Cartas de Outubro (12)

Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“A RAZÃO NEM SEMPRE NOS FAZ SENTIR O QUE DESEJAMOS”

Eu queria doutor, dizer que já o perdoei. Do fundo do meu coração gostaria de tirar todo este pesar que trago dentro de mim. Compreenda que já entendi o quanto isto será imprescindível para minha evolução e, também, para o meu recomeço, mas não dá para ser falsa neste momento, não aqui.

Enquanto estamos na carne, existem muitas coisas que não devem ser ditas, porém, podemos pensar. Por muito tempo, achei que ninguém pudesse ouvir meus pensamentos. Acreditei que, se havia um local onde eu podia ter privacidade, era na minha mente. Chegando aqui, descobri que nem lá, isto é possível. Todos os invisíveis sabiam do que eu estava pensando e me perturbavam com minhas próprias formas pensamentos, eu quase enlouqueci.
Meu ex-marido me atormentou durante toda minha vida, mas todos exigiam que eu o perdoasse, mesmo sendo ele, uma pessoa autoritária, repressora e profundamente machista. Fui violentada, espancada e humilhada em público. Por fim, ele fez de tudo e conseguiu a guarda de nossos filhos. Foi o fim para mim, mas em todas as circunstâncias, as pessoas exigiam de mim uma postura santificada. Eu não podia maldizê-lo, não podia odiá-lo, não desejar mal.

Devo admitir, eu não quero mais me enganar. Eu sei que, quanto mais eu minto para mim mesma para ser convencional aos padrões aceitáveis pela sociedade, mais fico me enganando e nunca conseguirei tirar este pesar do peito.

É verdade que eu jamais seria capaz de fazer mal a ele ou a ninguém, ainda mais, ele tendo sido um ótimo pai para os nossos filhos.

É verdade que eu senti tudo o que foi de pior durante anos e pensei situações terríveis contra ele. Não tem jeito doutor. Nós somos movidos por nossos sentimentos. Não é uma questão de egoísmo, ele tirou tudo de mim. Ele me privou de todos os melhores momentos que eu poderia ter vivenciado na vida. Chegando aqui é muito fácil me fazer perdoar com as lembranças do passado. Lembranças de outras existências quando eu fui uma esposa infiel e o humilhei para todos.

Eu estou ciente do que se passou, mas enquanto estávamos encarnados, eu não sabia de nada disso, ele não sabia de nada disso. Antes de reencarnarmos, estivemos dispostos ao perdão e reconsideramos que seria importante formar uma família e viver com seriedade, fidelidade e fortalecer o amor que deveria nos unir. Eu não mereci nada disso, nesta última existência.
Por que devo ser tão benevolente?
Por que tão condescendente?

Não desejo o mal, mas não o suporto. Não quero que ele sofra, mas não quero vê-lo. Já sei que este não é o modelo de perdão cristão, mas o que posso fazer?

Ouça, a razão nem sempre nos faz sentir o que desejamos. Hoje posso ser muito sincera, preciso disso para me reabilitar, eu não gosto dele, ele me fez sofrer. Talvez, não seja uma questão de perdoar, seja uma forma de afirmar que ainda não estou com as feridas cicatrizadas. Estou orando fervorosamente. Pedindo a Deus para que tire do meu peito este sentimento tão ruim.
DÉBORA
20/10/19


-----------------Paula Alves----------------

“NUNCA IMAGINEI QUE FOSSE TÃO INSUPORTÁVEL PARA ELES CONVIVER COMIGO”

Eu sempre gostei de cuidar da minha família. Foi com enorme alegria que preparei tudo para todos a vida inteira. Meu esposo e meus filhos foram muito amados, pessoas intensamente importantes para mim, fiz com alegria e esmero. Entendi que tinham muitos afazeres, entendi que todos tinham ocupações que exigiam responsabilidade, pontualidade, esforço mental e até físico, mas eles comiam tão rápido. As refeições foram o momento em que eu estive perto deles. Conservamos os horários das refeições para que pudéssemos conversar e auxiliar uns aos outros num momento de necessidade, mas para mim, era o momento em que eu podia olhar direitinho para eles. Eu fazia perguntas porque estava interessada em saber das vidas deles, mas as respostas não me motivavam a continuar a conversa. Sempre respondiam com monossílabos, sempre dispostos a se retirar.

Tentei fazer os pratos favoritos e me chatiei quando minha filha disse que minha comida era gordurosa demais. Eu tentei agradar e ela começou a falar de calorias, dietas. Naquela noite percebi que eles tinham suas vidas que independia de mim. Eu me sentei sozinha e percebi que ninguém nunca me perguntava como teria sido o meu dia. Notei que minha vida não era nenhum pouco interessante para meus amados familiares. Eu me senti deixada de lado e não gostei disso. Frustração, egoísmo, não sei o nome disso, mas não gostei.

