecimento. Cometi o mal e sabia que seria punida por Deus. Naquela época, minha forma de ver o reajuste com Deus era bem diferente de hoje porque eu achava que tudo era pecado e o que eu fiz foi grave demais para acreditar que Deus podia me perdoar.

Eu achei que as penitências podiam purificar minha alma. Assim, no dia que ele cobrasse minha presença, eu estaria pronta para partir sem culpa. Mas, por mais que eu me ferisse, ainda assim, não podia me sentir liberta. -

Vivi anos sufocada com aquilo que me tornava impura e impossibilitava o contato próximo com Deus. Então, ouvi no trabalho uma moça falando sobre erro, arrependimento e reparação.

“O verdadeiro cilício deve ser o da alma, o cristão deve entregar a sua alma purificada à Deus.”

Eu achei que fazia sentido porque não estava adiantando nada mortificar minha carne. Eu não me sentia nenhum pouco melhor. Mas, como eu podia fazer para aplicar o cilício na minha alma e reparar o ato terrível que cometi? Eu precisava de explicações e resolvi falar com aquela mulher. No fundo, eu não queria me aproximar dela porque soube que era espírita e eu era muito preconceituosa. Intolerância religiosa saindo justo de mim, uma pecadora!

Fui falar com ela e a moça, super simpática, me explicou que eu devia eliminar os males da minha alma para me entregar pura à Deus. O erro que cometi não devia realizar novamente e devia me entregar à reparação fazendo o bem. Se não fosse possível fazer o bem para a pessoa a quem prejudiquei, eu devia fazer o bem para outros filhos de Deus que se assemelham ao irmão que foi lesado.

Eu compreendi muito bem as palavras dela, ressoaram no meu íntimo. Eu precisei me envolver com o erro, me lembrei detalhadamente do dia em que fiz um aborto para que meus pais não me colocassem para fora de casa. Eu quase morri e rejeitei um filho que Deus queria colocar nos meus braços, só porque fui irresponsável e leviana.

Eu me arrependi, jamais cometeria este ato novamente. Mas, precisava reparar, então resolvi ajudar nos orfanatos. Eu precisava me doar para crianças que eram outros filhos de Deus, filhos injustiçados e abandonados.

Eu precisava me comprometer com crianças para que pudesse anular dentro de mim a crueldade que fiz.

Eu só me senti integrada à Deus quando trabalhei com crianças durante muitos anos. Aos poucos, a dor moral foi se dissolvendo e eu me senti em paz. Quando consegui falar sobre o assunto e me senti quites com a Lei, decidi viver minha vida com outra pessoa. Eu queria formar família e dar amor a crianças no meu lar.

Eu me casei, tive um filho do ventre e adotei mais três crianças. Deus me permitiu ser mãe como um sinal de que estava me perdoando pelos erros que cometi. A paz de espírito é algo enobrecedor. Sou grata por tudo o que aprendi com as crianças.

 

Camila

27/08/2023

 

Nós não sabemos o que vai disparar a agressividade de alguém.

 

Eu queria ter podido voltar atrás. Olhar para a vida que tivemos juntos, lembrar de todo sentimento que recebi dela e saber que fui responsável por tanta infelicidade, ainda é o meu maior motivo de dor.

Quando o erro é possível de correção, tudo bem, mas o grande mal é quando não podemos mudar tudo o que aconteceu e comprometemos irremediavelmente alguém que amamos. O arrependimento não muda o que aconteceu e você tem que suportar a culpa por toda a vida, ainda transcendendo a vida.

A culpa que carrego foi minha maior penitência. Quando a pessoa tem consciência do que é o mal, claro, porque existem seres que se comprazem no mal que espalham por aí, ele sabe que é errado, mas se satisfaz de propaga-lo. Este nunca foi o meu caso.

O problema inicialmente sempre foi comigo. Começou com a síndrome de inferioridade, o não se sentir amado. Eu justificava na forma como fui criado por meus pais e a rejeição que tive por parte deles, mas no fundo, era o meu problema psíquico. Segundo o que dizem, meus pais sempre foram amorosos com todos os filhos, mas nós julgamos e imaginamos coisas.

Eu era inseguro, ciumento demais. Me casei com a Lurdinha e depositei nela toda a minha confiança, mas ela não podia sair de casa. Eu pirava na ideia que ela podia se aproximar de algum homem ou que podia se interessar por outro e me abandonar. Aquilo não era amor, mas posse, controle. Porém, na época, eu julgava ser amor.

Ela precisou sair para trabalhar porque nossa situação financeira ficou complicada. Eu não queria aceitar, mas fui obrigado para não perdermos nossa casa. Eu fiquei atormentado. Todos os dias, quando ela saia para trabalhar, eu imaginava coisas. Via ela me traindo e debochando de mim, eu chorava e não conseguia cumprir com minhas tarefas adequadamente.

O pior acontecia quando ela demorava para chegar em casa. Eu me desesperava e ficava furioso quando ela chegava. Nossa vida se complicou, eu não estava conseguindo me controlar, brigava, arremessava coisas para não agredir. Ela estava com medo de mim, isso me indignava ainda mais.

Como as pessoas podem perder o controle desta forma? Fico imaginando como existem pessoas instáveis na sociedade. Eu não fui o único. Nós não sabemos o que vai disparar a agressividade de alguém.

