Cartas de Fevereiro (16)

 



“NÓS ACHAMOS QUE ESTAR AO LADO DE ALGUÉM BASTA”

 

Era, apenas mais uma noite em que eu esperava por ele. Eu via a lua e aguardava porque não conseguia dormir antes do meu esposo chegar.

Eu resmungava que estava cansada, ele estava trabalhando e eu queria que ele tivesse outro emprego, exigia tanto, queria que fosse diferente em vários aspectos. Ele me irritava em tantas situações, enfim, éramos diferentes, mas não é isso o que fatalmente acontece quando pessoas que foram criadas em lugares diferentes e com famílias diferentes, se propõe ficarem juntas?

Existia tanta oposição, nós não concordávamos em muitos assuntos e ficávamos emburrados. Coisa de casal...


Mas, naquela noite eu senti desconforto, parecia que eu estava contrariada demais, tive tonturas, irritações, até que adormeci sem querer.

Sonhei que estava me esforçando para não cair num precipício quando ele chegou até mim, todo molhado, sujo, ele pegou minha mão e disse que eu conseguiria superar tudo aquilo. Eu senti uma dor profunda no peito e quis abraçá-lo, mas não pude e chorei, chorei tanto que acordei com meu próprio soluço.

Quando é que eu poderia imaginar que aquilo de fato aconteceu e meu esposo estava se despedindo de mim em meu sonho.

Ele nunca mais voltou, encarnado não.

Eu passei a noite toda, desesperada. Sabia que algo tinha acontecido com ele e me descontrolei. Liguei para os meus pais que ficaram aflitos e vieram até minha casa na madrugada, mas enquanto eu estava só, pensei em muitos momentos que passamos juntos e me arrependi.

Eu me arrependi das vezes que neguei um momento. Neguei um momento ao seu lado observando o luar, neguei um afeto, um silêncio, uma mão amiga, uma palavra de consolo, um colo...

Nós achamos que estar ao lado de alguém basta.

 Acreditamos que a presença física diz tudo, mas não é bem assim. Existem pessoas que estão ao lado, mas há quilômetros de distância em pensamento e é isso o que conta.

É quando o seu cônjuge te cobra atenção, ele sente. Esta pessoa afirma que você é ausente, omisso. Ela sente e, muitas vezes, você não o deixou de lado porque se apaixonou por outro alguém, não foi por uma traição, mas você se envolveu em outros compromissos como os de trabalho, com os filhos, amigos ou distrações corriqueiras como o futebol ou a novela. A tv foi mais importante, o estudo, qualquer coisa que pudesse te afastar desta pessoa, afastar sua atenção e, consequentemente, seus sentimentos.

Eu fiz isso. Meu marido me cobrou mais atenção porque ele viajava muito a trabalho. Eu sempre estava envolvida com alguma coisa que eu achava importante. Envolvida com meus filhos e demais familiares, amigas, passeios ou o meu lazer sem ele.

Eu me lembrei de tudo isso e lembrei também que eu pensava que ele estava sendo exigente comigo porque teríamos muitos momentos juntos. Eu achei que pudesse deixar para amanhã a atenção que ele me cobrava, mas não houve amanhã para nós e eu chorei muito por arrependimento.

Nós sempre sentimos a perda de alguém, por mais cruel que uma pessoa possa ser, ela sempre sente a perda de alguém, mas quem se desespera tanto quanto eu, sofre do remorso, dor de arrependimento de quem não fez o suficiente e não terá como reparar seu erro jamais.

Quando eu soube que ele tinha desencarnado, eu soube que ele tinha vindo se despedir de mim e tive a certeza de que, mesmo naquela hora difícil para ele, eu estava em seus pensamentos, por isso, ele veio até mim.

Eu me senti amada e isso fez doer ainda mais.

Eu o reencontrei tempos depois. Desencarnada, desiludida, ele me acolheu e nos entendemos, foi muito bom.

Mas, o que fica de tudo isso é que nós temos que colher tudo de bom das pessoas que estão conosco, sejam elas cônjuges, amigos, familiares, colegas de trabalho ou até o seu desafeto. Aproveitar todos os momentos e tirar proveito das situações para afinizar, para harmonizar com eles. Tudo o que importa é o que você deixa de bom por onde passa.

NOÊMIA

28/02/2021 

------------------------Paula Alves---------------------

“TUDO NA VIDA DEVE SER MEDIDO. O TEMPO DE TRABALHO E O DE DESCANSO”

 

Eu corria demais. Sei que era perigoso e compreendo minha imprudência, mas eu precisava aumentar o rendimento da minha família.

Foram muitas viagens com o caminhão abarrotado, correndo pelas rodovias em busca de maiores salários. Eu precisava comprar nossa moradia.

Eu ia e vinha, muitas vezes, sem dormir. Sentia meu corpo cambalear, parecia que eu ia desfalecer e fui inclinado a desistir quando minha esposa informou que estava grávida. Daí eu ganhei fôlego e pisei fundo. Coloquei uma música do Amado Batista e pisei fundo. Rapaz eu adorava o Amado Batista e fiquei tão feliz quando soube que eu ganharia um filho. Eu deixei de lado o sono e aceitei mais uma carga.

Só que aquela estrada é perigosa para qualquer um, a música acabou, eu cochilei no volante. Eu sei que eu cochilei e quando notei, a estrada não tinha mais fim.

Eu não sei quanto tempo eu dirigi naquela estrada, tudo na minha cabeça, sabe? Tudo mental...

Eu dirigia sem parar e me senti tão cansado. Correndo para chegar num lugar qualquer. Por outro lado, eu estava ouvindo bem no fundo, choro, tristeza.

Eu sabia que tinha alguém chorando, mas por quê? Aonde? 

Depois eu ouvi um bebê chorando...

Eu não conseguia entender o que estava acontecendo, até que eu fiquei muito cansado para continuar e vi um senhor parado na estrada pedindo carona, mas não podia parar o caminhão porque estava muito rápido, então, como eu sabia que voltaria àquele lugar, procurei reduzir a velocidade e quando passei bem perto dele, incrível, ele se atirou dentro do caminhão, super estranho!