Eu fazia tudo para agradar e nunca ouvi ninguém elogiar meu tempero. Era como se tudo não passasse da minha obrigação. Eu queria ouvir, eu queria sentir algum afeto que viesse da parte deles. Então, eu parei de preparar o jantar. No horário em que todos nós estávamos sentados comendo, eu me coloquei diante da televisão e me isolei deles. Bastou uma semana para diagnosticarem depressão. Diziam que eu não queria fazer mais nada, que eu tinha que ter ânimo.

Sabe o que eu percebi?

As pessoas não valorizam nossos sorrisos, elas se surpreendem com nossas lágrimas e não querem dar atenção à ninguém. Mundo louco este.

Não levou muito tempo para meu coração parar. Desencarnei, acho que morri de tristeza e permaneci agarrada às minhas coisas, à minha casa, nem sabia que dava para ser diferente. Estar aqui é um presente de Deus.
Mas, enquanto estava lá, ouvi muitas coisas. Coisas boas, coisa ruins. Coisas que não devem ser ditas nem no silêncio da consciência, mas filho é egoísta mesmo.

Eu ouvi minha filha dizer que eu era gorda de tanto comer comida ruim, ouvi que meu marido não podia ter atração porque eu não me cuidava. Pobre criatura, ela não percebeu que o tempo passa para todas nós?

Ouvi meu filho dizer que eu era carente, estava sempre importunando, querendo saber como havia sido o dia só para controlar os passos deles. Ele falou que eu o cansava e ele nem tinha mais vontade de jantar conosco. Meu esposo disse que depois de quarenta e cinco anos de casamento havia perdido o interesse e a paciência para me aturar.
Eu nunca desejei ser inconveniente. Digo para quem quiser ouvir que eu nunca imaginei que fosse tão insuportável para eles conviver comigo. Eu chorei tanto. Construir uma família sempre foi minha prioridade de vida. Eu abdiquei tudo o que poderia por eles, mas não com pesar, eu os amo, ainda os amo, apesar de tudo o que ouvi. Ainda estou indignada. Vi como se desfizeram de tudo o que me pertencia. O desprezo pelo qual trataram minhas coisas. De tudo isso só me resta pensar que minha vida foi uma ilusão. Eu não consegui fazer bem feito o meu papel de esposa e mãe porque não consegui despertar o amor deles por mim. E isso ainda me dói.
NEUSA
20/10/19

------------------------------------------Paula Alves--------------------------------

“AS PESSOAS SÓ VIVEM NO SEU MUNDINHO PERFEITO, MUITO DIFÍCIL PERCEBER SOFRIMENTO ALHEIO”

Existem coisas que acontecem na vida da gente para nos impulsionar porque, se não é assim, nós não temos coragem de voar mais alto.

Eu precisava mudar. Sair dali para começar do zero. Acreditei que, quando as pessoas nos amam, elas nos aceitam da forma como somos. Eu não podia acreditar que aquelas acusações eram verdadeiras. Eles nunca me defenderam. Eu seria incapaz de ter um relacionamento que os constrangesse, então, reprimi tudo o que pude. Meu pai temeu minhas atitudes e arranjou um casamento, porém, ele foi adiante, falou para o meu futuro esposo que eu era Maria Homem, quanto equívoco...

O homem se comprometeu com meu pai e me galanteou. Eu não queria nada com ele, nem com ninguém e disse que não tinha intenção de me casar, mas o sujeito não queria ser desprezado e disse que me transformaria numa mulher de verdade e seria meu esposo de qualquer jeito. Eu não sei como pode ter tanta violência neste mundo. Gente que se acha sabedor de toda verdade, gente que se mete na vida dos outros. Parecia que estavam dispostos a me mudar para que eu fosse da forma que desejavam.

Mas, eu lutei, lutei com todo o meu coração. Eu não cederia, eles não fariam de mim o que quisessem. Lutei tanto que ele saiu todo machucado, eu apanhei, mas ele saiu machucado demais para tentar novamente com outra moça mais ingênua e mais meiga do que eu. Voltei para casa toda desgrenhada, roupa rasgada, sangue no canto da boca e meus irmãos ainda riram. Minha mãe ficou assustada, eu não chorei. Arrumei uma meia dúzia de panos e coloquei numa mala velha. Agradeci a forma como me colocaram para fora de casa.

Existem coisas que acontecem na vida da gente para nos impulsionar porque, se não é assim, nós não temos coragem de voar mais alto. Eu saí no meio da noite, mancando, dolorida, mas ainda tinha minha dignidade, minha honra. Nem olhei para trás.
Eu não sabia que minha vida estava traçada fora dali. Uma roceira que resolve ir para a cidade. Arrumei emprego, após dormir na rua, fui me arranjando, mas nunca quis saber de homem, nunca.

Tinha gente achando que eu gostava de mulher, não queria nada com ninguém. Não tinha esta coisa de atração, de desejo, sei lá. Eu só queria viver minha vida. Queria que as pessoas soubessem que a gente é muito mais do que órgãos genitais, sexo e prazer. Coisa que dura alguns minutos e muda sua vida para sempre, faz se comprometer com toda a Lei.

