“A MULHER MUDA QUANDO SE TORNA UMA MÃE AMOROSA”
Eu queria ser mãe. Queria uma família por inteiro: mãe, pai e filhos, mas depois de anos, comecei a me desesperar.
Eu não engravidei e suspeitei que
tivesse sérios problemas de fertilidade. Conversei com meu esposo e fizemos
exames, mas o médico disse que era possível engravidar com tratamentos.
Fiz os tratamentos, mas ainda assim,
não engravidava. Eu comecei a repensar minha vida, meu jeito de ser. Passei a
analisar meus relacionamentos e a forma de encarar a vida.
Percebi que existia muita coisa para corrigir. Eu repensei minhas
necessidades evolutivas como a imaginar o motivo pelo qual eu não conseguia ser
mãe e comecei a perceber que eu não tinha paciência com crianças.
Era como se no fundo do meu ser eu
as rejeitasse. Será que a vontade de ser mãe era só da boca para fora? Estive
observando minhas amigas que tinham filhos e até o relacionamento que eu tinha
com afilhados e sobrinhos. Elas me irritavam, eu fazia de tudo para me esquivar
delas.
Será que o desejo de ser mãe era
sincero?
Compreendi que a sociedade nos impõe
muitas coisas e também uma postura irrepreensível. Uma mulher tem que gerar,
ela tem que ser fértil para ser bem aceita. Tanto é que em nossas famílias as
pessoas estavam sempre preocupadas se estávamos grávidos. Mas, se eu tivesse
engravidado antes do casamento teria sido um grande problema, até mesmo, uma
vergonha para os nossos familiares.
Então, fui notando o quanto eu
estava inclinada a ser o que eles queriam que eu fosse. Me perguntei se eu
seria uma boa mãe quando a criança chegasse aos meus braços. O que eu tinha a
oferecer?
Acho mesmo que as
pessoas não se questionam sobre isso. O que eu tenho a oferecer a esta família?
Eu estou preparada para ser mãe e para cuidar integralmente de outro ser, um
ser frágil e indefeso que irá me solicitar cuidados e afetos. Qual é o tipo de
sentimento que tenho a ofertar? Estou firme nos meus propósitos educacionais.
Compreendo o que envolve a missão abnegada de ser mãe?
Isso tudo foi
surgindo em minha mente, certamente inspirada pelo mentor espiritual que não
sabia existir naquela época (risos).
A verdade é que eu
me senti despreparada, imatura e não tinha desejos realmente convincentes para
me tornar mãe, então, junto com o tratamento médico, comecei a investigar,
pesquisar, li muito e dialoguei com minhas amigas e irmãs que tinham filhos. Eu
fiz um trabalho de campo e me envolvi no mundo infantil. Eu precisava saber se
seria de fato uma mãe responsável e amorosa que poderia ajudar no
desenvolvimento de uma criança e não deixá-la desamparada ou negligenciada como
tantos casos que podemos encontrar.
Não é raro de se
ver, crianças que são paridas. Lançadas no mundo e se criam. Muitas criadas
pelos próprios irmãos mais velhos, pelas avós, babás ou funcionárias de
escolas. A mãe aparece na cena, mas não se envolve nos cuidados e afetos.
Crianças que são lançadas no mundo e se deparam com pais irracionais, violentos
ou ausentes.
Eu não queria isso. Não queria
tratar um cachorro como criança e uma criança como um animal. Eu queria suprir
as necessidades da criança cheia de discernimento e amor. Eu queria me
desenvolver no contato com a minha criança. Ter perspectivas enobrecedoras
durante seu crescimento. Era isso o que eu queria.
Enquanto eu olhava para elas, me
envolvia em suas brincadeiras e ouvia o que tinham a dizer, percebi o quanto
são mais espertas do que os adultos, mais meigas e delicadas, muito mais
carinhosas e verdadeiras. Eu me perguntei: o que nós estamos fazendo com elas?
Por que se transformam em adultos cruéis?
Por que perdem a essência infantil e
se tornam adultos endurecidos e obstinados no mal? Nós mesmos fazemos isso
quando viramos as costas para eles. Quando ensinamos a correr atrás dos bens
materiais a todo custo, mesmo que tenhamos que cometer pequenos delitos, sermos
corruptos em toda parte. Eles observam todos os nossos atos e reproduzem quando
chega a hora.
Eu queria uma criança em minha vida.
Queria alguém leal e delicado para aprendermos juntos as melhores coisas da
vida. Para que eu pudesse ampliar meu amor e me nutrir do seu carinho. Para que
eu pudesse pensar no ouro em primeiro lugar e sentir o que é ser mãe de
verdade.
Quando comecei a refletir sobre o amor
de mãe e sobre o que eu podia oferecer, senti meu corpo estranho. Tudo estava
diferente e fui ao médico. Eu estava grávida da Luciana. Fiquei tão feliz que
agradeci a Deus pela oportunidade abençoada.
Fiz daquela gravidez um grande
aprendizado e pude me envolver com minha filha me transformando numa pessoa
melhor. Depois disso, outros dois vieram: Vinicius e Diogo.
Todos foram presentes dos céus.
Pessoas maravilhosas com os quais eu tinha muita afinidade. Foram fáceis de
educar e de amar. Aprendemos muitas coisas juntos e nos desenvolvemos até aqui.
Eu acredito que o amor de mãe nos
dignifica. Por eles somos capazes de tudo. Capazes de modificações realmente
sinceras e promissoras. Capazes de abdicar da paz, do conforto e comodidade.
Podemos entregar a própria vida para salvar um filho, nos tornamos abnegadas e
dispostas ao sacrifício, mudamos de vida e nos reestruturamos e esforçamos para
modificar a sociedade. A mulher muda quando se torna uma mãe amorosa.