Então, quando ela voltou para casa, eu estava esperando no ponto de ônibus e vi o motorista acenar para ela e receber um sorriso. Aquilo para mim foi um golpe cruel, fiquei revoltado, eu a agredi com toda minha ira. Não permiti que saísse por dias, eu a mantive presa em casa.

Me transformei num homem cruel e não sabia mais o que fazer. Mas, depois que ela conseguiu me persuadir, eu a soltei e sai. Quando voltei para casa, ela havia desaparecido. Meu sangue subiu. “Ela realmente me enganou” – pensei.

Fui até a casa dos parentes e depois de uma briga, joguei o carro sobre ela. A minha esposa quase morreu, ficou gravemente ferida. Eu fui preso e torturado na prisão. Tive muitos anos para pensar em tudo o que aconteceu e conviver com a culpa de agredir e comprometer alguém que tanto amava porque perdi o controle dos meus pensamentos.

Ela quase morreu. Podia ter acontecido o pior, mas as limitações físicas que ficaram do meu erro, me perseguiram para sempre. Padeci em vida, padeci depois da morte e recebi a oportunidade de estar aqui me tratando. Eu sou cruel e inseguro. Preciso de controle emocional para me colocar em contato com os demais. As pessoas que percebem devem buscar tratamento, ajuda.

Muitos de nós podem provocar o mal, mas existem tratamentos para tudo. É responsabilidade de cada um se as pessoas que nos rodeiam forem lesadas por nossa falta de controle.

 

Emílio

27/08/2023

 

“Não tem meio certo ou meio errado. Crime é crime em qualquer lugar do mundo”

 

Os atos devem ser pensados porque quando escolhemos um caminho, ele pode não ter mais volta.

Eu fui policial. Depois de muito batalhar, consegui a minha oportunidade de estudar e fui muito respeitado no meio onde eu morava, assim como diante dos familiares porque eu iria servir a sociedade.

Eu estava muito feliz, era honesto e preocupado com minhas responsabilidades sociais. Mas, em toda parte existem crimes e desonestidade. Eu fui aliciado muitas vezes e com orgulho, soube não me comprometer. O meu orgulho era dizer que eu era honesto e andar de cabeça erguida, mas a vida parece pregar peças para testar o nosso comprometimento com a verdade.

Eu estava passando por uma fase difícil, financeiramente. Tinha um familiar muito doente, precisando de cirurgia e não tinha como auxiliar. Quando me sugeriram aquele ato ilícito, a consciência falou mais alto e eu pensei em recusar mais uma vez, porém me lembrei que aquele dinheiro podia salvar a vida do meu familiar.

Eu me questionei se não valia a pena, apenas fechar os olhos e fingir que eu não vi o crime acontecendo e, assim eu podia fazer aquele dinheiro sujo salvar a vida de alguém. Pensei tanto e escolhi o caminho errado.

Por isso, nós não devemos nos desviar do caminho reto. A retidão moral é muito óbvia. É o caminho do correto, justo, bom, verdadeiro. Não tem meio certo ou meio errado. Crime é crime em qualquer lugar do mundo. Eu me comprometi com o mal. Em decorrência disso, uma pessoa morreu, um homem honesto e trabalhador, pai de família.

Eu desviei o meu olhar e alguém se comprometeu. Eu não apertei o gatilho, mas faltei com o cumprimento do dever porque eu estava ali para ser a segurança, para defende-lo e estava comprado.

O arrependimento tomou conta da minha consciência, eu perdi minha paz para sempre depois daquele dia. Me senti um homem sem escrúpulos, cruel, sem honra ou dignidade. Sem contar que fiquei marcado. Parece que, quando você comete um erro, todos ficam sabendo. Por toda parte existem acusadores.

Eu tinha que escolher se conviveria sendo leviano ou se abandonaria a minha farda e foi isso que fiz. Abdiquei do meu grande sonho porque fui desonesto.

Nós devemos sempre analisar a pessoa que desejamos ser. A pessoa que você sente orgulho de ser nesta vida porque o dinheiro vem e vai, mas a consciência fica com a posse de tudo o que você fez, todas as ações e pensamentos mais íntimos te confrontam. Pode te dar motivos para dormir em paz ou viver atormentado para sempre.

 Luís Miguel    

      27/08/2023  






“A ESPIRITUALIDADE NÃO ABANDONA AQUELE QUE DESEJA SE ELEVAR DIGNAMENTE”

 Quanta coisa as pessoas carregam dentro de si... Algumas tentam esconder de si mesmas e viver uma vida plena, mas as intromissões das lembranças do passado bloqueiam os movimentos mais edificantes.

Outras, vivem atormentadas pelas lembranças que são verdadeiros traumas a ameaçarem a paz cotidiana.

Inseguranças, incertezas, angústias que provém do mais íntimo pensamento. Todos necessitam de higiene mental. Quão necessitados estão por um desabafo, pela atenção sincera. Alguém que possa ouvir desinteressadamente e, sem fazer qualquer tipo de julgamento que cause sentença ou absolvição da culpa, simplesmente, um momento para extravasar as emoções sem receios.