Preferi trabalhar e construir minha vida sozinha. Estudei e quando vi estava trabalhando em repartição pública. Tive muitos amigos, ajudei algumas mulheres que fugiam do companheiro. Nem eu sabia o porquê elas iam parar na minha porta, parecia até que eu atraia gente que estava sendo abusada, maltratada.

A gente só sente a dor do outro se já foi vítima. As pessoas só vivem no seu mundinho perfeito, muito difícil perceber sofrimento alheio, mas quando você tem marcas no coração, fica mais fácil sentir.
LUÍZA
20/10/19

----------------------------Paula Alves---------------------------


“EU DEIXEI TUDO O QUE TINHA POR UM POUCO DE PAZ”

As vozes me mandavam fazer coisas. Eu tentei me libertar delas na igreja. Eles falavam que eram os demônios. Eu estive confuso por muito tempo porque elas falavam comigo desde a adolescência. Então, quando consegui um trabalho no banco, uma colega disse que eu deveria ir ao médico e ele disse que eu tinha uma esquizofrenia que deveria ser controlada com medicamentos.

Foi aí que comecei a ficar cada vez mais alucinado. As pessoas me irritavam demais. Eu queria silêncio. Se eles soubessem como o barulho me incomodava. Eu não gostava de olhares de contrariedade, por que eles sabem o que fazer?

Por que sempre sabem o que é bom para os outros?

Eu me pus a pensar que são todos insanos porque as pessoas conseguem cuidar bem da vida dos outros. Criticar, insinuar, justificar, arranjar a vida dos outros, mas nunca a vida deles próprios.

Falsidade!

Eu estive indignado minha vida inteira. Não tive paciência com eles e as vozes nunca passaram por mais que o médico aumentasse a dosagem do remédio. Até que um dia, eu perdi a hora para chegar no serviço, eles atestaram que eu não tinha como manter minha rotina, eu não tinha como trabalhar. Nunca saí da igreja, mas meus irmãos apontavam e não queriam estar ao meu lado, então saí, parei com os remédios e viajei para um local onde pude descansar meus pensamentos.

Fui para um local onde a natureza imperava, eu precisava ouvir a Sua voz. Eu queria ouvi-Lo. Queria que as vozes parassem, eu queria paz. Então, procurei me concentrar em mim e me libertar de tudo o que me incomodava. Eu respirei fundo ouvindo o som da natureza e encontrei um sentimento novo que me parecia paz.

O mundo favorece para que os loucos existam porque a gente pode viver muito melhor estando em contato com coisas simples, sem agitação, sem competição, sem judiação. As vozes calaram quando eu me elevei, tentei me aproximar D’ele. Eu não quis voltar para minha vida de antes. Conversei com pessoas que residiam no local e aprendi a fazer artesanato, me acalmou, eu fiquei feliz com o que consegui realizar. Acabei encontrando um ofício que gerava uma renda insignificante, mas que me fornecia moradia e alimentação.

Eu deixei tudo o que tinha por um pouco de paz. Vivi bem, com modéstia, encontrei uma mulher com um coração lindo que me aceitou como eu sou. Ela foi meu par, minha companheira e minha estrela neste mundo louco. Após muitos anos, quando vim para cá soube que, em outras vidas, enlouqueci de verdade. Precisei de tratamento intenso aqui antes de reencarnar. Ainda estava com a mente fragilizada por questões mal resolvidas que me fizeram perder o juízo. A sanidade mental é tesouro precioso, por isso, todos deviam se preocupar com ela buscando a paz. Se reinventar, ter prazer em pequenas coisas, respirar, olhar o céu, sentir o vento, parar em frente ao mar. Deixar estes vícios que arruínam a estrutura física e comprometem ainda mais as ideias com o desejo de possuir. Ser sincero com os seus princípios, ser quem você realmente é sem vergonha de se assumir cheio de defeitos, mas com muito ânimo para melhorar, isso é fundamental cara.
TADEU   
20/10/19
 ----------------------------Paula Alves---------------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“QUEM NÃO TEM AMOR, NÃO DOA AMOR, É VERDADE, MAS TENTEM AMAR, JÁ É UM COMEÇO”


Não caia na bobagem de pensar que sabe mais do que eles. Os Espíritos evoluem, os homens evoluem, é natural que as crianças venham cada vez mais evoluídas. Isso mostra toda a misericórdia divina que permite o nosso avanço, apesar de nossa insistência em perdermos tempo com questões tão triviais.

Quando as pessoas recebem um presente de Deus deveriam ficar extasiadas e mostrar todo o seu agradecimento tratando muito bem, zelando deste presente. O correto seria mesmo ter total preocupação em entregar um filho seu melhor do que quando o recebeu. Infelizmente, a maioria das pessoas não tem tempo para pensar nisso e levam a vida, dando importância para tudo o que não interessa.