HELENA
28/04/2023
---Paula Alves--
“SE DEUS TE OFERTA UM PRESENTE VOCÊ SE ACHA NO
DIREITO DE RECUSAR OU DE RECLAMAR PORQUE NÃO ERA O QUE VOCÊ QUERIA?”
Eu não pude ser mãe e isso me
revoltou por muitos anos. Após um problema de saúde, eu tive que remover meus
órgãos reprodutores, foi o fim para mim.
Falavam sobre adoção, mas eu não
queria. Não sei por que, nunca foi uma possibilidade. Eu vivia emburrada e me
questionei por que eu não podia ter uma família completa.
Então, fui chamada para trabalhar num
berçário. Na hora, pensei em recusar, afinal seria difícil ouvir o choro e
vê-los, sabendo que eu nunca teria um filho. Mas, eu precisava trabalhar e
aquela vaga era ótima, então aceitei.
Eu via os bebês e me emocionava. Eu
queria aquele contato. Desejava tê-los em meus braços. As crianças são tão
fáceis de amar. Comecei a perceber que uma criança não precisa ter o nosso
sangue para ser amada. Repensei meus conceitos.
Na mesma época, tivemos notícias de
uma criança que seria abandonada pela mãe. Ela não queria mais um filho. A
desalmada tinha seis crianças e se recusava a levar o bebê para casa, pois,
segundo ela, não tinha condições de criar mais um.
Eu fiquei indignada. Como pode ser
a consciência humana. Uns querendo filhos, outros rejeitando. Não dá para
entender o ser humano. Ela tinha tantos que estava se desfazendo de um filho.
Eu não tinha nenhum e rejeitava um filho que não saíra do meu ventre. Tudo
vergonhoso e medíocre. Será que as mulheres não tinham que nascer com instinto
maternal. Uma habilidade espontânea de proteger e doar afeto?
Pensei que nós duas tínhamos
semelhanças. Nós duas nos sentíamos na posição de superioridade onde podíamos
recusar um ser indefeso que depende de nós porque não tivemos a vida que
desejamos.
Se Deus te oferta um presente você
se acha no direito de recusar ou de reclamar porque não era o que você queria?
Repensei e conversei com a assistente social. Eu disse que desejava adotar
aquela criança. Após uma série de atos legais, eu pude ficar com ele.
Eu nem acreditei quando pude
segurar em meus braços. A sensação inenarrável de estar com alguém que precisa
de você, alguém que você vai ter ao seu lado para conduzir os passos e
proteger, ensinar e amar.
Eu estava assustada, pedia
direcionamento a Deus, mas eu já o amava. As crianças são fáceis de amar. Toda
criança é um ser em desenvolvimento que vai desabrochar mediante seus
estímulos. Quanto mais você oferta amor e paz, quanto mais você ensina dentro
da moralidade e do Evangelho, mais a criança se desenvolve e cresce como um ser
ligado ao bem e à fraternidade.
Aquele menino
cresceu sabendo que era um filho adotado. Soube o quanto eu o desejei e que eu
o escolhi. Eu escolhi ser sua mãe. Eu fiz tudo pra que ele se tornasse um homem
de bem e colhi bondade e carinho. Foi um rapaz excelente que nunca me deu
trabalho e se tornou um homem que cuidou de nós na velhice com muita
delicadeza. Não deixou faltar nada, nem pão, nem afeto, nem o Evangelho.
LURDES
28/04/2023
---Paula Alves---
“O TRABALHO DE MÃE
É ÁRDUO. NÃO BASTA PARIR”
A mesa estava posta, mas faltava
alguém. Faltaria sempre e eu sempre ficaria me perguntando onde errei para
faltar um filho à mesa.
Eu me sentia culpada pela forma como
tudo aconteceu. Antônio sempre foi diferente dos outros, mas eu achava que ele
ia se emendar.
O meu maior erro foi tratar todos
igualmente. Foi negligenciar as mazelas morais do meu filho. Foi aceitar seus
desvios de conduta e acreditar que eu, apenas precisava cumprir com minhas
obrigações no lar que tudo se resolveria.
Os pais erram quando fazem de conta
que não viram. Erram quando não se esforçam para reconhecer todas as
leviandades morais dos seus filhos.
Eu precisava ter reconhecido cada
um como eram. Qual é o pai que não conhece o filho que tem em casa? Nós sabemos
quem eles são, mas deixamos para lá. Ele foi terrível porque foi mau com outras
pessoas e eu também me sinto responsável por elas, por tudo o que aconteceu.
As mães são responsáveis por todos
os criminosos, mentirosos, ofensores que existem na sociedade. Alguma coisa
aconteceu. Ele não recebeu a educação que deveria receber. Deus coloca diante
do filho a mãe ideal para conduzi-lo no caminho do bem. Aquela mãe conseguiria mudar
a situação dos seus pensamentos se ela cumprisse sua missão adequadamente, mas
ela fraquejou e o filho errou gravemente.
Eu sabia disso depois do
ocorrido. Eu fui responsável. Olhava para aquele lugar vazio e pensava que era
melhor assim. Na espiritualidade, Deus era responsável por ele porque eu fui
falha.
O trabalho de mãe é árduo. Não
basta parir. Começa antes de engravidar porque temos que nos preparar de forma
consciente para sabermos educar. Na gravidez você já tem que cuidar da saúde do
bebê e pensar como será durante toda a educação: moradia, escola e familiares.
Você tem apoio?
Como será o convívio
com os familiares?
Envolve vícios ou violência no lar?
Existe uma base financeira e afetiva?
Depois do nascimento,
começa o reconhecimento do ser.
Quem é esta
criança?
Quais são suas
características pessoais?
Seus valores e
qualidades, seus defeitos e limitações?
