“NÓS ACHAMOS QUE ESTAR AO LADO DE ALGUÉM BASTA”
Era, apenas mais uma noite em que eu
esperava por ele. Eu via a lua e aguardava porque não conseguia dormir antes do
meu esposo chegar.
Eu resmungava que estava cansada, ele
estava trabalhando e eu queria que ele tivesse outro emprego, exigia tanto,
queria que fosse diferente em vários aspectos. Ele me irritava em tantas
situações, enfim, éramos diferentes, mas não é isso o que fatalmente acontece
quando pessoas que foram criadas em lugares diferentes e com famílias
diferentes, se propõe ficarem juntas?
Existia tanta oposição, nós não
concordávamos em muitos assuntos e ficávamos emburrados. Coisa de casal...
Mas, naquela noite eu senti
desconforto, parecia que eu estava contrariada demais, tive tonturas,
irritações, até que adormeci sem querer.
Sonhei que estava me esforçando para
não cair num precipício quando ele chegou até mim, todo molhado, sujo, ele
pegou minha mão e disse que eu conseguiria superar tudo aquilo. Eu senti uma
dor profunda no peito e quis abraçá-lo, mas não pude e chorei, chorei tanto que
acordei com meu próprio soluço.
Quando é que eu poderia imaginar que aquilo de fato aconteceu e meu esposo estava se despedindo de mim em meu sonho.
Ele nunca mais voltou, encarnado não.
Eu passei a noite toda, desesperada.
Sabia que algo tinha acontecido com ele e me descontrolei. Liguei para os meus
pais que ficaram aflitos e vieram até minha casa na madrugada, mas enquanto eu
estava só, pensei em muitos momentos que passamos juntos e me arrependi.
Eu me arrependi das vezes que neguei
um momento. Neguei um momento ao seu lado observando o luar, neguei um afeto,
um silêncio, uma mão amiga, uma palavra de consolo, um colo...
Nós achamos que estar ao lado de
alguém basta.
Acreditamos que a presença física diz tudo,
mas não é bem assim. Existem pessoas que estão ao lado, mas há quilômetros de
distância em pensamento e é isso o que conta.
É quando o seu cônjuge te cobra atenção, ele sente. Esta pessoa afirma que você é ausente, omisso. Ela sente e, muitas vezes, você não o deixou de lado porque se apaixonou por outro alguém, não foi por uma traição, mas você se envolveu em outros compromissos como os de trabalho, com os filhos, amigos ou distrações corriqueiras como o futebol ou a novela. A tv foi mais importante, o estudo, qualquer coisa que pudesse te afastar desta pessoa, afastar sua atenção e, consequentemente, seus sentimentos.
Eu fiz isso. Meu marido me cobrou
mais atenção porque ele viajava muito a trabalho. Eu sempre estava envolvida
com alguma coisa que eu achava importante. Envolvida com meus filhos e demais
familiares, amigas, passeios ou o meu lazer sem ele.
Eu me lembrei de tudo isso e lembrei também que eu pensava que ele estava sendo exigente comigo porque teríamos muitos momentos juntos. Eu achei que pudesse deixar para amanhã a atenção que ele me cobrava, mas não houve amanhã para nós e eu chorei muito por arrependimento.
Nós sempre sentimos a perda de
alguém, por mais cruel que uma pessoa possa ser, ela sempre sente a perda de
alguém, mas quem se desespera tanto quanto eu, sofre do remorso, dor de
arrependimento de quem não fez o suficiente e não terá como reparar seu erro
jamais.
Quando eu soube que ele tinha
desencarnado, eu soube que ele tinha vindo se despedir de mim e tive a certeza
de que, mesmo naquela hora difícil para ele, eu estava em seus pensamentos, por
isso, ele veio até mim.
Eu me senti amada e isso fez doer
ainda mais.
Eu o reencontrei tempos depois. Desencarnada, desiludida, ele me acolheu
e nos entendemos, foi muito bom.
Mas, o que fica de tudo isso é que
nós temos que colher tudo de bom das pessoas que estão conosco, sejam elas
cônjuges, amigos, familiares, colegas de trabalho ou até o seu desafeto. Aproveitar
todos os momentos e tirar proveito das situações para afinizar, para harmonizar
com eles. Tudo o que importa é o que você deixa de bom por onde passa.
NOÊMIA
28/02/2021
------------------------Paula Alves---------------------
“TUDO NA VIDA DEVE SER MEDIDO. O TEMPO DE TRABALHO E O DE DESCANSO”
Eu corria demais. Sei que era
perigoso e compreendo minha imprudência, mas eu precisava aumentar o rendimento
da minha família.
Foram muitas viagens com o caminhão
abarrotado, correndo pelas rodovias em busca de maiores salários. Eu precisava
comprar nossa moradia.
Eu ia e vinha, muitas vezes, sem
dormir. Sentia meu corpo cambalear, parecia que eu ia desfalecer e fui
inclinado a desistir quando minha esposa informou que estava grávida. Daí eu
ganhei fôlego e pisei fundo. Coloquei uma música do Amado Batista e pisei
fundo. Rapaz eu adorava o Amado Batista e fiquei tão feliz quando soube que eu
ganharia um filho. Eu deixei de lado o sono e aceitei mais uma carga.
Só que aquela estrada é perigosa para
qualquer um, a música acabou, eu cochilei no volante. Eu sei que eu cochilei e
quando notei, a estrada não tinha mais fim.
Eu não sei quanto tempo eu dirigi
naquela estrada, tudo na minha cabeça, sabe? Tudo mental...
Eu dirigia sem parar e me senti tão cansado. Correndo para chegar num
lugar qualquer. Por outro lado, eu estava ouvindo bem no fundo, choro,
tristeza.
Eu sabia que tinha alguém chorando, mas por quê? Aonde?
Depois eu ouvi um bebê chorando...
Eu não conseguia entender o que
estava acontecendo, até que eu fiquei muito cansado para continuar e vi um
senhor parado na estrada pedindo carona, mas não podia parar o caminhão porque
estava muito rápido, então, como eu sabia que voltaria àquele lugar, procurei
reduzir a velocidade e quando passei bem perto dele, incrível, ele se atirou
dentro do caminhão, super estranho!