Eu vi o que ela fez. Apesar, de tudo o que ensinei, apesar de todos os meus esforços em mostrar o quanto uma família é importante para nosso adiantamento. Minha filha sempre foi fútil, boa, mas fútil demais. Ela nunca se entregaria à maternidade como uma mãe abnegada, amorosa. A mãe preenche o filho de coisas boas e ensina o caminho de Deus porque o seu amor é o que mais se assemelha ao amor do Pai.

De fato, quando Augusto nasceu, foi como ter dado à luz novamente. Eu fiquei tão feliz e ansiava que ele tivesse saúde e paz. Mas, eu não entendi por que Isabel o rejeitava. Ela nunca falou, mas demonstrava em todos os momentos. Desde a rejeição pela amamentação. Ela sabia do quanto era importante para o menino, mas não se esforçou. Ela queixava de dor, de sono e simplesmente colocou a chupeta na boa e a mamadeira para o bebê dormir a noite toda sem incomodá-la. Foi assim, por toda a infância. Surras para educar a criança que não deve isso ou aquilo.

Eu percebi uma inteligência fora do comum no garoto que estava sendo reprimido. Aos poucos, meu netinho, foi se calando com medo de apanhar. Minha filha parecia uma tola ao lado dele e isso a irritava demais. Augusto não fazia por mal, ele era diferente dela e eu notei um sentimento puro, lindo de ser sentido, mas até isso ela se esforçou para mudar.

Na fase da escola, incentivava a não dividir brinquedos e também a competir com os coleguinhas. Com sua postura materialista, ela incentivou muitas coisas que aconteceriam na adolescência.

Eu percebi, falei, mas ela dizia: “Eu sou a mãe!”
Nunca discordei disso, mas acredito que ela não conhecia o filho que recebeu. Hoje, um pouco mais atenta porque estou de posse de todas as informações, posso dizer que ela não se conhecia e, por isso, não tinha como educar adequadamente quem quer que fosse.

Talvez, este seja o pior dos nossos erros. Quando as pessoas não sabem das suas falhas morais, não reconhecem suas qualidades inatas, seus potenciais e também as conquistas morais, fica muito difícil influenciar o outro beneficamente.

Pais: Realizem o auto conhecimento e, depois, analisem seus filhos tendo como  maior objetivo a lapidação moral deste ser que está sob a sua responsabilidade. Os responsáveis não devem competir com as crianças, não devem projetar o mal nas crianças, castigar, mal tratar, prejudicar ou humilhar.

Analisem suas condutas nos lares, sinceramente seu comportamento serviria para colocar um bom adulto na sociedade?

Quais foram os meios pelos quais você potencializou a bondade ou a fraternidade no seu filho. Saiba observá-lo e reconheça seu vocabulário, sus ações e reconheça se são atitudes que valem a pena incentivar?

Tantos adultos que vagam por aí como crianças mimadas ou mal amadas, mas está na hora de crescer pais. Na hora de serem adultos para criar com amor e orientação adequados para promover o avanço desta sociedade que está momentaneamente adoentada.

Quando as pessoas se negarem a ter comportamentos hostis e levianos, quando cada um só realizar o que for digno, útil e bom para si e para os outros, aí sim, nós teremos atingido nosso objetivo como pais e mães. Até lá, todos nós somos responsáveis pelos políticos terríveis que temos, pelos marginais que temos e todo tipo de pessoas oportunistas e maldosas que preenchem este país.

É responsabilidade de todos porque eles nascem e permitem que impregnemos do bom ou do ruim. São os pais que plantam as sementes na mente dos filhos, eles trazem bagagens do passado?

Trazem sim, mas estudaram tanto na espiritualidade, eles desejam acertar. Eles vêm com esperança de acertarem e nós podemos permitir que sejam o melhor que puderem. É importante olhar para cada um deles com uma obrigação enorme de fazer um bom trabalho. Minha filha fracassou como mãe. Por conta disso, me sinto responsável porque eu fui mãe dela e, se ela errou, foi porque não ensinei tão bem. Meu neto querido tinha vontade de ter tudo, tudo o que não podíamos dar e se envolveu em atos ilícitos, foi preso e morto na prisão. Não é fácil viver com culpa, sentir saudade e responsável pelo erro alheio. Eu falhei e ele sofreu muito por isso.

Quando desencarnei, minha única preocupação era reencontrá-lo, mas infelizmente isso ainda não aconteceu. Ele ainda está vagando eu tenho esperanças de conseguir resgatá-lo. Neste dia, serei imensamente feliz.

Eu desejo que vocês saibam que agressão, verbal ou física, falta de tempo, falta de diálogo, inversão de valores, tudo isso desajustam a mente, nunca farão de um homem um homem de bem.

Só o que pode nos elevar é o amor. Quem não tem amor, não doa amor, é verdade, mas tentem amar, já é um começo.
VAL
13/10/19

---------------------Paula Alves----------------------

“A JUSTIÇA DIVINA É TÃO LABORIOSA” “O LAR É ESCOLA DIVINA”

Foi na plantação de girassóis. Eu me lembro bem de todo o horror. A maior violência que uma mulher pode sofrer é ser violentada. Você é usada e depois o homem vai embora, eu fiquei jogada no chão sem saber o que fazer. Brotou uma raiva dentro de mim. Jurei que me vingaria.