Eu preciso ajudar
no desenvolvimento do ser. Ao mesmo tempo, precisava ter ficado atenta diante
de minhas próprias limitações morais e intelectuais.
Eu tinha que
estruturar meu lar com o Evangelho. Tinha que ter ensinado sobre a fé e
respeito pelo semelhante. Eu precisava muito ter ensinado o respeito pelo
semelhante, respeito pela propriedade alheia. Valores morais e espirituais.
Eu falhei muito e
meu filho errou, se comprometeu com a Lei, maltratou moças indefesas e
desencarnou em sofrimento. Eu me sinto responsável e solicitei retorno para ser
uma mãe melhor para ele. Eu preciso ressarcir minhas faltas. Espero ter
discernimento para não falhar novamente.
LILIANA
28/04/2023
---Paula Alves---
“A VERDADE É QUE NÓS SÓ FICAMOS ATENTOS ÀQUILO QUE NOS INTERESSA”
Eu faria qualquer
coisa por aquele transplante.
É incrível como
podemos mudar de opinião...
Tempos antes, de
posse de minha saúde plena, eu nunca pensaria neste assunto. Coisa que não me
dizia respeito. O que me interessava se concordava ou não com a doação de
órgãos?
A verdade é que nós
só ficamos atentos àquilo que nos interessa. Você pode falar que é egoísmo, mas
é nestas horas do tudo ou nada que refletimos no que somos capazes de fazer
pela vida.
A mesma vida que desdenhamos
ou que desperdiçamos com questões banais da existência. A vida que faremos de
tudo para manter ou preservar.
O mundo do salve-se
quem puder nos leva a dizer e fazer coisas que nunca imaginávamos. Eu era capaz
de tudo por um órgão que pudesse prolongar minha vida e para quê?
Quando eu definhei
e me vi morrendo aos poucos, pude me questionar para que servia minha vida. Eu
queria tanto viver, me esforcei tanto para conseguir um órgão entre os
familiares e cheguei a oferecer dinheiro para os amigos mais próximos se fossem
compatíveis comigo. Eu não tive o menor constrangimento.
Mas, depois de tudo
aquilo, depois da revolta e do choro vergonhoso, eu me perguntei para que eu
queria tanto viver.
E isso comecei a
perguntar para todas as pessoas que me cruzaram o caminho e eu te pergunto
agora.
PARA QUE VOCÊ QUER TANTO VIVER?
Isso vai passar na sua cabeça em algum momento. Quando você estiver sendo vítima ou sofrendo perseguição, estiver passando por intensas privações ou enfermidades terríveis, prestes a dar o seu último suspiro, você vai pensar por que queria viver.
Eu não tinha um
argumento sublime, algo que fosse altruísta ou enobrecedor. Meu motivo era
ridículo, ligado as satisfações e medo da morte. Eu morria de medo de morrer.
Sabe por que a
gente tem medo de morrer? Porque não sabe o que te espera depois da morte do
corpo.
Tem espertalhão de
todo tipo que enche a boca para falar do que vai acontecer depois da morte, mas
nas incertezas, ele morre de medo de adoecer e morrer. Crença de castelo de areia.
Ainda tem aquele
que sabe que errou feio. Cheio de maldade, cheio de imprudências, ele sabe que
depois da morte, só pode ter a punição. Este não quer morrer de jeito nenhum.
Eu não queria
morrer, simplesmente porque acreditava que iria acabar e queria curtir mais
minha vida de regalias e prazeres, só isso.
Mas, nas idas e vindas das diversas internações, conheci gente boa que não queria morrer para não deixar criança desvalida, idosos sem cuidados apropriados, até animais abandonados. Pessoas que tinham trabalhos junto a outros que precisavam de apoio e atenção. Estes não queriam partir porque se sentiam inseguros quanto ao destino alheio. Nisso, confesso que bateu meu coração.
Foi muito
importante o tempo em que estive doente porque aprendi muito com pessoas
formidáveis. A enfermidade nos coloca diante de uma vida cheia de altos e
baixos. São pessoas que sofrem e ainda encontram forças para ajudarem outras
pessoas. Pessoas agradecidas por cada raio de sol, por cada momento de paz.
Eu aprendi muito
com todos eles.
Claro que eu não
consegui o transplante. A fila é muito grande, gigantesca. Quando você sabe
como tudo funciona e compreende que é raro conseguir um órgão a tempo de tocar
para a frente, vê uma vida se modificar.
Eu mudei muito meus
pensamentos e maneira de enxergar a vida. Comtemplei as coisas com outra visão.
Sabia que, para eu
ter uma oportunidade, 1375 pessoas tinham que morrer. Muitos órgãos tinham que
ser transplantados para eu ter uma chance e olhe lá.
Eu fico pensando
como seria se todos tivessem a consciência da doação. Como seria um mundo onde
as pessoas vivem no coletivo. Onde um se interessa pelo sofrimento do outro ou,
melhor dizendo, onde todos fazem o possível para aliviar os sofrimentos de cada
um.
TONINHO
15/04/23
--Paula Alves—
ADULTOS DESPERTEM!
Há tempos estamos salientando a importância de se propagar a palavra do Mestre.
Há tempos estamos
incentivando a educação moralizadora nos lares. Estamos incentivando a educação
amorosa e o contato integral entre pais e filhos, onde cada um tem seu papel
definido no lar, onde pais têm presença nos lares para conhecerem as mentes dos
seus filhos e possam trabalhar a melhoria individual baseada na reforma intima
bem direcionada, explicando racionalmente a missão de cada tutor em relação ao
direcionamento dos jovens.
Sem agressões físicas
ou verbalizadas que possam
constranger ou humilhar, criando bloqueios mentais que neutralizam
desenvolvimentos morais, intelectuais e espirituais que são imprescindíveis.