 

As pessoas precisam harmonizar seus sentimentos e raciocinarem com sensatez. Conseguir raciocinar sobre seus fatos passados com gratidão pelos ensinamentos que puderam elevá-lo na senda do aperfeiçoamento.

Mas, como conseguir tudo isso tão envolvidos com as dores da vida presente? Preocupados não apenas consigo, mas com aqueles que ama e que se perdem nas tolices da vida?

Precisam de ajuda! O primeiro passo é ver-se como um ser que está aprendendo a cada dia, fazendo aquisições, não é perfeito, mas perfectível. Este ser pode se enxergar como realmente é, tem defeitos, mas já conquistou qualidades. Precisa de ajuda para se superar e a ajuda vem de Deus.

A espiritualidade não abandona aquele que deseja se elevar dignamente. Para aquele que necessita e deseja se modificar no bem e, pelo adiantamento, conduzir seus entes amados, a espiritualidade auxilia com todos os recursos que estão disponíveis, mas é necessário, atuação com ânimo e equilíbrio, esforço para eliminar as más tendências.

Deus te fortalecerá com inspiração, esperança, saúde, trabalho e oportunidades de ascensão. Deus jamais abandona Seus filhos. Ainda envia seres iluminados, encarnados e desencarnados, para te ouvir, esclarecer e encaminhar no bem. Ninguém está só neste mundo ou em outros.

Nós precisamos acreditar que, através das nossas ações positivas, temos boas oportunidades de progresso. Deus nos abençoa.

 ARMANDO

19/08/2023

 

 --Paula alves-----

  

“OS FILHOS PRECISAM SABER QUE PODEM CONTAR COM OS PAIS PARA TUDO NA VIDA E QUE O MELHOR LUGAR DO MUNDO É O LAR”

 Eu via a forma como ela cuidava dos filhos e queria ter aquela paciência, mas eu era tão explosiva. Eu gritava e batia em momentos que eles só precisavam de uma reprimenda. Por diversas vezes, me arrependi da maneira que eu falava com eles. Logo em seguida, eu sentia um aperto no peito me dizendo que errei.

Acho que eu podia ter sido uma mãe bem melhor. Passei dias observando a forma como aquela mulher cuidava das crianças na porta da escola, na reunião e nas festinhas. Ela era calma e carinhosa. Eu queria ser equilibrada e delicada como ela. Eu tentava justificar minha revolta e nervosismo, mas as crianças não tinham culpa da vida dura que eu levava. Nós não podemos justificar nossos erros por nada. A violência não tem justificativa, o mau comportamento não tem justificativa.

Sendo mãe, estando nesta posição de superioridade no lar, eu devia me comportar melhor. Devia saber que estava sendo observava o tempo todo, meus movimentos eram medidos, minhas palavras analisadas e meus filhos iriam reproduzir tudo aquilo que eu estava fazendo diante deles. Sendo certo ou errado, eles tinham como base de educação moral. Mas, o que eu fazia nem sempre estava cheio de moral. Isso me envergonha nos dias de hoje. Eu não fui a pior mãe do mundo, mas perdi muito tempo sem me retificar e eles tiveram uma mãe relapsa e negligente.

Foi aquela mãe, na porta da escola que me clareou o pensamento. Ela foi um exemplo para mim. Depois de vê-la, consegui analisar minha forma de ser e percebi o quanto estava errada. Por isso, é tão importante viver em sociedade.

Nós precisamos de referência. Eu achava normal tratar meus filhos com indiferença e hostilidade. Precisei daquela mulher como influência positiva para mudar meus pensamentos e desejar ser uma mãe melhor.

 

Não foi fácil! Minha mudança não ocorreu de um dia para o outro. Eu precisei de treino diário e muita força de vontade para mudar meu tom de voz e a agressividade. Ter paciência, ser mais delicada e ouvir o que eles tinham para dizer fez de mim uma pessoa muito melhor, mais serena e calma. Depois de um tempo, percebi que eu não tinha mais angústia. Aquela mudança me beneficiou muito, não apenas aos meus filhos que puderam contar com uma mãe mais tolerante e pacífica, nos tornamos mais amigos e leais.

Os filhos precisam saber que podem contar com os pais para tudo na vida e que o melhor lugar do mundo é o Lar.

ESTEFÂNIA

19/08/2023

 --Paula Alves--


“ACHAM QUE O DINHEIRO COMPRA TUDO?”

 

Ela foi me visitar muitas vezes e eu aguardei por ela, muitas outras.

A vida de quem espera é longa demais. A espera parece não ter fim. Eu ficava tão feliz quando ela chegava, mas ficava pensando que eu era enfadonho e logo ela desejaria ir embora. Eu não sabia o que fazer para agradar, mas como poderia recebe-la da forma que eu gostaria, se eu estava num lugar que não me pertencia?

Nós passamos grande parte da vida na correria, batalhando pelas aquisições materiais. Desejamos uma vida melhor com algumas facilidades e conforto. Dedicamos tanto tempo no trabalho para termos um futuro melhor que esquecemos de que o tempo passa rápido demais e não apreciamos a vida, seus momentos tão simples e prazerosos quando temos saúde e juventude.