Voltei para casa e pensei em falar para minha mãe, mas ela já tinha muita dificuldade com meu pai que bebia e não trazia nada para casa. Corri para o banheiro, precisava me limpar, mas foi como se aquele cheiro não saísse de mim, chorei, chorei muito e só pensava em me vingar.

No outro dia bem cedo, voltei para o campo de girassóis e fiquei observando a rotina daquele maldito, nós trabalhamos no mesmo local. Fiz isso por dois dias, até que notei que ele gostava de beber como o meu pai. Foi fácil, eu coloquei veneno na bebida e ele se foi.

Eu deveria ter ficado em paz, feliz por ter acabado com ele, mas parece que minha agonia piorou. Nada me fazia sentir como antes. Foi horrível perceber que não seria igual. Eu era feliz, eu tinha esperança que meu pai tomaria jeito e que nossa vida seria melhor, mas depois daquilo perdi a fé nas pessoas. Eu sabia que a vida nunca seria melhor. Foi assim, a vida toda só cuidando da minha mãe, me deixando levar. Nunca me casei nem me envolvi, não podia pensar que um homem se aproximaria de mim. Envelheci, morri e quando reencarnei, instintivamente, tinha medo de tudo.

Reencarnei como mulher novamente e não queria saber de sair sozinha, nem de namorar. Eu tinha medo de tudo, mas desta vez, a vida foi melhor. Meus pais foram pessoas excelentes que perceberam que eu tinha receios demais e viram que eu precisava de apoio. Me levaram a médicos que me diagnosticaram com patologias mentais leves. Eu tinha problemas de relacionamento, medo das pessoas, não permitia que se aproximassem de mim. Cresci sempre fazendo uso de medicações que não faziam diferença nenhuma a não ser me deixar sonolenta.
Até que conheci Ricardo na faculdade. Eu gostei dele de cara, não sabia por que, me pareceu uma boa pessoa. Eu pedi para os meus pais receberem ele em nossa casa e depois da aprovação começamos a namorar.

Enquanto encarnados nós não sabemos porque nos envolvemos com as pessoas, mas tudo tem razão de ser. Ele me desposou, foi sempre um excelente marido e eu engravidei. Me senti mal durante toda a gravidez, era de risco. Passei quase todo o tempo deitada, com sensação de pesar, arrependimento, foi como se eu não quisesse ser mãe. Meus pais diziam que eu tinha medo de não cuidar bem da criança, mas diziam que sempre estariam ao meu lado.

Quando dei à luz, parecia que estava reencontrando um alguém que muito me fez sofrer. Eu olhei no rostinho do meu filho e chorei. Os profissionais que cuidaram de mim, acharam que eu chorava de emoção, mas eu chorava de pânico. Aqueles olhos, eu já os conhecia e não gostava deles. Eu não conseguia segurá-lo, cuidar dele e tive um apoio enorme dos meus familiares.

Aos poucos, meu filho foi se tornando um garotinho e em todos os momentos, tentava me conquistar. Sempre foi meigo e habilidoso comigo. Insistia em me cativar, dava flores, cantava, tentava me acariciar, mas eu me recusava a aceitar os afagos dele.
Porém, ele se tornou um jovem que sentia a minha falta, eu percebia, mas silenciamos diversas vezes. Quando na fase adulta, conservando a docilidade e atenção por mim, ele estando prestes a se casar, se aproximou de mim e disse que me amava e que havia aprendido comigo o quanto os homens devem ser atenciosos com as mulheres. Ele falou que se lembraria sempre em ser cavalheiro, cordial e respeitador com sua esposa. Eu chorei e só naquele dia, senti vontade de abraça-lo. Eu ainda não podia compreender o que se passava entre nós, mas quando cheguei aqui, tudo foi desvendado.

Aquele que em outra vida, me violentou, retornou em outra existência como meu filho.
A Justiça divina é tão laboriosa. Coloca o algoz diante da vítima, em situação onde não podemos ferir nem abandonar, ao contrário, onde precisamos nos entender e aprender a viver em paz, doando amor, estabelecendo elos fortíssimos de amistosidade e fé.

Eu vivi nas duas últimas encarnações momentos difíceis com este Espírito que estou aprendendo a amar, por isso, pedimos para reencarnar como um casal. O lar é escola divina. Olhem para seus entes queridos como para verdadeiros irmãos que têm limitações, mas também que têm muito a lhes ensinar.
FLORINDA
13/10/19

---------------------------------------Paula Alves---------------------------------

“TEMOS QUE TER CONVICÇÕES E SEGUIR UM CAMINHO RETO PARA QUE O SISTEMA SE EQUALIZE TRANSBORDANDO DE BOA MORAL, RETIDÃO”

Eu me tornei policial porque queria promover a ordem e a paz. Que queria servir e foi uma alegria vestir a farda. Existem muitas situações que nos colocam frente a frente com nossos critérios, com nossa dignidade, com nossas crenças.