Mas, infelizmente,
este conteúdo é de interesse de número reduzido de pessoas porque os irmãos
estão presos aos atrativos da matéria e se esquecem dos compromissos que foram
tratados no plano espiritual.
Existe uma lacuna
que precisa ser preenchida. Lacuna da falta de amor, esperança e fé. Isso fez
um buraco que permitiu a invasão do mal, da crueldade que só pode disseminar a
discórdia e o desespero.
Mas, todos podem mudar a situação se estiverem empenhados na concórdia e fraternidade.
ADULTOS DESPERTEM!
Hoje nós temos necessidade imediata do vosso amadurecimento. Pais e responsáveis não podem negligenciar sua autoridade e responsabilidade diante dos fatos sociais terríveis. Não podem se permitir o abuso de sensações e prazeres em detrimento da violência desenfreada.
NÃO EXISTE SOLUÇÃO SEM O EVANGELHO!
Todos podem orientar, mas nem sempre, conseguirão chegar aos corações.
Todos podem
disciplinar, mas nem sempre, conseguirão expandir os raciocínios.
A espiritualidade
pode fortalecer os lares, mas precisa de consentimento, precisa de convite para
adentrar nas famílias e fazer a luz da paz brilhar.
Crianças e jovens estão
abertos à educação e incentivo através do amor, mas precisam de amparo, atenção
e lapidação moral. Precisam de pai, mãe, avós, tios e primos atentos, que os
conheçam e saibam dialogar com eles.
A favor da mudança
e por um mundo muito melhor, trabalhemos. A educação é trabalho das famílias!
JOSIEL (trabalhador da
equipe de psicologia)
15/04/23
--Paula Alves--
“NÃO QUEREM LUXO, MAS CARINHO E AMOR”
“É ASSIM QUE EDUCA”
“DIÁLOGO, TRABALHO E ATENÇÃO”
Coloquei todo mundo na carroça e segui ir para São Paulo. Eu tinha ideia que seria fácil arrumar emprego e mudar de vida. Eu não aguentava mais trabalhar naquela roça.
Minha esposa estava
com medo. Falou que a cidade assustava, mas eu não dei ouvidos, mulher é muito
dramática!
Segui com tudo
aquilo de filhos e a mulher contrariada. Eu queria uma vida melhor.
Muitas vezes,
pensei que era errado ser ganancioso. Eu queria além das minhas posses, não
estava aceitando aquela vida. Será que estava sendo ingrato com Deus?
Mas, eu também
achava que Deus apoiava nosso esforço e ele sabia que eu estava buscando uma
vida melhor para a minha família porque a gente não pode ser acomodado.
Eu cheguei na
cidade grande e procurei um lugar para ficar, procurei emprego e minha esposa
logo arrumou casa para limpar. Naquela época era bom de arrumar trabalho, logo
não faltou o que fazer.
Em alguns anos, eu
já tinha comprado terreno e estava criando bem meus filhos. Teve muita gente
elogiando, dizendo que o nosso trabalho digno rendia frutos, deus abençoava
porque não éramos preguiçosos. Verdade!
Mas, sempre tem um
para sair na preguiça. Tinha um filho que era danado para ficar nas minhas
costas. Eu percebi o jeito dele. Eu tentava levar para carpir e ele arranjava
qualquer desculpa, fingia doença, a esposa passava a mão na cabeça e eu percebi
a esperteza dele.
Falei logo que ele
tinha que ser bem treinado para não sair preguiçoso. A preguiça é como um
vício, depois ele que sofreria.
A gente tem que perceber quando o filho tem mau procedimento e ir encaminhando no correto, justo e bom. Eu falei com a esposa e ela entendeu. Disse que se a gente não corrigisse, ele que ia sofrer. Mais tarde, o menino não ia ter força moral para ter empenho, otimismo, esperança, ele não ia ter ânimo para procurar oportunidades e podia se tornar um pedinte ou um oportunista que é ainda pior.
Sabe aquela pessoa
que só quer saber de se aproveitar das outras, sem se importar se está
magoando, explorando ou abusando da boa vontade? Este é o oportunista. É um
pilantra, um golpista que usa e abusa de tudo que outros têm a oferecer e nunca
ajuda em nada, só suga física e moralmente.
Ele estava se aproveitando
de mim como um oportunista e faria muito pior na fase adulta porque o defeito
só piora sem educação.
Eu não dei moleza! Levei para a enxada, debaixo do sol quente, deixei fazer calos e valorizar a sombra, a água fresca e o descanso.
Mostrei que o trabalho
digno é presente de Deus porque permite conduzir a família com fartura na mesa
e saúde. Falava o tempo todo e sempre estava ensinando a ser boa pessoa.
Eu tinha até medo
de pensar que ele podia ficar adulto daquele jeito de desonra e ainda tratar mal
da gente quando estivéssemos velhinhos. É sempre isso que acontece. Lá na
frente os pais é que sofrem nas mãos destes filhos abusados.
Mas, eu peguei
tanto no pé dele que o menino se tornou um homem de fino trato. Todo consciente
na valorização da família, educado e muito amoroso. Nos tornamos bons amigos,
confidentes. Não tinha nada que ele não perguntava para mim e me tratou com
decência quando envelheci.
Tem gente que pensa
que o filho não vai entender aquela bronca, a reprimenda e os nãos que a gente
fala, mas a verdade é que criança e jovem, grita por atenção. Eles sentem-se
valorizados quando sabem que estão sendo observados. Quando a gente faz de tudo
por eles, sentem-se amados.
É fácil agradar.
Não querem luxo, mas carinho e amor. É assim que educa. Diálogo, trabalho e
atenção.
SIMÃO
15/04/23
--Paula Alves--
“SERÁ QUE AS PESSOAS CONSEGUEM DORMIR EM PAZ SABENDO QUE A OUTRA ESTÁ
PASSANDO FOME COM OS FILHOS?”
