“São poucas as pessoas que dão esperança e incentivam a vida útil e
séria, raríssimo ouvir alguém estimular alguém, elogiar, empurrar no caminho do
bem, muito raro”
Eu sei que isso acontece aos montes. Eu ficava tão obstinado em fazê-lo
cair que, nem mesmo, pude prestar a atenção em mim.
Um homem que procurei por tanto tempo, ódio que não tinha fim. Eu estava
empenhado em acabar com a vida dele, todos os meus esforços conspiravam para isso.
Soube desde o princípio, o quanto ele era ambicioso, malvado e orgulhoso,
afinal as pessoas não se transformam de um dia para o outro.
Sabe qual é a melhor maneira de aniquilar alguém? Buscando seus
fracassos morais. Todos têm deficiências morais, o problema é que a maioria das
pessoas se vê como ser perfeito, super dotado, capacitado para as maiores proezas.
É fácil incentivar nos deslizes quando você conhece esta pessoa de outras vidas e reconhece nela os fracassos morais, você sabe dos pontos fracos, só vai estimulando a cometer imprudências, tão fácil.
O ruim é que eu devia ter usado o meu tempo a meu favor e não contra
ele. Foi aí que eu perdi o meu tempo. Eu estava tão empenhado em agir contra
ele que esqueci das minhas necessidades evolutivas. Eu nutri tanto ódio que me
esqueci o quanto tenho minhas próprias limitações e necessidades.
Eu fiz tudo o que tinha de fazer, eu vi a queda do meu inimigo. Há quem
diga que eu não tive nada a ver com a ruina dele porque eu o influenciei, mas
as más intenções sempre estiveram ali, dentro dele, porém, eu não gostei de ver
o mal que ajudei a produzir.
Ele tinha família, foi preso, deixou os filhos sem pai, com a esposa fazendo das tripas coração para sustentar os filhos. Eles não mereciam sofrer daquela maneira.
Eu entendi porque aquele trabalhador, tempos atrás, disse que todos nós
escolhemos o lado que vamos servir: lado do bem ou do mal.
Cada um de nós tem um jeito de se fazer ouvir. Nós podemos auxiliar as pessoas a se elevarem ou destruirmos ainda mais. Não digo apenas os Espíritos, mas os homens, os encarnados também fazem isso. É quando você diz coisas feias para menosprezar alguém, ao invés de incentivar a pessoa a ser honesto e trabalhador. Quando você planta a discórdia na casa dos outros, convida alguém para beber e deixar a família, quando você inventiva o roubo, a vida fácil ou a destruição.
São poucas as pessoas que dão esperança e incentivam a vida útil e séria,
raríssimo ouvir alguém estimular alguém, elogiar, empurrar no caminho do bem,
muito raro.
Mas, eu vi aqui. Muitos se esforçam para produzir fluidos balsâmicos,
muitos se esforçam para alegrarem os outros, para transmitirem ânimo.
As pessoas precisam de ânimo!
Eu fui o perseguidor de alguém e só perdi meu tempo, desisto.
Eu sei que, se ele quisesse, poderia ter repelido minha presença, mas o cara sempre foi muito pior do que eu. Só que aquela família precisava de um homem decente, eu poderia ter inspirado a fazer coisas boas.
Frederico
24/07/2021
----------------------Paula Alves------------------
“Existem muitos que ainda não compreenderam que, para falar para um grupo, precisa ter objetivo de coletividade, progresso e amor"
Eu vi o caos. Pessoas arruinadas, distorções de realidade como se
estivessem naquele hospital psiquiátrico, mas eram transeuntes do centro da
cidade.
Pessoas de todos os tipos: secretárias, magnatas, comerciantes,
socialites com boa aparência.
Pessoas de várias categorias e classes sociais, pessoas esclarecidas e
estudadas que jamais seriam internadas porque demonstravam sensatez, mas eu vi.
Vi sua mente entorpecida e pequenas ramificações de insetos que brotavam
do cérebro, davam a entender que precisavam de tratamento urgente para bloquear
aquela parasitose.
Eu fiquei deprimida porque percebi o quanto precisam de ajuda. Os sintomas não são evidentes numa primeira análise pelos encarnados. Eles se queixam de tudo, menos da verdadeira enfermidade. Alguns falam de enxaqueca, neuroses leves, labirintites, síndromes emocionais e vivem com alguns medicamentos que tomam por conta própria.
Eu vi o quanto estão desvairados, alucinados e julgam sem conjecturar.
Estas mesmas pessoas ocupam lugares de destaque na sociedade, comandam,
orientam e ensinam várias outras pessoas, ou seja, cegos condutores de cegos.
São loucos que conduzem pessoas de todas as idades, crianças, jovens e
adultos integrantes de núcleos trabalhistas, corrompem a sociedade e agem como
vírus.
Pessoas que deveriam ser tratadas e proliferam erros morais, chagas que
deprimem e denigrem a sociedade.
Isso não deveria existir, mas compreendemos que muitos núcleos de
desencarnados se comprazem com eles. São pessoas que, delicadamente, incentivam
a discórdia, a discriminação e a violência. Pessoas que são narcisistas e têm
na egolatria seu maior artifício do mal.
Seria sensato não estimular estas pessoas, pelo contrário, que cada um
buscasse dentro de si, a análise do que lhe conduz na vida.
Existem muitos que ainda não compreenderam que, para falar para um grupo,
precisa ter objetivo de coletividade, progresso e amor.
Enquanto, estas pessoas se basearem no bem pessoal, na promoção de si mesmo ou na satisfação do seu orgulho, estaremos apenas proliferando as doenças morais.
Doenças morais que se reproduzem com uma velocidade incrível.
Infelizmente, os homens alimentam mais e mais estas doenças, enquanto, não
reconhecem os verdadeiros obreiros de todos os matizes, aqueles que se baseiam
no trabalho árduo, braçal ou intelectual, às custas de uma vida de esforços pela
evolução.
Tirar as máscaras e admitir que as pessoas são ativas e laboriosas pelos
esforços naturais, independente da casta, da raça ou da classe social de que
são provenientes, além disso, reconhecermos as pessoas que precisam de cuidados
e fazer por elas, tudo o que estiver ao alcance, para sua recuperação em termos
de moralização e espiritualidade.
SINEL (assistência psicológica)
24/07/2021
------------------Paula Alves---------------
Alguns pais fortalecem os filhos, empoderam. Estimulam tanto com o “Você
pode!” e se esquecem de falar “Olhe para ele”
Naquele instante, eu me lembrei de coisas triviais. Do quanto os
encontros familiares eram importantes para mim, eu adorava festas.
Quando eu era criança, adorava os aniversários, contava os meses para
chegar o meu. Aos poucos, a gente vai crescendo e deixando de valorizar as
alegrias infantis, o que realmente importa.
Eu não tinha mais tempo para as festas, eu precisava trabalhar. Sabia
que a minha família exigia tempo, atenção, eu não podia perder tempo com
aniversários ou com comemorações inúteis.