Aquele senhor tão estranho conversou muito comigo e me perguntava se não estava na hora de parar e mudar de vida. Ele dizia que eu tinha que refletir e parar de correr atrás da matéria, dizia coisas difíceis de entender naquele momento da minha vida, mas quando ele falou da minha família o desejo de ver minha esposa foi tanto que eu, de repente, estava no meu antigo lar e meus familiares estavam envelhecidos, passou muito tempo.

A esposa com rugas, andava curvada. O filho que ela esperava já tinha um filhinho. Como o tempo passou tão rápido?

Aquele senhor me explicou com delicadeza o que, de fato, acontecera. Falou do acidente com o caminhão, dos destroços, do enterro. Falou do parto e da vida deles sem mim, disse que ela teve que trabalhar tanto que adquiriu doença nos quadris, por isso, andava curvada. Ele falou que eu me suicidei, por isso, revivi tantas vezes o mesmo caminho, foi o meu calvário.

Mas, a penitência não é para sempre e eu pude ser socorrido por ele, mas foi horrível ver o que eu perdi.

Perdi por imprudência e ganância. Tudo na vida deve ser medido. O tempo de trabalho e o de descanso. Viver com o necessário, sem inveja ou ganância.

Ser feliz com o que se tem e valorizar o mais importante, a vida, a saúde e a família todos os dias.

ANTÔNIO LUÍS

28/02/2021

 

                        --------------------Paula Alves----------------

 

“JÁ É UM BOM COMEÇO PARA TENTARMOS NEUTRALIZAR OS FEMINICÍDIOS”


Minha mãe falou tantas vezes...

A pior arrogância de todas é quando a gente acha que pode mudar alguém. Ninguém muda ninguém. Da água para o vinho? De jeito nenhum!

Mas, eu queria que ele mudasse e fosse como eu o via em meus sonhos. Todos viam o jeito dele, a expressão dele, as más tendências dele e eu via o que queria ver. Eu o idealizei, formei em minha mente um alguém que não era aquele Marcelo.

Mas, eu não conseguia entender o que as pessoas diziam. Foi sempre assim...

Desde que nos relacionamos no ensino médio. Ele sempre foi um rapaz mal humorado e agressivo, falando palavrões, tentando enganar os pais, um “bad boy” mal encarado que me conquistou porque algumas mulheres gostam dos homens difíceis ou como a minha mãe dizia eu achava que podia mudá-lo. Ela falava que ele nunca se transformaria em príncipe. 

Na verdade, quando o tempo passou, eu notei que estava ficando pior e mais perigoso, mas achei que ele me amava e nunca iria me fazer mal. Eu não podia acreditar.

Houve muito ciúmes, gritos, exposição, baixaria na rua, covardia e socos, hematoma.

Eu machucada por dentro e por fora, mais por dentro. De verdade existem cicatrizes até hoje, ainda não consegui fazê-las sumir do meu corpo espiritual.

Vovó dizia que ninguém morre de amor, pode ser.

Mas, eu morri.

Acho que o primeiro passo é você conversar com as mulheres que conhece, as mocinhas. Elas devem entender que podemos controlar nossos sentimentos, se apaixonar por quem merece o seu sentimento nobre. Observar os rapazes e se envolver com aquele que parece o mais íntegro quanto seja possível.

Dedicar o afeto ao mais atencioso, educado. Observar o comportamento social, junto às outras pessoas, como os familiares e amigos.

Infelizmente, existem muitos desajustados na sociedade, ninguém quer ser vítima, ninguém.

Claro que nós podemos falar de resgate, também falaremos de justiça divina, infração das leis, mas a educação na sociedade também merece salientar a importância de controlar os sentimentos para não agredir ninguém, para respeitar o espaço alheio, respeito às propriedades inclui respeito ao corpo e à imagem.

Se você não pode controlar os pensamentos e os sentimentos dos outros, tente controlar os seus.

Já é um bom começo para tentarmos neutralizar os feminicídios.

MANUELA

28/02/2021


-------------------------Paula Alves-----------------------

 

“EU NÃO TENHO PALAVRAS PARA DEFINIR MINHA VERGONHA” 

Foi uma desgraça! A gente não podia imaginar que era de verdade. Estava prestes a comemorar uma promoção no trabalho, uma vaga que esperávamos há mais de três anos e eu não ia deixar de encontrar meus amigos e familiares por uma suposta crise.

Achei mesmo que era uma forma do governo controlar a população, mais nada. Não tinha o que temer porque tínhamos o seguro, hospitais de ponta, uma vida boa que nos possibilitava o melhor atendimento em caso de doenças.

Eu estava sendo arrogante, miserável, insolente com o poder de Deus. Como se estivesse no meu controle dizer que não seríamos afetados porque somos superiores aos demais, àqueles que passam fome e lutam por uma vaga nos hospitais públicos, enfim, eu fui presunçosa, era muito orgulho...

 A festa aconteceu do jeito que eu imaginava. Festa de pose, regada a champagne e muita ostentação. Tudo para impressionar, eu precisava deixar claro que havia atingido nossos objetivos financeiros, convidei minhas amigas e as abracei à vontade. Houve brinde, jantar, dança até de madrugada.

No outro dia, saí feliz, fui até a casa dos meus pais e falei com eles por uns dez minutos, afinal eu nunca ficava mais do que isso, foi tão rápido, mas o suficiente.

Dois dias depois eu fiquei super mal, me sentia péssima, corpo doído, febre e mal estar, muita dificuldade para respirar, mas o pior foi saber que meu pai teve febre alta a noite toda. Minha mãe estava desesperada, ela dizia que era a doença maldita que chegava na casa deles e ela gritava ao telefone dizendo que eles estavam trancados, me culpou pela doença do meu pai.

Eu também estava doente, mas fiquei terrivelmente transtornada por ele. Falei que precisavam ir ao hospital, mamãe não queria sair de casa e eu não pude ajudar, ninguém queria ir ao hospital. Foram alguns dias, ele não resistiu.

Enquanto eu ficava cada vez pior, soube do falecimento do meu pai. Isso foi um punhal no meu peito.