Quanto vale a sua fé, quanto vale a sua conduta ou o seu sonho? Tudo tem seu preço – dizem alguns materialistas, alguns delinquentes.
Todos têm um preço. Será?
Por quanto você se venderia?
Quem você entregaria por um belo carro?
Por uma bela casa ou por uma viagem dos sonhos?

Eu não pensava assim, eu queria servir. Sempre soube que aqueles que vão contra os chefes, contra quem realmente manda pode ficar com a boca cheia de formiga, mas eu não me importava. Eu precisava crer que valia mais fazer o correto e seguir a sua própria consciência. Eu acreditava que valia a pena deixar o exemplo. Temos que ter convicções e seguir um caminho reto para que o sistema se equalize transbordando de boa moral, retidão. Eu  achei que podia mudar, mas um fui só mais um.

Eu não permiti que eles vendessem drogas na porta das escolas. Foi só isso. Um policial tentando impedir o tráfico nas escolas. Foi tão simples para eles, foi tão fácil me dar um tiro.
Eu pensei que seria só um teco e perder tudo o que eu acreditava, mas eu acordei com uma forte dor de cabeça. Levou bastante tempo para entender o que aconteceu, que o corpo já tinha acabado e eu tinha que continuar de algum jeito.

Primeiro tentei acabar com o negócio das drogas, mas fui surpreendido por um amigo que já havia partido antes de mim. Nós conversamos e ele me avisou que o mal é permitido para o esclarecimento das mentes perturbadas. Mas como?

Eu não conseguia entender. Tudo tem propósito  - ele disse.

Ainda é confuso para mim. Acho que as pessoas estão muito perdidas. Se vendem muito fácil porque se resolvessem fazer um bom trabalho a policia conseguiria prender todos e eliminar o mal, mas meu amigo falou que exterminar o mal da humanidade é um trabalho tão árduo. Envolve extinguir sentimentos nocivos de egoísmo, ambição.
Mas, e eu? Eu morri por uma causa que não chega a lugar nenhum?

Eu queria ter ajudado e não serviu para nada. Não foi um ato de heroísmo, não foi nada.
AMARO
13/10/19

---------------------Paula Alves------------------------

“MINHA MÃE ESTAVA ERRADA, ELES TINHAM CARROS CAROS, MAS O CORAÇÃO VAZIO”

Eu olhava aquele céu e desejava uma oportunidade. Ouvi dizer que o céu é para todos, mas não parecia que era para o pobre. Eu via aquela gente bem vestida e os meninos com tênis caros nos pés. As menininhas com bonecas bem caras. Eu sabia o quanto custava cem reais. Sabia o que era não ter dinheiro para comprar comida e passar fome. Choveu, depois daquele calor, só podia chover mesmo e eu ainda estava lá pedindo, mas a pista molhada e, depois de beber, qualquer um pode perder o controle da direção. Ele me atropelou e nem voltou para prestar socorro.

Fiquei lá caído, achei que a dor ia durar para sempre. Pensei na minha mãe que estava me esperando, ela achava que naquele farol as pessoas podiam dar mais dinheiro. Minha mãe estava errada, eles tinham carros caros, mas o coração vazio. Acho que pensam que é para comprar droga ou alimentar a preguiça, má vontade. Não era não. Eu nem tinha idade para trabalhar, mas minha mãe estava tão doente, precisava de mim.

Não quero que pensem que sou vítima. Já fiz muita coisa errada em outras vidas por isso, tive que sentir na pele, mas achei que tinha mais tempo. Foi fácil acontecer como estava traçado e foi só um baque, muita dor e arrependimento. Acordei aqui, fui muito bem tratado. Parecia um sono e acordei deste lado. Deitado numa cama boa, todo limpinho.

A moça conversou comigo e disse que eu precisava retornar logo para o formato adulto. Nem entendi. Mas, após algumas horas eu já estava com esta aparência de adulto jovem da existência anterior a esta, foi bom porque lembrei do que aconteceu antes e sei que foi um resgate. Eu sou agradecido, nem sofri poderia ter sido muito pior.  Muito bom saber que a vida não acaba, foi apenas uma pausa.

Tão rápido, ela me informou que em breve devo retornar. Eu ainda não sei como será, preciso ajustar as análises mentais e também estar atento para escolher o próximo plano. Faremos rápido para que eu possa me reencontrar com os que já estão reencarnados. É bem difícil o trabalho de vocês doutor. Tem que analisar tanta coisa. Acho que estou bem. É só informar o que devo fazer para prosseguir.
FÁBIO
13/10/19 

 ---------------------Paula Alves-----------------
Foto cedida por Magno Herrera Fotografias

“A MÃE SEMPRE PERDOA!”

