Cartas de Dezembro (16)

“POR MAIS DIFÍCEIS QUE SEJAM AS RELAÇÕES HUMANAS, ELAS DEVEM PRIORIZAR O PERDÃO E A RECONCILIAÇÃO”

 

Eu só queria ter paz.

As lembranças mais antigas sempre vieram cheias de pânico. Tempos difíceis, onde minha mãe e nós, éramos espancados por um pai opressor.

Houve momentos em que achei que não sairia ninguém vivo daquela casa e eu clamava para que Deus não o trouxesse para casa para mais um dia de tormentos.

É estranho te confessar que desejei a morte do meu pai, mas eu achava que era a única maneira de sairmos ilesos e termos um pouco de descanso.

Eu vivia o temor constante e pensei em fugir, sair dali para morar na rua e passar qualquer necessidade seria melhor do que aquilo, mas e meus irmãos? E minha mãe?

 Eu cresci e continuei acreditando que seria mais fácil que ele sumisse da nossa presença e pensei que Deus jamais me ouviria porque Ele podia ter protegido se quisesse, então, comecei a achar que Deus não existia ou que Ele não me ouvia, não me amava o suficiente para me salvar dos desmandos daquele pai cruel.

Foi, por isso, que eu o envenenei. Eu esperei até que ele pedisse o leite para dormir e coloquei uma dose de veneno que pudesse acabar com ele porque eu já estava cansado de ver o sangue lavar as roupas lá em casa.

Você pergunta sobre arrependimento... Não houve um só dia em que a minha consciência não dissesse o quanto eu estava errado.

Eu via meu pai em toda parte, eu ouvia os resmungos dele me chamando de assassino, eu ouvia os seus gritos de dor dentro da nossa casa, eu quase enlouqueci.

Por mais difíceis que sejam as relações humanas, elas devem priorizar o perdão e a reconciliação.

Acabar com o mal com minhas próprias mãos, apenas fez com que o rancor se tornasse ainda maior. Eu não resolvi nada.

Desencarnei por suicídio porque eu não aguentei aquilo que parecia alucinação, era meu pai desencarnado me cobrando o deslize cruel. Quando eu cheguei do outro lado, lá estava meu pai, me cobrando de tudo, aguardando para que pudesse me açoitar pela eternidade, mas Deus não permite o sofrimento eterno, então, iremos retornar, mas, em quais condições meu irmão?

Eu ainda tenho medo dele, apesar de todos os reajustes que fizemos, apesar de todos os nossos planos. Eu ainda tenho medo de mim, pelo que posso tentar contra ele e contra mim.

Eu reflito em todas as questões, eu reflito sobre o futuro que nos aguarda.

É sempre melhor confiar em Deus que é sábio e misericordioso. É sempre melhor calar e tentar mais uma vez.

Eu desejo ter paz e, para isso, preciso me reconciliar com este irmão.

Deus esteja conosco.

Um novo ciclo cheio de paz.

 

SILVIO

25/12/2021

 

----Paula Alves----

 

“SERÁ QUE TODOS OS FILHOS SEMPRE TÊM ALGO A RECLAMAR?”

 

Trabalho é dignidade.

Tem gente que se enche de preguiça e escolhe o trabalho que deve desempenhar, como se fosse humilhante cumprir alguns deveres, mas para mim, todos os trabalhos são dignos de respeito.

Eu precisava alimentar quatro crianças depois que o pai nos abandonou. Ouvi tantos desaforos: “Mulher leviana, agora é mãe solteira”.

É fácil abandonar a mãe com um bando de filhos, muito fácil.

Tem gente que reclama do pai. Fala que o pai faltou em diversos aspectos, deixou de dar carinho ou que maltratou a mãe, foi grosseiro, mas pior que tudo isso é ser abandonado. Não ter com quem contar, não ter em quem se apoiar é muito pior.

O meu esposo escolheu o caminho tranquilo da vida porque ele simplesmente foi embora e foi para a felicidade da vida sem obrigação. Eu e meus filhos, éramos apontados na rua como aquela família que não tem pai, não tem um homem em casa para defender, para cuidar.

 Então, eu tinha que esquecer o meu orgulho ou a minha indignação pelos olhares maliciosos e arregaçar as mangas. É quando você percebe que estão te olhando com outras intenções, mas finge que não sabe para garantir o seu salário.

Trabalho é dignidade de ter o pão na mesa e o aluguel em dia. Trabalho é oportunidade de estudo para os filhos e a permissão concedida para ter um teto, saúde e bem estar

Trabalhei em muitas funções, fui lavadeira, padeira, diarista, cozinheira, costureira, entre outras coisas. Eu nunca fiquei parada. Quando me dispensavam, por qualquer motivo, eu tratava de ir à luta e voltava para casa empregada porque eu não escolhia.

Eu sempre soube da discriminação, os homens sempre ganharam mais desempenhando a mesma função. Nós sempre estávamos em teste, precisava provar alguma coisa, mas eu não ligava porque o pouco com Deus é muito. Meu dinheiro era tão suado que até rendia.

 Eu só lamento não ter tido muito tempo para dedicar aos meus filhos. Eles cuidavam uns dos outros. Mas, eu não deixava faltar o essencial.  

Ainda assim, depois de anos, percebi que eles tinham tanto a reclamar. Foi como se eu tivesse gostado de estar sempre ausente do nosso lar. Foi como se eu preferisse levantar de madrugada, passar o dia todo no batente e voltar tarde da noite, enquanto eu não sabia o que foi feito do dia deles.

A mulher cansa mais do que o homem. Na mesma tarefa pode se esforçar muito mais. Mas, as mulheres conseguem desempenhar mais coisas ao mesmo tempo, podem ser muito disciplinadas e atenciosas, porém, estressadas porque pensam em diversas coisas ao mesmo tempo.

Eu vi nos olhos deles que me culpavam. Por não permitir que nada faltasse? Não, por estar ausente.

Foi aí que eu me questionei. Será que todos os filhos sempre têm algo a reclamar? Será que, por melhor que seja o pai e a mãe, ainda enfrentarão adversidades nos relacionamentos com seus filhos?

Eu não sei se eles se envergonharam de mim, por ser a mãe solteira da rua ou por não ter dado mais do que eles necessitavam, mas eu fiz o meu melhor.

Trabalhei de forma exaustiva todos os dias, nunca me entreguei a delírios de consumo ou ousadias amorosas. Sempre fiz tudo pensando no bem estar e na saúde dos meus filhos, ainda assim, não fui valorizada.