Sempre dizia a mamãe que isso não pagava as contas, mas minha mãe não
queria casa luxuosa, ela queria o convívio comigo.
Tudo muda depois de um tempo, eu entendo porque o Pai nos deixa padecer.
Apenas o sofrimento muda a concepção que a gente tem da própria vida.
Quando eles deram a sentença, eu achei injusto. Por um momento, até
acreditei que eu fosse inocente. Fiz tanto esforço para mentir que achei que eu
merecia sair dali, mas sair, não me tornaria alguém melhor, pelo contrário,
seria a comprovação de que o mau pode ter o que deseja. É a constatação de que
a impunidade corre solta por aí.
De vez em quando, alguém tem que receber a justiça dos homens para a
gente saber que alguém está cuidando de tudo nesta terra. Eu recebi: punição
corretíssima, fui preso e entendi que precisava cumprir minha pena.
Não importa o que fiz, foi leviano, desumano e cruel, por dinheiro, para
me beneficiar e não fui coagido por ninguém, eu mereci tudo o que passei, porém,
o que vem ao caso aqui é mencionar o que mudou...
Nas grandes festas, quando eu me negava a participar, sempre tinha
muitos amigos e inúmeros familiares porque nossas festas eram incríveis. Casa
cheia, festa que virava o dia e a noite, muita comida e bebida, todos me conheciam
enquanto eu estava por cima, cheio da grana e de inúmeras possibilidades, mas
quando eu fui preso, só havia uma pessoa: minha mãe.
Ela nunca faltou!
Minha mãe esteve presente em todos os momentos de martírio e dor, quando
eu fui preso, quando fui acusado, condenado. Em minhas aflições, ela esteve em pensamento,
em prece. Ela passava por todos os tormentos da revista e levava as comidas
preferidas e o Evangelho.
Minha mãe se culpou pelo resto da vida dizendo que ela poderia ter reconhecido em mim, um ser covarde, preguiçoso e maldoso, corrupto, cruel, mas ela estava cega pelo amor que sentia.
Mamãe disse várias vezes que estava sofrendo muito mais do que eu pela
culpa de ter sido negligente comigo, ela deveria ter eliminado minhas más
tendências para não me ver preso, não saber que eu fui cruel com alguém acabava
com ela. Afinal, existia uma mãe perto dali que sofria a perda de um filho por
causa dela.
Eu não entendia, achei que ela era dura demais consigo mesma porque eu
fiz minhas escolhas, mas entendi quando a encontrei aqui.
Ela falou que nunca me ensinou o quanto nós temos que respeitar as
outras pessoas, respeitar o sentimento e o direito das outras pessoas.
Eu sempre achei que podia ter tudo e ser tudo o que quisesse, mas ela
disse que isso dependeria dos direitos das outras pessoas serem assegurados.
Realmente, eu não havia pensado nisso.
Alguns pais fortalecem os filhos, empoderam. Estimulam tanto com o “Você
pode!” e se esquecem de falar “Olhe para ele”.
Nós não podemos viver sozinhos e devemos respeitar os limites de convivência, mesmo que para isso, tenhamos que abrir mão daquilo que desejamos. Agora eu entendi.
JAIR
24/07/2021
-------------------Paula Alves------------
“Todos iguais, formidável! Não tem ninguém que consegue driblar a Lei.
Ninguém que esteja isento de suas responsabilidades e escolhas de vida”
A gente sempre cai na real deste lado. Eu sei que cada um de nós tem o
dia certo para retornar, seria de qualquer forma, o meu lance final, mas foi
com sofrimento e dor.
Eu vi que o fim se aproximava por imprudência da minha parte e eu não
vou conseguir exprimir o quanto me senti fracassada, ou melhor, arrependida por
meus atos errôneos.
Naquela ocasião, eu achei que fosse exagero da mídia, achei que não
tinha nada o que temer porque sempre tive uma saúde perfeita, muita vitalidade
e disposição de sobra.
Eu não queria perder a oportunidade de comemorar com meus amigos. Eu não
queria cancelar o espetáculo que criei para aquela data especial.
Mas, os documentários alertavam dos muitos mortos, inúmeros contaminados
e eu achava que era doença de classe média, não poderia me causar temor.
É muita pretensão achar que o mal não chega neste ou naquele, né?!
Sabe que eu achei muito bacana? Saber da igualdade que se estabelece entre
todos nós. Na doença, nas tragédias coletivas, na morte... Todos nós valemos o
mesmo. Nada nos separa, nem a cor da pele, nem os títulos, nossos entes
queridos não conseguem nos segurar na carne, o dinheiro não paga a cura, não
adianta implorar por socorro, nem gritar desejando atendimento preferencial por
posses. Achei excelente!
O sofrimento é grande sim, mas momentâneo. Foi rápido, eu quase nem me
lembro. Senti uma moleza, sabe aquele gripão que te derruba na cama? Então,
pior por causa da falta de ar. Não tive ânimo nem para comer, nada. Daí foram
três dias, acabou.
Eu estava até pensando que meus pais conseguiriam me salvar por causa
dos excelentes contatos que tinham, dos hospitais de ponta, dos recursos
sofisticados, mas o corpo não tinha como aguentar, não deu tempo.
Também ninguém entendia nada, foi um caos! Nesta, acabou para mim.
Mas, entendam, eu nem sofri. Cheguei deste lado, atordoada, claro. Depois
de entender o que aconteceu, me revoltei, normal. Levou meses para entender a
necessidade de voltar e compreender que o tempo havia expirado. Seria de qualquer
forma, eu só agravei pelo livre arbítrio, fui egoísta não pensei na coletividade,
mereci sofrer a culpa e o remorso, ainda mais, quando soube que minha avó
também adoeceu, mas ela ficou bem graças a Deus. Já pensou carregar a culpa de
contaminar minha avó? Já foi demais.
Fica a importância de colaborar pelo bem comum, de ser mais responsável,
de viver cada dia com paixão e agradecimento, de ser útil enquanto pode e saber
que todos nós somos iguais para Deus e para a espiritualidade. Isso achei
fantástico.
Todos iguais, formidável! Não tem ninguém que consegue driblar a Lei.
Ninguém que esteja isento de suas responsabilidades e escolhas de vida. Não existe
ninguém que conseguirá receber mais do que faça jus, tudo perfeito na Lei.
Eu gostei de saber de tudo isso e hoje já modifiquei muitos pensamentos e necessidades, então, não sofra por mim. Estamos bem.
LIRIA
24/07/2021
“SEMPRE TIVE MEUS PASSOS FIRMES, DISCERNIMENTO E FÉ”
Eu fui feliz! Chegando aqui pude
perceber o quanto as situações da vida me beneficiaram.
Quisera que eu tivesse tido lucidez para
expressar minha alegria e gratidão por tudo e todos, enquanto estive encarnada.
Quisera que eu pudesse ter vivido diferente.