Enquanto eu estava me internando, muito arrependida por minhas atitudes, eu pude refletir em minha posição na sociedade, no lar, dentro de mim.

 

Eu não tinha nada para me alegrar. Eu sentia que estava partindo, sentia meu corpo definhando e isso apavora sabe? Apavora porque eu não pensei nos bens intransferíveis, indissolúveis, eternos. Naquela hora, eu era como qualquer outra pessoa doente. Eu não tinha pose, dinheiro, orgulho, carro, casa, eu não tinha nada que me diferenciava dos outros doentes que sofriam no hospital.

Eu pensei nos meus pais e pensei na minha afronta. Eu não precisava daquela festa ridícula. Eu podia ter me resguardado, esperado o momento oportuno. Eu podia ter ficado em paz na minha casa, aguardando por dias melhores.

 

A vida nos trata da forma como nós nos tratamos. Se somos indiferentes por nossa saúde física, mental ou espiritual. Se somos indiferentes pelas outras pessoas. A vida sempre vai nos mostrar nossos defeitos e podemos passar por situações muito desagradáveis para acordar, para despertar na realidade das situações.

Se nós não nos importamos com as demais pessoas e agimos com leviandade, a vida saberá nos proporcionar o ensinamento necessário.

Não precisava ter sido desta forma. O sofrimento durou muitos meses, até que meu pai, tão delicado e amoroso, veio ao meu encontro e ajudou no meu restabelecimento. Eu não tenho palavras para definir minha vergonha.

SORAIA 

28/02/2021

              -----------------Paula Alves------------------


“É INCRÍVEL COMO PODEMOS MUDAR DE LADO”

 

Eu me desesperei quando a encontrei tão bem. Cheia de si, jovem, confiante. Ela tinha tudo a seu favor e eu não conseguia esquecer de todos os padecimentos que tive por causa dela.

Quando percebi que ela teve uma chance a mais, chance de ser feliz e recomeçar, achei aquilo tudo muito injusto.

Por que ela tinha este direito? Por que ela poderia se esquecer de todos os males que havia cometido e ser feliz? Assumir um papel de mocinha quando, na verdade, foi o vilão que acabou com a minha vida?

Eu me enchi de fúria e me modifiquei, virei o algoz. Eu acreditei que, se ninguém havia visto todas as crueldades que ela cometeu no passado, então, eu deveria aplicar a corrigenda. Eu estava em condições de promover o castigo necessário.

 É incrível como podemos mudar de lado. Incrível como passamos a defender interesses e podemos mudar de adjetivo. Eu passei da mulher bondosa para a obsessora, aquela que persegue para produzir o mal.

Qualquer um que visse o estado em que ela ficou, iria defendê-la e me culpar para sempre. Veja o quanto é importante o conhecimento total dos fatos. É, por isso, que nunca devemos julgar ninguém porque, apenas quem tem o olhar total sobre todas as coisas é Deus. Ele sim! Sabe de hoje, ontem e até do nosso futuro. Ele sabe o que cada um guarda no fundo do coração, ninguém mais.

Quando minha adversária adentrou o centro espírita, buscando ajuda para o seu quadro obsessivo, ela foi bem amparada, ouvida e orientada, mas fui eu quem recebeu os melhores esclarecimentos, pois estava a par de toda a situação e me lembrava bem de tudo o que nos envolveu.

Aquela mulher me prejudicou muito no passado, na minha última encarnação, pois exterminou minha família para tomar nossos bens e conseguiu. Saiu impune como se tivesse cometido o crime perfeito. Eu perdi tudo e todos os meus, sofri deveras e nunca consegui provar nada, fui ridicularizada na sociedade e insultada. Porém, após anos peregrinando sem conseguir perdoar, eu a encontrei. Numa nova roupagem, com comportamentos diferentes dos anteriores, mas eu a reconheceria em qualquer parte. Eu jurei que me vingaria e estava disposta a passar milênios para que isso se concretizasse, porém, fui orientada. A equipe espiritual foi tão delicada comigo, eles me conheciam, sabiam do meu caso e me disseram tudo o que ocorreu com ela e comigo. Falaram das nossas necessidades evolutivas e o quanto ainda estávamos ligadas até que dissolvêssemos aquele rancor. Eu me lembrei dos familiares feridos, eu me revoltei, mas soube deles, de todos eles e pude reencontrar alguns que me pediram que deixasse tudo para trás em prol do meu próprio melhoramento.

 Eu preciso prosseguir, mas é difícil quando as cenas fazem parte de mim, eu não consigo esquecer de tudo o que vivi. Então, após ser socorrida, pedi encarecidamente para que pudesse retornar à carne para esquecer e recomeçar junto daqueles que amo. Não haverá tempo para estudos, a reencarnação para mim, será o remédio necessário. Eu devo retornar em breve e sou grata a todos os encarnados e desencarnados que participaram da minha assistência. Grata.

ESTEFÂNIA

20/02 /2021

 

-------------------------Paula Alves-------------------

 

“JÁ PERCEBEU COMO A NOTÍCIA RUIM RENDE?”

 

 É tanta desgraça! Às vezes, acho que este povo não tem jeito não. Eu passei tanto sufoco na vida, mas sempre achei um jeito de prosseguir, trabalho duro, suor no rosto, tinha dia que parecia que não ia aguentar tanto tormento, mas eu sempre levantava bem cedo para fazer o que tinha de ser feito, mas este povo, não sei não...

 

Só sabem reclamar de tudo e de todos. Só dão razão para as coisas erradas e valorizam o mal. Já percebeu como a notícia ruim rende?

Mas, os atos de bondade, o bem, a esperança pode ficar para depois, ninguém se esforça para divulgar. Eu cansei!

Fiquei tanto tempo incentivando e acho que cansei de tentar. Parece mesmo que os seres humanos só querem um encosto. Alguém que lhes diga o tempo todo o que deve ser feito, pessoas que facilitem suas vidas e mostrem o caminho mais fácil. Estranho porque todos nascem com provas que devem ser superadas, neste mundo não será fácil para ninguém, mas parece que não sabem disso.