Ainda acredito que o bem que dignifica o homem é o seu trabalho.

Eu só queria trabalhar para criar meus filhos.

Por um novo ciclo cheio de trabalho.

 

LUÍZA

25/12/2021

 

  -----Paula Alves----

 

“QUEM TEM SEU CORPO PERFEITO QUE VALORIZE”

 

A mente conjecturava tudo, mas eu tinha o corpo bem limitado, então, não conseguia me expressar.

Aquela paralisia cerebral me deixou como um inválido. Eu era bem tratado por meus pais e irmãos, mas eles nunca imaginaram que eu podia compreender o que diziam e isso foi uma punição para mim.

Eles falavam sem constrangimento, diante de mim, o quanto eu era doente, feio e um fardo pesado para eles. Cheguei a ouvir do meu pai que seria melhor morrer do que viver uma vida tão limitada. Eles comentavam que podiam ser felizes, após a minha morte. Eles estariam em paz, pois teriam feito o seu melhor me aguentando por tantos anos.

 Não é bem assim que funciona. Deste lado, analisam todas as ações e principalmente as intenções. Tudo o que você faz por obrigação, cheio de lamúrias, não conta muito como reparação, não elimina débitos e pode até, aumentar a sua dívida, dependendo dos seus motivos reais, como por exemplo, se é para mostrar aos olhos dos semelhantes o quanto você é bondoso e cumpridor dos deveres.  

Eu vejo tanta gente com pequenas limitações físicas, em situações quase imperceptíveis, onde as pessoas podem viver uma vida completamente normal. Elas se entregam a tratamentos delicadíssimos para encontrar a perfeição física. Outros, reclamam de doenças que podem tratar ou com as quais podem conviver sem grandes danos. Isso é lamentável!

Lembre-se: as pessoas podem ouvir, compreender ou sentir o que você está falando. Eu entendia tudo e, por isso, sofria muito mais.

Eu só queria ter saúde, mas precisava passar por todo aquele tormento para eliminar as desgraças que cometi.

Agradeço a todos os profissionais que me assistiram e foram sempre bondosos. Em muitas circunstâncias, as pessoas que não têm nenhum laço afetivo, consegue doar mais sentimento positivo e, principalmente, atenção.

Quem tem seu corpo perfeito que valorize. Eu só queria ter saúde.

Por um novo ciclo cheio de saúde.

 

JOÃO CLEBER

25/12/2021

 ----Paula Alves---

 

“AS PESSOAS NÃO SÃO FARINHA DO MESMO SACO, NÃO SÃO TODAS IGUAIS”

 

 Eu só queria estudar, mas meu pai me proibiu porque eu era mulher.

Foi tão fácil me informar das minhas obrigações e necessidades numa época em que todas as pessoas sabiam o que acontecia quando uma menina nascia. Quanta discriminação!

Eu queria ler e ter profissão. Queria ser independente para fazer da minha vida o que desejasse, mas meu pai fazia de tudo para me menosprezar.

Ouvi tanto que não podia isso ou aquilo porque eu era uma maldita mulher que me conformei com aquela submissão.

 Aos poucos, a mente aceita a sugestão e quando você menos percebe, já recebe as ofensas como fato consumado.

Eu era uma maldita mulher que servia para servir os homens, para procriar e criar a família de alguém, para trabalhar e nunca ser valorizada porque não fazia mais do que a minha obrigação.

Eu me esquivava e fazia o possível para não me enfeitar para não chamar a atenção de homens que pudessem me atacar. Eu morria de medo!

Foi aí, que recebi uma notícia muito deprimente. Meu pai estava me entregando para um dono de terras que daria algumas cabeças de gado à ele. Eu estava sendo vendida porque meu pai disse que eu era jovem e muito saudável.

Meu pai fez um bom negócio porque o gado valia mais do que eu, então, eu soube que ali começaria o meu martírio, mas nós nunca sabemos dos planos de Deus.

 Eu, que só queria estudar, me deparei com um homem que me reencontrou e me salvou dali.

Humberto era bem mais velho que eu, mas nós não podemos tirar seis por meia dúzia. As pessoas não são farinha do mesmo saco, não são todas iguais.

Humberto me tratou com um respeito inigualável. Antes de me tirar dali, perguntou se eu aceitava ir com ele, prometeu que me respeitaria para sempre e que me tornaria a sua esposa, para ser tratada como esposa.

Eu confiei naquele homem com as forças do meu coração porque fui intuída de que ele era diferente da maioria e não me enganei.

Deus me colocou diante daquele que me libertou, por isso, nós não devemos sucumbir ou acreditar que nosso caminho já está traçado e amaldiçoado por isso ou aquilo.

Eu me casei, ele foi um excelente esposo e quando soube do meu desejo de estudar, me deu condições para isso, eu aprendi a ler e a escrever.

Realizei meu sonho e tive muitos filhos amorosos que me deixaram muito feliz.

Eu só queria estudar, mas consegui muito mais do que isso.

Por um ciclo cheio de estudo e novas oportunidades.

 

ISAURA    

25/12/2021

 

 



“NÓS PODEMOS ENGANAR OS HOMENS DE CARNE, MAS OS SERES ESPIRITUAIS NÃO PODEM SER ENGANADOS, JAMAIS”
 
Com ele, aprendi muito e me tornei uma pessoa bem melhor, mas foram necessários grandes passos e uma transformação real, verdadeira.
O “setenta vezes sete” não me saia da cabeça. Como eu poderia adorá-lo e me comprometer com um novo estilo de vida, sem fazer uma conversão sincera?
Eu estava certo de que Jesus me conhecia no íntimo do ser, eu sentia que me observava e não estava satisfeito com minha conduta cristã.
Eu precisava me reconciliar com os adversários, mas estes seres que me causavam tanta repulsa eram membros da mesma família.
Eu sentia tanta raiva pela forma como meus pais me trataram na infância. Os maus tratos que recebi me atormentavam constantemente e eu sabia que não podia confiar neles.
Por diversas ocasiões tentei o revide, eu achava que eles precisavam sofrer, sentir na pele, pelo menos, uma parte do que eu sofri tão pequenino e indefeso. Eu achei que deixando passarem privações eu estaria fazendo justiça e me sentiria mais confortável, me livraria do peso que tinha nas costas, fruto das dificuldades que enfrentei sozinho, devido a leviandades dos meus genitores.
 