Tudo o que conquistei não impediu que me colocassem no asilo. Eu consegui casas, apartamentos e um sítio. Eu podia estar em qualquer lugar que conquistei com meu suor, na tranquilidade do lar com meus familiares, mas eles não quiseram cuidar de mim, como se fosse melhor para mim ficar ali com estranhos.

Acham que o dinheiro compra tudo? O dinheiro não tem relação com o afeto, respeito e integridade moral.

Quando minha neta me visitava eu ficava muito feliz e agradecido por ela tirar um tempinho para mim. Eu queria falar tantas coisas, queria que ela pudesse aprender com meus erros e minha dor. Eu queria que ela tivesse acesso à minha vida e lembranças. Mas, eu ficava tão feliz que me esquecia de muitas coisas, eu só queria sentir aquele momento, aquela aproximação.

Talvez, para ela, fosse só a obrigação de passar alguns momentos com um avô desprezado, mas para mim, era uma grande oportunidade de ser ouvido. Eu tenho muita gratidão pelas visitas que recebi dela.

Se as pessoas soubessem o quanto o abandono dói... Eu sei que deveria ter sido um marido e pai mais presente, ainda assim, aquele que tiver seu velho por perto, doe algum tipo de atenção, pode ser um tempinho só, um olhar, uma palavrinha. Isso já ajuda muito.

Eu senti falta de todos e esperei por eles, durante anos. Eu sabia de tudo, estava completamente lúcido. Passei aniversários e o Natal, dia dos pais, tudo sozinho. Eles tinham viagens e compromissos, precisavam trabalhar. Eu raciocinei...

Por que será que as pessoas só valorizam as formalidades? Fiquei tanto tempo sozinho como punição? Eles não tinham tempo para festejar comigo, mas quando desencarnei arrumaram tempo para o velório e enterro. Diante de todos, foram a família que fez tudo por mim. Eles precisavam trabalhar para acumular posses como eu. Aprenderam direitinho.

Mas, no fundo somos todos iguais. As crianças me puniram por todas as vezes que falhei nos aniversários e Natal, eu estava trabalhando para proporcionar uma vida mais confortável. No fundo, eles só queriam a minha companhia. Eu entendi. Tem muitas coisas que valem mais do que as posses. Agora eu entendi.

 

SUZANO

19/08/23

 ---Paula Alves---

 

“AQUELE QUE TEM UM AMIGO SINCERO NÃO SE SENTE SOZINHO E CONSEGUE SE FORTALECER EM MEIO AS TRIBULAÇÕES DA VIDA”

Eu senti muito a sua partida porque aquela amiga foi minha sustentação.

Diante de tanto sofrimento, nos momentos em que eu mais precisei de apoio e palavras de incentivo, lá estava ela. Nossa amizade durou cerca de cinquenta anos. Eu a conheci quando me mudei para aquela casa, ela era minha vizinha. Eu era recém-casada e ela foi me receber com tanta delicadeza, dizendo que estava ao meu dispor e foi mesmo, contei com ela nos momentos bons e ruins, nunca fiquei desamparada.

Eu sentia como se ela fosse uma irmã. Muito mais do que um parente, do que um elo de sangue. Foi minha comadre, tamanha ligação que tínhamos e os outros filhos a chamavam de tia porque ela estava sempre conosco.

 Uma afinidade que unia os pensamentos e não fazia questão de palavras para comunicação. Eu senti muita falta na sua partida. Amizade como aquela eu nem sabia ser possível de existir.

Eu não tinha como me abrir com as outras pessoas, eu não tinha coragem de expor meus motivos de indignação ou tristeza. Mas, parecia que quando ela me ouvia, os motivos de sofrimentos eram abrandados, ela sorria e me orientava, fazendo crer que eu podia superar e sempre consegui com o apoio dela.

Anos se passaram depois que ela adoeceu e foi para a morada celeste, depois disso, eu também enfraqueci por causa da idade e precisei vir para cá. Cheguei questionando e tive a oportunidade de saber que nossa ligação é antiga. Sempre estivemos na simpatia recíproca. Destas uniões que não se rompem com a morte, tempo ou distância.

Estaremos juntas por muitas outras vidas porque pensamos de forma muito semelhante e nos atrairemos naturalmente. Fiquei feliz de saber que ela está trabalhando no auxílio de alguns familiares que se desviaram, ela avançou no aperfeiçoamento e pode ajudar. Em breve, terei o benefício do reencontro com esta amiga que também é irmã. Eu desejo agradecer por tudo o que conquistamos juntas.

Aquele que tem um amigo sincero não se sente sozinho e consegue se fortalecer em meio as tribulações da vida. Supera os obstáculos com alegria sentindo o amparo e a delicadeza do elo fraternal.

 MILA

19/08/23

------Paula Alves----




 
“ENQUANTO ESTAMOS FORTES E SAUDÁVEIS, NEM SEMPRE, NOS DAMOS CONTA DAS AFRONTAS QUE FAZEMOS À LEI”

 

Já se passou tanto tempo e ela ainda se preocupa comigo. Ela tem inseguranças e chora. Eu nunca quis sentir o sofrimento dela.

Minha filha sempre foi a melhor das criaturas. Dela recebi doces cuidados, a mais delicada ternura, paciência e amor. Nunca terei como agradecer as atenções que ela dispensou nos momentos finais quando eu tive que ser resignado com a dor interminável.