A gente só compreende a grandeza dos
dias quando perdemos a oportunidade de estarmos diante daqueles a quem tanto
amamos.
Foi uma vidinha simples, cheia de altos e
baixos, com dificuldades, mas com honra e dignidade. Vida normal com moradia e
trabalho, com marido, filhos e netos. Vida boa com amigos e familiares, muita
coisa para fazer, momentos para festejar, muitas oportunidades de elevação.
Eu não passei por momentos terríveis,
humilhantes, eu não precisei provar nada pra ninguém. Eu vivi com eles, os meus
amados, eu tive tudo o que alguém poderia querer. Eu fui amada, tive afeto e
respeito.
Nenhuma doença me acometeu deixando
acamada, sempre tive meus passos firmes, discernimento e fé.
Conheci a palavra e o Mestre, estive cercada
de luz e ainda pude me dedicar aos menos favorecidos por intenção própria
porque eu queria ser útil.
Sim, eu vi o padecimento dos outros, eu
soube do sofrimento deles, da injustiça social e do abandono. Eu compreendi o
quanto o preconceito e a falta de respeito formam um buraco dentro do peito,
arruína, fere e maltrata toda a sociedade. Eu desejei a mudança.
ACREDITO QUE A FALTA DE OPORTUNIDADES,
OS ESTILHAÇOS MORAIS, AS CORRUPÇÕES E A MISÉRIA SOCIAL DEPRIMEM UMA NAÇÃO E
IMPEDEM QUE SEJAMOS FELIZES.
Eu senti doer em mim, por cada um que
morreu de frio, por cada bala perdida, por cada negro que desapareceu, pelos
menores que tiveram seus corpos corrompidos para extração de órgãos, eu padeci
e senti desfalecer pela impunidade e injustiça humanas.
Senti como se fossemos desvalidos de
atenção e não pudéssemos propor mudanças favoráveis para todos.
Mas, eu fui feliz. Eu enxerguei,
eu compreendi.
A felicidade é
relativa sim, pois não podemos ser inteiramente felizes com a infelicidade dos
outros. Por diversas vezes, eu não pude sorrir, eu senti medo, angústia e
solidão porque queria que fosse diferente para eles.
E a Terra parecia prisão, pois pude
ver o quanto os gritos ecoavam, dentro de mim pedindo solução, mas nada mudou,
depois de tantos anos, centenas de anos e ainda é assim.
Depois de tanta dor, de tantos soluços,
eu já nem sei mais onde esteve a minha capacidade de ser feliz em meio a
multidão.
Então, eu poderia ter sido mais grata
a todos aqueles que estiveram comigo e me permitiram sentir a felicidade
relativa, eu nunca falei o quanto tornaram meus dias calmos, tranquilos e me
deram esperança de viver num mundo melhor.
As pessoas trazem felicidade para a
vida da gente.
SUELI
17/07/2021
-----------------------Paula
Alves----------------
“POR QUE SERÁ QUE
REPRODUZIMOS OS ERROS DOS NOSSOS PAIS?”
Ela nos educou
assim...
Ela
ensinou que para nós, apenas o melhor. Minha mãe dizia que não podíamos nos
misturar com qualquer pessoa, pois as pessoas medíocres podiam corromper nossa
educação.
Ela desejava que aproveitássemos ao
máximo tudo o que ela tinha para ensinar, então, falava que uma pessoa é
observada da porta. Quando adentramos um local, nos observam a vestimenta, a
postura, a maneira de se expressar, falava que “a primeira impressão é a que
fica”.
Ela falava que no mundo existe uma
disputa pelo poder e, infelizmente, nós somos o que aparentamos ser. O que
vestimos, a casa onde vivemos e os nossos amigos dizem muito sobre nós.
Ouvi isso minha vida toda, ela viveu
muito e sempre cuidou da minha vida e dos meus irmãos. Ela falava que “quem anda
com porcos, farelo come”, “diz com quem andas e eu te direi quem és”.
Isso fez com que ela me apresentasse o
esposo e os amigos que estiveram ao meu lado durante toda a minha vida.
Eu não culpo minha mãe porque, em
determinada fase da minha vida, eu me sujeitei a viver como ela me ordenava. Eu
poderia ter mudado minha vida, mas me acomodei.
Eu sempre mantive as aparências e me
surpreendi fazendo absurdas tolices para manter o prestígio e posição social.
Eu defendi nossos interesses fazendo transações perversas e nunca estive
satisfeita com nada porque precisava ter mais e mais.
Eu não acredito que esta seja a
maneira mais correta de educar as crianças e de exigir dos jovens. A pessoa
cria uma lacuna intransponível dentro de si. Angustiante notar o quanto você
deve se esforçar para ser aquilo que não é. Ter o que agrada aos outros, viver
ao lado de pessoas vazias que não acrescentam nada em sua vida, que não te
permitem sentir nada.
Tudo poderia ter sido bem diferente se
eu tivesse tido forças para discutir com ela sobre os assuntos que me
envolviam. Eu poderia ter sido útil, eu poderia ter sido feliz.
O pior foi ter passado a mesma
conduta de vida para os meus filhos.
Por que será que reproduzimos os
erros dos nossos pais?
Sabendo que ela errou comigo e meus
irmãos, ainda assim, eu impregnei meus filhos de todas as bobagens ligadas à
materialidade. Este foi o meu maior erro.
A GENTE SÓ DESPERTA DESTE
LADO?
POR QUÊ?
LEONORA
17/07/2021
-----------------------Paula
Alves--------------
“AQUELE QUE QUER
AMAR, CONSEGUE DOAR O SEU AMOR”
Eu me sentia despreparada, mas ele
queria tanto um filho. As minhas cunhadas tinham filhos, todos eram tão felizes
e meus pais, meus sogros, pediam netinhos vindos de nós.
Eu não tinha como admitir que não era o
melhor momento para mim.
A mulher tem que se sentir madura para
a maternidade.
É terrível fazer alguma coisa só para
agradar alguém. Eu amava meu esposo e meus familiares, eu não queria que eles
pensassem coisas erradas ao meu respeito. Não queria que eles achassem que eu
não gostava de crianças ou não queria ter filhos, mas era tudo complicado na
minha mente.
Uma coisa é você amar o seu sobrinho e
ver o quanto ele é lindo e gracioso no colo da mãe dele porque se a criança
chora ou sente fome, a mãe supre as necessidades dela, porém se a criança é
sua, você é responsável por ela, pela integridade moral, física e emocional
desta criança, depende de você!
Era tudo isso que eu pensava. Tudo isso
me impedia de desejar ser mãe naquele momento, mas meu esposo pedia tanto e
queria que eu vibrasse como ele, cheia de ansiedade para que meu ventre pudesse
crescer.
Quando dei por mim, estava grávida e
um medo enorme crescia, eu me sentia incapaz, desesperada, perdida.
Conversava com outras grávidas que
diziam da felicidade e do amor que crescia dentro delas com o minúsculo corpinho
em formação. Eu não sentia nada de bom, isso fazia com que eu me indignasse
contra mim mesma, como se eu fosse estranha, confusa, distorcida.