Aquele senhor tão estranho conversou
muito comigo e me perguntava se não estava na hora de parar e mudar de vida.
Ele dizia que eu tinha que refletir e parar de correr atrás da matéria, dizia
coisas difíceis de entender naquele momento da minha vida, mas quando ele falou
da minha família o desejo de ver minha esposa foi tanto que eu, de repente,
estava no meu antigo lar e meus familiares estavam envelhecidos, passou muito
tempo.
A esposa com rugas, andava curvada. O
filho que ela esperava já tinha um filhinho. Como o tempo passou tão rápido?
Aquele senhor me explicou com delicadeza
o que, de fato, acontecera. Falou do acidente com o caminhão, dos destroços, do
enterro. Falou do parto e da vida deles sem mim, disse que ela teve que
trabalhar tanto que adquiriu doença nos quadris, por isso, andava curvada. Ele
falou que eu me suicidei, por isso, revivi tantas vezes o mesmo caminho, foi o
meu calvário.
Mas, a penitência não é para sempre e
eu pude ser socorrido por ele, mas foi horrível ver o que eu perdi.
Perdi por imprudência e ganância.
Tudo na vida deve ser medido. O tempo de trabalho e o de descanso. Viver com o
necessário, sem inveja ou ganância.
Ser feliz com o que se tem e valorizar o mais importante, a vida, a saúde e a família todos os dias.
ANTÔNIO LUÍS
28/02/2021
--------------------Paula Alves----------------
“JÁ É UM BOM COMEÇO PARA TENTARMOS NEUTRALIZAR OS FEMINICÍDIOS”
Minha mãe falou tantas vezes...
A pior arrogância de todas é quando a gente acha que pode mudar alguém.
Ninguém muda ninguém. Da água para o vinho? De jeito nenhum!
Mas, eu queria que ele mudasse e
fosse como eu o via em meus sonhos. Todos viam o jeito dele, a expressão dele,
as más tendências dele e eu via o que queria ver. Eu o idealizei, formei em
minha mente um alguém que não era aquele Marcelo.
Mas, eu não conseguia entender o que
as pessoas diziam. Foi sempre assim...
Desde que nos relacionamos no ensino médio. Ele sempre foi um rapaz mal humorado e agressivo, falando palavrões, tentando enganar os pais, um “bad boy” mal encarado que me conquistou porque algumas mulheres gostam dos homens difíceis ou como a minha mãe dizia eu achava que podia mudá-lo. Ela falava que ele nunca se transformaria em príncipe.
Na verdade, quando o tempo passou, eu
notei que estava ficando pior e mais perigoso, mas achei que ele me amava e
nunca iria me fazer mal. Eu não podia acreditar.
Houve muito ciúmes, gritos,
exposição, baixaria na rua, covardia e socos, hematoma.
Eu machucada por dentro e por fora,
mais por dentro. De verdade existem cicatrizes até hoje, ainda não consegui
fazê-las sumir do meu corpo espiritual.
Vovó dizia que ninguém morre de amor, pode ser.
Mas, eu morri.
Acho que o primeiro passo é você
conversar com as mulheres que conhece, as mocinhas. Elas devem entender que podemos
controlar nossos sentimentos, se apaixonar por quem merece o seu sentimento
nobre. Observar os rapazes e se envolver com aquele que parece o mais íntegro
quanto seja possível.
Dedicar o afeto ao mais atencioso,
educado. Observar o comportamento social, junto às outras pessoas, como os
familiares e amigos.
Infelizmente, existem muitos
desajustados na sociedade, ninguém quer ser vítima, ninguém.
Claro que nós podemos falar de
resgate, também falaremos de justiça divina, infração das leis, mas a educação na
sociedade também merece salientar a importância de controlar os sentimentos
para não agredir ninguém, para respeitar o espaço alheio, respeito às
propriedades inclui respeito ao corpo e à imagem.
Se você não pode controlar os
pensamentos e os sentimentos dos outros, tente controlar os seus.
Já é um bom começo para tentarmos
neutralizar os feminicídios.
MANUELA
28/02/2021
-------------------------Paula Alves-----------------------
“EU NÃO TENHO PALAVRAS PARA DEFINIR MINHA VERGONHA”
Foi uma desgraça! A gente não podia
imaginar que era de verdade. Estava prestes a comemorar uma promoção no
trabalho, uma vaga que esperávamos há mais de três anos e eu não ia deixar de
encontrar meus amigos e familiares por uma suposta crise.
Achei mesmo que era uma forma do
governo controlar a população, mais nada. Não tinha o que temer porque tínhamos
o seguro, hospitais de ponta, uma vida boa que nos possibilitava o melhor
atendimento em caso de doenças.
Eu estava sendo arrogante, miserável,
insolente com o poder de Deus. Como se estivesse no meu controle dizer que não
seríamos afetados porque somos superiores aos demais, àqueles que passam fome e
lutam por uma vaga nos hospitais públicos, enfim, eu fui presunçosa, era muito
orgulho...
A festa aconteceu do jeito que eu imaginava. Festa de pose, regada a champagne e muita ostentação. Tudo para impressionar, eu precisava deixar claro que havia atingido nossos objetivos financeiros, convidei minhas amigas e as abracei à vontade. Houve brinde, jantar, dança até de madrugada.
No outro dia, saí feliz, fui até a
casa dos meus pais e falei com eles por uns dez minutos, afinal eu nunca ficava
mais do que isso, foi tão rápido, mas o suficiente.
Dois dias depois eu fiquei super mal,
me sentia péssima, corpo doído, febre e mal estar, muita dificuldade para
respirar, mas o pior foi saber que meu pai teve febre alta a noite toda. Minha
mãe estava desesperada, ela dizia que era a doença maldita que chegava na casa
deles e ela gritava ao telefone dizendo que eles estavam trancados, me culpou
pela doença do meu pai.
Eu também estava doente, mas fiquei
terrivelmente transtornada por ele. Falei que precisavam ir ao hospital, mamãe
não queria sair de casa e eu não pude ajudar, ninguém queria ir ao hospital.
Foram alguns dias, ele não resistiu.
Enquanto eu ficava cada vez pior,
soube do falecimento do meu pai. Isso foi um punhal no meu peito.