 

Eu acho que são todos ingratos, blasfemando contra Deus e a Sua justiça. Se eles confiassem no Pai, deixariam tudo tomar seu curso, satisfeitos dos desígnios que os alcança, sabedores que são falhos e o Senhor de todas as coisas ainda alivia seus sofrimentos diários, mas só sabem reclamar, desdenhar, pedir e cruzar os braços.

No dia da festa, se esquecem de Deus e de seus compromissos com o Alto, mas na hora de pedir se tornam leões, blasfêmia e ingratidão, isso sim.

Eu queria que eles fizessem por onde merecer os olhares benevolentes do Senhor. Eu queria que pudessem ser honrados, visualizassem o quanto a espiritualidade age a favor de todos eles, mesmo quando não merecem. São tão bem tratados, tão protegidos, mas toda a Providência não pode mudar a Lei perfeita quando esta mesma lei sofre infrações.

Todos os sofrimentos são causados por eles próprios que devem aprender a valorizar a vida e à Deus.

Será que um dia perceberão o quanto a vida age a favor de todos eles concedendo mais uma chance?

Será que poderão ser gratos por todas as coisas boas que acontecem todos os dias?

Será que poderão ser bons com seus semelhantes em agradecimento aos cuidados que recebem do Pai?

Eu quero acreditar que sim.

ENOC

20/02/2021

 

 -----------------------Paula Alves-------------------

 

“A CASA DA GENTE É TUDO!”

 

Eu cavalguei, vi minhas terras e pensei no quanto era feliz com aquela vida simples. As pessoas não precisam de muito para alcançarem a felicidade, mas podem ter momentos de felicidade quando se sentem realizadas, cumpridoras de seus deveres, quando estão em paz.

Acho que a paz de Espírito define isso. Eu alcancei a paz quando percebi que havia conseguido fornecer aos meus familiares, boas condições de subsistência. Após períodos tão tormentosos, passando privações, sofrendo com frio, fome, no relento, Maria grávida, eu me angustiei e disse para mim mesmo que só iria descansar quando tivéssemos um teto.

Sempre achei que o primeiro bem de um homem deve ser uma casa, por simples que fosse. A casa, o teto, é a honra de um homem. É o sossego de saber que a família não vai dormir na rua, jogada na miséria, debaixo da ponte. Meu Deus! Nós passamos muita privação...

Eu trabalhei tanto e consegui nossa casa, nosso pedaço de chão para plantar e ficar em paz e eu estava muito feliz.

Lembrei de tanta gente que riu de mim. Colegas de infância que acharam que não precisavam de esforço para conquistar uma vida melhor. Rapazes, filhos de fazendeiros que viviam da fartura da família e esbanjaram tanto que, um dia, acabou. Viviam de aparência, comprando carro do ano, vivendo de pose e fartura para festejar e, de repente, acabou. Tiveram família e precisaram morar de aluguel, meu amigo chegou a ser despejado.

 Sabe o que é você estar dormindo sossegado com a sua família, perder o emprego e receber a ordem do despejo? É terrível, é insegurança e humilhação.

        A casa da gente é tudo!

Daí, eu ensinei para os meus filhos que o casamento pede uma casa para reinar a paz. Meu filho achou estranho eu falar sobre isso. Ele não pode compreender, mas é que o velho precisa descansar a cabeça em paz, sabendo que todos os seus têm um lugar para repousar depois da labuta.

Eu olhei para as minhas terras em paz, mas quando parti deixei tudo para trás.

A vida da gente é bem engraçada porque de meu só tenho minhas conquistas morais, meus afetos, minhas lembranças.

Todo o resto ficou, eu emprestei, usei, cuidei de tudo com gratidão.

Deixei o que conquistei para os meus filhos, verdade, ficou mais fácil para eles, mas se não tiver juízo, vão esbanjar e arruinar todo o meu sacrifício.

O importante seria aprender, desde cedo, a tratar com honestidade, sabedoria e se empenhar para administrar com zelo, para o bem de todos.

A casa pode ser o lar de toda a família. 

ADRIANO

20/02/2021

 

-----------------------------Paula Alves------------------

 

“NÓS PODEMOS MELHORAR O MEIO EM QUE VIVEMOS SE MELHORARMOS OS CIDADÃOS QUE CONVIVEM CONOSCO”

 

Eu não conseguia falar com eles e preferia ficar afastado. Me irritavam em tudo, criticavam meus princípios, diziam que eu era chato, metódico.          

Eu tentei ser como o meu irmão. Eu tentei ser mais sociável, engraçado, mas eu era diferente dele, só isso.

De qualquer forma, por mais que eu me esforçasse sempre percebi a predileção deles pelo Alessandro. Sempre compreendi o quanto meu irmão agradava as pessoas de uma forma tão natural, simpático e bem articulado, ele falava e todos desejam ouvi-lo, eu não.

Eu também gostava muito do meu mano, ele sempre foi formidável até para me fazer sorrir ou deixar de lado uma grosseria dos demais familiares. Meu irmão foi incrível!

Eu queria ter sido como ele, teria sido muito mais fácil, eu seria aceito e conquistaria todos à minha volta. Pessoas assim tem tudo mais fácil, emprego, namoradas, sociedade, enfim, tudo é mais fácil quando você sabe dialogar.

Anos depois, eu me casei com uma mulher muito amável que me compreendia como ninguém e tive dois filhos nas mesmas situações que nós, eu e meu irmão.

Um deles era muito amistoso e sociável, o outro como eu, era introvertido e acanhado, quase um antissocial.

Minha esposa sempre me orientou a não fazer comparações e incentivar o diálogo. Questionarmos como foi o seu dia, o que ele esperava do futuro ou a maneira que enxergava a vida social, falar de qualquer assunto, tirar as coisas dele, permitir que se expressasse livremente sem apontamentos ou críticas, sem julgar o seu modo de pensar.

 

Ela estava certa, meu querido Evandro se saiu bem e, apesar de ter uma postura tipicamente sua, totalmente diferente do irmão e muito parecido comigo, ele conseguia se sair muito bem no meio social. Ele se posicionava com confiança e era bondoso, tinha bons amigos, se socializa muito bem.