Eu vivia uma vida medíocre e banalizada, cheia de vícios e tormentos quando ouvi um chamamento. Eu senti tanta vontade de entrar na igreja, entrei e ouvi palavras que me fizeram crer que Ele me via e ouvia a voz do meu coração. Jesus sabia quem eu era e compreendia meus pesares, ele desejava me ajudar a ter a paz que eu ambicionava, mas eu precisava me entregar à ele e, para isso, eu precisava me tornar purificado, eu precisava me entregar limpo, com um coração renovado e uma mente harmoniosa, com bons princípios e boa conduta.
Eu fiz isso, eu me tornei uma pessoa melhor, mas ainda continuava carregando aquele fardo que não permite que se tenha um sono tranquilo.
Eu fiz tudo o que podia, eu deixei meus vícios, orei de forma sincera, fiz trabalhos voluntários e constitui família. Tudo parecia ir muito bem, mas o fardo permanecia comigo, então, questionei o Mestre.
 — Senhor o que mais precisa ser feito para que eu tenha a paz que necessito para seguir nesta terra. Me responda Senhor o que preciso fazer para ser um servo realmente fiel.
Foi aí que eu vi a imagem dos meus pais. Eu estava tentando me esquecer deles e vi, como num quadro mental, meus pais tão necessitados de coisas simples, eles passavam privação.
Eu chorei muito e me senti o pior cristão, infeliz e mentiroso. Como eu podia falar do Cristo e transmitir seus ensinamentos?
Como eu podia ser exemplo para alguém?
Como eu podia falar de amor e caridade deixando os meus pais à mingua?

Eram meus pais e independente do que me fizeram na infância, eles precisavam de mim e eu, me aproveitando da sua velhice e pobreza, utilizava do abandono para aplicar a sentença, para dar o seu castigo. Com que direito?
Como se pode ser bom para um semelhante, se não conseguimos ser bondosos com os membros da nossa família?
Eu compreendi muito bem o que Jesus queria de mim. Ele queria uma conversão verdadeira, sem hipocrisia, sem farsas.
Nós podemos enganar os homens de carne, mas os seres espirituais não podem ser enganados, jamais.
Eu necessitei de um longo tempo para me refazer e tomar decisões importantes de reaproximação, de higiene mental para tratá-los com o mínimo de respeito e retornar para o seio familiar.
Eu os encontrei necessitando de tudo, doentes e mal alimentados, eu me compadeci e me envergonhei diante de Jesus e do Pai.
Eles estavam modificados pelo sofrimento e me agradeceram muito, me pediram perdão.

Eu encontrei pessoas modificadas, muito melhores do que eu.
Infelizmente a mágoa e o ressentimento eliminam o melhor que poderia haver em nós. Eu consegui olhar para eles e me senti na obrigação de ajudar, de cuidar deles, graças a Jesus. Graças à Deus.
O perdão me salvou, eliminou o fardo e salvou o relacionamento que tive com meus pais.
Eu agradeço a Jesus por tudo. Por minha transformação moral, por minha redenção e por ter me envolvido com meus pais com sentimentos fraternos.
NATAL É PERDÃO!
 
RICARDO
21/12/2021
 
-------Paula Alves-----
 
“AMOR AO PRÓXIMO, INDEPENDENTE DA COR, RAÇA, CREDO OU CLASSE SOCIAL”

Eu sempre fui politicamente correta. Eu era daquelas pessoas que todos reconhecem como honesta, sincera e digna.
Fui professora, muito pontual e disciplinada. Meus alunos sabiam que comigo não podiam ter lenga-lenga, senão eram reprovados. Eu via no olhar deles o pânico quando eu me aproximava da sala e as colegas de trabalho diziam que isso era bom e ruim porque eu não me envolvia com eles e perdia de construir bons relacionamentos no ambiente de trabalho porque nós temos que aproveitar do contato que temos com as pessoas onde estamos inseridos.
A médium gosta da frase: “Florescer onde está plantada”.   
 
Eu nunca pensei assim, para mim era um contato profissional. Eu tinha que transmitir conhecimentos educacionais e mais nada, eles não precisavam gostar de mim. Mas, um dia, o aluno não entregou uma tarefa importante e eu disse que ele podia ser reprovado por causa disso. Uma colega informou que eu tinha que ter paciência com ele porque este aluno tinha problemas graves no ambiente doméstico, os pais eram difíceis, agressores e o rapaz era bom aluno, mas não estava conseguindo se concentrar adequadamente. Eu não liguei, eu não tinha interesse na vida pessoal dos meus alunos.
Notei que o aluno estava emagrecido e abatido, fiquei me questionando sobre a real situação daquele rapaz que tinha idade para ser meu filho, se eu quisesse ter filhos.
A aluna me falou que a família do menino enfrentava problemas financeiros que estava comprometendo todo o ambiente doméstico, o pai estava desempregado e a mãe adoentada, eles não eram agressores.
 “A pessoa com fome não raciocina direito” — eu pensei e fui para casa, mas me deparei com uma canção saindo de uma igreja e resolvi entrar. Eles estavam ensaiando para o coral de Natal e eu vi luzes saindo da imagem de Jesus. Eu ouvi nitidamente: “Amai o próximo como a vós mesmos.”
Quem estava dizendo isso? Eu estava confusa e atormentada?
Voltei para casa e pensava tanto naquela família, mas por quê? Se eu não era dada a estas coisas?
 
Com o fim das aulas se aproximando, eu tinha que saber o que faria pelo aluno, se devia reprová-lo ou não, então, achei mais pertinente averiguar por mim mesma.
Fui até a casa deles e vi pela janela o rapaz cuidando da mãe muito adoentada, ela parecia tão mal e aquele menino tratava dela com enorme dedicação, casa tão pobre e mal cuidada, mas ele cuidava da mãe enferma. Eu toquei a campainha e o rapaz se surpreendeu, me deixou entrar e a mãe, super educada me explicou que o câncer estava muito avançado, eles gastaram tudo o que tinham no tratamento que não solucionou seu problema, mas o importante era o filho ser tão bom e amoroso.
Eu me modifiquei naquele dia. Foi tudo o que eu precisava para receber Jesus de coração aberto.
Saí de lá, comprei alimentos, levei para eles, propus ao rapaz que fizesse um trabalho para melhorarmos a sua nota e me coloquei a disposição de ajudar a família, então, eu passei a ajudar com a casa e a roupa, fazia as refeições e cuidava da enferma. Aquele Natal passamos juntos e foi o último daquela mãe com seu marido e filho.
Eu tive a oportunidade de aprender com meu aluno e nunca mais me distanciei das pessoas. Eu olhei para elas com amor, amor ao próximo, independente da cor, raça, credo ou classe social.
NATAL É AMOR!
 