Enquanto eu estava me internando,
muito arrependida por minhas atitudes, eu pude refletir em minha posição na
sociedade, no lar, dentro de mim.
Eu não tinha nada para me alegrar. Eu
sentia que estava partindo, sentia meu corpo definhando e isso apavora sabe?
Apavora porque eu não pensei nos bens intransferíveis, indissolúveis, eternos.
Naquela hora, eu era como qualquer outra pessoa doente. Eu não tinha pose,
dinheiro, orgulho, carro, casa, eu não tinha nada que me diferenciava dos
outros doentes que sofriam no hospital.
Eu pensei nos meus pais e pensei na
minha afronta. Eu não precisava daquela festa ridícula. Eu podia ter me
resguardado, esperado o momento oportuno. Eu podia ter ficado em paz na minha
casa, aguardando por dias melhores.
A vida nos trata da forma como nós
nos tratamos. Se somos indiferentes por nossa saúde física, mental ou
espiritual. Se somos indiferentes pelas outras pessoas. A vida sempre vai nos
mostrar nossos defeitos e podemos passar por situações muito desagradáveis para
acordar, para despertar na realidade das situações.
Se nós não nos importamos com as
demais pessoas e agimos com leviandade, a vida saberá nos proporcionar o
ensinamento necessário.
Não precisava ter sido desta forma. O
sofrimento durou muitos meses, até que meu pai, tão delicado e amoroso, veio ao
meu encontro e ajudou no meu restabelecimento. Eu não tenho palavras para
definir minha vergonha.
SORAIA
28/02/2021
-----------------Paula Alves------------------
“É INCRÍVEL COMO PODEMOS MUDAR DE LADO”
Eu me desesperei quando a encontrei
tão bem. Cheia de si, jovem, confiante. Ela tinha tudo a seu favor e eu não
conseguia esquecer de todos os padecimentos que tive por causa dela.
Quando percebi que ela teve uma
chance a mais, chance de ser feliz e recomeçar, achei aquilo tudo muito
injusto.
Por que ela tinha este direito? Por
que ela poderia se esquecer de todos os males que havia cometido e ser feliz?
Assumir um papel de mocinha quando, na verdade, foi o vilão que acabou com a
minha vida?
Eu me enchi de fúria e me modifiquei,
virei o algoz. Eu acreditei que, se ninguém havia visto todas as crueldades que
ela cometeu no passado, então, eu deveria aplicar a corrigenda. Eu estava em
condições de promover o castigo necessário.
É incrível como podemos mudar de lado. Incrível como passamos a defender interesses e podemos mudar de adjetivo. Eu passei da mulher bondosa para a obsessora, aquela que persegue para produzir o mal.
Qualquer um que visse o estado em que
ela ficou, iria defendê-la e me culpar para sempre. Veja o quanto é importante
o conhecimento total dos fatos. É, por isso, que nunca devemos julgar ninguém
porque, apenas quem tem o olhar total sobre todas as coisas é Deus. Ele sim!
Sabe de hoje, ontem e até do nosso futuro. Ele sabe o que cada um guarda no
fundo do coração, ninguém mais.
Quando minha adversária adentrou o
centro espírita, buscando ajuda para o seu quadro obsessivo, ela foi bem amparada,
ouvida e orientada, mas fui eu quem recebeu os melhores esclarecimentos, pois
estava a par de toda a situação e me lembrava bem de tudo o que nos envolveu.
Aquela mulher me prejudicou muito no
passado, na minha última encarnação, pois exterminou minha família para tomar
nossos bens e conseguiu. Saiu impune como se tivesse cometido o crime perfeito.
Eu perdi tudo e todos os meus, sofri deveras e nunca consegui provar nada, fui
ridicularizada na sociedade e insultada. Porém, após anos peregrinando sem
conseguir perdoar, eu a encontrei. Numa nova roupagem, com comportamentos
diferentes dos anteriores, mas eu a reconheceria em qualquer parte. Eu jurei
que me vingaria e estava disposta a passar milênios para que isso se
concretizasse, porém, fui orientada. A equipe espiritual foi tão delicada
comigo, eles me conheciam, sabiam do meu caso e me disseram tudo o que ocorreu
com ela e comigo. Falaram das nossas necessidades evolutivas e o quanto ainda
estávamos ligadas até que dissolvêssemos aquele rancor. Eu me lembrei dos
familiares feridos, eu me revoltei, mas soube deles, de todos eles e pude
reencontrar alguns que me pediram que deixasse tudo para trás em prol do meu
próprio melhoramento.
Eu preciso prosseguir, mas é difícil quando as cenas fazem parte de mim, eu não consigo esquecer de tudo o que vivi. Então, após ser socorrida, pedi encarecidamente para que pudesse retornar à carne para esquecer e recomeçar junto daqueles que amo. Não haverá tempo para estudos, a reencarnação para mim, será o remédio necessário. Eu devo retornar em breve e sou grata a todos os encarnados e desencarnados que participaram da minha assistência. Grata.
ESTEFÂNIA
20/02 /2021
-------------------------Paula Alves-------------------
“JÁ PERCEBEU COMO A NOTÍCIA RUIM
RENDE?”
É tanta desgraça! Às vezes, acho que este povo não tem jeito não. Eu passei tanto sufoco na vida, mas sempre achei um jeito de prosseguir, trabalho duro, suor no rosto, tinha dia que parecia que não ia aguentar tanto tormento, mas eu sempre levantava bem cedo para fazer o que tinha de ser feito, mas este povo, não sei não...
Só sabem reclamar de tudo e de todos.
Só dão razão para as coisas erradas e valorizam o mal. Já percebeu como a
notícia ruim rende?
Mas, os atos de bondade, o bem, a
esperança pode ficar para depois, ninguém se esforça para divulgar. Eu cansei!
Fiquei tanto tempo incentivando e
acho que cansei de tentar. Parece mesmo que os seres humanos só querem um
encosto. Alguém que lhes diga o tempo todo o que deve ser feito, pessoas que
facilitem suas vidas e mostrem o caminho mais fácil. Estranho porque todos
nascem com provas que devem ser superadas, neste mundo não será fácil para
ninguém, mas parece que não sabem disso.