Eu tive ímpetos de procurá-la.
Naquela tarde, relembrei tudo o que houve entre nós. Me certifiquei que a casa estava vazia, olhei fotos, chorei.
       Ela sempre foi o exemplo de dignidade e amor. Nunca imaginei que, por causa de uma briga tola, fossemos nos distanciar para sempre.
       Eu desejei tê-la por perto, eu quis visitá-la, mas o orgulho me feriu e criou um abismo entre nós.
       Minha mãe estava doente. Acredito que nossa briga foi o fel que acabou com ela. Eu liguei, ouvi sua voz, mas não consegui dizer nada, eu chorei.
       Queria tanto ter tido coragem para me desculpar. Eu queria ter acabado com tudo de ruim que produzimos com palavras duras, cruéis.
       Estou arrependido e este mal pesou muito em tudo o que sobreveio após o seu desencarne. Eu nunca mais fui o mesmo.
       Quando, naquela noite, ela faleceu, parecia que eu recebia um punhal dentro de mim. Virei um farrapo de homem por causa do remorso que me castigava.
       Brigas não podem gerar o bem, nunca. Após brigar, todos perdem a razão. Jesus disse para dar a outra face, para mim, quer dizer não entrar na briga, não revidar, não permitir que o mal se alastre, se for para alguém levar um golpe que seja eu e nunca golpear ninguém.
       Ela foi minha mãe, eu não podia ter batido de frente com ela.
       Acho que matei minha mãe de desgosto. Meus irmãos me consolaram, viram meu estado catatônico, extremamente melancólico, quase enfermo.
       Eu me lembrei de tudo, do quanto ela me amou, dos carinhos e de todo seu incentivo em momentos delicados da minha vida.
       Sei que somos terríveis porque tantas coisas maravilhosas são soterradas por palavras duras durante uma discussão. É como se a pessoa perdesse o valor pra você. Quanta tolice!
       Ela se foi e eu não pude pedir perdão, eu não mostrei o quanto estava arrependido.
       Eu me transformei num ser amargoso, quieto, estava certo de que não sabia lidar com as pessoas.
       Padeci em vida por causa de doenças degenerativas, vaguei depois da morte, até que pude ser trazido para cá. Por quem?
       Ela sempre esteve me observando, sempre orando por mim. Foi belo nosso reencontro. Eu já estava modificado. Me ajoelhei, deixei que ela visse que eu nunca estive à sua altura e pedi perdão.
       - A mãe sempre perdoa!
Disse ela.
NANDO
06/10/19

--------------Paula Alves-------------

“AMOR DE MÃE CURA!”

Eu senti no ventre a sua indignação. Acreditei que não fosse possível concretizar o nascimento, após o abortivo, mas era para ser e eu nasci.
       Minha mãe me olhava com certa repulsa, se irritava com meus pedidos infantis e eu sentia falta dela.
       Quantas vezes tive fome ou medo de ficar sozinho. Quantas vezes senti ciúmes de vê-la com os homens que a levavam para casa.
       Cheguei a me jogar sobre um deles que me bateu e riu de mim.
       Aos poucos, fui sentindo raiva da minha mãe.
Criança cresce e as pessoas envelhecem. Ninguém pode imaginar o que aconteceu após anos de vivência difícil com seus familiares? Sei que vão dizer que isso não justifica, mas eu tenho certeza que teria sido diferente se ela tivesse se esforçado um pouco.
       Criança precisa de tudo. Comida, cama, roupa limpa, casa, estudo, mas também precisa muito de carinho, atenção, amor, educação e respeito.
       Eu não tive nada disso. Ao contrário, ganhei gritos, desprezo, surras e antipatia.
Foi como se o mundo todo refletisse o olhar dela. Nunca pude esperar amizade ou lealdade das pessoas. Nunca um relacionamento sério ou duradouro.
       As mulheres não podiam ser tão diferentes dela, tão melhores do que ela. Sei que a vida dela não era fácil, sei que escolhi a prova árdua.
       Não posso dizer que fracassei, poderia ter sido muito pior.
       Escolhi estudo do jeito que pude, na escola mais perto da favela. Escolhi trabalhar no emprego honesto que achei e tentei nunca ficar parado para não dar tempo de ficar em casa.
       Compreendi que não era amado, então, me esquivei do confronto desnecessário, muito mais quando ela estava alcoolizada e mantive meu compromisso de filho até mesmo quando ela não conseguia chegar em casa porque apanhou de alguém ou estava muito bêbada.
       Que as mães saibam o quanto são extremamente importantes para seus filhos, tanto quanto o ar ou o alimento.
       Que as mães saibam o quanto as posturas delas vão influenciar nas pessoas, nos adultos que os filhos irão se tornar.
       Mãe mexe diretamente na mente do filho, se elas soubessem o quanto tem gente com debilidade mental e ou emocional por falta de afeto.
       Amor de mãe cura!
TIAGO
06/10/19

----------------------------Paula Alves-----------------------------

“DESEJO QUE TODOS POSSAM EDUCAR SEUS FILHOS COM AMOR E MORALIDADE”