Se eu pudesse, teria sofrido menos só para ver o tempo todo seu sorriso nos lábios, mas ela se entristeceu demais. Faria de tudo para me dar conforto e paz.

Mas, cada um de nós passa pelas torturas necessárias à sua purificação. Eu não fui perfeito, cometi muitos erros e precisava me depurar.

 

Enquanto estamos fortes e saudáveis, nem sempre, nos damos conta das afrontas que fazemos à Lei. Eu adquiri débitos e precisava quitar com a Lei, mas Deus foi tão bondoso comigo que me entregou um anjo em forma de gente para facilitar os meus dias pesarosos.

Aquela filha me trouxe muita alegria. Foi como se eu tivesse mérito para receber tantos cuidados. Eu soube sentir a presença de Deus diante dela.

É importante que filhos como ela saibam que jamais serão esquecidos. Pessoas tão especiais e carinhosas formam um carimbo no nosso coração, jamais serão esquecidos, pelo contrário, serão procurados.

Eu oro por ela todos os dias, peço a Deus que forneça paz e esperança, fé e contentamento. Que ela esteja livre de todo mal e que seja corajosa para enfrentar as dificuldades da vida.

Tenho muita esperança de que um dia possamos nos reencontrar novamente para que eu diga pessoalmente o quanto sou grato por tudo o que ela me ofereceu.

Não tenho palavras para agradecer, mas espero, um dia, poder retribuir tanta consideração e amor.

 

OSIAS

12/08/2023

 

----Paula Alves---

 

“A FAMÍLIA NECESSITA DE UM PAI DECENTE, TRABALHADOR E HONRADO PARA GUIA-LA”

 

Eu me arrependo muito da minha leviandade. Recebi uma benção que também era missão e recusei.

Eu podia ter sido feliz com a família que Deus colocou diante de mim, mas ao invés disso, eu a repudiei. Procurei o caminho das facilidades da vida e me desviei dos planos de Deus.

Quando tudo parecia tão difícil para mim, foi fácil virar as costas para os seres frágeis que precisavam dos meus cuidados. Eu os abandonei como se eles pudessem resolver tudo sozinhos.

A mãe — a esposa que negligenciei, foi forte e corajosa, ela arregaçou as mangas, trabalhou noite e dia para não faltar o sustento e vida digna para continuarem.

Meus filhos que eram pequenos, sentiram muito a minha ausência, questionaram a mãe e, por vezes, a culparam por eu ter ido embora, mas eles se entenderam, se uniram e superaram as dificuldades. Pessoas determinadas e honestas, souberam vencer com o trabalho árduo.

Para mim, sobrou o ressarcimento com a Lei. Eu atraí tudo o que havia de pior porque abandonei a família que é grupo sagrado perante a obra divina. Por conta disso, comi o pão que o diabo amassou. Sofri, revoltei-me com a vida, virei um farrapo humano, envolvido com drogas e roubos até que morri assassinado.

Foi um terror, passar para o plano espiritual completamente arruinado e padecer por dezenas de anos. Mas, Deus que é Pai amoroso não nos abandona para sempre e, diante do arrependimento e necessidade de reparação, fui resgatado.

 

Sei perfeitamente bem onde foi que errei. Peço perdão, mil vezes perdão porque fui cruel com aqueles que precisavam de mim.

A mulher precisava se sentir amparada pelo marido e os filhos precisam do pai presente. A família necessita de um pai decente, trabalhador e honrado para guia-la. Presença no lar e consciência diante das necessidades materiais e morais. Não é fácil ser pai, mas se tiver maturidade e amor, todos conseguem elevar as criaturas que Deus colocou nos seus cuidados.

Eu fracassei, necessito reparar e solicitei um recomeço onde poderei me reajustar com eles. Trabalhar com seriedade para mostrar respeito e desenvolver o amor paternal que Deus espera de mim.

 

GABRIEL

12/08/2023

 

---Paula Alves---

 

“OS FILHOS DEVEM AGIR COMO FILHOS E TER PIEDADE. DESENVOLVER A CARIDADE COM OS PAIS E TER AMOR AO PRÓXIMO COM ELES É OBRIGAÇÃO”

 

Eu não me sentia preparada para cuidar dele e confesso que não tinha estrutura emocional para ofertar nada de bom, então, preferi entrega-lo aos cuidados de terceiros.

O trauma acabou comigo. Eu não conseguia esquecer. Todas as cenas de violência doméstica que acabaram com qualquer tipo de convivência social.

Eu não tinha amigos ou cônjuge, simplesmente porque meu pai acabou com qualquer possibilidade de entrega, de confiança.

Ele espancou minha mãe tantas vezes que eu tinha medo de dormir. Vivia atormentada, aflita. Eu sofria muito por vê-la machucada e eu sem poder nos defender das covardias daquele homem que vivia embriagado.

 

Durante mais de quinze anos aquela mulher sofreu com agressões de forma silenciosa. Temendo pela própria vida, temendo que fossemos discriminadas se ele fosse embora, até que eu me cansei e disse que iria embora sozinha se ela não quisesse vir comigo.