Eu acho que são todos ingratos,
blasfemando contra Deus e a Sua justiça. Se eles confiassem no Pai, deixariam
tudo tomar seu curso, satisfeitos dos desígnios que os alcança, sabedores que
são falhos e o Senhor de todas as coisas ainda alivia seus sofrimentos diários,
mas só sabem reclamar, desdenhar, pedir e cruzar os braços.
No dia da festa, se esquecem de Deus
e de seus compromissos com o Alto, mas na hora de pedir se tornam leões,
blasfêmia e ingratidão, isso sim.
Eu queria que eles fizessem por onde
merecer os olhares benevolentes do Senhor. Eu queria que pudessem ser honrados,
visualizassem o quanto a espiritualidade age a favor de todos eles, mesmo
quando não merecem. São tão bem tratados, tão protegidos, mas toda a
Providência não pode mudar a Lei perfeita quando esta mesma lei sofre infrações.
Todos os sofrimentos são causados por
eles próprios que devem aprender a valorizar a vida e à Deus.
Será que um dia perceberão o quanto a
vida age a favor de todos eles concedendo mais uma chance?
Será que poderão ser gratos por todas
as coisas boas que acontecem todos os dias?
Será que poderão ser bons com seus
semelhantes em agradecimento aos cuidados que recebem do Pai?
Eu quero acreditar que sim.
ENOC
20/02/2021
-----------------------Paula Alves-------------------
“A CASA DA GENTE É TUDO!”
Eu cavalguei, vi minhas terras e
pensei no quanto era feliz com aquela vida simples. As pessoas não precisam de
muito para alcançarem a felicidade, mas podem ter momentos de felicidade quando
se sentem realizadas, cumpridoras de seus deveres, quando estão em paz.
Acho que a paz de Espírito define
isso. Eu alcancei a paz quando percebi que havia conseguido fornecer aos meus
familiares, boas condições de subsistência. Após períodos tão tormentosos,
passando privações, sofrendo com frio, fome, no relento, Maria grávida, eu me
angustiei e disse para mim mesmo que só iria descansar quando tivéssemos um
teto.
Sempre achei que o primeiro bem de um
homem deve ser uma casa, por simples que fosse. A casa, o teto, é a honra de um
homem. É o sossego de saber que a família não vai dormir na rua, jogada na
miséria, debaixo da ponte. Meu Deus! Nós passamos muita privação...
Eu trabalhei tanto e consegui nossa
casa, nosso pedaço de chão para plantar e ficar em paz e eu estava muito feliz.
Lembrei de tanta gente que riu de
mim. Colegas de infância que acharam que não precisavam de esforço para
conquistar uma vida melhor. Rapazes, filhos de fazendeiros que viviam da
fartura da família e esbanjaram tanto que, um dia, acabou. Viviam de aparência,
comprando carro do ano, vivendo de pose e fartura para festejar e, de repente,
acabou. Tiveram família e precisaram morar de aluguel, meu amigo chegou a ser
despejado.
Sabe o que é você estar dormindo sossegado com a sua família, perder o emprego e receber a ordem do despejo? É terrível, é insegurança e humilhação.
A casa da gente é tudo!
Daí, eu ensinei para os meus filhos
que o casamento pede uma casa para reinar a paz. Meu filho achou estranho eu
falar sobre isso. Ele não pode compreender, mas é que o velho precisa descansar
a cabeça em paz, sabendo que todos os seus têm um lugar para repousar depois da
labuta.
Eu olhei para as minhas terras em paz, mas quando parti deixei tudo para
trás.
A vida da gente é bem engraçada
porque de meu só tenho minhas conquistas morais, meus afetos, minhas
lembranças.
Todo o resto ficou, eu emprestei,
usei, cuidei de tudo com gratidão.
Deixei o que conquistei para os meus
filhos, verdade, ficou mais fácil para eles, mas se não tiver juízo, vão
esbanjar e arruinar todo o meu sacrifício.
O importante seria aprender, desde cedo, a tratar com honestidade,
sabedoria e se empenhar para administrar com zelo, para o bem de todos.
A casa pode ser o lar de toda a família.
ADRIANO
20/02/2021
-----------------------------Paula Alves------------------
“NÓS PODEMOS MELHORAR O MEIO EM QUE VIVEMOS SE MELHORARMOS OS CIDADÃOS
QUE CONVIVEM CONOSCO”
Eu não conseguia falar com eles e
preferia ficar afastado. Me irritavam em tudo, criticavam meus princípios,
diziam que eu era chato, metódico.
Eu tentei ser como o meu irmão. Eu
tentei ser mais sociável, engraçado, mas eu era diferente dele, só isso.
De qualquer forma, por mais que eu me
esforçasse sempre percebi a predileção deles pelo Alessandro. Sempre compreendi
o quanto meu irmão agradava as pessoas de uma forma tão natural, simpático e
bem articulado, ele falava e todos desejam ouvi-lo, eu não.
Eu também gostava muito do meu mano,
ele sempre foi formidável até para me fazer sorrir ou deixar de lado uma
grosseria dos demais familiares. Meu irmão foi incrível!
Eu queria ter sido como ele, teria
sido muito mais fácil, eu seria aceito e conquistaria todos à minha volta.
Pessoas assim tem tudo mais fácil, emprego, namoradas, sociedade, enfim, tudo é
mais fácil quando você sabe dialogar.
Anos depois, eu me casei com uma
mulher muito amável que me compreendia como ninguém e tive dois filhos nas
mesmas situações que nós, eu e meu irmão.
Um deles era muito amistoso e
sociável, o outro como eu, era introvertido e acanhado, quase um antissocial.
Minha esposa sempre me orientou a não
fazer comparações e incentivar o diálogo. Questionarmos como foi o seu dia, o
que ele esperava do futuro ou a maneira que enxergava a vida social, falar de
qualquer assunto, tirar as coisas dele, permitir que se expressasse livremente
sem apontamentos ou críticas, sem julgar o seu modo de pensar.
Ela estava certa, meu querido Evandro
se saiu bem e, apesar de ter uma postura tipicamente sua, totalmente diferente
do irmão e muito parecido comigo, ele conseguia se sair muito bem no meio
social. Ele se posicionava com confiança e era bondoso, tinha bons amigos, se
socializa muito bem.