Por que uma mulher não ama seu
filhinho? Por que uma mulher não se sente feliz com este momento?
Então, eu comecei a chorar escondido,
depressão? Vontade de não sair, não queria que ninguém me desse os parabéns.
Não precisavam falar da barriga, nem passar a mão que me irritava. Eu não tinha
estrutura para passar por um parto e cuidados integrais de um recém-nascido. Eu
não estava pronta para ser mãe e me senti um fiasco.
Por que eu não fui
sincera com ele? Por quê?
Os meses passaram difíceis, mas ele
nasceu. Eu nunca tive um olhar maternal, nenhum sentimento aflorou de repente,
nada aconteceu para modificar tudo o que eu sentia.
Os meses que se seguiram foram
péssimos porque eu tinha a obrigação de cuidar de um bebê a quem eu não tinha o
menor devotamento. Me sentia cansada, sobrecarregada e até explorada. Eu não sei
se alguém percebeu, ninguém nunca disse nada, mas me ofereciam ajuda o tempo
todo e eu deixava meu bebê com as avós para descansar.
Meu filho cresceu com uma educação
rígida, eu não aceitava correria, gargalhadas ou brincadeiras descabidas em casa,
o fato é que ele me irritava profundamente.
A verdade é que eu cumpri com o meu
papel por obrigação das convenções sociais e nunca confessei o quanto tudo
aquilo era rejeitado por mim.
Quando, muitos anos depois, meu filho me
colocou num asilo, nem por um minuto, questionei. Eu me senti livre para ser eu
mesma, sem a necessidade de dizer ou fazer coisas diante dele.
Ele sempre percebeu que eu o criei, eu
dediquei a ele tudo o que era estritamente necessário, mas nunca dei o amor de
uma verdadeira mãe.
Se eu me arrependo? Cada um dá aquilo
que tem. Eu não tinha mais nada para dar. Seca! Esta fui eu.
Acho que, para ter um filho, a pessoa
tem que ser honesta consigo mesma. Nenhuma criança merece se sentir desprezada
no ambiente doméstico. Mas, nós podemos nos esforçar mais. Eu poderia ter me
colocado no lugar dele e ter sido menos egoísta. Eu só pensei em mim. No meu
sono, cansaço, divertimento, só em mim.
Aquele que quer amar, consegue doar o seu amor. Então, pensando bem, eu me arrependo sim.
MICHELE
17/07/2021
------------------------------------------Paula
Alves---------------------------
“ACHO QUE CADA
PESSOA TEM O SEU MOMENTO DE COMPREENDER O QUANTO É CRUEL COM OS OUTROS”
No meio dos cinco, eu queria atenção.
Sempre me questionei por que ela me detestava. Ela era tudo para mim e eu a
admirava na infância.
Mamãe era
professora e eu queria lecionar por causa dela. Além das aulas normais, ela
costumava dar aulas de reforço para todos nós, dizia que teríamos mais
oportunidades do que ela teve, se fossemos mais esforçados.
Ela ensinava a todos com delicadeza e
amor, mas comigo... Eu sempre tinha o auxílio da palmatória. Chorava e ela falava
que eu era preguiçoso, relaxado.
Por mais que me
esforçasse, eu nunca superava as expectativas. Ela fazia questão de me humilhar
diante dos irmãos e as comparações acabavam comigo.
Eu poderia relatar o que fizemos nas
encarnações passadas, das inúmeras vezes em que nos ofendemos e teríamos longas
horas para observar quem começou primeiro, porém o interessante, é que eu
estava disposto a zerar tudo e me dedicar ao amor filial. Eu queria a
reconciliação, eu queria que ela tivesse orgulho de mim.
Compreendi na adolescência que eu
nunca seria um filho querido e preferi ficar distante de todos para não sofrer
com tanta rejeição. Ela tinha se esforçado tanto para me desacreditar, me
menosprezar diante dos irmãos que eu aprendi muitas lições importantes.
Arrumei um bom emprego, estudei muito,
me tornei advogado porque, aos poucos, eu desejava não ter nada que se
assemelhasse ao comportamento dela perto de mim.
Isso incluiu todas as mulheres que
passaram na minha vida. Foi muito complicado aceitar que eu não queria contato
com elas porque me lembravam daquela mãe repressora e hostil.
Eu só tive relacionamentos
homossexuais. Será que tem alguma coisa a ver?
Mas, quem tem família não pode anular
este fato, simplesmente se distanciando dos seus. Sempre aparece um motivo para
te procurarem, uma situação inesperada onde todos devem se reunir e o passado
retorna infalível, destruidor, te lembrando do quanto você é fraco, fragilizado
e se recorda de tudo o que te danificou na alma.
Eu me reuni com eles no funeral do meu
pai e eles perceberam que eu era diferente dos demais. Ela não aceitou, cobrou
satisfações e eu tive a oportunidade de dizer umas verdades.
A pessoa dura não aceita as verdades
que você diz. Ela ouviu, ergueu as sobrancelhas e proferiu palavras que feriram
como um punhal, ela não parecia ouvir o que eu dizia, nem por um minuto, se
conscientizou da sua falha, do quanto eu senti falta dela, do que eu precisava,
de uma mãe. Eu sinto muito por ter perdido aquela oportunidade, muito mesmo.
Acho que cada pessoa tem o seu momento de
compreender o quanto é cruel com os outros. As pessoas podem mudar, mas nem
sempre, na mesma vida, é preciso muitas outras para depurar e soltar a couraça
da rigidez moral.
Eu tenho medo de falharmos novamente.
Sei que não posso me elevar sem eliminar este desentendimento. Eu preciso de um
novo contato.
SE EU PUDESSE DAR UM CONSELHO AOS QUE
ESTÃO LENDO ESTA CARTA, EU DIRIA PARA APROVEITAREM TODAS AS LIGAÇÕES QUE TEM
COM AS PESSOAS QUE LHES CERCAM. INDEPENDENTE DAS RELAÇÕES SOCIAIS, PAI E FILHO,
CÔNJUGES, IRMÃOS, AMIGOS, COLEGAS DE TRABALHO... ABRA O SEU CORAÇÃO, RESPIRE
FUNDO, RECONHEÇA OS SEUS SENTIMENTOS POR ESTA PESSOA E SE PERMITA AMAR, SE O
AMOR AINDA NÃO É POSSÍVEL, FAÇA O NECESSÁRIO PARA NUTRIR ALGUMA ADMIRAÇÃO OU
RESPEITO POR ALGO QUE ELA REALIZE, ISSO VAI FAZER FLORESCER ALGUM SENTIMENTO
POSITIVO, ENOBRECEDOR ENTRE VOCÊS E, UM DIA, QUEM SABE, VOCÊS PODERÃO ESTAR
UNIDOS PELO MAIS PURO AMOR. É O QUE EU ESPERO.