Eu cansei de ficar me martirizando por causa do orgulho. Não podia permitir que a família toda sofresse por nossa desavença.
Minha mãe pediu, minha esposa falou que eu era mais jovem e tinha a mente mais aberta. Eu devia propor a reconciliação.
Pensei tanto e resolvi tentar, afinal, a data era propícia – Natal.
Pedi para que todos se arrumassem, minha esposa ficou feliz, fez o peru e fomos para a ceia na casa dos meus pais. Foi uma surpresa. Minha mãe chorou de contentamento. Fazia 3 anos que eu não o via. Estava mais envelhecido. Turrão! Não levantou para me receber, aguardou para me contrariar.
Cheguei perto dele e estendi a mão, então fui surpreendido por um forte abraço.
Ele disse em meu ouvido.
- Por que você demorou tanto garoto? Não respeita seu pai?
Bastou isso para compreender o quanto fui insolente. Com o passar do tempo, nós nos igualamos com nossos pais.
Eu não falo das crianças que faltam com respeito não. Eu falo de adultos desrespeitosos. Crescem, vêem seus velhos pais e, porque ajudam financeiramente ou são independentes deles, se acham no direito de falar no mesmo tom.
Erro grave! Desrespeito por meu pai.
Ele sempre foi o líder da família, a autoridade no lar.
Eu tentei falar mais alto que ele. Sem dúvida que o velho não ia admitir. Precisei me distanciar, sentir saudade, sentir-me excluído, banido da família para me curvar em respeito pela hierarquia que deve existir nos lares.
Como você pode exigir que seu caçula te respeite, se ele vê a forma como você trata seus pais?
Isso não tem como funcionar. É castelo de areia que desmorona. Lares frágeis. Meu pai não podia permitir.
Eu o abracei e entendi tudo. Fiquei envergonhado, mas ele, sábio, apenas falou:
- Vamos sentir o Natal e você aprenderá.
Meu pai me ensinou muito e depois, eu pude ensinar meus filhos e netos com tudo que aprendi com ele.
Sou grato e desejo que todos possam educar seus filhos com amor e moralidade.
PAULINHO
06/10/19
  
---------------------Paula Alves--------------------

“DEVEMOS AMAR, SERMOS GRATOS PELA TROCA DE AFETO, MAS TUDO SEM POSSE”


Eu não podia ficar sem ela, minha mãe era tudo para mim. Minha amiga, minha confidente. Fazíamos tudo juntas e eu senti perder meu ânimo quando a doença avançou.
Eu chorava sem parar pensando no fim. Quando ela morreu, eu não quis continuar porque não me achava pronta para seguir sem ela.
Muitos me criticavam. Ajuda desnecessária quando as pessoas maldizem seu sofrimento. Eu me sentia ainda pior, nada fazia melhorar. Eu queria alguém que me compreendesse e pudesse ajudar no caminho difícil. Eu me sentia só.
Adormecia e sonhava com ela triste, tão triste. Pedia para eu me esforçar para que nós duas pudéssemos prosseguir.
Mas, eu acordava com enorme saudade e chamava por ela. Nunca poderia imaginar o quanto atrapalhei a caminhada dela rumo a evolução. Forcei minha mãe a ficar ao meu lado. Nós duas sofremos muito, até o dia em que, uma conhecida viu o meu desapontamento e convidou para uma missão especial dedicada aos que partiram.
Não posso descrever com precisão quanto tempo estivemos ligadas, envolvidas nesse sentimento deletério. Não entendia o quanto a estava prejudicando. Rezei por ela que recebeu o socorro e partiu.
Eu retornei para casa ainda pior porque me senti, ainda mais só, parecia até que senti o seu afastamento.
Porém, dias passando eu voltei ao trabalho, permaneci na igreja, rezei por minha mãe e também por mim.
Eu fui obsessora da minha mãe porque não permitia que ela se libertasse completamente da matéria e seguisse para o local apropriado à sua evolução.
Nunca me ensinaram que o amor liberta. Devemos nos envolver com as pessoas e aproveitar ao máximo o tempo que temos para estar com elas. Devemos amar, sermos gratos pela troca de afeto, mas tudo sem posse.
Não devemos colocar nossa vida nas mãos dos outros. Pode ser mãe, pai, cônjuge ou filhos. Todos são independentes de nós. Somos indivíduos e o caminho é único, pertence a cada um.
Um deve ajudar o outro, mas temos planos individuais e, por mais, que se sofra com a perda do desencarne, ainda assim, sabendo que não é o fim, devemos ter a disciplina de orar para nos fortalecer na trajetória, orar para encaminhar para locais radiantes aquele que parte. Nunca prender seu ente querido ao seu lado. Nunca impossibilitar esta ascensão.
Amor é liberdade e evolução.
EVA
06/10/19



Um comentário:

  1. Boa noite gostaria de saber como posso ter notícias do meu esposo que faleceu em dia 06de fevereiro de 2019

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