Compreendi que tudo pode ser melhorado em todas as pessoas quando
permitimos que elas sejam autênticas. Ninguém deve ser igual a maioria, mesmo
que seja para agradar uns e outros, pais, mães ou namoradas. As pessoas devem
ser sinceras consigo mesmas e demonstrar os seus potenciais com o melhor que
podem oferecer.
Pais devem estimular os pontos
positivos e eliminar as más tendências por meio de conversas esclarecedoras,
deve-se estimular o desabrochar da consciência e da iniciativa, incentivar o
contato social saudável em busca de amigos e parceiros que facilitem o
enobrecer pessoal.
Nós podemos melhorar o meio em que vivemos se melhorarmos os cidadãos que convivem conosco.
DANIEL
20/02/2021
---------------------------Paula Alves----------------------
“AS
PESSOAS PRECISAM REESTRUTURAR TODOS OS SEUS OBJETIVOS E CRENÇAS”
Eu
tenho lembranças muito antigas de uma época em que eu precisava caçar para
alimentar minha família. Eu temia o ataque das feras, lobos ou coiotes que se
aproximavam de nossa casa durante a noite fria. Eu temia por eles e por mim,
mas eu era o homem e precisava alimentá-los.
Era
tão comum minha vida de lenhador e de caçador. Eu nunca parei para pensar no
que estava fazendo à fauna ou à flora. Nunca me coloquei diante deles numa
condição de igualdade. Levei anos para observar um animal e sentir por ele
algum tipo de consideração, algo que poderia ser similar à gratidão quando um
cão salvou minha vida.
Após
aquele ato em que ele se atirou na frente de um lobo para me proteger, após eu
ter sofrido um ataque e estar desprotegido no chão, eu me vi morrer, mas ele
deu a sua vida por mim.
Eu questionei muitas atitudes
humanas. Vivi outras vidas com aquela história enraizada em mim e tive muitas
oportunidades de perceber o quanto os animais têm raciocínio e sentimentos por
nós. Eles apresentam virtudes que nós fazemos o possível para silenciar,
infelizmente destacando atos de extrema crueldade.
Na
última existência fui vegetariano e pude conviver pacificamente com os animais.
Eu fui ambientalista, lutei pelos direitos animais e conquistei uma enorme
satisfação de estar ao lado deles, dar voz a todos que não falam a nossa
língua, defender a classe dos supostos irracionais. Me tornei médico
veterinário para atender melhor suas necessidades e foi com prazer que estive
ligado a várias espécies compreendendo o quanto são evoluídos em muitos
aspectos. Perceber o que a maternidade representa para as aves, o que a união
representa para as formigas, a higiene para os gatos, a lealdade para os cães,
as andorinhas se amparando umas às outras. Cada espécie com seus atributos
distintos e se relacionando muito bem com seus grupos. A hierarquia das abelhas,
tudo é fascinante!
Os
homens que se dizem seres racionais poderiam aproveitar muito se estudassem e
tentassem adquirir conhecimentos que permitissem sua assimilação de princípios
para transitar mais pacificamente numa sociedade. Desde o relacionamento que se
mantém num lar até o relacionamento com grupos de seres numa grande cidade, nós
devemos aprender com os animais as melhores formas de socialização.
A
preservação do habitat natural, a facilitação de meios de desenvolvimento mais
adequados para todas as espécies, a redução da alimentação carnívora,
facilitariam a sustentação ambiental de todo o planeta. Pena que o homem se
preocupa em demasia com assuntos pertinentes ao seu enriquecimento, mesmo que
para isso, tenha que destruir tudo à sua volta.
Assuntos
de sua importância nos dias atuais com crises pandêmicas e fracassos morais de
amplo aspecto, misérias e corrupção. As pessoas precisam reestruturar todos os
seus objetivos e crenças, filosofias e importância que colocam no mundo.
Não é papel de um. É trabalho
de todos.
SUECO
14/02/21
-------------------------Paula
Alves-----------------
“É
INCRÍVEL COMO A SABEDORIA DIVINA SEMPRE ALCANÇA A TODOS”
Eu
insisti nos sonhos. Tentei expor meus pontos de vista, informei do acordo que
fizemos na erraticidade. Disse que eu estava pronta e que havia me preparado
como foi combinado, mas eles estavam irredutíveis.
Eu me
senti muito frustrada. Foi como se eu estivesse sendo rejeitada após longo
período em que eu me preparei para eles. Eu fiz tudo o que pude para ser aceita
e me recusaram como se estivessem me enganando.
Eu
tentei me controlar porque brotou muita raiva dentro de mim, por sorte eu
estava amparada por meu instrutor e ele me pediu paciência que tudo se
resolveria.
Eu
procurei me entregar a pensamentos de paz quando me lembrei da vida que estavam
levando. No fundo eu sabia que seria bem complicado para eles receberem uma
filha. Eu sei que aquela vida não permitia que uma criança vivesse com
tranquilidade, mas eu estava pronta para as provas que foram traçadas, eu me
preparei.
Eles
estavam ligados ao vício, nenhum deles procurou o trabalho, a ocupação séria
que encaminha bem, não se esforçaram para se afastar do mal e eu ainda ansiava
por me receberem. Eu sabia que as pessoas tem o livre arbítrio respeitado e
compreendi que podiam recusar. Eles preferiam a vida cheia de prazeres e
vícios, vida fácil e desregrada, nunca desejariam estar ligados a um bebê. Eu
entendi e chorei quando notei que deveria aguardar por nova permissão.
Foi
triste! Eu tive que traçar novo plano com meus instrutores, aguardar por nova
concessão e saber que outras pessoas me receberiam. Começar tudo de novo e, de
alguma forma, estar ligada àqueles dois que não me quiseram como filha.
Depois
de longos anos, aguardando o que poderia ser uma forma de retornar e me ligar a
eles para resolver os problemas do passado, agora consegui um novo plano e estou
feliz.
Pessoas
que precisam de uma criança, pessoas que clamavam a Deus por um filho, serão
atendidas. Eu poderei retornar e receberei a chance de me ligar a eles num
futuro em que necessitarão de cuidados e eu serei a profissional que poderá
ampará-los. Estou muito feliz.