ERINALDO
17/07/2021
-------------------------------Paula Alves-----------------------
“SEMPRE
VALE A PENA, MUDAR TUDO PARA SER UMA PESSOA DO BEM”
Eu
juro que tentei. Eu sempre soube que existia um ser terrível dentro de mim, mas
estava disposta a tentar ressarcir todos a quem prejudiquei.
Eu
compreendi o quanto estive errada e desejei sinceramente que as pessoas
pudessem me perdoar e que, após isso, eu pudesse viver em paz com minha
consciência.
O
mais importante é ter paz e o único remédio é fazer o bem aos semelhantes.
Por
incrível que pareça, quando me determinei a remediar os fatos negativos que
cometi, em toda parte, encontrei pessoas que me incentivavam a produzir o mal,
seria esta minha prova?
Será
que, após reconhecer toda a maldade que eu havia feito, eu tinha que conviver
com o mal, sem me entregar a ele?
Como
são inconvenientes pessoas e Espíritos que incentivam a reprodução do mal...
Eu
tentei por diversas vezes e me revesti de uma bondade que jamais imaginei
existisse em mim, mas eles diziam que isso não levava a nada, a lugar nenhum,
diziam que eu era tola e me fazia de tola para ser espezinhada por uma gente
hipócrita que se aproveitava dos meus bons sentimentos. Jogo de poder e abuso
de poder, as pessoas me exploravam nos nobres sentimentos, mas eu não queria me
deixar corromper por elas, não de novo.
Então,
me fiz forte, sabia que era a única forma de uma transformação eficaz acontecer
dentro de mim, pois eu não poderia conviver com as lembranças em que fui
leviana.
Por
que as pessoas não podem permitir que outra pessoa mude e se reconstrua? Se eu
fosse a mesma de sempre, encontraria uma vida facilitada, mas tudo se tornou
difícil e doloroso. Eu compreendi que era necessário para minha depuração,
então, fui vivendo, me fazendo de cega e surda, me comprometendo apenas com
minha consciência que tinha despertado para as verdades da vida.
Encontrei
tantos dispostos a brigar, por toda parte, seres que queriam discutir e me
tirar do sério, mas eu dei a outra face e saí mansa e pacífica. Entendi
perfeitamente o que o Mestre aconselhou. Eu o ouvia e isso era o que me fazia
suportar todas as ofensas.
No
fundo, eu sabia o quanto era necessário injúrias para me calar diante de tudo o
que fiz. Eu era culpada e precisava suportar.
Não
é fácil, tudo o que queremos é sermos aceitos, parecermos pessoas que
triunfaram na sociedade e estarmos rodeados por pessoas que nos apoiam e nos
estimam, mas eu não podia mais usar máscaras, nem comprar a atenção e a
generosidade de todos, aquilo acabou quando eu me decidi em assumir uma postura
séria, irrepreensível.
Entenda:
tudo muda quando você muda. Pode ser que a sua mudança te traga sofrimento num
primeiro momento, mas é necessária para que você realmente se eleve como uma
pessoa de bem.
Todos
nós, uma hora ou outra, devemos fazer este reajuste de consciência e avaliar as
nossas necessidades morais, eu precisava me despir diante de mim mesma e ser
real, mas perdi muito, perdi aqueles que se diziam meus amigos, perdi
familiares, perdi bens para pagar minhas dívidas e perdi o medo de ser sincera,
isso foi legal. Com suas inúmeras perdas, também virão os ganhos, enormes e lucrativos,
moral e espiritualmente, eu ganhei virtudes, ganhei amigos realmente sinceros e
ganhei uma vida nova, cheia de possibilidades, eu me orgulhei da pessoa que eu
conquistei, mérito meu, por meu esforço e boa vontade.
Sempre
vale a pena, mudar tudo para ser uma pessoa do bem. Quando alguém te incentivar
a cometer deslizes, não dê ouvidos. Simplesmente reconheça que muitas pessoas
ainda vivem na cegueira dos falsos valores, da ilusão da matéria e só sabem
viver assim, é difícil para elas também estarem ligadas a pessoas que mudam o
rumo das suas vidas, é de se estranhar, mas você pode vir a ser o exemplo para
estas pessoas. Sempre no caminho do Mestre. CATARINA
10/07/2021
---------------------------Paula
Alves--------------------
“NÓS
PRECISAMOS NOS ENXERGAR NA PELE DO OUTRO”
Que
horror aquela cara feia. Me recebeu e nem mesmo se dignou a me olhar nos olhos.
Tenho certeza de que ele não guardou o meu nome.
Coisa
terrível é você buscar um profissional que te ajude em seu problema e ele, te
observa com indignação e critica todas as suas ações, te humilhando
escrachadamente.
Eu
me senti revoltada, indignada, mas não tinha o que fazer, eu precisava dele.
Pode ser com qualquer um: um fumante que procura um pneumologista com problemas
respiratórios, uma mulher que tem obesidade vai até o gastro, alguém que tem
distúrbios emocionais e procura um psiquiatra, enfim...
Você
pode pensar de qualquer forma, a verdade é que eu precisava de ajuda daquele
profissional e ele debochou de mim. Nem por um segundo a pessoa que deseja aliviar
o mal físico e/ou mental. Nem por um minuto a pessoa que deseja curar e
promover o conforto.
Eu
vi muitos assim, por toda parte, a negligência e o abuso de poder. A secretária
que se compraz em dizer que não pode encaixar porque você chegou com cinco
minutos de atraso, quando o normal é você esperar duas horas para ser atendido,
será que se eu tivesse chegado no horário tinha sido atendida?
Ou
então, aquela situação do caixa do supermercado que não permite que você leve
as compras faltando dez centavos, mas você pode ficar sem os dez centavos de
troco. Coisas assim, rotineiras que nos afetam profundamente porque é nestas
horas que notamos o quanto as pessoas são individualistas e gostam de mostrar
que estão no controle disso ou daquilo, mesmo que para isso tenham que fazer
outras pessoas sofrerem.
Eu
realmente precisava dele e ele nunca se perguntou o porquê estar sofrendo com
tantas dores, achou mais fácil me prescrever medicações e mandar para casa.
Passados dois meses, eu estava com um problema tão grave que não tive como me
submeter a tratamentos médicos. Claro que eu me revoltei.
Outra
coisa chata: quando você demonstra sua indignação e dizem: “se acalma, não é
assim...”
Entendi
que todos que justificam um mal comportamento é porque nunca foram indulgentes
com o problema alheio e querem, no mínimo, encerrar a conversa.
Sim,
eu estava muito ofendida, desencarnei por causa disso.
Eu
tenho compreendido a necessidade do meu desencarne, também entendi o motivo
desta prova e deste reajuste, mas ainda assim, não acho que seja possível
desculparmos todas as pessoas que ferem propositadamente, uma coisa não tem
nada a ver com a outra.
Entenda:
eu ia desencarnar de qualquer forma, mas ele poderia ter me prestado o socorro
que eu necessitava. Eu poderia ter sido bem assistida, teria modificado tudo,
toda a situação se eu tivesse sido bem tratada.