Nós partimos, vivemos em paz por muitos anos quando ele reapareceu doente pedindo ajuda. Minha mãe tinha o coração de uma santa e aceitou o seu pedido de desculpas. Ela o recebeu, mesmo que eu falasse que não, ela disse sim, respeitei, mas não houve o perdão da minha parte. Eu fazia o possível para não dirigir a palavra.

Mas, passados alguns anos minha mãe morreu, ele ficou pior e acreditou que eu iria cuidar dele. Eu não seria capaz. Não tenho este sentimento dentro de mim.

Queria que fosse possível ter superado e que tivesse tido forças para fazer visitas esporádicas, mas eu o abandonei naquele asilo.

Nunca me esqueci dele, muito pelo contrário, a sua figura não saia da minha mente como uma tortura latente que me lembrava do compromisso com alguém que precisava só de mim.

Sei que não tive piedade filial. Sei que fui negligente. Eu não podia ter pagado o mal com o mal, mas não foi de propósito. Eu não tinha este amor para dar. Eu não o honrei porque ele me decepcionou e eu tinha pavor dele, horror de tudo o que minha mãe passou.

Sei que me comprometi com a Lei porque os filhos não podem castigar seus pais, independente do que tenham feito, cabe a Justiça Divina analisar cada infração e aplicar a corrigenda. Os filhos devem agir como filhos e ter piedade. Desenvolver a caridade com os pais e ter amor ao próximo com eles é obrigação. Eu sei!

 

MANUELA

12/08/2023

 

--Paula Alves--

 

“QUANDO UM PAI DESAPARECE DO LAR CAUSA MUITA DOR”

 

Foram muitos dias dos pais. Festas na escola, cartões e cafés da manhã. Criança pulando na cama logo cedo...

Eu fui muito feliz! Posso dizer que almejava ficar com eles por muitos anos e conhecer meus netos e bisnetos.

A minha partida causou muita tristeza e revolta, ninguém estava esperando meu retornou ainda jovem. Minha esposa precisava de mim na educação e cuidado com os filhos. Eu não desejei partir, mas precisava retornar para retomar os planos antigos.

Quando um pai desaparece do lar causa muita dor. Eu fui presente e amoroso, vivi para eles, desfrutei de sua companhia, de forma inconsciente eu sabia que estava para retornar, então, eu aproveitei minha vida. Deixei saudades.

Nós nunca sabemos qual será o dia do retorno, quanto tempo temos para ficar com nossos entes queridos, o importante é aproveitar cada instante com gratidão e alegria.

Não desperdiçarmos o tempo precioso com quirelas materiais, necessidades absurdas que nos afastam do seio doméstico. Não desviarmos a atenção para coisas efêmeras ou ilusões que podem causar arrependimento e dor.

Paternidade é missão e dever! Mas, é oportunidade de desenvolvimento santificante. É trabalharmos com sentimentos nobres e salutares, nos sentirmos preenchidos com tanto amor. Olhar para os filhos e se reconhecer como gente do bem, saber que somos amados apesar dos defeitos, nos sentirmos indispensáveis.

Foram poucos anos, mas eu só tenho motivos para agradecer. Queria que soubessem o quanto amo todos os meus filhos e minha querida esposa, a figura deles, deste lado, é o que me dá forças para prosseguir.

Eu não morri, vivo e revivo os nossos momentos como base de sustentação. Estou melhorando e aceitando minha condição para que possa, um dia, estar novamente diante deles. É como uma viagem. Não é fácil enviar notícias, mas sei que nos reencontraremos.

Eu amei a oportunidade de ser pai. Gratidão!

 

LEONEL  

12/08/2023 

---Paula Alves---   


“CREIAM NO PODER DO MESTRE. SÓ ELE PODE TRANSFORMAR O MUNDO E TODOS OS CORAÇÕES”

 O trabalho com Jesus é árduo e complexo. Trabalho que nunca se acaba porque muitos devem ser esclarecidos.

São tantas dores e confusões mentais. Problemas de alma que parecem ser inabaláveis. Torturas psíquicas e desavenças do coração. Rixas milenares, fome, perdas, aniquilamento. O mundo soterrado pelo mal e desesperança.

Precisamos da luz! Enxergar tudo com fé para que o mundo floresça diante de nós. A união e a força podem fazer surgir um mundo novo cheio de esperança e glória, mas para isso, a verdade deverá prevalecer. Eles deverão compreender o que o Mestre nos ensinou.

Aqueles que tem boca para falar, gritem dos telhados. Não sintam medo e nem constrangimento. Aqueles que viram a luz da espiritualidade e compreendem a necessidade dos seus irmãos, que possam entregar a eles a água que verte para a eternidade para que nunca mais sintam sede de conhecimentos religiosos.

 

É trabalho árduo, cheio de obstáculos. Existirá cansaço, melancolia, insegurança, mas se a fé for do tamanho de um grão de mostarda vocês perceberão um grupo de seres abnegados que os sustentará. Encaminhando no trabalho do bem, distribuindo perseverança para que não vos falte fôlego para marchar mais um dia, para que possam atuar na propagação das palavras de amor, paz e esperança.

Creiam no poder do Mestre. Só Ele pode transformar o mundo e todos os corações. O que está correto não tem meio termo. Não existe meio certo ou meio errado. Só um caminho pode nos guiar a Deus, todos os outros são desvios arquitetados para que as pessoas sejam ludibriadas e se percam nos percalços das ilusões do mundo.