É
incrível como a sabedoria divina sempre alcança a todos. Faz de um plano, a
oportunidade de atender, para o bem, várias outras pessoas. Une muita gente
para que todas possam evoluir, por isso, devemos olhar para todas as pessoas reconhecendo
que cada um de nós é instrumento de Deus. O Pai nos utiliza para auxiliar as
pessoas. Uns devem ajudar os outros, sempre!
SARA
14/02/21
-----------------------------Paula
Alves-----------------
“POR MENOR QUE SEJA, A CULPA
QUE CARREGAMOS SEMPRE NOS ATORMENTA”
Espero
que você acredite em mim, não foi de maldade.
Eu
nunca me esforcei para puxar o tapete de alguém por pura maldade. A questão é
que sempre aprendi que o mundo é dos espertos. Ouvi que o mundo nos fornece
oportunidades e devemos estar atentos para não perdê-las. Se o seu amigo não
deseja progredir, você deve utilizar as possibilidades para lucrar e progredir.
O fato
é que eu nunca imaginei que sendo esperto eu poderia destruir a vida de alguém.
Eu nasci numa família classe média com um pai que me exigiu muito nos estudos e
nos negócios. Meu pai me orientou para não ser capacho de ninguém, sempre me
valorizar e demonstrar o meu valor na sociedade.
Eu
estava trabalhando numa multinacional e tinha planos de ascensão de carreira,
mas também tinha um amigo que era muito competente, porém tímido e sem
ambições, diferente de mim.
Em
determinado momento um de nós assumiria um cargo importante, fiquei chateado
por disputar o cargo com ele, mas fiz de tudo para ganhar, mesmo que tivesse
que perder sua amizade e foi isso o que aconteceu.
Meu
amigo, meses depois foi demitido e eu enriqueci naquele lugar. Ganhei muito
dinheiro e notoriedade. O fato é que, anos depois, recebi uma jovem buscando um
cargo como estagiária e soube que era filha deste meu amigo. Eu averiguei e
soube que ele estava em péssimas condições. Eu me senti responsável por tudo o
que aconteceu com ele. Eu sei que fiz coisas que não deveria para ficar com o
cargo, mas não foi por mal.
Sabe
aquela situação onde você arrisca tudo como numa batalha? A verdade é que somos
ensinados a competir o tempo todo. Competimos dentro de casa com nossos irmãos,
os cônjuges competem e amigos também, até mesmo no colégio pela atenção das
moças ou dos professores, nós estamos sempre competindo, somos egoístas e não
pensamos na vida dos outros, apenas em nossas ambições.
Eu sei
que não fui culpado pelos fracassos dele, mas eu senti que fiz o mal e tentei
ajudar aquela moça dando o emprego que ela desejava.
Por
menor que seja, a culpa que carregamos sempre nos atormenta. Eu só descansei
quando fui visitar este amigo antigo e vi o quanto a vida dele era penosa. Eu o
ajudei e me entendi com ele. Acho que se eu não tivesse tido aquela conversa
para zerar o que me ligava a ele, minha consciência não iria me libertar
impedindo que eu chegasse até aqui. Naquele momento, pude refletir de uma forma
diferente, modificando minhas condutas posteriores, por isso, é tão importante
ter discernimento para analisar a própria conduta e corrigir todos os atos
falhos que forem possíveis.
RODRIGO
14/02/21
-----------------------Paula
Alves--------------
“TODOS
SERÃO RESPONSABILIZADOS, TANTO QUANTO EU, POR NÃO CUMPRIREM COM SEUS DEVERES”
Eu
fazia de qualquer jeito para me livrar. Sempre achei que ninguém estava
observando com total consciência tudo o que eu fazia. Após tantas décadas como
professor titular, eu já estava cansado de tantas pesquisas. Eu li tanto, eu
pesquisei tanto, eu tinha o conhecimento dentro de mim e achei que não
precisava adquirir nada novo porque não tinha nada novo, eu tinha tudo o que
precisava para ser um bom orador, como sempre fui.
Durante
todos aqueles anos, recebi muitos elogios e prêmios de pesquisas, fui convidado
para lugares onde qualquer um desejaria entrar e fui muito reconhecido, muito
aplaudido, mas nunca imaginei que teria me entregado à vaidade dos preguiçosos.
Até que notei naquele rapaz uma veracidade dos fatos. Ninguém jamais me
afrontou daquela forma. Eu, um senhor de barbas brancas, com DR antecipando meu
nome, não imaginei que seria agredido verbalmente diante de toda a plateia.
Na
hora, eu ri, achei fora de propósito, disse até que ele precisava me respeitar
e que o seu insulto mostrava a baixeza da sua inveja, cai na bobagem de dizer
que não havia a necessidade de pesquisas sobre um assunto que eu sempre dominei
e que não tinha nada de novo, mas tinha e o rapaz sabia que tinha.
Cometi
muitos enganos. Primeiro eu subestimei minha plateia, me senti superior, fui
muito orgulhoso. Também acreditei que não precisava pesquisar, eu poderia
engambelar meus ouvintes, usando as artimanhas do meu vasto vocabulário, nunca
pensei que me faria tão enfadonho e nostálgico, sem acrescentar algo de prático
ou de útil para todos que estavam ali me ouvindo, de fato foi como se eu
estivesse matando o tempo deles, tempo precioso de vida que corre sem parar.
Eu
nunca parei para pensar na velocidade do tempo e no quanto temos que ser
práticos. Matar o tempo de alguém, desperdiçá-lo, enganar, não ver que nós
nunca sabemos o tempo que nos resta. Para alguns, os segundos, para outros são
dias ou anos, mas o tempo é o que temos de mais precioso e não podemos matar o
tempo de ninguém. Eu também sou responsável por isto.
Também
fui penalizado, depois do desencarne por tudo o que eu deixei de informar.
Todas as pessoas que me ouviram precisaram ouvir coisas importantes, tudo
relacionado à minha capacidade intelectual, obras que eu poderia ter realizado
se tivesse me esforçado, mas eu escolhi não fazer e fui responsável por tudo o
que as pessoas deixaram de pôr em prática por falta de compreensão.