Eu sabia que aquela
batalha tinha razão de ser. Eu não acredito que as coisas acontecem na nossa
vida sem propósito.
Atrai aquela patroa
para minha vida e queria muito saber o motivo da mulher me tratar tão mal.
Bem de vida,
estudada e ficava me devendo a faxina que servia para levar comida para mesa.
Ela sabia da minha vida e do quanto eu precisava daquele dinheiro e, ainda
assim, me fazia ficar humilhando na hora de cobrar.
Se eu pudesse não voltaria mais, arrumaria outra patroa, mas as coisas ficaram tão difíceis naquele ano, eu não arrumava nada.
Sempre pensei que
se eu fosse a patroa não permitiria que ela passasse por dificuldades, eu seria
grata à minha auxiliar, mas eu precisava abaixar a cabeça e implorar pelo
pagamento.
Será que ela não
podia se colocar no meu lugar? Será que as pessoas conseguem dormir em paz
sabendo que a outra está passando fome com os filhos?
Depois a vida fez
com que eu arrumasse outra patroa que foi muito boa comigo. Ela até me
registrou porque muita gente acha que é luxo carteira assinada e este era o meu
sonho, ter décimo terceiro e os direitos assegurados.
Eu fiquei com ela
por muitos anos e trabalhei com satisfação. Parecia até que minha antiga patroa
havia me favorecido para eu saber ser grata e feliz no meu ambiente de trabalho
para não reclamar, ao invés disso, trabalhar com prazer de servir.
Chegando deste
lado, me mostraram como eu havia sido cruel na outra existência. Nem sequer,
permitia que meus funcionários se alimentassem adequadamente, apesar de ter
muita fartura em minha casa. Fui tal qual o rico, de “O rico e Lázaro”.
Eu atraí para junto de mim, uma patroa que podia me devolver as ofensas que fiz outras pessoas passaram em outras existências, mas apesar disso, Deus Pai, nunca permitiu que nos faltasse o pão e, por tudo o que prendi, sou imensamente agradecida pelo Pai Celestial.
MARGARETH
15/04/23
“EU CREIO QUE, UM
DIA, PELA FORÇA DO EVANGELHO, AS PESSOAS SERÃO DIFERENTES E MUITO MELHORES”
Eu estava prestes a
desistir. Cansado das revoltas do mundo e dos insultos que recebi por todo o
caminho. Dá para perceber quando eles não querem ouvir.
Meu calvário não se
assemelhava aos tormentos do Mestre. Nem de longe, dos martírios de Jesus e eu
pensava: “Como eu tenho coragem de duvidar?”
Como eu podia me
colocar como sofredor, se devia ser um privilégio me conduzir através da Sua
Palavra? Mas, eu vacilava e sentia tormentos íntimos, questões pessoais que me
distanciavam das pessoas. Como eu podia duvidar da Sua presença em minha vida?
Questionei meus
profundos sentimentos e razões existenciais. Colocando-me a disposição de fazer
o que fosse necessário para colocá-lo em contato com todos aqueles que
desejassem paz de espírito.
No início, fui
enxotado, ridicularizado e insultado. Ninguém queria me ouvir. Como se não
precisassem de Jesus, mas eu não podia me curvar diante deles porque era
emissário do Mestre, eu precisava levar o seu Evangelho e dizer que ele estava
conosco para sempre.
“Eu venci o mundo”
– disse o Nazareno. Eu desejava vencer meus medos e batalhas intimas e viver
para segui-lo com fé e a certeza de que nasci para isso.
Compreendi que,
conforme você se esforça para retirar a pedra que lacra o sepulcro, se convence
de qual é o seu intuito na vida, você desperta para a realidade da obra do
Senhor e consegue enxergar a luz como se renascesse.
Eu renasci para
Jesus. Me coloquei como servo e falei de toda Sua obra com todo o meu respeito
e fidelidade. Eu orei e orei. Mantive a postura cristã de fé e caridade,
verdade e fraternidade durante todos os dias que se seguiram. Falando para
todos aqueles que queriam me ouvir, sendo como pomba e serpente. Não carregando
comigo nem bolsa, nem sandália porque o Senhor se encarregava de cuidar de mim
como cuida dos lírios e das aves.
Entreguei minha
vida para que fosse usado por Jesus e quando desencarnei dezenas de anos
depois, despertei deste lado, profundamente agradecido com o esplendor de uma
vida de luz, como a ressurreição do Mestre, como uma vida onde a morte não pode
arrebatar porque todo aquele que nele crê, mesmo que esteja morto viverá e todo
aquele que viver e crer, nunca morrerá.
Jesus é a
ressurreição e a vida. Todo aquele que já aceitou o Mestre e permite que ele
ressuscite dentro de si, é homem novo, com vida nova, vida reta e digna a
exemplo do próprio Jesus.
Eu creio que, um
dia, pela força do Evangelho, as pessoas serão diferentes e muito melhores.
Boas e cheias de esperança. Com amor e paz. Mas, para que isso aconteça, o
Evangelho precisa ser pregado e vivido. Quem não conhece Jesus, deve conhecer.
Quem conhece, deve
apresentar Jesus, falar dele, exemplificar com sua própria vida para que, no
futuro, as próximas gerações possam se beneficiar disso, extinguindo a menor
porção do mal e fazendo reinar a justiça e a bem-aventurança.
SILVIO
08/04/2023
--Paula Alves---
“SERÁ QUE EU PUDE ACREDITAR QUE PASSARIA ILESO?”
Eu cobrei, me
apropriei de forma indevida.
Expliquei de forma
distorcida, filosofei.