MARIA CRISTINA
21/12/2021
 
--------Paula Alves----
 
“NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO”
 
Ele foi preso, enquanto eu estava grávida. A polícia tirou meu esposo de dentro de casa, como um animal. Após espancá-lo diante de mim, eles o levaram prometendo que ele jamais sairia da prisão.
Eu fiquei indignada, temerosa e desesperada. Procurei os familiares, mas ninguém podia me ajudar. Eu clamei a Deus. Pedi ao Pai que me desse um direcionamento porque eu conhecia aquele homem que sempre foi trabalhador, digno e amoroso.
Por que meu esposo estava sendo preso? Eu não conseguia compreender. Eu pedi a Deus que me direcionasse e ouvi na minha mente: “Defesa do estado”.
Eu fui até o local que concedia um advogado público, expliquei o caso e ele me ajudou. Meu esposo estava sendo julgado por um homicídio, mas ele não podia estar no local do crime porque ele estava comigo em casa. Então, nós precisávamos encontrar provas da presença dele em nosso lar.
Tudo parecia tão difícil e eu estava sozinha, grávida.
Eu disse: “Senhor, eu quero meu marido em nosso lar. Eu quero, meu Pai, meu esposo me auxiliando no nascimento do nosso bebê. Eu te peço, meu Senhor, me devolve meu marido limpo de coração, sem contaminação das crueldades do mundo. Eu creio em Ti, meu Senhor. Eu sei da Sua glória e do que o Senhor pode conceder àqueles que confiam em Ti.”
 
Mas, todos que me encontravam diziam que eu não podia esperar muito da lei porque nós éramos pobres, discriminados pela sociedade. Falavam que, apesar da sua ficha limpa, ninguém se esforçaria muito por ele, justamente porque eu não tinha como pagar pela soltura ou pelos recursos que seriam utilizados.
Parece que, quando você está mal, o que mais aparece no seu caminho, são pessoas para te afundarem ainda mais. Ninguém sabe dar esperança?
Se não fosse a minha fé, eu tinha desabado. Até pensei que pudesse perder meu filho por tanto nervoso e desespero. Mas, a fé que eu tenho em Deus me sustentou.
Muitos diziam que meu marido não estaria em casa para o nascimento do meu filho, mas eu disse:
— Este menino vai nascer no Natal. Tal qual o menino Jesus. Jesus que foi perseguido antes do seu nascimento, nasceu e trouxe tanto para nós. Este filho é o presente que Deus tem para mim. Eu creio em Jesus e em Deus.
Disse Jesus: “Crede em Deus, crede também em mim. Não se turbe o vosso coração.” Eu vou escolher crer em Jesus e em Deus, vou aguardar pelo retorno do meu marido no Natal.
Eu tinha a certeza de que ele estaria presente, mas eu fui para o hospital num trabalho de parto dolorido e não tinha notícias do meu esposo há dias. Quando eu estava quase perdendo as forças, achando que não poderia expulsar aquela criança do meu ventre, ouvi um reboliço no corredor e a porta se abriu violentamente, era ele. Jorge entrou aflito e segurou minha mão. Eu não tinha condições de perguntar como era possível a presença dele ali, eu sabia que Deus ouvira minhas preces.
Dias depois, no nosso lar, com nosso bebê, eu soube que tudo transcorrera com paz e ele havia sido absolvido de todas as injúrias. Jorge foi inocentado.
NATAL É FÉ!
 
ELISÂNGELA
21/12/2021
 
 ------Paula Alves----
 
“JESUS FEZ DA HUMILDADE A CONDIÇÃO ESSENCIAL DA SALVAÇÃO”
 
Eu não gostava de ver a forma como minha mãe tratava os criados. Eu testemunhei aquilo durante toda a minha infância, mas na juventude foi insuportável.
Eu tinha uma amiga muito querida, como irmã, mas Alcione era a filha da nossa empregada e minha mãe não queria que eu conversasse com ela. Eu ouvia mamãe dizer o tempo todo sobre as condutas cristãs para suas amigas quando faziam o estudo bíblico em nossa casa.
Incrível como ela era católica, séria, contida e perfeita. Ela parecia conhecer todos os versículos da Bíblia, mas eu me perguntava se aquilo servia para alguma coisa, se ela tinha um semblante péssimo para os nossos trabalhadores porque eram de uma classe social inferior.
Aquilo me dava repulsa da minha mãe. Por outro lado, eu via a forma como a mãe da Alcione se comportava ao lado do marido e eu achei tudo aquilo muito familiar.
Ela tinha um comportamento arrogante com o próprio marido. Eu presenciei quando ele chegou feliz, no dia do aniversário dela, trazia um presente que ela recebeu com indignação quando viu a sacola da loja. Perguntou se ele não tinha vergonha de dar a ela uma roupa da feira: “Com tantas lojas boas, tinha que ser da feira?”
 
Naquele dia, a mãe da Alcione pegou o presente e descartou na lata do lixo, sem ver o que tinha na sacola. Eu fiquei muito impressionada.
Então, eu estava passando pela sala, no momento do estudo bíblico e ouvi quando a amiga da mamãe falou que Jesus, em tudo, exemplificou sua humildade. Ele nasceu na manjedoura, foi envolvido em panos, não tinha nada, filho de carpinteiro e cheio dos maiores ensinamentos, do mais puro amor. Ele lavou os pés dos discípulos, curou enfermos, expulsou demônios, andou entre pestilentos, prostitutas, doentes de corpo e alma, mas não permitiu que sua luz se apagasse, muito pelo contrário, ele distribuiu sua luz e o seu amor.
Jesus fez da humildade a condição essencial da salvação, mas eu notei que existem pessoas destituídas de humildade, ou seja, cheias de orgulho em todas as classes sociais porque a minha mãe não tinha humildade, mas a nossa empregada também não tinha.
Eu não quis viver daquela forma, quis ser amiga da Alcione e quis seguir Jesus, então, depois de algum tempo sai de casa e me envolvi em trabalhos sociais que me ensinaram muito sobre a humildade e também sobre a caridade.
 