Compreendi que tudo pode ser melhorado em todas as pessoas quando permitimos que elas sejam autênticas. Ninguém deve ser igual a maioria, mesmo que seja para agradar uns e outros, pais, mães ou namoradas. As pessoas devem ser sinceras consigo mesmas e demonstrar os seus potenciais com o melhor que podem oferecer.

Pais devem estimular os pontos positivos e eliminar as más tendências por meio de conversas esclarecedoras, deve-se estimular o desabrochar da consciência e da iniciativa, incentivar o contato social saudável em busca de amigos e parceiros que facilitem o enobrecer pessoal.

Nós podemos melhorar o meio em que vivemos se melhorarmos os cidadãos que convivem conosco. 

DANIEL

20/02/2021

---------------------------Paula Alves----------------------

 


“AS PESSOAS PRECISAM REESTRUTURAR TODOS OS SEUS OBJETIVOS E CRENÇAS”

 

Eu tenho lembranças muito antigas de uma época em que eu precisava caçar para alimentar minha família. Eu temia o ataque das feras, lobos ou coiotes que se aproximavam de nossa casa durante a noite fria. Eu temia por eles e por mim, mas eu era o homem e precisava alimentá-los.

Era tão comum minha vida de lenhador e de caçador. Eu nunca parei para pensar no que estava fazendo à fauna ou à flora. Nunca me coloquei diante deles numa condição de igualdade. Levei anos para observar um animal e sentir por ele algum tipo de consideração, algo que poderia ser similar à gratidão quando um cão salvou minha vida.

Após aquele ato em que ele se atirou na frente de um lobo para me proteger, após eu ter sofrido um ataque e estar desprotegido no chão, eu me vi morrer, mas ele deu a sua vida por mim.

Eu questionei muitas atitudes humanas. Vivi outras vidas com aquela história enraizada em mim e tive muitas oportunidades de perceber o quanto os animais têm raciocínio e sentimentos por nós. Eles apresentam virtudes que nós fazemos o possível para silenciar, infelizmente destacando atos de extrema crueldade.

Na última existência fui vegetariano e pude conviver pacificamente com os animais. Eu fui ambientalista, lutei pelos direitos animais e conquistei uma enorme satisfação de estar ao lado deles, dar voz a todos que não falam a nossa língua, defender a classe dos supostos irracionais. Me tornei médico veterinário para atender melhor suas necessidades e foi com prazer que estive ligado a várias espécies compreendendo o quanto são evoluídos em muitos aspectos. Perceber o que a maternidade representa para as aves, o que a união representa para as formigas, a higiene para os gatos, a lealdade para os cães, as andorinhas se amparando umas às outras. Cada espécie com seus atributos distintos e se relacionando muito bem com seus grupos. A hierarquia das abelhas, tudo é fascinante!

Os homens que se dizem seres racionais poderiam aproveitar muito se estudassem e tentassem adquirir conhecimentos que permitissem sua assimilação de princípios para transitar mais pacificamente numa sociedade. Desde o relacionamento que se mantém num lar até o relacionamento com grupos de seres numa grande cidade, nós devemos aprender com os animais as melhores formas de socialização.

A preservação do habitat natural, a facilitação de meios de desenvolvimento mais adequados para todas as espécies, a redução da alimentação carnívora, facilitariam a sustentação ambiental de todo o planeta. Pena que o homem se preocupa em demasia com assuntos pertinentes ao seu enriquecimento, mesmo que para isso, tenha que destruir tudo à sua volta.

Assuntos de sua importância nos dias atuais com crises pandêmicas e fracassos morais de amplo aspecto, misérias e corrupção. As pessoas precisam reestruturar todos os seus objetivos e crenças, filosofias e importância que colocam no mundo.

Não é papel de um. É trabalho de todos.

SUECO

14/02/21

 

-------------------------Paula Alves-----------------

“É INCRÍVEL COMO A SABEDORIA DIVINA SEMPRE ALCANÇA A TODOS”

 

Eu insisti nos sonhos. Tentei expor meus pontos de vista, informei do acordo que fizemos na erraticidade. Disse que eu estava pronta e que havia me preparado como foi combinado, mas eles estavam irredutíveis.

Eu me senti muito frustrada. Foi como se eu estivesse sendo rejeitada após longo período em que eu me preparei para eles. Eu fiz tudo o que pude para ser aceita e me recusaram como se estivessem me enganando.

Eu tentei me controlar porque brotou muita raiva dentro de mim, por sorte eu estava amparada por meu instrutor e ele me pediu paciência que tudo se resolveria.

Eu procurei me entregar a pensamentos de paz quando me lembrei da vida que estavam levando. No fundo eu sabia que seria bem complicado para eles receberem uma filha. Eu sei que aquela vida não permitia que uma criança vivesse com tranquilidade, mas eu estava pronta para as provas que foram traçadas, eu me preparei.

 

Eles estavam ligados ao vício, nenhum deles procurou o trabalho, a ocupação séria que encaminha bem, não se esforçaram para se afastar do mal e eu ainda ansiava por me receberem. Eu sabia que as pessoas tem o livre arbítrio respeitado e compreendi que podiam recusar. Eles preferiam a vida cheia de prazeres e vícios, vida fácil e desregrada, nunca desejariam estar ligados a um bebê. Eu entendi e chorei quando notei que deveria aguardar por nova permissão.

Foi triste! Eu tive que traçar novo plano com meus instrutores, aguardar por nova concessão e saber que outras pessoas me receberiam. Começar tudo de novo e, de alguma forma, estar ligada àqueles dois que não me quiseram como filha.

Depois de longos anos, aguardando o que poderia ser uma forma de retornar e me ligar a eles para resolver os problemas do passado, agora consegui um novo plano e estou feliz.

Pessoas que precisam de uma criança, pessoas que clamavam a Deus por um filho, serão atendidas. Eu poderei retornar e receberei a chance de me ligar a eles num futuro em que necessitarão de cuidados e eu serei a profissional que poderá ampará-los. Estou muito feliz.