Aquele que persevera com Jesus consegue visualizar a mudança bem perto de si. Mudança para um mundo de paz, alegria e fraternidade. Onde as pessoas se assessoram e desejam as mesmas coisas. O mundo todo é grande demais, porém, aquele que serve à espiritualidade superior pode modificar o ambiente em que vive e dar demonstrações puras e genuínas da bondade do Senhor.

Que cada servo sinta o poder de Deus dentro de si e siga motivado por Jesus a espalhar o bem de posse do seu Evangelho.

 

SILAS

06/08/2023

                        --Paula Alves--



 “ VÊ COMO TUDO É JUSTO NA LEI? ”

 

A autoridade foi o meu bem mais precioso.

Ditar as regras e ver como obedeciam... Isso me enchia de contentamento. Eu tinha um senso de liderança muito forte, em todos os lugares era muito fácil que pudessem me ouvir e fazer o que eu ordenava. No ambiente doméstico, no trabalho, em locais religiosos, enfim, eu ditava as regras e era obedecido.

Poderia ter tirado grande proveito de tudo isso. Poderia ter influenciado para o bem e direcionado as pessoas para o progresso e para a fraternidade, mas eu fiquei cego de vaidade. Me apropriei indevidamente de algumas coisas, tive ascensão profissional, agi com superioridade ofensiva e opressora em todos os locais. Fui detestado, odiado e criticado. Meus familiares foram os primeiros a solicitarem que eu modificasse meu jeito de ser, mas eu não conseguia perceber o quanto estava sendo mesquinho e desumano.

O poder modifica as pessoas fazendo demonstrarem o pior que o ser humano tem a oferecer.

 

O pior de tudo é quando nós estamos tão envolvidos com sentimentos inferiores que não notamos o quanto estamos sendo equivocados. Maltratamos, ofendemos, humilhamos publicamente e atraímos para junto de nós aqueles que gostam de provocar o mal.

Todas as vezes que seu comportamento causa desconforto nas outras pessoas, é porque, de alguma forma, você está produzindo o mal. Aquele que deseja fazer, apenas o bem e espalhar alegria, paz, conforto e serenidade por onde passa, consegue produzir tudo isso, aliado a seres de luz. Tudo depende da intenção.

 

Quando nossos desejos são egoístas e tudo gira em torno da nossa vaidade. Quando acredita que deve prevalecer a sua vontade independente se vai beneficiar alguém ou não, significa que você não está bem acompanhado.

Nós recebemos influência constante do mundo espiritual, pode ser boa influência ou má influência. Quem vai decidir isso é você porque se está vibrando no bem, no positivo, no amor e na paz, você vai atrair, apenas seres ligados ao bem, porém, se você está cheio de cobiça, inveja, desejos de vingança, tem fortes ambições e vaidades, pretende ludibriar, enganar e se favorecer diante dos demais, aí você vai atrair aqueles que estão ligados ao mal e a dor.

Tudo depende de nossas intenções!

O fato é que, quando desencarnei me vi ligado a seres de aspecto sombrio, seres do mal que me fizeram sentir na pele o que é ter que obedecer. Ser submisso, subalterno, escravo. Eu tive que padecer e ser humilhado nas regiões sombrias para compreender o que fiz as pessoas sentirem enquanto estavam perto de mim. Foi terrível! Ainda mais porque, isso tudo era o meu calvário.

 

É certo que o humilde toleraria tudo calado. Ele suportaria. Vê como tudo é justo na Lei? Para aquele que já é bem resolvido e acolheu os ensinamentos do Mestre, não há nenhum problema porque esta pessoa já se despojou do seu orgulho. Mas, para o orgulhoso foi um grande martírio.

Compreendi que todos aqueles que entenderam os princípios de Jesus sofrem menos com todas as injurias do mundo. O que seria desastroso para muitos, não é para aqueles, senão motivo de prova. Eles enfrentam e suportam sem grandes constrangimentos.

Observei os impulsos e atos do passado. Vi o quanto fui ridículo em diversas situações. Eu me envergonhei do que fiz aos irmãos que foram colocados ao meu contato íntimo. Como eu os incomodei...

No mundo, o que mais importa é a colaboração porque todos estão suportando provações e expiações. Quando podemos ver o outro e se condoer por sua dor, é como se a nossa tribulação ficasse pequena em prol do auxílio do semelhante. Assim, todos melhoram e evoluem. É isso o que o Pai deseja. Todos sendo colaboradores e irmãos.

 

JUNIOR

06/08/2023

                  --Paula Alves--

“A LEI FORMALIZA TUDO, FAZ UNIR E CONCILIAR”

 

 

Estou tentando quebrar o elo. Fazendo harmonização psíquica para eliminar as sensações desagradáveis do passado, mas é difícil.

Já solicitei nova reaproximação. Necessito que ele me perdoe e compreenda que hoje sou uma pessoa diferente em razão de tudo o que vivemos. Acho que será produtivo se formos colocados em contato novamente, por isso, eu serei seu neto.