Todos
nós somos assim, sei da colheita dele, mediante a infração da Lei, não só
comigo, foram muitos pacientes. Até porque quem está acostumado a tratar
paciente, sendo uma estrela - precisando ser bajulado, “O Doutor” – falha
bastante por causa do seu egocentrismo.
Eu
não me senti bem sabendo da colheita dele e de todos os outros, eu acho que
eles tinham que despertar a tempo de fazer algo diferente, parece tão injusto,
mas eu entendi. A justiça está ligada aos dois lados.
Quando
a gente pisa na bola tem sempre alguém que vai fazer a vez do justiceiro, é
mais ou menos assim.
De
qualquer forma, eu queria que as pessoas pudessem fazer uma justa avaliação da
forma como atuam em suas tarefas. Será que estão sendo humildes, responsáveis,
fraternais, sinceros consigo mesmos e com os outros?
Até
porque se todos nós pudéssemos ser valorosos nos setores de trabalho todos se
beneficiariam. Independente se é um trabalho remunerado ou não, se é feito
dentro ou fora do lar. Nós precisamos nos enxergar na pele do outro. Sofrer a
dor do outro. Enxergar a vida pelos olhos dos outros e tentar compreender
porque ele pensa de tal maneira, só assim, poderemos beneficiá-lo adequadamente,
independente de suas provações. VERÔNICA
10/07/2021
----------------------Paula
Alves-----------------
“UMA
MULHER DE VERDADE NÃO PRECISA SE EXIBIR COM UM CORPO PERFEITO PORQUE A
VERDADEIRA PERFEIÇÃO ERA A DA ALMA”
Eu
fiquei perto por algum tempo e já estava me irritando a mania que ela tinha de
comer. Comia com tanto prazer, satisfeita...
Como
podia ser assim? Será que ela não se preocupava com as formas do corpo? Será
que ela não sabia o quanto é importante ter auto estima e sair elegante para
conseguir tudo o que quer?
Eu
não podia permitir que aquela mulher se martirizasse daquela maneira e me
dispus a ajudar, só isso.
Eu
dizia que ela devia se cuidar, pois o marido não ia querer uma mulher gorda.
Falei que aquela comida toda podia fazê-la sofrer e que ela devia se preocupar
com a sua saúde. Verdade que ela só me ouviu quando eu falei da saúde.
Achei
estranho que aquela criatura não tinha muita vaidade, mulher esquisita!
Não
estava nem aí. Arrumava o cabelo de qualquer jeito e ia trabalhar, sem
maquiagem, sem nada para chamar a atenção, mulher estranha!
Mas,
quando eu falei de saúde, ela me ouviu e ficou preocupada. Foi fácil ver as
imagens mentais, ela lembrou de alguns familiares que sofreram por causa de
problemas gastrointestinais, eu fiquei um pouco compadecida e peguei por este
lado.
Daí
percebi que ela sentia dor de estômago toda vez que eu chegava perto, doía
tanto que ela passava mal, foi complicado...
Mas,
eu não podia parar, queria tanto que ela ficasse bonita, modificada. Eu me
esforcei e insisti que ela reduzisse a alimentação e ela me entendeu, foi
diminuindo e eu ainda queria mais. Aquele corpo podia ser mais esbelto, mais
delicado, para quê tanta gordura abdominal?
Aqueles
78 quilos poderiam ser reduzidos para uns 65? Seria pedir muito? O único jeito
era fazer como eu, só colocar o dedinho na garganta. Qual é o mistério?
Mas,
foi bem difícil quando ela ouviu. Pensou tão forte em tudo o que deseja fazer
na vida, me deu a maior lição de moral. Disse que uma mulher de verdade não
precisa se exibir com um corpo perfeito porque a verdadeira perfeição que ela
ambicionava era a da alma. Nossa! Eu nem precisava disso, só queria ajudar.
Daí
ela falou que sabia por que eu queria que ela virasse bulímica, ela esfregou na
minha cara que eu fiz isso durante a minha vida.
Olha
para mim, você acha que eu preciso disso? Preciso ficar do lado de uma mulher
louca como estas? Logo eu que conquistei as passarelas do mundo todo com o meu
corpo, com a minha postura, minha elegância...
Livros
e mais livros, isso sim é loucura. Eu não entendo o que uma mulher destas quer
da vida, não consigo entender.
Mas,
serviu para chegar aqui. Verdade que fui bem tratada. Enquanto eu conversava
com ela, reconheci de imediato a minha irmã se aproximando para me trazer para
cá. Eu nem sabia que era possível o nosso encontro.
Ainda
acho que ela tinha que se arrumar um pouquinho mais, porém já me explicaram que
cada um tem seus objetivos e ela nunca se importou em chamar a atenção desta
maneira. Mulher estranha!
O mais
esquisito de tudo foi ela ter conseguido suportar a minha influenciação,
nenhuma delas conseguiu. Acho que ela deve ter um objetivo bem melhor para se
agarrar mesmo. Eu vi quando ela leu a Parábola do Semeador e confesso que achei
muito linda, até entendi porque ela tem tantos livros, a mente dela voa solta,
eu vi tanta coisa bonita, ela lê para controlar a influência e funciona, a
gente segue pelo caminho que ela determina e sempre encontra com os emissários
de Jesus, então, vale a pena. LENIZE
10/07/2021
-----------------------------Paula
Alves----------------------
“TEM
GENTE QUE PARTICIPA DO PROGRESSO DE UM GRUPO E É USADO PELOS PROPÓSITOS NOBRES
DE DEUS”
Podia
ter sido antes, se eu não tivesse descoberto em cima da hora como devia levar
minha vida. Mudou tudo...
Eu
sabia que tinha que avançar por causa deles, parece que eu despertei. Eu via
que era difícil na minha casa, faltava tudo e tinha muitas crianças. Eu achava
que era impossível ter uma vida melhor e eu culpava todo mundo, o sistema, a
cor da minha pele, falava que tinha discriminação de todo tipo, era fácil para
mim justificar a falta de oportunidades.
Na
verdade, eu fui criado assim, a educação que eu tive me ensinou que nós somos
excluídos da sociedade, gente que ninguém quer ver, miseráveis que morrem como
miseráveis, ciclo de vida que nunca muda.
Eu
estava acomodado nesta situação e já me permitia ensinar aos meus filhos esta
ladainha que nos colocava como desfavorecidos e escorraçados, marginalizados.
Mas,
eu via minha esposa se esforçar tanto, falando que nossos filhos podiam ser o
que quisessem, pois Deus não faz distinção entre Seus filhos, eles tinham as
mesmas chances de todas as outras crianças. Ela tinha esperança e falava com
alegria, incentivando os nossos filhos. Eu ouvi e me senti envergonhado por
castrar os sonhos dos nossos filhos.
Eu
pensei como teria sido se eu também pensasse daquela maneira, será que eu teria
me esforçado um pouco mais?