É incrível como a sabedoria divina sempre alcança a todos. Faz de um plano, a oportunidade de atender, para o bem, várias outras pessoas. Une muita gente para que todas possam evoluir, por isso, devemos olhar para todas as pessoas reconhecendo que cada um de nós é instrumento de Deus. O Pai nos utiliza para auxiliar as pessoas. Uns devem ajudar os outros, sempre! 

SARA

14/02/21

 

-----------------------------Paula Alves-----------------

 

“POR MENOR QUE SEJA, A CULPA QUE CARREGAMOS SEMPRE NOS ATORMENTA”

 

Espero que você acredite em mim, não foi de maldade.

Eu nunca me esforcei para puxar o tapete de alguém por pura maldade. A questão é que sempre aprendi que o mundo é dos espertos. Ouvi que o mundo nos fornece oportunidades e devemos estar atentos para não perdê-las. Se o seu amigo não deseja progredir, você deve utilizar as possibilidades para lucrar e progredir.

O fato é que eu nunca imaginei que sendo esperto eu poderia destruir a vida de alguém. Eu nasci numa família classe média com um pai que me exigiu muito nos estudos e nos negócios. Meu pai me orientou para não ser capacho de ninguém, sempre me valorizar e demonstrar o meu valor na sociedade.

Eu estava trabalhando numa multinacional e tinha planos de ascensão de carreira, mas também tinha um amigo que era muito competente, porém tímido e sem ambições, diferente de mim.

 

Em determinado momento um de nós assumiria um cargo importante, fiquei chateado por disputar o cargo com ele, mas fiz de tudo para ganhar, mesmo que tivesse que perder sua amizade e foi isso o que aconteceu.

Meu amigo, meses depois foi demitido e eu enriqueci naquele lugar. Ganhei muito dinheiro e notoriedade. O fato é que, anos depois, recebi uma jovem buscando um cargo como estagiária e soube que era filha deste meu amigo. Eu averiguei e soube que ele estava em péssimas condições. Eu me senti responsável por tudo o que aconteceu com ele. Eu sei que fiz coisas que não deveria para ficar com o cargo, mas não foi por mal.

Sabe aquela situação onde você arrisca tudo como numa batalha? A verdade é que somos ensinados a competir o tempo todo. Competimos dentro de casa com nossos irmãos, os cônjuges competem e amigos também, até mesmo no colégio pela atenção das moças ou dos professores, nós estamos sempre competindo, somos egoístas e não pensamos na vida dos outros, apenas em nossas ambições.

 

Eu sei que não fui culpado pelos fracassos dele, mas eu senti que fiz o mal e tentei ajudar aquela moça dando o emprego que ela desejava.

Por menor que seja, a culpa que carregamos sempre nos atormenta. Eu só descansei quando fui visitar este amigo antigo e vi o quanto a vida dele era penosa. Eu o ajudei e me entendi com ele. Acho que se eu não tivesse tido aquela conversa para zerar o que me ligava a ele, minha consciência não iria me libertar impedindo que eu chegasse até aqui. Naquele momento, pude refletir de uma forma diferente, modificando minhas condutas posteriores, por isso, é tão importante ter discernimento para analisar a própria conduta e corrigir todos os atos falhos que forem possíveis.

RODRIGO

14/02/21

 

-----------------------Paula Alves--------------

“TODOS SERÃO RESPONSABILIZADOS, TANTO QUANTO EU, POR NÃO CUMPRIREM COM SEUS DEVERES”

 

Eu fazia de qualquer jeito para me livrar. Sempre achei que ninguém estava observando com total consciência tudo o que eu fazia. Após tantas décadas como professor titular, eu já estava cansado de tantas pesquisas. Eu li tanto, eu pesquisei tanto, eu tinha o conhecimento dentro de mim e achei que não precisava adquirir nada novo porque não tinha nada novo, eu tinha tudo o que precisava para ser um bom orador, como sempre fui.

 

Durante todos aqueles anos, recebi muitos elogios e prêmios de pesquisas, fui convidado para lugares onde qualquer um desejaria entrar e fui muito reconhecido, muito aplaudido, mas nunca imaginei que teria me entregado à vaidade dos preguiçosos. Até que notei naquele rapaz uma veracidade dos fatos. Ninguém jamais me afrontou daquela forma. Eu, um senhor de barbas brancas, com DR antecipando meu nome, não imaginei que seria agredido verbalmente diante de toda a plateia.

Na hora, eu ri, achei fora de propósito, disse até que ele precisava me respeitar e que o seu insulto mostrava a baixeza da sua inveja, cai na bobagem de dizer que não havia a necessidade de pesquisas sobre um assunto que eu sempre dominei e que não tinha nada de novo, mas tinha e o rapaz sabia que tinha.

Cometi muitos enganos. Primeiro eu subestimei minha plateia, me senti superior, fui muito orgulhoso. Também acreditei que não precisava pesquisar, eu poderia engambelar meus ouvintes, usando as artimanhas do meu vasto vocabulário, nunca pensei que me faria tão enfadonho e nostálgico, sem acrescentar algo de prático ou de útil para todos que estavam ali me ouvindo, de fato foi como se eu estivesse matando o tempo deles, tempo precioso de vida que corre sem parar.

 

Eu nunca parei para pensar na velocidade do tempo e no quanto temos que ser práticos. Matar o tempo de alguém, desperdiçá-lo, enganar, não ver que nós nunca sabemos o tempo que nos resta. Para alguns, os segundos, para outros são dias ou anos, mas o tempo é o que temos de mais precioso e não podemos matar o tempo de ninguém. Eu também sou responsável por isto.

Também fui penalizado, depois do desencarne por tudo o que eu deixei de informar. Todas as pessoas que me ouviram precisaram ouvir coisas importantes, tudo relacionado à minha capacidade intelectual, obras que eu poderia ter realizado se tivesse me esforçado, mas eu escolhi não fazer e fui responsável por tudo o que as pessoas deixaram de pôr em prática por falta de compreensão.

São muitos como eu: professores, filósofos, palestrantes, doutores, todas as pessoas que tinham que informar, deveriam explicar de uma forma clara, lógica para conduzir uma ou várias pessoas. Todos serão responsabilizados, tanto quanto eu, por não cumprirem com seus deveres.