São
muitos como eu: professores, filósofos, palestrantes, doutores, todas as
pessoas que tinham que informar, deveriam explicar de uma forma clara, lógica
para conduzir uma ou várias pessoas. Todos serão responsabilizados, tanto
quanto eu, por não cumprirem com seus deveres.
Sofri
e renascerei como deficiente mental para ser privado do dom que recebi e não
coloquei em prática adequadamente.
CITURNO
14/02/2021
--------------------------------Paula Alves--------------------------
“NÓS TEMOS QUE DESENVOLVER A HUMILDADE NO LAR, SENÃO ESTAS OPORTUNIDADES
PRECIOSAS SE PERDEM”
Eu não tinha como entender, naquela
época, que o menino era tão evoluído e poderia me ensinar tantas coisas.
É natural achar que o pai vai ensinar
ao filho. Nós acreditamos que, pela ordem natural, temos muito mais a ensinar
do que a aprender, mas não foi isso o que aconteceu.
Ainda bem que eu amava meu filho,
adorava a nossa convivência e, desde cedo, pude perceber o quanto aquela pessoa
olhava diferente para o mundo.
Nós temos que desenvolver a humildade no lar, senão estas oportunidades
preciosas se perdem.
Acontece que o menino, desde muito jovem, me ensinou muito e pudemos desenvolver uma amizade que me encheu de conhecimento. Era como uma mente adulta e muito refinada naquele corpo franzino.
Ele me dizia o quanto os animais sofriam com as mutilações, como eram
judiados no abatimento para que pudéssemos consumir sua carne aos montes nos
churrascos. Eu me senti constrangido porque fui muito pobre e era uma
satisfação poder comemorar alguma coisa com um churrasco. Mas, eu entendi. Ele
explicou que, uma coisa era aproveitar a matéria animal como a proteína que nos
alimenta, outra bem diferente seria fazer extravagâncias, desperdício com
ostentação às custas de massacre de criaturas divinas.
Falou tantas vezes, da corrupção nos
lares. Pessoas que barganham com os filhos, compram o respeito, o silêncio, o
amor, brinquedos em troca de tudo. Corrupção que envolve tudo, moedas na feira
ou no supermercado, pequenos furtos que parecem cenas de esperteza. São as
mesmas pessoas que reclamam dos políticos e que ficam felizes quando alguém
erra no troco.
Pessoas que incentivam a disputa
entre os irmãos, a rivalidade ou a competitividade e depois se entristecem
quando os filhos disputam os bens antes de sua morte, asilo é o fim, disse ele.
Meu filho tinha dez anos e olhava a vida com tanta seriedade. Ele falava que as pessoas tinham que ter cuidado com o que desejam para as outras pessoas e que tudo o que nós fazemos para os outros volta rapidamente para nós, a lei do retorno.
Ele falava sobre a natureza e que o
homem destrói tudo a sua volta sem se preocupar, mas não gosta quando a
destruição chega até ele. Suja os mares e desmata as florestas, por outro lado,
não quer ficar sem água potável e não suportaria o calor intenso que surge, de
repente.
Ele também olhava para os outros
jovens e dizia que as mães deviam se preocupar em educar melhor seus filhos
porque criança cresce. O menino de hoje, mal criado que não faz nada no lar,
insulta a mãe e a irmã, será o homem que agride a esposa.
As mulheres são responsáveis pela educação da sociedade. Se tivessem esta consciência e de que, aí está, o seu real poder, elas passariam mais tempo nos lares.
Eu ouvi sempre. Parecia que aquele
ser tão jovem e tão sábio precisava falar e me esclarecer, nunca esqueci e
compreendi perfeitamente bem quando Deus o chamou para junto de si tão jovem.
Aos doze anos, ele sucumbia de doença
rara e logo desencarnou. Isso me fez fraquejar, eu quase desisti da vida de
tanta saudade, mas descobri o espiritismo e tive a certeza de que aquelas
ideias, aquela mente tão evoluída nunca morreria. Deus não iria criar alguém
tão amoroso e especial para destrui-lo ou permitir seu fim. Eu soube que ele
vivia em algum lugar. Recebi forças do Senhor e me reergui para encontrá-lo bem
aqui nos últimos tempos.
Luciano tão crescido, um jovem robusto
e cheio de vida. Com a mesma mente brilhante e raciocínio lógico, ativo. Deus é
maravilhoso em nossas vidas. Glória a Deus.
SIMÃO
06/02/2021
----------------------Paula Alves-----------------
“NÓS DEVEMOS PROCURAR VER OS PONTOS POSITIVOS DAS PESSOAS E NOS
ESQUIVARMOS DE DISCUSSÕES”
Rasgando o verbo em todos os lugares,
impassível. Meu pai sempre foi insolente e agressivo. É muito ruim quando nós
temos que conviver com alguém e sentimos que o mal existe em nós.
Cada vez que eu olhava para ele
crescia algo ruim dentro de mim. Eu até me esforçava para encontrar pontos
positivos, mas parecia que ele não ajudava muito quando maltratava todos a sua
volta, incluindo mamãe.
O fato é que fomos pessoas opostas
obrigadas a viver sob o mesmo teto. Quis Deus que eu estivesse perto dele por
muito tempo.
Confesso que foi muito pior na
infância quando eu morria de medo dele. Como se algo me dissesse o tempo todo
que a qualquer momento ele poderia me ferir, mas graças a Deus nunca aconteceu
nada.
Quando eu cresci, o corpo desenvolvido e forte me deu mais coragem de olhar em seus olhos e falar uns desaforos. Eu me arrependo porque demorei para perceber que a prova era justamente honrá-lo. Se eu soubesse...
Honrar é respeitar acima de tudo,
fazer só o bem, nunca maldizer, não revidar de jeito nenhum. Eu poderia ter me
esforçado mais. Poderia não ter sido tão abusada, ter procurado compreendê-lo,
mas era instintivo acredita?
Sabe quando você só sente? Não é
racional. É um calor que vai te subindo e quando você vê já está discutindo. Um
horror!
O homem me irritava demais e eu sei
que era recíproco.
Pai mexe muito com a gente. Já dizia
Freud. Pura verdade, nunca quis me casar. Eu detestava aqueles homens machistas
me dizendo o que eu devia fazer, como eu devia me vestir e que devia abdicar
dos meus sonhos para ser submissa às vontades deles, preferi ficar sozinha.