Será
que eu teria tentado estudar?
Eu
teria me esforçado para arrumar um trabalho melhor?
Eu
pensei nas possibilidades que algumas pessoas constroem para si mesmas como
aquela senhora do supermercado que conseguiu a casa própria depois de pagar por
anos as prestações, ela conseguiu. Ou aquele rapaz que morava na favela e
conseguiu entrar na faculdade, negro, ouviu tantos desaforos, mas se fez ouvir
com o diploma na mão, anos depois, conseguiu.
Será que a gente pode
ter tudo o que desejar? Com esforço e dedicação?
Daí
eu fiz um trato com Deus. Eu falei com ele que ia incentivar meus meninos a se
tornarem o que quisessem, pessoas do bem, gente boa, trabalhador, coisa e tal.
Eu
nem sabia que tinha uma doença crescendo dentro de mim, nossa! O que não é o
poder da palavra?
Eu
proclamei o bem, com tanta intensidade que a doença estabilizou, eu nunca
soube, só quando cheguei aqui, eu retardei em vinte anos, isso porque meus
objetivos mudaram e meu plano também foi alterado, eu agora era incentivador
dos meus filhos, nem sabia que isso existia. Tem gente que participa do progresso
de um grupo e é usado pelos propósitos nobres de Deus.
Eu
falava tão bem dos planos do Senhor que consegui um emprego melhor, depois
consegui a minha casa.
Veja
bem: não foi barganha não. Eu nunca tive como ambição ter coisas materiais, tem
gente que vai parar na igreja porque quer vitória na parte financeira, como se
Deus servisse como o Pai que abre a carteira.
Não
é assim: o que eu mais lucrei foi na minha fé e na reforma íntima, eu me
transformei numa pessoa melhor quando me esforcei para ser um bom pai. Minha
esposa me abriu os olhos para o Deus Pai. Quando eu vim para cá, quando a
doença disparou dentro de mim, eu estava profundamente modificado, em paz,
grato por todos aqueles anos.
Meus
filhos conseguiram. Nenhum deles ficou milionário, foi um ser com evidência na
sociedade, nada disso, mas eles fizeram tudo o que desejaram. Eles ajudaram
muita gente com trabalhos sociais maravilhosos, tiveram suas famílias íntegras
e foram muito bondosos e tementes a Deus.
Então,
eu entendi o quanto eu fui importante no progresso de um grupo de pessoas a
quem muito amei. Deus foi um Pai condescendente e amoroso comigo.
Quisera
que todos pudessem despertar para o amor de Deus e para as necessidades de
cumprirmos com o plano que Ele tem para cada um de nós. EZEQUIEL
10/07/2021
-----------------Paula Alves----------------
“POR QUE SERÁ QUE A GENTE PRECISA PASSAR VERGONHA, LEVAR UM SACODE PARA ACORDAR PARA A VIDA?”
Eu
ouvia passos pela casa e tentava me distrair para não enlouquecer. Desejei não
estar só, desde a separação a minha vida parecia não ter solução.
Aquele
casamento era tudo o que eu tinha de felicidade e, de repente, ele disse que
não me amava mais.
Como
pode alguém te amar e depois de algum tempo, deixar de amar? Eu acho que ele
nunca me amou. A verdade é que as pessoas confundem sentimentos e ele percebeu
que eu não era boa o bastante.
Eu sofri muito com a partida do Kevin. Eu o amava do fundo do coração e fiz de tudo para que tivéssemos uma vida em comum, sólida e feliz, mas não foi o suficiente.
Eu
creio que a partida dele me deixou muito insegura, por vezes, nós colocamos a
nossa felicidade nas mãos das outras pessoas e isso não é muito saudável. Eu
aprendi com o sofrimento da perda que precisava me sentir bem comigo mesma, foi
duro.
Nos
dias que se seguiram, eu ouvi vozes e passos pela casa, tinha medo de ficar
sozinha, medo de estar ficando louca e procurei minha mãe. Mas, ela sempre me
culpou por todos os tropeços na vida. Minha mãe adorava o genro e disse que ele
se cansou de mim, de minha ingenuidade e fragilidade. Ela disse que homem algum
conseguiria ficar bem ao meu lado porque eu era muito sensível e isso cansa
qualquer um. Daí, fui embora, achando que o problema era realmente meu.
As
vozes me atormentavam, eu não queria dormir, de medo. Então, passei a me
drogar, achei que as drogas me deixariam mais forte e foi muito pior do que
antes porque despertaram lembranças que me magoavam tanto, faziam com que eu me
ferisse e lamentasse não ser como tantas pessoas que eu achava normais.
O
fato é que eu sempre permiti que as pessoas fizessem de mim o que queriam.
Minha mãe e o Kevin. Eles colocaram na minha cabeça que eu era fraca, frágil,
sensível demais para me posicionar bem na vida.
Precisou
passar tão mal, ser socorrida por uma vizinha para ouvir de um médico que eu me
mataria para chamar a atenção.
Aí, eu acordei. Por que será que a gente precisa passar vergonha, levar um sacode para acordar para a vida?
Saber
se posicionar na vida, independente de estar com alguém ou não, independente de
concordar com as pessoas ou não. Eu só queria viver minha vida e foi isso o que
eu fiz.
Ser feliz
é viver em paz!
OLGA
04/07/2021
------------------------------------------------Paula
Alves------------------------------
“VIOLÊNCIA
NÃO ENSINA NADA, SÓ PUNE, CONSTRANGE E HUMILHA, FERE TANTO QUE CAUSA REVOLTA E
DESGOSTO”
Eu
só queria pintar. As cores e as formas me elevavam na vida. Era como se eu
fizesse uma viagem incrível e tudo ficasse sempre bem.
Eu
tinha nove anos quando peguei as tintas do papai e colori a parede. Minha mãe
percebeu e ficou furiosa. Ela fez uma cara de quem ia me matar e eu não tive a
menor atitude, apenas me encolhi, então, ela falou que eu teria uma lição para
nunca mais esquecer. Ela pegou o cinto do papai e me bateu tanto que quase
tirou sangue. Mas, eu não me movi, preferi ficar bem quieto para que ela
percebesse que eu não tinha muito o que fazer, eu só era uma criança.
Meus pais diziam que eu tinha problemas cognitivos, mas me tratavam com muita rigidez, nunca recebi afagos ou delicadezas no lar, pelo contrário, eles diziam que eu não podia ser mimado porque me tornaria uma pessoa fraca e eu já tinha problemas.
Eu
acho que meus problemas eram piores no lar, a educação que recebi foi muito
castradora, repressiva, eu tinha medo deles. Medo de falar, de dançar e nunca
mais pintei. Aprendi bem a lição que a mãe ensinou, nunca pintar.
Acho
que não é a melhor forma de ensinar crianças, violência não ensina nada, só
pune, constrange e humilha, fere tanto que causa revolta e desgosto.