Sofri e renascerei como deficiente mental para ser privado do dom que recebi e não coloquei em prática adequadamente.

CITURNO

14/02/2021


--------------------------------Paula Alves--------------------------



“NÓS TEMOS QUE DESENVOLVER A HUMILDADE NO LAR, SENÃO ESTAS OPORTUNIDADES PRECIOSAS SE PERDEM”


Eu não tinha como entender, naquela época, que o menino era tão evoluído e poderia me ensinar tantas coisas.

É natural achar que o pai vai ensinar ao filho. Nós acreditamos que, pela ordem natural, temos muito mais a ensinar do que a aprender, mas não foi isso o que aconteceu.

Ainda bem que eu amava meu filho, adorava a nossa convivência e, desde cedo, pude perceber o quanto aquela pessoa olhava diferente para o mundo.

Nós temos que desenvolver a humildade no lar, senão estas oportunidades preciosas se perdem.

 Acontece que o menino, desde muito jovem, me ensinou muito e pudemos desenvolver uma amizade que me encheu de conhecimento. Era como uma mente adulta e muito refinada naquele corpo franzino.

Ele me dizia o quanto os animais sofriam com as mutilações, como eram judiados no abatimento para que pudéssemos consumir sua carne aos montes nos churrascos. Eu me senti constrangido porque fui muito pobre e era uma satisfação poder comemorar alguma coisa com um churrasco. Mas, eu entendi. Ele explicou que, uma coisa era aproveitar a matéria animal como a proteína que nos alimenta, outra bem diferente seria fazer extravagâncias, desperdício com ostentação às custas de massacre de criaturas divinas.

Falou tantas vezes, da corrupção nos lares. Pessoas que barganham com os filhos, compram o respeito, o silêncio, o amor, brinquedos em troca de tudo. Corrupção que envolve tudo, moedas na feira ou no supermercado, pequenos furtos que parecem cenas de esperteza. São as mesmas pessoas que reclamam dos políticos e que ficam felizes quando alguém erra no troco.

Pessoas que incentivam a disputa entre os irmãos, a rivalidade ou a competitividade e depois se entristecem quando os filhos disputam os bens antes de sua morte, asilo é o fim, disse ele.

 Meu filho tinha dez anos e olhava a vida com tanta seriedade. Ele falava que as pessoas tinham que ter cuidado com o que desejam para as outras pessoas e que tudo o que nós fazemos para os outros volta rapidamente para nós, a lei do retorno.

Ele falava sobre a natureza e que o homem destrói tudo a sua volta sem se preocupar, mas não gosta quando a destruição chega até ele. Suja os mares e desmata as florestas, por outro lado, não quer ficar sem água potável e não suportaria o calor intenso que surge, de repente.

Ele também olhava para os outros jovens e dizia que as mães deviam se preocupar em educar melhor seus filhos porque criança cresce. O menino de hoje, mal criado que não faz nada no lar, insulta a mãe e a irmã, será o homem que agride a esposa.

 As mulheres são responsáveis pela educação da sociedade. Se tivessem esta consciência e de que, aí está, o seu real poder, elas passariam mais tempo nos lares.

Eu ouvi sempre. Parecia que aquele ser tão jovem e tão sábio precisava falar e me esclarecer, nunca esqueci e compreendi perfeitamente bem quando Deus o chamou para junto de si tão jovem.

Aos doze anos, ele sucumbia de doença rara e logo desencarnou. Isso me fez fraquejar, eu quase desisti da vida de tanta saudade, mas descobri o espiritismo e tive a certeza de que aquelas ideias, aquela mente tão evoluída nunca morreria. Deus não iria criar alguém tão amoroso e especial para destrui-lo ou permitir seu fim. Eu soube que ele vivia em algum lugar. Recebi forças do Senhor e me reergui para encontrá-lo bem aqui nos últimos tempos.

Luciano tão crescido, um jovem robusto e cheio de vida. Com a mesma mente brilhante e raciocínio lógico, ativo. Deus é maravilhoso em nossas vidas. Glória a Deus.

SIMÃO

06/02/2021

 

----------------------Paula Alves-----------------

 

“NÓS DEVEMOS PROCURAR VER OS PONTOS POSITIVOS DAS PESSOAS E NOS ESQUIVARMOS DE DISCUSSÕES”

 

Rasgando o verbo em todos os lugares, impassível. Meu pai sempre foi insolente e agressivo. É muito ruim quando nós temos que conviver com alguém e sentimos que o mal existe em nós.

Cada vez que eu olhava para ele crescia algo ruim dentro de mim. Eu até me esforçava para encontrar pontos positivos, mas parecia que ele não ajudava muito quando maltratava todos a sua volta, incluindo mamãe.

O fato é que fomos pessoas opostas obrigadas a viver sob o mesmo teto. Quis Deus que eu estivesse perto dele por muito tempo.

Confesso que foi muito pior na infância quando eu morria de medo dele. Como se algo me dissesse o tempo todo que a qualquer momento ele poderia me ferir, mas graças a Deus nunca aconteceu nada.

 Quando eu cresci, o corpo desenvolvido e forte me deu mais coragem de olhar em seus olhos e falar uns desaforos. Eu me arrependo porque demorei para perceber que a prova era justamente honrá-lo. Se eu soubesse...

Honrar é respeitar acima de tudo, fazer só o bem, nunca maldizer, não revidar de jeito nenhum. Eu poderia ter me esforçado mais. Poderia não ter sido tão abusada, ter procurado compreendê-lo, mas era instintivo acredita?

Sabe quando você só sente? Não é racional. É um calor que vai te subindo e quando você vê já está discutindo. Um horror!

O homem me irritava demais e eu sei que era recíproco.

Pai mexe muito com a gente. Já dizia Freud. Pura verdade, nunca quis me casar. Eu detestava aqueles homens machistas me dizendo o que eu devia fazer, como eu devia me vestir e que devia abdicar dos meus sonhos para ser submissa às vontades deles, preferi ficar sozinha.