Podia ter servido
de forma séria e cheia de lógica. Se ele tentou explicar com exemplos do
cotidiano e da natureza, se ele usou seus próprios atos, eu também podia ter
ensinado com palavras simples para não gerar dúvidas.
Mas, minha intenção
era me aproveitar dos fiéis. Eu fui ganancioso e nunca tive a verdadeira crença
na espiritualidade, quem dirá em Jesus.
Este Filho de Deus
que ficava tão distante de mim... Um alguém que eu não sabia que existia,
estava preso num Evangelho que nunca tocou minha alma e nem modificou meus
interesses. Eu me aproveitei da boa-fé, eu extorqui.
Naquela época, acreditei que fosse a melhor maneira de me erguer na vida, adquirindo benefícios e vantagens, lucros e a certeza de uma boa posição na sociedade. Eles confiaram em mim em nome de Jesus.
Trabalhei tanto com
a pregação, nem sei dizer quando foi que comecei a pregar em meu nome.
Quando foi que eu comecei a colocar o mundo diante do meu parecer e mostrar aos
fiéis a minha versão dos fatos. Eles me seguiram. Lobo conduzindo as ovelhas do
Senhor.
Será que eu pude acreditar que passaria ileso?
Por muito tempo as
injustiças que cometi ficaram silenciosas e eu vivi bem, confortável e sem
constrangimento, mas a Justiça Divina sempre nos alcança e eu tive momentos
terríveis enquanto encarnado, mas eles pioraram muito depois que transpus os
portões da carne.
Deste lado, não se
brinca com a Palavra de Deus. Aqui todos sabem notar de longe aqueles que são
servos verdadeiros, dignos do discipulado e aqueles que merecem reconhecer a
voz do Senhor com o temor de Moisés.
Sofri por tanto
tempo que pude me lembrar de cada injustiça, de cada palavra dita de forma
incorreta, de cada momento que foi perdido com anedotas e risos descabidos, com
eventuais festas e arrecadações que nunca chegaram às mesas dos famintos. Eu
pude pagar cada centil.
No meio do choro e ranger de dentes, solicitei auxílio profundamente arrependido, de posse das lembranças desgraçadas e recebi o alívio dos males quando me transportaram para cá.
Eu preciso retornar
e trabalhar novamente como servo do Evangelho, servo de Jesus. Mas, preciso de
honra. Eu solicitei desencarnar ainda pequenino, como cordeiro, sendo imolado
para suportar injustiças e, desta forma, abrandar meu coração através dos
martírios. Eu preciso de purificação e preciso estar de cabeça erguida para
trabalhar ativamente com o Evangelho.
Neste momento,
estou me reorganizando mentalmente para que possa suportar.
Aquele que tem uma
missão tão sublime que possa honrá-la. Que possa ser servo atuante,
compenetrado e respeitoso de cada pequenina palavra que tenha passado pelos
lábios de Jesus. Que possa curar os enfermos, purificar os leprosos, expulsar
os demônios e ressuscitar os mortos com fé e coragem.
Pelo dever de
servir com virtude.
SÓCRATES
08/04/2023
----Paula Alves---
“AQUELE QUE TIVER OUVIDOS DE OUVIR, QUE OUÇA”
Eu vomitava tudo o
que ingeria. As pequenas colheradas que mamãe me servia não paravam no estômago
doente.
Eu me queixei
tanto. Orava e me lastimava como se Deus devesse algo, tivesse que ser mais
condescendente, tivesse misericórdia de mim. Como se faltasse amor ou piedade.
Eu queria uma vida
melhor. Queria oportunidades, alegria e queria me alimentar sem dor ou
desconforto. Mas, não tinha solução.
Foi uma época
difícil para o câncer. Ele chegava abrupto e destruidor. Não tinha muito a
fazer. Os familiares já estavam se despedindo e me lembro bem das formalidades
e choros.
Não há nada pior do
que ser enterrado em vida. Do que não ter esperança.
Eu lastimava como
se, com isso, pudesse ter outra chance. Como uma criança birrenta que bate os
pés no chão cheia de revolta e recebe o que deseja, mas eu não podia receber.
Se eu soubesse...
Eu via aquela vida
como minha única alternativa. Nunca pude imaginar que somos eternos. Eu não
compreendia os ensinamentos de Jesus. Não tinha como saber que todos nós
perdemos o corpo doente e prosseguimos. Será que eu podia ter vivido com mais
resignação?
Quando o fim se
aproximou, quase morri de medo. A incerteza e a angústia de acabar, de ser
aniquilada pela morte, me deixaram perplexa. Eu chorava tanto, magoei minha mãe
porque não estava em seu alcance me salvar.
Ela deve ter
sofrido demais. Como será que as mães conseguem superar a morte de seus filhos?
Eu, bem que me lembrei de Maria vendo seu filho na cruz. As mães deviam ser
todas iguais, o mesmo amor e devoção na hora da vida e da morte.
Minha mãe sofreu muito mais do que eu.
Quando passei pelo
momento da incerteza, vi mamãe chorando agarrada àquele corpo gélido, inerte.
De coração dilacerado, ela não podia perceber que eu estava liberta e comovida.
Fui grata a tudo o
que recebi daquela mulher maravilhosa. Eu a abracei e ela sentiu uma dor
profunda no peito. Não poderia me esquecer de tudo o que recebi dela.
Aqui, me lembrei de
tantas coisas. Retomei as lembranças que foram apagadas e voltei a ser quem eu
era com mais alguma bagagem. Lúcida e esclarecida consegui compreender o quanto
o veneno de outras épocas agrediu o meu estômago perispiritual. Precisei
retornar, mas o corpo físico adquiriu as lesões que o corpo espiritual apresentava
decorrente das imprudências antigas.
É tudo perfeito na
Lei. Ninguém pode cometer a menor leviandade. Todo mal deve ser eliminado de
nós.