Minha mãe, criticava minha postura, porém, cansada de me ver comendo com os pobres, teve que repensar seus conceitos e entendeu o que é a humildade segundo Jesus na noite de Natal. Quando eu deixei de estar com eles, para ofertar a refeição aos carentes, ela foi me ver e ajudou a distribuir alimentos. Minha mãe recebeu Jesus naquela noite de Natal.
NATAL É HUMILDADE!
 
JOSI  
21/12/2021




“NÓS SEMPRE TEMOS ALGO A ESPERAR DE ALGUÉM, MAS NÃO PODEMOS NEUTRALIZAR NOSSA VIDA POR CAUSA DAS OUTRAS PESSOAS”

 

Eu aguardei ansiosa. Contando os dias, os meses e os anos até que pudesse receber a notícia que poderia estar com ele novamente.

Eu desejei a sua morte! Porque a morte dele significava que poderíamos estar unidos por um período de tempo que, para mim, seria a felicidade.

Enquanto estava encarnada, não acreditaria se me dissessem que é assim que funciona, mas eu garanto, a espera é grande para quem está deste lado.

Mário foi meu grande amor em muitas existências. Eu sou grata a Providência Divina que me colocou diante dele em situações variadas onde pudemos alicerçar o mais puro amor, cheio de confiança e integridade.

 

Ora como irmãos, primos, amigos, mãe e filho, tivemos grandes chances de mostrarmos consideração e afeto. Nós pudemos conhecer o íntimo um do outro, sem deixar a menor sombra de dúvidas do quanto somos afins, semelhantes, gêmeos.

Desta vez, eu desencarnei jovem, no parto do nosso primogênito, foi um momento único. Eu só desejava ver o rostinho dele, sentir o cheiro daquela criança que era o símbolo da nossa união, do nosso amor sincero. Eu consegui e foi uma grande alegria poder sentir o contato do nosso filhinho. Neste momento, eu compreendi o quão é grandioso o amor de uma mãe que, realmente, se sacrifica pelo filho, pela vida do seu filho.

Eu viveria tudo novamente, se fosse só para sentir aquele contato de amor maternal.

Mário, após anos cuidando sozinho do nosso filho, decidiu se casar novamente. Eu compreendi e aceito, ninguém merece viver só.

Todos nós precisamos de alguém para dividir as situações da vida, alguém que possa nos ouvir, nos apoiar, nos incentivar e somar, multiplicar conhecimentos e experiências de vida. Eu aceito e fico satisfeita com a sua decisão. Ele soube escolher.

A esposa do Mário cuidou muito bem do nosso filho, foi boa mãe e esposa, deu outros filhos ao Mário. Meu pequeno menino teve irmãos que o amaram e viveram uma boa vida ao seu lado.

Eu tinha notícias e aguardava. O tempo é estranho para quem só sabe esperar. Eu tentava me ocupar. Eu estudei tanto, li muitos livros, trabalhei, fiz amizade e elaborei um novo plano. Esperei, esperei, esperei.

Eu esperei até que pudesse rever meu amigo, meu amor, meu companheiro. Eu desejei a sua morte tantas vezes porque, desta forma, eu poderia reencontrá-lo.

Não é feio admitir que eu ambicionava tê-lo ao meu lado. Tudo é questão de ponto de vista.

Deste lado, a vida é normal. Cheia de tarefas e afazeres, cheia de compromissos, é a mais pura realidade, onde tudo é possível, basta pensar.

Então, eu estava separada dele por uma realidade, uma distância ininteligível para muitas pessoas, para céticos que não aceitam nada que não podem ver ou tocar. Eu queria que a distância desaparecesse, mas tinha que ter paciência.

Até que o dia chegou. Eu soube que o dia estava próximo porque meu doce Mário já estava velhinho e o corpo não podia mais alojar seu Espírito risonho.

Foi como uma notícia de alguém que está numa viagem longínqua por muitos anos. Eu me preparei para recebê-lo, preparei a casa e quando ele veio até mim, não me conhecia.

Foi um choque, uma destruição dentro de mim, mas pode acontecer, frequentemente. O Espírito recém desencarnado, precisa de tempo para retomar a posse de sua consciência eterna.

Mais uma vez, eu tive que esperar por ele.

Ah! Que seja tantas vezes quantas forem necessárias. Eu saberei esperar, ainda estou esperando.

 

Nós sempre temos algo a esperar de alguém, mas não podemos neutralizar nossa vida por causa das outras pessoas. A espera necessária acontece, mas enquanto você espera pela volta de alguém, pela decisão de alguém ou pela mudança desta pessoa, realize-se, modifique-se, transforme-se, faça coisas por você.

O tempo é mestre sábio e laborioso, sempre sabe o momento certo de nos surpreender, mas enquanto isso, você avança, sempre!

 

JULIETA

11//12/2021


---Paula Alves---

 

“DEUS DEPOSITOU EM VOCÊ, TUDO O QUE É NECESSÁRIO PARA FAZER A DIFERENÇA”

 

Eu sempre esperei e nunca tive. Achava que, pelo menos, na época natalina, as pessoas seriam mais cordiais.

Eu achava que os meus pais me compreenderiam, que meus irmãos seriam mais educados e que nós poderíamos viver mais unidos por causa do clima de paz e fraternidade que impera nesta ocasião, mas isso nunca aconteceu.

Não falo pelos presentes que sempre desejei quando criança, falo da delicadeza de prestarem a atenção em outro ser humano que não sejam eles mesmos. Eu quis ser notado, mas não fui.

 

Então, tentei sair daquela posição chata de vítima, posição que estava me causando desconforto e constrangimento diante de mim mesmo.

Eu precisava fazer algo pelos demais. Até porque, quando você acha que as situações da vida te fazem sofrer, vai por mim, você não é o único. Sempre tem muita gente pensando e sentindo como nós, isso me deixou, pelo menos, mais a vontade com as realidades da vida.

Então, fiquei pensando que tinha muita coisa que podia ser feita no Natal e, se eu queria que alguém me notasse, comecei a prestar a atenção nas outras pessoas.

Eu não tinha muito, mas podia fazer uns lanches. Eu os distribuí para algumas pessoas que viviam no centro da cidade. Nem me dei conta, mas aquele foi o melhor almoço de Natal que eu havia tido.