 No fundo, sei que entendi tudo errado. Eu tinha que ter procurado me relacionar bem com meu pai e enxergar as pessoas sem preconceitos.

Existem homens maravilhosos. O meu pai mesmo, foi um bom homem sob muitos aspectos: trabalhador, digno, sincero.

Nós devemos procurar ver os pontos positivos das pessoas e nos esquivarmos de discussões ou quaisquer momentos que possam aumentar o rancor e a desavença. Eu não soube fazer nada disso.

Mas, o importante é que recebemos outra oportunidade e agora ele poderá renascer como meu filho. Eu sinto que, desta vez, o amor nascerá entre nós.

ROBERTA

06/02/2021

 

--------------------------Paula Alves--------------------

 

“CONHECER O FILHO É O PRIMEIRO PASSO”

 

Eu sempre fiz penteados nas minhas irmãs e demonstrei uma vocação incrível para trabalhar com a beleza das mulheres, mas meu pai nem poderia imaginar.

Ele sempre falava que homem tinha que ser macho, viril, pegar muitas mulheres era sinal de homem macho, mas não poderia casar com estas. Falava que a profissão também deixava claro o quanto o homem era macho.

Ele morria de medo que eu não fosse um homem macho, coitado.

 Com o passar dos tempos, as coisas foram se tornando mais abertas, hoje existem leis para garantir a proteção e o respeito aos cidadãos, independente da ideologia ou preferências, mas no passado era tudo muito pior.

Eu não era homossexual, apenas gostava de cuidar dos cabelos das mulheres da minha família.

Eu acho que teria sido muito mais feliz se pudesse ter tido esta opção de carreira, mas não quis decepcionar meu pai e fui administrador, porém nunca deixei de fazer os penteados nas irmãs e até em minha esposa amada, belíssima.

 Muitas vezes, os pais sonham pelos filhos, colocam impedimentos nas vidas dos filhos afirmando que é o amor e o desejo de que alcancem a felicidade que grita dentro deles, mas pode ser outra coisa, orgulho e vaidade.

Tantos pais que escravizam seus filhos com ideias de se tornarem médicos, dentistas ou artistas quando o que os filhos desejam são vidas bem mais simples, livres e felizes do seu jeito de pensar e ser.

Conhecer o filho é o primeiro passo. Saber quem está dentro da sua casa e o que ele deseja para a sua vida.

Ouvi muitos falarem que filho não tem manual de instrução, mas a intuição de cada um é base muito importante que poderia ser seguida para não criar um mini você andando por aí. Para que o seu filho não seja um clone mal humorado da sua pessoa, frustrado, mal relacionado com o mundo e com suas ambições.

O plano reencarnatório que todos têm e deveriam seguir para retornar ao plano espiritual com satisfação, é algo que devemos nos preocupar para conduzir a educação dos filhos.

Eu não me queixo, aprendi muito com o meu pai. Para criar meus filhos, mantive tudo o que era construtivo e tudo o que poderia fazer ruir minha casa, deixei de lado para a paz reinar.

SERAFIM

06/02/2021

  

---------------------Paula Alves--------------------

 

 “REFLITA COM BASE NO EVANGELHO PORQUE AS PESSOAS SÃO FALHAS, MAS JESUS É SEMPRE PERFEITO”

 

Trigonometria, geometria, cálculos, aritmética... Eu não vivi.

Existem pessoas que se aprisionam numa vida de regras e penitências. Vida com horários demais, disciplinas demais, pra quê?

Não houve um dia em que eu saí com amigas sem ter hora para voltar. Nunca cometi um deslize, sempre respeitando todas as ordens, sempre sendo exemplo, mas eu nunca tinha notado que era tudo por obrigação.

 

Tudo forçado e sem ânimo. Eu me deixei levar por uma vida de rotina onde um dia após o outro era tudo sempre igual. O mesmo café da manhã. O mesmo lanche, o mesmo suco porque não podia engordar, não podia comer muito açúcar, não podia andar com o cabelo desalinhado, não podia usar calça comprida, não podia ter amizades fora do colégio militar.

Minha família foi muito dura comigo e eu passei a vida arquitetando um plano de fugir dali e me entregar à liberdade. Mas, eu fiquei fadada a viver a vida que me ensinaram.

Sabe quando você não consegue sair da linha porque a vida toda fez o que tinha de ser feito, vira movimento automático e condicionamento mental.

Eu fiz tudo o que diziam para eu fazer e fui tradicional. Professora, esposa, mãe. Sempre obediente, séria, contida, falando baixinho e com muita delicadeza para orgulhar meus pais, meu marido, meus filhos.

Vivi muito tempo e enterrei meus pais, meu marido e tive muitos netos sempre do mesmo jeito.

No fundo da consciência afirmações que me diziam que eu precisava ser eu mesma e renunciar a tudo o que me foi imposto, eu podia ser feliz, mas não fiz nada.

Daí cheguei deste lado, um pouco decepcionada comigo, com meus fracassos e com a covardia de não ter sido eu mesma. Me surpreendi muito quando me falaram que tudo foi bem sucedido porque eu evitei ser quem sempre fui.

Meus pais foram ótimos porque fizeram exatamente o que eu solicitei a eles: que inibissem minhas más tendências e reprimissem meus vícios morais e físicos.

 Eu nem acreditei quando minhas lembranças mostraram o quanto eu fui mau no passado, viciado em drogas, ladrão, cheguei a cometer um homicídio. Eu precisava ser controlado, então, pedi para retornar como mulher no lar de grandes amigos que me apoiariam e não permitiriam que eu me desviasse novamente. Que alívio!

Nosso olhar na matéria muda tudo. Tem muita inversão de valores. Quando as pessoas falam: “Larga tudo e vai ser feliz!”, nem sempre, está em conformidade com os planos que você traçou na espiritualidade.

Às vezes, uma vida difícil, com muito trabalho e esforço é o que vai te encher de felicidade quando você chegar deste lado.

Reflita com base no Evangelho porque as pessoas são falhas, mas Jesus é sempre perfeito. 

TÂNSILA

            06/02/2021

 


 

 


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