Todo o tempo que
passei reclamando retardou meu progresso, eu podia ter assimilado muito mais e
ter progredido com o sofrimento necessário. Se eu soubesse que foi como uma
fração de segundos diante de toda a imortalidade...
Eu agradeço por
todo esclarecimento que estou recebendo. Aquele que tiver ouvidos de ouvir, que
ouça.
MEIRE
08/04/2023
----Paula Alves---
“ABRAM OS EVANGELHOS NOS LARES E ENCAMINHEM SEUS FILHOS AO SENHOR”
Vida simples em contato com o solo. A melhor vida é aquela que parece que nada tem a acrescentar.
Mãe, esposa,
lavradora. A casa foi tão simples, de terra batida, colheita que ia direto para
o prato.
Criançada correndo
de pé no chão. Eu cantava todas as noites para dormirem, todos juntos no mesmo
quarto, quatorze irmãos.
Meus filhos amados.
Pouca leitura e a enxada nas mãos.
Mas, a gente sabia
as histórias dos antigos. A gente contava sempre antes de dormir, lampião e a
espiga de milho. Uns falavam mais que outros e iam ensinando a ter fé e
respeito.
Respeitava a
natureza, o rio e os homens. Tinha que ter respeito também pelo que não podia
enxergar, respeito pelas almas e pelo destino.
Ter respeito pelos
desígnios de Deus nas nossas vidas. Se esforçar para ouvir Deus dentro de nós
para fazer as escolhas corretas. Orar para ouvir a voz de Deus.
Foi assim que eu
ensinei meus meninos. Sem leitura, com as mãos ásperas, cabelos crespos,
palavras rudes, mas muito respeito pela espiritualidade.
Cristã, serva do Senhor dentro do meu lar. Eu distribuí as palavras para aqueles quatorze e fiz com que eles distribuíssem para outros tantos, seus cônjuges, filhos e netos. Eu propaguei a fé.
Se cada mãe e pai
tivessem em mente a responsabilidade diante do Senhor, saberiam pregar em seus
lares, propagando as palavras do Evangelho. Todos sabem falar de tantas coisas
e podiam se esforçarem para ensinar sobre o Senhor.
Sem ele, a perdição, o mal e a ruina. Todos sabem o motivo das atrocidades no mundo e sabem qual é o caminho para chegarem a Deus. Mas, enquanto estiverem propensos aos prazeres do mundo e às iniquidades, encontrarão crimes e frieza, seres que espalham as calamidades.
Mudança já! Por um
mundo melhor! Pais e mães peguem a responsabilidade para si. Abram os
Evangelhos nos lares e encaminhem seus filhos ao Senhor.
É a única forma de
reformar o mundo.
SULA
08/04/2023
“QUEM JÁ SE ENVOLVEU COM JESUS DEVE ESPALHAR SUA BOA NOVA”
Mas, eu me refiro,
neste momento, aos carentes de Evangelho.
Pessoas que
aparentam sensatez, raciocínio lógico, posição econômica e social com conforto
e tranquilidade, mas que possuem vazio na alma.
Existem inúmeros
que vagam pela vida. São pessoas que se movem automaticamente como máquinas,
sem afetuosidade legítima. Eles sabem que falta algo primordial. Reconhecem que
estão num mundo caótico e se desesperam com as inquietações e tragédias sem
esperança de um futuro promissor.
São aqueles que se
entregam as frivolidades do mundo material porque não existem mais nada para
contemplar. Não existe vida diferente desta para viver.
São os mais
carentes de todos, os carentes de Evangelho.
Jesus deixou seu
Evangelho de luz com seu toque pessoal, com seus exemplos edificantes com toda
a gloriosa identificação de como devemos proceder uns com os outros. Como
devíamos ser fraternais e generosos, humildes e condescendentes. Jesus nos
ofertou o direcionamento para a Casa do Pai e nos mostrou um Pai tão próximo
que não existem equívocos ou medos porque Ele está sempre de braços abertos
para nos acolher e amparar nas situações difíceis da vida, mesmo que ainda não
possamos contemplá-Lo.
Quem reconhece o
Evangelho e já absorveu o conhecimento que Jesus nos entregou, caminha com
segurança, independente das situações de adversidade, mas o carente vacila e é
só.
A solidão do
carente faz enlouquecer, desequilibrar, arruinar a própria vida e a dos outros.
Acreditar que tudo é posse e viver o tudo ou nada para que possa sentir alguma
coisa.
Aquele que já se
envolveu com as palavras do Evangelho devia tratar com mais seriedade a
condição do carente porque são inúmeros. Matar a fome do conhecimento
espiritual, esclarecer, revelar um mundo de luz, é incentivar a bondade, o amor
e a gratidão. É permitir que as pessoas renasçam na vida que receberão como
pessoas melhores e que se envolvam com Deus renovando seus propósitos diários
no bem e na coletividade.
Quem já se envolveu
com Jesus deve espalhar sua Boa Nova. É dever de todo cristão permitir que a
luz surja no mundo e que o mal desapareça. Estejamos engajados a propagar a luz
do Evangelho edificando os homens, facilitando seu desenvolvimento, cooperando
com a evolução e libertando as pessoas do mal que está enraizado em seus
corações.
Apenas, através dos
exemplos nobres do Bom Pastor poderemos alcançar a Deus e sentirmos a paz que
traz calmaria à nossa alma.
ERASMO
GURGEL
02/04/2023
--Paula
Alves—
“TODAS AS VEZES QUE ACONSELHAMOS PELO EVANGELHO, QUANDO
ALERTAMOS, INCENTIVAMOS E CONSOLAMOS, SOMOS OS
PRIMEIROS A SERMOS ILUMINADOS”
Eu me constrangia
em falar, mas sempre fiquei tentada. Eu sentia uma força estranha que me
impulsionava tanto que eu me sentia desconfortável. Mas, por vergonha ou temor
do ridículo, silenciava.