É impressionante como algo dentro de nós brilha quando fazemos o bem sem interesse. Eu precisava sentir aquilo dentro de mim. Eu precisava saber que eu era humano e capaz de ser bom com as outras pessoas.

Fica muito claro porque os maiores homens da Humanidade foram aqueles que souberam fazer o bem, aqueles que entregaram a sua vida pela vida dos seus semelhantes.

Em todas as épocas da evolução, sempre houve seres abnegados que não se importaram com o sofrimento porque seu intuito era colaborar para o bem do próximo, eu só entendi naquele momento.

Não tem como você compreender a mensagem de Jesus, Gandhi, Sócrates, Paulo, sem se envolver com a Humanidade. Sem sujar as mãos, sem enxugar as lágrimas ou sem servir, sem o menor interesse.

Você não vai compreender o que eles viveram e porque viveram e se entregaram a causa do bem ao próximo, sem se envolver com as pessoas que estão a sua volta, com personalismo, egocentrismo, hipocrisia, discriminação, sem limpar o coração, você não vai entender nunca.

Naquele dia, eu entendi que tudo o que eu preciso para seguir em paz tem que sair de mim. Eu não posso entregar minha vida, minha alegria de viver nas mãos das outras pessoas. Não é assim que funciona.

“O reino de Deus está dentro de nós” – é assim que funciona.

Quando você se envolve com o melhor que há em você, não precisa de mais nada, nem da aprovação, nem da ajuda, nem do que as pessoas vão te entregar porque tudo o que você precisa já carrega consigo mesmo, Deus depositou em você, tudo o que é necessário para fazer a diferença.

Eu compreendi quando fui servo e recebi muito. Mudou a minha vida. Depois disso, todos os Natais foram diferentes. Sempre de um jeito diferente e inusitado. As parcerias foram aumentando, os amigos surgiram para desempenhar o mesmo trabalho e quando me dei conta, eu já estava casado com a minha família se envolvendo em projetos sociais.

 

Foi uma vida maravilhosa! O que você precisa para deixar a apatia, a depressão, o desespero, a crise de lado, é olhar para os lados. Você precisa produzir com os recursos que tem. Você precisa encontrar dentro de si mesmo a paz, o equilíbrio, a esperança e o amor que Deus depositou aí, no seu íntimo.

 

LUCIANO

11/12/2021

  ---Paula Alves---

 

“PODE ACREDITAR EM PAPAI NOEL!”

 

Eu falava que ele não existia. Acabava com a festa das crianças e fazia por pura maldade porque, um dia, também fizeram isso comigo.

Achava uma grande tolice aquelas mães que ficam incentivando as crianças a escreverem cartinhas e acreditarem em crendices. São coisas que os ridiculariza diante das outras crianças mais espertas que sabem que tudo isso é papo de adulto tosco.

Eu fiquei muito irritado quando minha irmã tentou incentivar meu cunhado a se vestir de Papai Noel.

Pra quê fazer pagar este mico?

Só para enganar crianças tão espertas?

Eu perguntei se ela queria que eles apanhassem na escola. Corri e contei tudo para eles, o mais novo tinha três anos e começou a chorar.

Naquele ano, parece que eu acabei com o Natal da galera, foi muito chato.

Eu fiquei me questionando se era assim que tinha que ser. Deixar que as crianças fossem tolas. Não seria mais adequado explicar tudo para elas?

Informando que aquela festa era materialista, que é um incentivo ao consumismo e que os pobres sofrem com isso, as crianças que não têm condições se sentem menosprezadas, existe a competitividade entre todos e isso não ajuda em nada, nesta sociedade capitalista?

Eu me indignei, mas por mais que eu tentasse me defender, meus pais me olharam pasmos e mamãe perguntou se eu não acredito em nada, só em dinheiro. Eu não entendi.

Eu que só acreditava em dinheiro?

Minha mãe explicou que todos nós precisamos acreditar em alguma coisa e que a fé nas crianças pode iniciar com estas pequenas crenças. Ela ainda informou que o Natal não é símbolo do Papai Noel, mas se comemora o nascimento do Redentor, do Salvador da Humanidade, é data histórica mundialmente, deve ser respeitada com toda honra e delicadeza, incluindo uma refeição bem preparada e preces, as pessoas devem se vestir adequadamente, vestir a alma de bons sentimentos e pensamentos voltados para o bem e não para estragar a alegria de uns e outros.

 

Minha mãe ensinou muito naquela noite. Ela defendeu os netos de uma forma bem especial e eu me envergonhei.

Os anos passaram, todo Natal eu me lembrava daquele momento que vivi com minha mãe, eu tentava me vestir adequadamente por Jesus, mas ainda ficava pensando na imagem do Papai Noel, até que meu dia chegou.

Eu vim para cá com aquelas lembranças tão nítidas e vi o Papai Noel. Numa noite de Natal, era só mais uma noite em que eu vagava por aí, já que eu não tinha sido tão bom quanto deveria, já que eu tinha me entregado a vários vícios físicos e morais, eu perambulava e vi o Papai Noel. Achei que estava louco, entorpecido além da conta, mas eu o segui.

Fiquei fascinado quando notei que ele depositava fluidos em muitas moradias. Precisava ter luz, prece e aquele velhinho risonho, enviava luzes para que os moradores sentissem a paz de Jesus, na noite de Natal.

 

Ele me notou e disse que existem Bons Espíritos que fazem diversos trabalhos, por todos os seres vivos, mas nós não podemos compreender porque não acreditamos em nada, mesmo assim, a espiritualidade age por todos nós.

Tirar o sonho de uma criança não torna ninguém melhor e só tira a esperança, deixa a luz apagar. Eu chorei arrependido, podia ter me esforçado para ser uma pessoa melhor.

O bom velhinho entendeu que eu precisava de ajuda e depois de muito tempo me preparando, neste Natal eu vou poder ajudar.

Pode acreditar em Papai Noel! É um trabalho muito lindo que mexe com a luz das crianças e dos adultos que têm Jesus no coração.

 

TÉO

11/12/2021

   

 ---Paula Alves----

 

“SE TODOS PUDESSEM COMPREENDER MELHOR A ESPIRITUALIDADE...”

 

 Não dava para imaginar que chegaria tão longe e que se alastraria desta forma. Trabalho árduo de divulgação e orientação, seguimos para que as pessoas ampliem seus horizontes.

Se todos pudessem compreender melhor a espiritualidade...