Mas, eu quero que ele me aceite. Diante de tudo o que fiz, pode ser que ele me recuse no seio doméstico. Não vai me aceitar. Sentirá o meu contato e isso, já será necessário para impedir o meu retorno. Ele pode fazer isso como pai da minha futura mãe. Ele seria capaz de propor a interrupção da gravidez?

Tenho temores e receios, pensamentos de insegurança, mas preciso tentar, então, pedi que pudesse visitá-lo em sonho. Eu quero tentar mais uma vez, antes de retornar como seu netinho.

No passado, fui o pai que o atormentou. Pai agressivo que não tolerava uma palavra à mesa, pai que explodia e surrava o filho. Ele cresceu revoltado. Me viu batendo na própria mãe, traindo e humilhando toda a família. Eu fui embora, deixei que passassem por dificuldades, nunca mais me incomodei com eles. Meu filho nutriu por mim, os piores sentimentos, foi difícil confiar nas pessoas por minha causa. Eu poderia ter sido um pai presente e amoroso. Eu poderia ter cumprido com meu dever, mas fui cruel e omisso.

 

Ele nunca me perdoou. Eu deixei de lado a posição que nos unia, mas não posso continuar sem me entender com ele e sua mãe. Eu preciso me reconciliar e fazer surgir o amor que liberta para seguir o meu caminho de evolução. Estou preso nestes relacionamentos, preciso me acertar com eles.

Eu tenho fé de que serei perdoado e aceito. Vou solicitar a sua ajuda. A filhinha irá engravidar ainda na adolescência e eu serei o pequenino que ela deverá acalentar. Mas, terei problemas desde o princípio, já que a gravidez será indesejada.

A Lei formaliza tudo, faz unir e conciliar. Não existem vítimas e todas as situações são colocadas diante de nós para o acerto de contas, para o progresso e a paz. Torçam por mim.

 

JORDÉLIO

06/08/2023

                --Paula Alves---


“EU GASTEI TANTO DINHEIRO EM CIRURGIAS PLÁSTICAS, SUPLEMENTOS, ROUPAS E SAPATOS DE GRIFE”

 

Foram horas e horas dispersas com o espelho. Eu estava em busca da aparência ideal.

Me sentia bonita, tinha orgulho de meu corpo e minha pele. Não permitia que surgisse o menor sinal de envelhecimento ou gordurinha localizada. Eu me alimentava com retidão e fazia muitos exercícios físicos.

Nasci numa família rica e achei que pudesse dedicar o meu tempo a estas loucuras do excesso da vaidade. Eu nunca parei para pensar que estava ali por um motivo maior.

Quando é que eu poderia imaginar que estava destinada a produzir o bem para a coletividade?

Eu gastei tanto dinheiro em cirurgias plásticas, suplementos, roupas e sapatos de grife. Esbanjei uma fortuna nos spas e terapias que promovessem o meu bem estar. Dinheiro que daria para alimentar famílias inteiras. Nunca pensei em ninguém, egoísmo puro!

O fato de ter nascido numa família rica já me colocaria como responsável de muitos seres porque Deus nos concede a riqueza para beneficiar outros filhos Teus e não para ficarmos acumulando e esbanjando com tolices. Mas, eu não fui ensinada a pensar desta maneira. Eu não sabia que tinha compromissos com a maioria de desfavorecidos.

 

Plano traçado antes do reencarne, eu tinha uma meta muito importante. Teria sido uma vida bela e produtiva. Sei que eu teria sido muito mais feliz ajudando as pessoas do que fui. Até porque eu fui uma dondoca. Uma mulher fútil que gastou dinheiro com a própria vaidade e findou seus dias após fazer uma cirurgia de beleza.

Sinto uma revolta grandiosa dentro do peito. Algo semelhante a perda de alguém muito íntimo e querido. Como se você tivesse cometido um erro extremo e não tivesse como corrigir. Eu estou muito arrependida porque soube que poderia ter sido e não fui. É lamentável!

 

Eu tive condições de ajudar. Deste lado, após saber de todos os compromissos que não foram realizados, também pude ver o trabalho que realizam aqueles que não têm posses. Pessoas dignas que fazem o mundo girar com seu entusiasmo e fé. Pessoas que nasceram na pobreza, nem tiveram grandes expectativas, mas se movem por amor. Elas preenchem sua vida com as necessidades dos outros e produzem muito. Tanto que desencadeiam uma verdadeira corrente do bem onde cada um faz uma pequenina parte e conseguem auxiliar grandes grupos.

 

É assim quando as pessoas se movem pela fraternidade. Sem condições, sem dinheiro, sem oportunidade, mas elas nadam contra a maré, não aceitam as recusas dos fortes e poderosos, em nome da fé e do bem, agem e conseguem ajudar.

Você diria que esta ajuda não muda as condições do mundo, mas muda sim porque fornece coragem, esperança e luz. Faz com que outros se enxerguem como indivíduos e se erguem no meio de tanto sofrimento e desilusão. Um sorriso, uma palavra amiga e o esclarecimento movem estas pessoas.

Eu podia ter feito muito, não fiz nada por causa da minha vaidade e falta de conhecimento. Compreendo que as elucidações devem ser distribuídas. Todos devem compreender para que possam trabalhar ativamente para a melhoria de si mesmos e dos demais.

 

JOYCE

06/08/2023



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