Mas, ouvi dentro de
mim, quando uma voz disse claramente: “Fale as palavras do seu coração, sem
medo!”
As palavras do meu
coração eram as palavras do Mestre. As palavras simples das passagens do
Evangelho, do jeito que eu me lembrava, com a forma que eu podia mencionar.
Palavras simples de uma quase matuta que pouco estudou e não tinha nada a
oferecer. Mas, o nada com Deus é tudo o que você pode acrescentar. E eu falei.
Eu caminhava de
volta para casa e via alguém perto da ponte com lágrimas nos olhos e falei da
conversão de Saulo. Eu falei que todos podem se transformar e que os maiores
pecados no mundo são absolvidos por Deus se a pessoa tem o arrependimento no
coração.
Vi um doente e
disse que ele tinha que ter que fé porque para Jesus não existe impossível. Ele
curou leprosos, coxos, paralíticos e expulsou demônios. Jesus pode tudo e nós
podemos melhorar com o amparo Mestre.
Eu falei das
parábolas e dos tormentos de Jesus. Falei dos sermões e da crucificação. Falei
de Jesus Luz, vivo e eterno. Pedi para que abrissem as portas da casa para a
Luz entrar e remover as trevas, encorajar e nos fortalecer. Eu falei.
Sei que muitos não
se curaram. Muitos continuaram sofrendo e se sujeitando as humilhações. Muitos
não creram e fraquejaram na fé. Mas, eu preguei amparada por Jesus.
Fui serva durante
todo o tempo em que estive encarnada. Muitos diriam que eu fui, apenas uma
mulher pobre que levava a vida falando do Evangelho. Mas, o Evangelho me
salvou.
Todas as vezes que
aconselhamos pelo Evangelho, quando alertamos, incentivamos e consolamos, somos
os primeiros a sermos iluminados. Eu sei que muitos se modificaram e
resplandeceram muito mais do que eu como o trabalhador da última hora e isso me
deixa feliz porque a semente germinou, cresceu e frutificou.
Compreendo que as
ilusões do mundo, cegam as pessoas que não conseguem despertar para a real
necessidade que temos, enquanto estamos encarnados, mas para sairmos das
correntes do mal, apenas se tivermos ânimo e esclarecimento.
Eu falei para
muitos que não quiseram me ouvir, não tive a minha vida facilitada, encontrei
obstáculos, mas tomei minha cruz e caminhei entregue a renovação. Ciente do que
me esperaria no futuro, após uma jornada de trabalho árduo e me superei.
Tive abrandamento
das dificuldades na hora do desencarne e fui bem assistida deste lado. Todos os
rostos que vi mudando de plano, foram os rostos daqueles que ofertei o alimento
espiritual. As palavras que direcionei, de alguma forma, fizeram a diferença,
agiram dentro deles e eu vi o quanto fui útil porque não me neguei a trabalhar
de forma ativa.
QUEM TEM O DOM DA PALAVRA, PREGUE COM EMPENHO E FÉ.
ANGELINA
02/04/2023
-----Paula Alves---
“DEUS FEZ DE UM MOMENTO TERRÍVEL, UM TEMPO DE RENOVAÇÃO PARA TODOS NÓS”
Se alguém tivesse
mencionado que estava ligado a existências pretéritas, eu certamente não
acreditaria.
Mas, a inquietação
não me permitia pregar os olhos e, sem dormir, minhas alucinações foram
frequentes, facilitando o desequilíbrio orgânico, eu estava um farrapo. Não
tinha fome, nem paciência e discutia com todos.
Minha esposa foi
embora e levou as crianças. Meus pais tentaram me ajudar, mas eu não permitia
que as pessoas se aproximassem de mim. Foi o caos. Eu quis morrer porque não
existia nada mais que pudesse dar uma guinada em minha vida e eu não tinha mais
forças.
Senti quando uma
energia me envolveu e eu adormeci. Senti meu corpo leve e vi alguém brilhando
no meu quarto. Ela falou que eu ainda tinha coisas importantes para realizar
com minha família e precisava me fortalecer. Eu tive a sensação que ela era
familiar e quis abraça-la. Ela me confortou e eu chorei como criança, desejei
não acordar nunca mais, mas despertei. Sim, era minha avó que vinha em sonho me
conscientizar dos deveres familiares.
Enfim, naquele
momento, eu compreendi que não podia me queixar para sempre das sensações
desagradáveis que eu tinha porque, eventualmente, as pessoas podiam precisar de
mim. Me ergui e de forma impulsiva fui à casa de minha mãe. Eu estava trajado e
penteado, como se aguardasse por alguma notícia.
Depois de algumas
horas, recebi o telefonema dizendo que minha esposa estava hospitalizada, as
crianças precisavam de mim. Ela tinha tido um acidente e eu precisava ser
esposo para ela e pai daquelas crianças.
A vida nos ensina
que, muitas vezes, as pessoas à nossa volta precisarão de apoio e nós
precisamos fornecer tudo o que necessitam. Eu perdi muito tempo vendo o meu
lado, minhas tristezas e necessidades. Egoísta, não pude perceber o quanto ela
estava sozinha, cuidando da nossa família sem apoio ou proteção, mas Deus fez
de um momento terrível, um tempo de renovação para todos nós.
Eu agradeci a
possibilidade que minha esposa teve de ser curada. Agradeci quando a lucidez
tomou conta de mim. Depois disso, agradeci por tudo. Por cada momento de vida,
pelo trabalho abençoado e pelo pão de cada dia. Eu só pensava em cumprir com os
meus deveres e agradecer.
ISMAEL
02/04/2023
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