Se eles pudessem ter a certeza da imortalidade da alma e compreendessem as Leis Divinas, muitos males seriam evitados, por isso, é importante a propagação da fé e da Doutrina.

Quando se conhece as verdades infinitas, ninguém infringe a Lei com suicídio, nem com aborto.

Quando entram em contato com a importância do perdão tão divulgado pelo Mestre amado, todos tentam se reconciliar com seus familiares.

Se eles pudessem ser resignados na dor, sabendo que nós colhemos o que plantamos, não blasfemariam contra o Pai.

 

POR ISSO, É IMPORTANTE A DIVULGAÇÃO, SEGUIMOS.

 

O intercâmbio é necessário e permitido para que os encarnados se esforcem na disciplina, no trabalho e na fé em Deus que observa tudo e condiciona todos aos Seus desígnios, sem prediletos, sem discriminações, apenas com a mais perfeita Justiça que nos coloca como iguais diante do Seu amor e da Sua atenção.

Todos podem tomar as rédeas do destino. Todos podem começar agora, enfrentando as adversidades com confiança e gratidão porque tudo o que nos acontece é pena abrandada diante do amor misericordioso de Deus.

Seguimos com as comunicações de pessoas simples que vivem como todas as outras e, por isso, têm tanto a acrescentar.

Que cada palavra mexa com as emoções.

Que cada relato, leve à reflexão e possa tirar o véu da descrença, da ignorância, da falta de conhecimento e da apatia, falta de vontade em se mexer para mudar de vida.

Todos nós podemos ser melhores a partir dos nossos esforços, então, que você possa rever seus conceitos, sentir no fundo do peito tudo o que fez até aqui e raciocinar se este caminho é o melhor que você pode trilhar.

 

Ainda dá tempo de mudar, corrigir e planejar um caminhar melhor, cheio de paz e luz, para você e para todos.

Esteja certo de que os Bons Espíritos lhe inspiram e torcem por suas belas escolhas de vida. Você consegue!

 

ELISABETE

(Grupo de divulgação das Cartas de Erasmo)

11/12/2021   

 




 “PENSAR EXIGE PAZ, CONCENTRAÇÃO E, SOBRETUDO, MENTE LIMPA, SÔ

 Escapa à razão humana os propósitos da saúde mental. A maioria das criaturas acredita que a sua realidade é a realidade da verdade universal.

Estamos por um fio.

As pessoas não percebem o quanto estão condicionadas a bloquear e entorpecer a sanidade mental. Tudo é motivo para reduzir as conduções nervosas.

Tudo é vinculado ao bem estar, mas a produção de inibidores cerebrais pelo uso de drogas farmacológicas, álcool, drogas ilícitas, além de sons e imagens inebriantes são imperceptíveis pelo todo.

 

As pessoas estão tão envolvidas com algo que bloqueia o padrão mental fisiológico. Algo que anula o raciocínio, bloqueia a criatividade, neutraliza a razão e a lógica.

Assim, fica fácil compreender porque a maioria das pessoas não sabe conjecturar de posse da racionalidade que se esperaria delas. Fica fácil compreender porque se envolvem em brigas, guerras, matanças desnecessárias que aniquilam o desenvolvimento e a elevação.

Se estivessem no controle dos pensamentos e se pudessem controlar seus sentimentos, se ajustassem o comportamento social, não se envolveriam em questões passionais, nem tão pouco, em criminalidade em detrimento de interesses materiais ou satisfação pessoal vinculada ao egocentrismo.

 

Pensar exige paz, concentração e, sobretudo, mente limpa, sã. Todo e qualquer artífice que impregne as células mentais e não permita que o pensamento flua, se expanda continuamente e com liberdade de ação, não faculta ao ser a sua própria expansão e desenvolvimento.

Isso atrapalha a evolução no material, mas impende que o ser progrida no plano espiritual que é a verdadeira morada.

Mente sã, corpo são. Mente limpa, sem álcool, fumo, sem toxinas, livre dos maus pensamentos, cheia de boas reservas morais, é mente que produz, que tem capacitação para mobilizar energias.

Tudo acontece através do pensamento que mobiliza fluidos e atrai energias que nos favorece no mundo físico e no mundo espiritual.

Que as pessoas possam utilizar os recursos adequados para sua elevação. A mente é recurso criador.

RAFAEL 

08/12/2021



“MEU PLANTIO FOI TERRA SECA, SEM PRODUÇÃO NENHUMA”

 

Passou que eu nem vi. Dias, meses, anos, uma vida inteira.

Eu estava envolvida em futilidades, coisas banais, passatempos que não podiam me desenvolver e, nem percebi, quando a vida passou.

Confesso que foi um piscar de olhos. Foi tão triste, tão inquietador. Perceber que eu perdi momentos importantes onde as pessoas precisavam de mim, de mim lúcida, envolvida em suas vidas.

Eu deixei de prestar assistência aos meus filhos e ao meu marido por estar assistindo aos programas que não me acrescentaram nada de bom. Eu não fui visitar meus pais porque achei que eles podiam esperar, mas o tempo não espera até que tomemos uma atitude, até que você tenha crescido e adquirido nobres conceitos sobre a Humanidade. O tempo não para...

 

Daí, num belo dia, eu acordei e nem me dei conta de que aquele seria o último. Acho que tem gente acordada que deve sentir alguma coisa, mas comigo foi só um dia qualquer.

Eu fiz tudo de forma automática e estava condenada. Acho que, se eu fosse mais esperta e tivesse percebido que aquele era o último, teria mudado tudo, ou não. Será que faz muita diferença?

Eu tô achando que é tudo tão perfeito e, por isso, nós não lembramos de muita coisa, enquanto estamos no corpo físico. Não faz diferença nenhuma.

Sei que acabou assim... Acidente de trânsito, rápido e fulminante, de repente, eu já estava fora do corpo, me lastimando como se fosse um ser vitimado, como se a vida tivesse me castigado.

Imagina, cada um colhe o que planta. Eu gostei muito de saber que “a cada um será dado segundo as suas obras”, justiça imperando na vida de todos, amei!

Mas, não foi muito bom para mim que não plantei nada.

Eu tive família, tive filhos e achei que eles se criavam sozinhos. Sabe, daquelas que prepara o jantar, lava as roupas, coloca na escola e paga as contas, vive com o marido uma vida de convenções e nada demais. Só vive, assumindo as complexidades do mundo, sendo social como todos os outros, não fazendo o mal e não produzindo o bem, só isso, ou seja, nada de útil.

 

Eu não impregnei meus filhos das preciosidades morais, eu não segurei as rédeas da família junto com meu esposo, eu não colaborei na sociedade distribuindo pão aos que têm fome e não amparei meus familiares, não ouvi, não consolei, nada. Meu plantio foi terra seca, sem produção nenhuma.

Isso é muito triste em se tratando de realidade eterna. Quando chegamos deste lado, quando a consciência desperta e você se questiona se valeu a pena retornar, é muito triste perceber que não serviu de nada. Oportunidade nula na cadeia evolutiva, infelizmente.

Eu entendi o quanto a gente tem que se esforçar para ser útil, ler, se instruir, se envolver com os demais de uma forma produtiva, para voltar jubiloso e de cabeça limpa, em paz.

IVONETE

08/12/2021

 

-----Paula Alves----

 

“NÓS TEMOS TODAS AS CHANCES DE APRENDER COM A VIDA QUE DEUS NOS CONCEDE”

 

Eu tinha que planejar, fazer um questionamento pessoal sobre o que eu poderia desenvolver naquele ano. Minha mãe sempre foi diplomática e gostava de ensinar na base do exemplo e da prática.

Então, ela me solicitou que fizesse um planejamento para o ano que estava para iniciar, mas eu não tinha a menor ideia do que queria desenvolver.

Eu ainda me sentia tão despreparada. Eu só queria curtir minha vida de jovem, namorar e conhecer lugares novos. Eu achava que minha mãe era muito desesperada e me cobrava muito para ser adulta precocemente.

No fundo, eu sempre achei que ela queria me ver produzindo, ganhando dinheiro, sendo independente.

 

Mas, tínhamos uma boa condição financeira e era desnecessário correr daquela forma, então, eu disse que ela podia ficar tranquila, porém, naquele ano, eu preferia viajar e conhecer o mundo, me envolver nas culturas de outros países, deixar para escolher carreira mais tarde, quando estivesse completamente decidida sobre o rumo que devia seguir.

Minha mãe ficou com cara de frustração, me deu pena de ver, mas eu não era como ela e achei que ela tinha que me aceitar da maneira que eu era.

Naquela época, eu achava que a gente não tinha que se esforçar para agradar a ninguém porque as pessoas tinham que ser sinceras consigo mesmas. Minha mãe se calou e foi para o quarto.

Dias depois, eu arrumei as malas e parti com meu namorado. Mamãe, apenas me pediu para ser o mais responsável que pudesse ser, disse que eu não podia esquecer do seu amor por mim e que ela sempre estaria me observando. Na hora, eu gelei, deu vontade de desistir, mas fiquei firme porque achei que aquilo tudo era chantagem emocional, fui viver minha vida.

 

Os meses se passaram, eu não entendia por que minha mãe não me mandava mais dinheiro, levou um tempo para entender o que havia acontecido, ela tinha desencarnado e, com o meu sumiço, os familiares tiveram dificuldade para me encontrar.

Eu chorei e senti tanto. Acho que ela estava pressentindo e desejava me deixar bem assistida, não queria me controlar. Eu devia ter dado ouvidos à experiência e colocado minha vida em ordem, antes de me aventurar por aí. Tarde demais reconheci que a vida é feita de trabalho e esforço.

 

Nós temos todas as chances de aprender com a vida que Deus nos concede, mas muitas vezes, preferimos as facilidades de uma vida cheia de atrativos, caminho mais fácil e alegre, é a porta larga. Eu falhei, mas depois de tanto trabalho penoso sem minha mãe, compreendi muitas coisas.

É, por isso, que não podemos nos queixar. As dificuldades da vida são necessárias para os imprudentes, imprevidentes, brincalhões. Eu precisei arregaçar as mangas e aprendi na dor o que era o bom caminho. Não precisava ter sofrido tanto. LETÍCIA

08/12/2021

 

--------Paula Alves----

 

“O AMOR POR ALGUÉM PODE TRANSFORMAR A NOSSA VIDA”

 

Realidade que se misturava me fazendo entender como as pessoas são carentes de atenção.

Claro que eu preferia me esconder do mundo. Dentro de casa, eu não via nada, eu não sofria.

“É, por isso, que muitas pessoas querem se isolar” - raciocinei.

Por toda parte, existia a fome, a violência e a impunidade. Acho que aquele mundo mexia muito com as minhas emoções.

Daí eu tentei ficar em paz, no meu canto. Eu não queria sair porque a qualquer momento, alguém podia me abordar na rua, alguém podia me ferir ou eu estaria em algum local na cidade vendo a tristeza e a dor.

Achei que o melhor seria ficar escondida dentro de casa, mas isso não eleva as pessoas. Eu precisei ouvir alguém pedindo ajuda para tomar um partido.

Ela gritava tanto, ela chorava tanto. Eu pensava no que estaria acontecendo com aquela mulher que morava do lado da minha casa e fui até lá, depois de muito relutar.

 

Ela estava profundamente contrariada, parecia enlouquecida e gritou comigo do portão, mas eu não podia ver alguém sofrendo daquele jeito e voltar para minha vida inútil como se nada estivesse acontecendo.    

Eu insisti perguntando se ela precisava de ajuda e ela me falou que o melhor jeito de corrigir as coisas era acabando com a vida.

Eu entendi que ela falava de suicídio e entrei na casa dela na marra. Depois de uma longa conversação, ela me explicou que estava grávida, abandonada pelo pai da criança, sem dinheiro, se sentindo perdida. Eu ouvi tudo o que ela contou e nem sei como tive maturidade para aconselhá-la, mas eu a ajudei.

Nos tornamos grandes amigas, viramos sócias na produção de salgados para festas, ela teve o bebê e aqueles dois me salvaram. Aquela criança que corria o risco de não nascer, foi a luz na minha vida, me trouxe força, confiança e fé.

 

Eu nem sabia o quanto podemos ser alavanca na vida das pessoas e o quanto o amor por alguém pode transformar a nossa vida.

Depois de tudo, eu olhava para o mundo a minha volta profundamente modificada, eu via o belo, o bom e o útil.

Em toda parte, conseguia reconhecer o potencial do ser humano e me comprometi em ajudar meus semelhantes pelo simples prazer de ser boa e útil com todos. Por agradecimento ao bom Deus que soube me colocar num bom caminho. ELEONORA

08/12/2021

 

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