Tem
pai que se orgulha do bom filho e diz que foram as surras que recebeu na
infância, duvido! De certo, já era uma boa pessoa e conseguiu cuidar bem
daquele pai cruel, mas não foram as surras que colocou no bom caminho, não
mesmo.
Eu
tive problemas cognitivos, mas senti falta de afeto, eu compreendia muita coisa
e nunca tive diálogo porque eles não tinham paciência comigo. Isso é o que faz
falta. Criança precisa de atenção, apoio, carinho, precisa de respeito.
Os
pais podiam ouvir mais a criança para conhecê-la, saber com quem estão lidando
e parar de ficar imaginando as coisas. Acho que meu filho isso ou aquilo...
Assim,
não funciona mesmo.
Sei
que a vida foi sempre assim. Eu podia ter tido melhores oportunidades se eles
tivessem acreditado mais em mim, porém compreendo que eles sentiam vergonha,
principalmente dos outros familiares que tinham filhos normais e gostavam de se
exibir com eles.
Meus
pais só faltavam me esconder, eles não participavam das reuniões familiares
porque tinham constrangimento por minha causa.
Eu
entendo, os pais otimizam os filhos. Eles imaginam o que os filhos serão e se
recebem algo diferente, se frustram.
MAS,
ELES NÃO DEVIAM SER GRATOS PELO FILHO QUE DEUS MANDOU?
Eu
queria que eles tivessem demonstrado o seu amor, mas nem mesmo, no instante da
minha morte, mostraram algum tipo de sentimento. Eu ouvi quando ele falou:
- Foi
melhor assim, agora poderemos retomar nossas vidas. Este menino dava muito
trabalho.
Meu
pai falou sério e a mãe só concordou com a cabeça, sem choro, sem comoção. Se
livraram das minhas coisas e fizeram do meu quarto, um escritório.
Eu sofri,
sempre sofri com a ausência deles e me pergunto: “Por que é que a gente se
importa com as pessoas, mesmo sabendo que elas não se preocupam conosco?”
Eu queria ter sido importante na vida deles.
LEONARDO
04/07/2021
--------------------------------Paula
Alves---------------------
“VÍCIO
É COISA TRISTE QUE ARRUÍNA A ALMA, MAS O AMOR DESTRÓI TUDO O QUE HÁ DE RUIM
NESTE MUNDO”
Eles
ficavam horrorizados em me ver chegando atordoado, desgrenhado, fedido, as
roupas em farrapos. Meus pais ficavam estarrecidos.
Eu batia a porta e me jogava na cama, dormia
por horas e acordava sentindo vontade da droga.
Foi
difícil ver minha mãe chorar. Ela tentou conversar, tentou falar do seu amor e
pediu tantas vezes para que eu me libertasse do vício, mas só sabe quem viveu o
drama.
Eu
prometia parar, tomava banho e comia, abraçava minha mãe e jurava tomar jeito,
mas no mesmo dia, eu caia na droga.
Foi
até que um dia, meu pai passou mal após uma discussão comigo, minha mãe ficou
muito decepcionada e disse que eu podia ir embora, se tudo o que faziam por mim
naquela casa, não servia para nada.
Eu
só podia contar com eles, o amor dos meus pais era importante, mas eu não
conseguia parar, então, pedi ajuda, eu precisava me afastar dali, precisava de
tratamento que me impedisse a usar.
Foi
duro demais, a impressão que eu tenho é que comecei a cheirar tão novo, eu me
droguei muito cedo.
Meus
pais me internaram e eu achei que ia morrer naquele dia, me irritei, quebrei
tudo no quarto, precisei de restrição, era como uma camisa de força, foi barra
pesada.
Mas,
funcionou. Passados os meses, lá estava eu, completamente restaurado. Voltei
para casa e abracei meus velhos que choraram de alegria.
Claro
que me tentaram de novo, meus colegas do vício me chamaram para curtir um
barato, mas eu resisti por causa dos velhos e da Kátia, a namorada que
encontrei.
Arrumei
emprego, casei com a Kátia e tivemos três filhos.
Vou
te falar, vício é coisa triste que arruína a alma, mas o amor destrói tudo o
que há de ruim neste mundo. É difícil, mas é possível se libertar das amarras
do vício com apoio e tratamento sério.
Você
que enfrenta uma situação semelhante, não desista. Deus sempre coloca o amparo
que a gente necessita para se tornar vitorioso e se elevar.
RICARDO
04/07/2021
--------------------------Paula
Alves-----------------
“APRENDI
COM A VIDA QUE A RECLAMAÇÃO SÓ PIORA O PROBLEMA. QUANTO MAIS VOCÊ RECLAMA, MAIS
A VIDA FICA DIFÍCIL”
Era
um dinheiro tão pouco que eu pensei que a gente ia passar fome. Dava para ver
que era exploração, mas não tinha outra fonte de renda, o jeito era encarar o
trabalho árduo.
Eu
era costureira iniciante. Casei com o amor da minha vida, tinha dois
molequinhos e meu marido morreu atropelado.
Nossa!
Calvário é perder o marido com as crianças pequenas, não morava perto da minha
família e não tinha com quem contar.
Eu
achei que não conseguiria superar as dificuldades, mas precisava criar aquelas
crianças. Então, quando eu soube do trabalho de arrematadeira, não pensei duas
vezes. Tinha que fazer muitas peças para ganhar um troquinho. Tudo difícil,
pagar aluguel, comprar comida e roupas para os meninos.
Trabalhava
noite e dia, nem vi meus filhos crescendo, dois anjos.
Doía
o corpo todo e com aquele frio, trabalhando de madrugada para inteirar o
dinheiro da casa. É impressionante como Deus ampara e coloca forças no corpo,
parece até que fornece a quantia certa para pagar as contas.
Nunca
faltou, um pouco de feijão, farinha, um cobertor e coragem. Eu fui vivendo,
agradecendo cada dia, pela saúde que a gente tinha e pelo trabalho que não
faltava.
Aprendi
com a vida que a reclamação só piora o problema. Quanto mais você reclama, mais
a vida fica difícil.
Eu agradecia, tentava ver sempre o auxílio de Deus. Eu via nas pequenas coisas as mãos do Pai me ajudando e segui em frente.
Depois
de dez anos, foi que arrumei um bom emprego e ganhei bem melhor. Consegui
comprar uma casa e os meus filhos se tornaram rapazes estudiosos.
Eu
nunca me esqueci do esposo que morreu atropelado e muitos anos depois, já
velha, encontrei com ele deste lado. Como Deus é maravilhoso!
Meu
marido estava do mesmo jeitinho. Ele falou que via a gente de longe, ele orava
por nós, enviava bons pensamentos para me inspirar, para eu não perder a
coragem e deu tudo certo.
Quando
é que eu ia imaginar que ele estava tão perto de nós?
A
gente fala que acredita em Deus, mas no fundo morre de medo da vida. Se a gente
acreditasse de verdade, não se afligia com a dificuldade. Só seguia em frente.
MARIA DO SOCORRO
04/07/2021
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