No fundo, sei que entendi tudo errado. Eu tinha que ter procurado me relacionar bem com meu pai e enxergar as pessoas sem preconceitos.
Existem homens maravilhosos. O meu
pai mesmo, foi um bom homem sob muitos aspectos: trabalhador, digno, sincero.
Nós devemos procurar ver os pontos
positivos das pessoas e nos esquivarmos de discussões ou quaisquer momentos que
possam aumentar o rancor e a desavença. Eu não soube fazer nada disso.
Mas, o importante é que recebemos
outra oportunidade e agora ele poderá renascer como meu filho. Eu sinto que,
desta vez, o amor nascerá entre nós.
ROBERTA
06/02/2021
--------------------------Paula Alves--------------------
“CONHECER O FILHO É O PRIMEIRO PASSO”
Eu sempre fiz penteados nas minhas
irmãs e demonstrei uma vocação incrível para trabalhar com a beleza das
mulheres, mas meu pai nem poderia imaginar.
Ele sempre falava que homem tinha que
ser macho, viril, pegar muitas mulheres era sinal de homem macho, mas não
poderia casar com estas. Falava que a profissão também deixava claro o quanto o
homem era macho.
Ele morria de medo que eu não fosse
um homem macho, coitado.
Com o passar dos tempos, as coisas foram se tornando mais abertas, hoje existem leis para garantir a proteção e o respeito aos cidadãos, independente da ideologia ou preferências, mas no passado era tudo muito pior.
Eu não era homossexual, apenas
gostava de cuidar dos cabelos das mulheres da minha família.
Eu acho que teria sido muito mais feliz se pudesse ter tido esta opção
de carreira, mas não quis decepcionar meu pai e fui administrador, porém nunca
deixei de fazer os penteados nas irmãs e até em minha esposa amada, belíssima.
Muitas vezes, os pais sonham pelos filhos, colocam impedimentos nas vidas dos filhos afirmando que é o amor e o desejo de que alcancem a felicidade que grita dentro deles, mas pode ser outra coisa, orgulho e vaidade.
Tantos pais que escravizam seus
filhos com ideias de se tornarem médicos, dentistas ou artistas quando o que os
filhos desejam são vidas bem mais simples, livres e felizes do seu jeito de
pensar e ser.
Conhecer o filho é o primeiro passo.
Saber quem está dentro da sua casa e o que ele deseja para a sua vida.
Ouvi muitos falarem que filho não tem
manual de instrução, mas a intuição de cada um é base muito importante que
poderia ser seguida para não criar um mini você andando por aí. Para que o seu
filho não seja um clone mal humorado da sua pessoa, frustrado, mal relacionado
com o mundo e com suas ambições.
O plano reencarnatório que todos têm
e deveriam seguir para retornar ao plano espiritual com satisfação, é algo que
devemos nos preocupar para conduzir a educação dos filhos.
Eu não me queixo, aprendi muito com o
meu pai. Para criar meus filhos, mantive tudo o que era construtivo e tudo o
que poderia fazer ruir minha casa, deixei de lado para a paz reinar.
SERAFIM
06/02/2021
---------------------Paula Alves--------------------
“REFLITA COM BASE NO EVANGELHO PORQUE AS PESSOAS SÃO FALHAS, MAS JESUS É SEMPRE PERFEITO”
Trigonometria, geometria, cálculos,
aritmética... Eu não vivi.
Existem pessoas que se aprisionam numa
vida de regras e penitências. Vida com horários demais, disciplinas demais, pra
quê?
Não houve um dia em que eu saí com
amigas sem ter hora para voltar. Nunca cometi um deslize, sempre respeitando
todas as ordens, sempre sendo exemplo, mas eu nunca tinha notado que era tudo
por obrigação.
Tudo forçado e sem ânimo. Eu me
deixei levar por uma vida de rotina onde um dia após o outro era tudo sempre
igual. O mesmo café da manhã. O mesmo lanche, o mesmo suco porque não podia
engordar, não podia comer muito açúcar, não podia andar com o cabelo
desalinhado, não podia usar calça comprida, não podia ter amizades fora do
colégio militar.
Minha família foi muito dura comigo e
eu passei a vida arquitetando um plano de fugir dali e me entregar à liberdade.
Mas, eu fiquei fadada a viver a vida que me ensinaram.
Sabe quando você não consegue sair da
linha porque a vida toda fez o que tinha de ser feito, vira movimento
automático e condicionamento mental.
Eu fiz tudo o que diziam para eu
fazer e fui tradicional. Professora, esposa, mãe. Sempre obediente, séria,
contida, falando baixinho e com muita delicadeza para orgulhar meus pais, meu
marido, meus filhos.
Vivi muito tempo e enterrei meus
pais, meu marido e tive muitos netos sempre do mesmo jeito.
No fundo da consciência afirmações
que me diziam que eu precisava ser eu mesma e renunciar a tudo o que me foi
imposto, eu podia ser feliz, mas não fiz nada.
Daí cheguei deste lado, um pouco
decepcionada comigo, com meus fracassos e com a covardia de não ter sido eu
mesma. Me surpreendi muito quando me falaram que tudo foi bem sucedido porque
eu evitei ser quem sempre fui.
Meus pais foram ótimos porque fizeram
exatamente o que eu solicitei a eles: que inibissem minhas más tendências e
reprimissem meus vícios morais e físicos.
Eu nem acreditei quando minhas lembranças mostraram o quanto eu fui mau no passado, viciado em drogas, ladrão, cheguei a cometer um homicídio. Eu precisava ser controlado, então, pedi para retornar como mulher no lar de grandes amigos que me apoiariam e não permitiriam que eu me desviasse novamente. Que alívio!
Nosso olhar na matéria muda tudo. Tem
muita inversão de valores. Quando as pessoas falam: “Larga tudo e vai ser
feliz!”, nem sempre, está em conformidade com os planos que você traçou na
espiritualidade.
Às vezes, uma vida difícil, com muito
trabalho e esforço é o que vai te encher de felicidade quando você chegar deste
lado.
Reflita com base no Evangelho porque as pessoas são falhas, mas Jesus é sempre perfeito.
TÂNSILA
06/02/2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário